Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Repórter sustenta que violência, em números, já foi pior

Como já foi anunciado aqui, toda oportunidade de remeter o leitor ao debate sobre violência iniciado pelo Observatório em 5 de janeiro será aproveitada. Primeiro, porque a maneira de mostrar os tópicos dentro do blogue é fraca, para dizer o mínimo. Eles ficam escondidos em páginas que mostram a produção mensal (a partir de um calendário na coluna da direita). Desetimulante. Segundo, porque o tamanho daquele texto assusta um pouco os cautos e os incautos.


Agora o gancho é o seguinte: Jorge Antonio Barros, que transferiu seu blogue Repórter de Crime para o âmbito da turma da coluna de Ancelmo Gois (podem esperar bons resultados, porque esse foi craque em todas as posições do campo do jornalismo em que já atuou), deu sua colaboração ao, com perdão da palavra – mas aqui ela é apropriada -, resgate do debate.


Diante do recrudescimento da violência no Rio de Janeiro, perguntei a JAB se ele mantém a percepção que expôs logo na abertuda do debate realizado na UFF: ‘Minha percepção, basicamente, por incrível que pareça, é que já tivemos, em termos de violência urbana, uma situação pior. O que estamos vivendo neste momento, e o caso atual é um exemplo claro disso, são espasmos que trazem sempre uma novidade aterrorizante para a população‘.


Chegou a resposta. O jornalista explica que o debate foi no começo de janeiro. E completa: ‘Mesmo assim, em termos de homicídios, houve queda de 4% entre 2005 e o ano passado, segundo as estatísticas divulgadas esta semana pelo ISP [Instituto de Segurança Pública]. Ou seja: numa certa medida vale o que eu disse, que estamos vivendo uma novidade aterrorizante a cada momento. Mas em termos de números, já estivemos bem pior’.


Talvez exista aí uma pista para se pensar nessa disjunção: a realidade estatística de um lado e a sensação de insegurança de outro. Certamente o crime hoje atinge mais a classe média. Mas não será também por que cresce o desencanto com os governantes, com as autoridades, com as Polícias? A quantidade de informações sobre bandidagem na Polícia do Rio de Janeiro desde dezembro é massacrante. Cartas para a redação.