Tuesday, 03 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1316

A moda do “good news” contra a síndrome da notícia ruim

Em meio à crise política e econômica, o noticiário não anda dos mais aprazíveis. Matérias diárias sobre mortes, corrupção e outros crimes diversos acabam por criar um clima denso sobre a situação do país. A imprensa, entretanto, não pode se abster de comunicar os assuntos de momento, por mais reprováveis que sejam.

Na semana passada (16.10), o jornal Zero Hora publicou uma reportagem sobre alternativas ao noticiário ‘ruim’. Nas redes sociais, há dezenas de páginas criadas sob a premissa ‘good news’, isto é, somente matérias de cunho ‘positivo’. É a intenção, por exemplo, do ‘SOS Boas Notícias’, uma comunidade, segundo as informações da ZH, “com mais de 1,5 mil membros no Facebook, e criada em 2011 como uma fonte alternativa de informações”.

Chama a atenção o intertítulo ‘Imprensa mais propositiva’, no qual a Zero Hora traz o depoimento de jornalistas sobre o negativismo da imprensa. O mea culpa ficou implícitoa na matéria, ainda que notícias ‘ruins’ sejam naturais em um veículo de hard news.

“O professor de Jornalismo da PUCRS Marcelo Fontoura sinaliza que é da raiz da imprensa abordar problemas, mas que ela poderia ser mais propositiva.

– A imprensa perdeu a capacidade de falar sobre o que está dando certo. Então, temos a distorção de que o mundo é muito negativo. Um dos grandes desafios do jornalismo hoje é propor soluções e indicar caminhos, especialmente no Brasil – avalia. 

Informar as notícias negativas não deixa de ser menos exaustivo para os profissionais da área. Jornalista há mais de 30 anos, Rinaldo de Oliveira, 52 anos, fundou o sonoticiaboa.com.br em 2009 e concilia o projeto com o trabalho de repórter de televisão em Brasília. O tempo reservado para o site não deixa de ser terapêutico para o próprio jornalista.

 – Preciso dar notícias boas para mostrar a minha filha que o mundo não é tão ruim. Um dia, as pessoas vão parar de ver o noticiário. Por isso, alguma coisa tem de mudar, e a gente deu esse pontapé inicial – diz”.

Reproduzimos a seguir o primeiro parágrafo do texto do jornal Zero Hora:

Empresário instala geladeira solidária em Goiânia. Menino vende seus desenhos a R$ 1 para ajudar biblioteca. Em meio às notícias diárias, um grupo no Facebook se propõe a elencar e a compartilhar os melhores fatos do dia com um critério: a história precisa ser positiva. A comunidade SOS Boas Notícias, com mais de 1,5 mil membros, foi criada em 2011 como uma fonte alternativa de informações. Ao entrar, a regra é específica: nada de notícias ruins. Essas comunidades demonstram o protagonismo atual dos usuários na disseminação das notícias e uma tendência de curadoria de conteúdo que já tem milhares de adeptos no Exterior…

Texto integral da reportagem “Eles cansaram de notícias ruins e agora espalham histórias positivas no Facebook