Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Agências ameaçam boicote ao evento

A apenas 90 minutos da abertura da Copa do Mundo de Rugby, na sexta-feira (7/9), as agências Associated Press, France Presse e Reuters, que haviam suspenso a cobertura do torneio em protesto às regras impostas aos veículos de comunicação pela federação mundial da modalidade, o International Rugby Board (IRB), voltaram atrás e divulgaram informações sobre o jogo.

Pelas regras originais do IRB, as empresas de mídia não poderiam divulgar mais que 40 imagens online de jogos em andamento e não mais que três minutos de coletiva por jogo. A federação chegou a modificar alguns dos itens diante das reclamações, mas recusou-se a mudar outros. Na sexta-feira, porém, o IRB aprovou a divulgação de 200 fotos por partida, sendo uma foto divulgada a cada 30 segundos. Os limites dos vídeos ainda serão negociados esta semana.

A AP havia afirmado que aguardava uma solução antes do primeiro jogo, entre França e Argentina, e que, enquanto as negociações não ocorressem, não distribuiria para seus membros textos, fotos ou imagens em vídeos de jogos pré-competição. ‘A maior parte dos jornalistas da AP que estava com pauta para cobrir eventos preliminares na semana passada não conseguiu as credenciais sem antes aceitar os termos impostos pelo IRB – condições que uma empresa de mídia considera inaceitáveis’, afirmou David Tomlin, conselheiro para notícias da AP.

Protesto ganhou força

AP, AFP e Reuters fazem parte de uma coalizão global de agências de notícias e jornais que negociava com o IRB sobre restrições de reportagem. Depois do início do protesto, Getty Images, Deutsche Presse-Agentura e European Pressphoto Agency também chegaram a suspender a cobertura do evento. Até os jornais britânicos Guardian, Times e Sun e o francês L´Equipe optaram por limitar sua cobertura da Copa em apoio ao boicote. Em contrapartida, o chefe de comunicação do IRB, Greg Thomas, alegou que os patrocinadores se importam apenas com a audiência televisiva, e não com a cobertura na imprensa.

Viviane Reding, comissária de mídia e informação da União Européia, fez um apelo para que o IRB e a mídia chegassem a um acordo. ‘O possível deve ser feito para garantir que um evento tão importante para milhões de fãs europeus tenha uma cobertura decente’, disse. A ministra dos Esportes na França, Roselyne Bachelot-Narquin, chegou a ligar na semana passada para o CEO do IRB, Mike Miller, para pedir que o caso se resolvesse logo, a fim de não prejudicar o evento. Informações de John Leicester [Associated Press, 6/9/07], Mark Sweney [The Guardian, 7/9/07] e Mike Corder [Associated Press, 7/9/07].