Desde agosto venho implementando uma novidade em termos acadêmicos na formação de jornalistas. Na cadeira de Técnicas de Reportagem 2, do quinto período da Universidade Estácio de Sá, em Nova Friburgo, Região Serrana do Rio, desafiei minha turma a escrevermos uma grande reportagem. E estamos usando um blog como ferramenta.
Além do material postado em conjunto pelos alunos, transformei o espaço num diário do professor. Publico ali minhas expectativas, elogios e críticas.
Melhor ainda, enquanto a reportagem é construída em todos os detalhes (na verdade, é uma série), outros professores, fontes, colegas de faculdade fazem comentários.
Acredito se tratar de um tipo de transparência ainda desconhecido pela nossa grande imprensa. É um laboratório, mas não importa. Tudo é diferente, a começar pela leitura, que é de baixo para cima! E as fontes, que ficam sabendo das intenções do repórter antes da entrevista? São ‘n’ questões a serem abordadas, são novas práticas a serem discutidas, em meu entender.
É claro que a idéia tem muito a evoluir com a sugestão de terceiros, inclusive com a adoção por outros mestres. Mas não há melhor estimulante, foi o que descobri: estudantes de Jornalismo têm ânsia de ver o texto publicado, faz bem ao ego, as idéias se materializam para o público e não apenas para o pequeno e repetido colega de sala de aula.
O diretor do curso gostou tanto que vai implementá-la em outras filiais. Os alunos produzem cada vez, cuidam do texto, ficam mais alertas porque recebem comentários, descobrem o que é ser uma pequena vitrine. E para quem orienta é excelente, porque acaba com aquela relação de bonzinho e mauzinho, é tudo transparente – inclusive as cobranças. Acredito ser a ferramenta que faltava ao lado prático de um curso de comunicação.
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Jornalista, professor da Universidade Estácio de Sá, em Nova Friburgo (RJ)