Tuesday, 16 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1283

Arquivo morto do NYTimes muda de porão

‘Parece que sou o único homem que ficou aqui. Havia mais ou menos 50 como eu certa época, que sabiam onde tudo estava’, desabafa Jeff Roth, responsável pelo arquivo morto do New York Times, no antigo endereço do jornalão, na 229 West 43rd Street. O local reúne papéis que serviram, por um século, como memória institucional do diário.

Hoje, o espaço mais parece um labirinto, com milhares de arquivos e caixas de papelão, no porão onde antes funcionavam as máquinas impressoras. Em 1997, elas foram enviadas para as Filipinas; em junho próximo, o arquivo também deve se mudar. Enquanto o NYTimes transfere suas operações para um edifício na Oitava Avenida, o arquivo morto irá para o porão dos antigos escritórios do New York Herald Tribune, na West 41st Street.

Mina de ouro

O arquivo morto surgiu em 1900, quando funcionários começaram a arquivar as edições do NYTimes e de outros jornais e revistas importantes da cidade. O clipping das matérias em papel terminou oficialmente em junho de 1990, com o surgimento do arquivamento em formato digital. Parte do material foi enviada para a Biblioteca Pública de Nova York e para a Universidade do Texas.

‘Algumas pessoas trabalharam no arquivo morto durante décadas. Elas sabiam muito mais do que imaginávamos’, lembra Allan Siegal, editor aposentado do jornal. ‘Você podia instantaneamente perceber a importância do assunto pelo tamanho da letra e pelo estilo da manchete’, explica, justificando as vantagens do arquivo em papel sobre o eletrônico; este último não preserva o formato da matéria. O arquivo morto conta ainda com material que nunca foi publicado – como obituários pré-escritos. Informações de Michael Calderone [The New York Observer, 22/5/07].