Thursday, 18 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1283

Sites de relacionamento geram globalização virtual na campanha eleitoral americana de 2008


O site de relacionamentos MySpace tornou-se o terceiro grande nome da internet a anunciar a realização de eleições primárias entre seus membros, o que na prática marca a globalização da campanha para a sucessão do presidente Geoprge W. Bush.


Anteriormente o site de realidade virtual Second Life e o FaceBook, a página de relacionamentos pessoais preferida dos estudantes norte-americanos também anunciaram sua decisão de promover consultas online para conhecer preferências em torno das candidaturas anunciadas até agora.


O MySpace tem pouco mais de 110 milhões de associados e se fosse um país seria tão populoso quanto o México. Deste total de membros registrados, pelo menos 30% estão fora dos Estados Unidos.


Todos os pré-candidatos norte-americanos já têm páginas no MySpace e a mais visitada delas é a do democrata Barack Obama, seguido por seu colega de partido John Edwards e pela senadora Hillary Clinton.


O Second Life e o FaceBook também têm um alta presença de estrangeiros e pelos indicadores de visitas, estes não americanos estão participando da campanha em pé de igualdade com os sobrinhos do Tio Sam.


É claro que os números de visitas aos sites dos candidatos no MySpace não são um indicador minimamente confiável de preferências eleitorais, mas apesar disto a imprensa norte-americana vem dando uma cobertura cresce à virtualização da campanha para as eleições presidenciais do ano que vem nos Estados Unidos.


O caso do Second Life é ainda mais polêmico porque a campanha eleitoral já está correndo solta no site onde cerca de cinco milhões ‘residentes’ no mundo virtual criado pela empresa Linden Laboratories.


O fenômeno levou o blogueiro e consultor de comunicação jornalística Jeff Jarvis a qualificar como ultrapassadas as leis eleitorais dos Estados Unidos, numa era em que as fronteiras estão se tornando obsoletas rapidamente.


Talvez Jarvis tenha exagerado um pouco, mas não há duvida de que ele tocou num ponto que ainda vai dar o que falar. A web não vai decidir quem será o sucessor de Bush, mas já está deixando os norte-americanos assustados com o fato de que mais cedo do que eles pensam, o resto do mundo poderá estar também ‘votando virtualmente’ nas eleições deles.