Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Muito aquém de uma mídia radical

“Pela primeira vez na história, as mídias tornam possível a participação em massa de um processo produtivo social e sociabilizado, cujos meios práticos encontram-se nas mãos das próprias massas” (Hans Magnus Enzensberger)

1. Entre ser instrumento ou elemento estruturante

A utilização da tecnologia – que é um instrumento da produção socialmente construída pelo homem – não está dissociada dos conflitos e interesses que se estabelecem entre classes sociais e no seio das próprias classes em disputa pelo poder. No movimento sindical não poderia ser – nem é – diferente.

Nos últimos vinte anos [referência aos maiores sindicatos de trabalhadores da Bahia cujas ações se concentram em Salvador, a partir de experiência como assessor de comunicação dos Eletricitários (1985-1989), Petroleiros (Sindipetro e Stiep, 1989-1992), Servidores Públicos Federais (2001-2004), e de uma série de produções publicitárias e jornalísticas para a CUT], os organismos dos trabalhadores também buscaram informatizar seus processos para dar suporte às suas lutas. Esta busca resultou em melhores condições de trabalho para seus funcionários, melhores serviços para as categorias de trabalhadores – mas a informatização esbarrou nos limites dos projetos políticos das direções e nos próprios limites também das suas capacidades pessoais.

Se quisermos, aparentemente, ser mais profundos e mais condescendentes acrescentamos também que os limites do alcance das tecnologias da informação e da comunicação no movimento sindical foram determinados por uma realidade social mais complexa: a relação entre organização sindical e história social. Mas esta concepção visa antes tergiversar que explicitar os fatos, embora tenha o signo da profundidade que uma análise dialética exige para sua compreensão. O recorte da responsabilidade política das direções pode explicar – sem abandonar a radicalidade da análise – porque estas tecnologias no meio sindical acomodaram-se e burocratizaram-se dentro de uma máquina que se anunciava “classista” com a retomada dos organismos dos trabalhadores após o fim da ditadura militar.

Como uma das principais resultantes das limitações das diversas forças representativas dos trabalhadores, as tecnologias da informação e da comunicação não passaram de instrumento em contraposição ao desafio de transformá-las em elemento estruturante das inteligências do que se passou a chamar de “cibercultura” ou “sociedade da informação,” visando a razão máxima de existir de uma direção sindical: a de ajudar a classe em si a se transformar em classe para si, para defender seus interesses de classe e atingir seu objetivo na história: hegemonizar-se perante a classe que lhe surrupia os sonhos e a vida. Conceitos/perspectivas do marxismo tão atuais quanto os próprios softwares.

Diante da fragmentação dos processos de trabalho – radicalizados com o desenvolvimento das tecnologias – a expectativa ou, digamos, o sonho com as tecnologias da informação e da comunicação seria transformá-las em mídia radical no movimento popular e sindical. Não com estas palavras, mas com este sentido, os diversos Congressos Nacionais da CUT e encontros de assessorias sindicais – políticas e jornalísticas – Brasil afora vislumbraram a partir dos meados dos anos 80 “unificar ações”, “unificar recursos”, “unificar meios” para mudar qualitativamente as formas de comunicação sindical.

E por que tal não ocorreu? Naturalmente todos os elementos desta resposta não cabem numa simples avaliação de um determinado período. O sentido objetivo da coisa em si é macro porque está inserido na realidade histórico-social dos trabalhadores – pertence a um horizonte de um todo determinado pelas lutas e os limites das lutas, a força do capital e dos seus organismos, a economia e a cultura, nas quais estão inseridas a política e a consciência, os interesses de classe e a alienação –, mas pode ser articulado a partir dos próprios projetos das tendências que se apresentaram ao movimento, culminando na hegemonia de uma tendência no movimento sindical que passaria a ser também a força principal nos movimentos da política da esquerda. Seguir o rastro dos caminhos desta hegemonia se explicita a estrutura desta realidade, seu modo de ser existente, sua singularidade.

Duas realidades se estabeleceram com as tecnologias da informação e da comunicação no movimento sindical: 1) quase todas as grandes instituições se informatizaram (leia-se: compraram computadores, informatizaram processos, adquiriram acesso à internet, criaram páginas na web); mas, 2) a informatização não alterou profundamente as relações entre direção e trabalhadores devido a uma questão política, um projeto político. Houve uma vernização da forma mas não um re-conceito do fazer.

Diante destes fatos, cabem indagações: por que após a reestruturação sindical, sua retomada, no fim dos anos 70 e 80, não houve uma evolução qualitativa das suas práxis – compreendendo este conceito de práxis no sentido articulado por Habermas: uma ação (o movimento sindical) alicerçada numa teoria (movimento classista) e associada a uma estratégia (a emancipação dos trabalhadores)? Por que, se as condições objetivas foram conquistadas com a retomada dos sindicatos e o apoio dos trabalhadores às novas direções?

Uma contra-argumentação a esta mesma questão: se a realidade que se estabeleceu tornou-se tão forte e dominante por força e domínio do capital que aparentemente se tornou globalizante, por que, pelo menos, no plano da utilização das tecnologias (leia-se da formação sindical e política) não foi possível produzir uma nova prática? Por que a resultante na utilização das tecnologias culminou também, assim como na prática política das suas direções, na burocracia, na repetição?

Elemento formador

Embora toda realidade tenha exceção, as exceções não serviram para confirmar a regra. Antes pelo contrário: serviram para mostrar que a realidade seria diferente, se assim tivesse sido vislumbrada. Movimentos com rádios comunitárias pelo Brasil afora que resultaram em lutas e conquistas sociais e até se tornaram objeto cinematográfico poderiam fazer parte do lastro da regra com as tecnologias no movimento sindical, a exemplo do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. Mas, não. A culminância da informatização são páginas da web tão desinteressantes – ou mais – quanto o “arquivo morto” dos sindicatos, que lá encontramos após recuperá-los das “direções atrasadas” nos anos 80.

A burocratização no uso das tecnologias é fundamentada na burocratização da ação política que se estabeleceu após a retomada dos sindicatos e a hegemonização de uma concepção que agora se revela muito próxima, similar, às vezes igual àquela contra a qual os trabalhadores com corações e mentes se debateram para derrotar: um sindicalismo voltado (quando muito) somente para questões salariais numa visão corporativa, estrangulando as demandas em pedaços para serem atendidos separadamente – como se fosse possível atingir o todo pela soma das partes. O que se hegemonizou como “campo majoritário” e, portanto, como forma de fazer política, fazer comunicação não estava escrito nas teses dos que reconstruíram o movimento sindical.

Em todos os momentos de avaliação, análise e projeção do movimento, a comunicação era apresentada como elemento de formação sindical e relação entre o movimento e a sociedade. Portanto, uma mídia muito além das corporações trabalhistas. O impasse – aparente – era ainda a predominância de sindicalistas não-classistas dentro das instituições. Embora aparentemente realista esta versão não se mostraria verdadeira.

2. Dados de um passado não tão distante

Só a partir dos anos 80, os grandes sindicatos da Bahia – Sindiquímica (atual Químicos e Petroquímicos), Sinergia (Eletricitários), Bancários, Metalúrgicos, Sindipetro e Stiep (base dos Petroleiros) – passaram a trabalhar com assessorias de imprensa e a presença de um profissional formado em comunicação. As lideranças de base destes sindicatos vinham de lutas muito intensas para derrotar direções que chamavam de “pelegas” por serem da confiança dos representantes do regime militar que se estabeleceu a partir do golpe de 1964.

O movimento contra estas lideranças pode ser sintetizado na “bandeira” de luta liberdade e autonomia sindical – que simbolizava a construção de uma estrutura classista com sindicatos por ramos de produção na qual os próprios trabalhadores determinariam suas formas de organização, mobilização e políticas sindicais. O fim do imposto sindical – cota obrigatória determinado pelo governo e uma parcela repassada às direções – era concebido como um golpe mortal contra o “sindicalismo atrasado” encastelado nas instituições dos trabalhadores. Depois a necessidade de utilizar-se este mesmo imposto passou a ser defendida pelas novas direções para aplicá-lo na estruturação sindical, em novas tecnologias etc. Arte do discurso sob o manto da ideologia…

Antes da retomada pelas oposições sindicais, os sindicatos funcionavam como cartórios. Suas direções agiam dentro da burocracia do Estado e, portanto, para o sindicalismo oficial as mobilizações se faziam “desnecessárias” porque a própria direção “substituía” a luta dos trabalhadores, numa tentativa de resolver os problemas pela conciliação de classes, nos velhos moldes do ideal trabalhista de Getúlio e ainda dispunham de cota fixa do imposto sindical. Um sindicalismo com dinheiro garantido e sem conflito. Portanto, desnecessária seria também uma forma intensa de comunicação. Eis uma das razões para a não-existência deste mercado de trabalho para os jornalistas, salvo raras exceções.

Para derrotar estas direções, a informação passou a ser um elemento importante. Mas o movimento não dispunha de profissionais – por não ter instâncias para contratá-los e seus militantes não podiam assumir o ônus do pagamento de profissionais de comunicação. A saída foi a realização da comunicação pelos próprios trabalhadores e, eventualmente, recorrer ao “jornalista companheiro”. Ou seja: o profissional de comunicação se tornar também um militante. O que, efetivamente, ocorreu, embora em parcimônia, pois não é fácil arregimentar jornalista quando os movimentos ainda estão a ser paridos e as estruturas a serem criadas.

Além das greves

No embate das lutas encarniçadas entre oposição sindical e direção “pelega”, apresentamos às direções sindicais – já vitoriosas – proposta de unificar as sedes e as gráficas dos seus sindicatos livres para potencializar as ações de comunicação com suas respectivas categorias e dar suporte às lutas das outras categorias que ainda estavam em disputa contra as direções que ainda conseguiam se manter no poder, atrelados a uma estrutura que tinha como base não a força dos trabalhadores, mas exatamente sua contradição: os baixos índices de sindicalização, estatutos draconianos e a Justiça, marcadamente comprometida com a manutenção do status quo sindical.

A cada iniciativa, a mesma resposta: só poderíamos construir esta fortaleza sindical (era a terminologia que utilizávamos para unificarmos estrutura física, direções e tecnologias), quando a CUT se estabelecesse como força estruturante das lutas dos trabalhadores, o que implicava a vitória total das forças chamadas “classistas”. Já no calor da disputa, as tendências do movimento revelavam uma falta de visão estratégica da comunicação e os germes de profundas dissensões políticas. Uma a uma as vitórias foram acontecendo. Chegamos ao fim dos anos 80 com uma vitória arrebatadora no movimento, simbolizada na vitória da chapa cutista dos rodoviários, direcionada por J. Carlos e Zé Leite e a derrota de Braulino, que encarnava o poder de uma força sindical marcada pela fraude eleitoral e a violência na disputa da máquina. Mas o objetivo de unificar recursos, equipamentos para estruturar uma forma estratégica de comunicação para os trabalhadores baianos não foi alcançada nem naquela década nem na seguinte.

Devido ao sucesso de muitas greves, na Chesf, Coelba, no Pólo Petroquímico de Camaçari, a renovação sindical, e, principalmente a constituição da CUT, com suas instâncias presentes em todo o país, a perspectiva era de grandes mudanças nos anos 90. As jovens lideranças que surgiram e tomaram posse no sindicalismo baiano revelavam disposição de ir muito além das greves setorizadas e se articulavam para a construção de movimentos gerais em categorias por ramo de produção e unificá-los num só movimento contra o capital e suas políticas.

Clonagem de espíritos

Com a força da CUT, reconhecida como um organismo classista dos trabalhadores, o movimento sindical tratou então de dar resposta a dois desafios que se faziam urgentes:

a) Preparar politicamente suas direções – através de formação política. Entre os órgãos de formação, o Instituto Cajamar, em São Paulo, passou a funcionar como um organismo socializador de conhecimentos para líderes sindicais de todo o Brasil;

b) Estruturar os sindicatos para lutas que se anunciavam através das privatizações, das revoluções tecnológicas e da ideologia neoliberal – gestada nos anos 80 no governo de Margareth Tatcher, na Inglaterra. Esta estruturação compreendia: reformas das sedes, informatização dos processos, contratação e treinamento de profissionais e ações de classe.

Mas, o capital também tinha suas demandas. Mclaren e Farahmandpur (2002) relatam que desde os meados dos anos de 1970, o capitalismo vinha tomando iniciativas estratégicas para restaurar a média dos seus faturamentos com iniciativas para restaurar produção nacional e internacional pela centralização de capital unificando interesses comerciais, intensificando a exploração nos países avançados, mecanizando a produção e disseminando as novas tecnologias pelo mundo. E a face mais evidente destes anos: a produção do desemprego e transferência de empresas públicas para o setor privado. Aqui e alhures.

O nome destas iniciativas é também “globalização”, na qual as técnicas e as tecnologias principalmente da informação e da comunicação vão ser utilizadas como instrumento estruturante das estratégias acima. É quando a mídia alcança também uma evolução qualitativa como instrumento ideológico das classes dominantes. A grande mídia, sim, consegue maximizar a potencialidade destas tecnologias cuja síntese subjetiva é a tentativa da clonagem dos espíritos com os valores de um novo mundo das corporações multinacionais, no qual a queda do Muro de Berlim no fim da década de 80 simboliza o fim do sonho de que outro mundo seja possível que não o mundo que passou a ser oferecido em forma de consumo e barbárie.

Instrumento limitado

A lógica da estruturação e modernização dos sindicatos – tanto do ponto de vista político como material, nesta inclusas as tecnologias – tinha um sentido: reagir às ações do capital, simbolizada na sua ideologia, o neoliberalismo, e concretizada na globalização. Nacionalmente, os trabalhadores estavam organizados numa central – não única, porque existiam outras, representando muito mais as incursões patronais no movimento que as dissensões entre as lideranças e correntes políticas dos trabalhadores.

Na Bahia, o Sindicato dos Bancários sempre esteve na vanguarda na utilização das tecnologias. O sentido de “vanguarda” perde efeito, no entanto, quando comparado ao atraso tecnológico dos outros sindicatos. Já nos anos 80, o sindicato tinha sua gráfica com capacidade para rodar material em policromia. Tomou a iniciativa também de realizar boletim diário. Grande feito diante de todas as assessorias. Químicos, Eletricitários e Petroleiros tinham pequenas gráficas para impressão em duas cores, através da máquina Multilit. Os demais sindicatos rodavam seus materiais em gráficas da iniciativa privada ou pediam favores a estas instituições.

No entanto, mesmo com estes avanços setoriais, com todo o pool industrial com as tecnologias da informação e da comunicação, o principal instrumento de comunicação destas instituições até hoje continua sendo um boletim-ofício, frente e verso com informações fundamentadas em textos opinativos cuja linguagem está muito mais próxima da publicidade que do jornalismo.

O símbolo da farsa

Destes sindicatos, somente os bancários e os petroquímicos renovaram seu parque gráfico comprando equipamentos mais pesados e mais qualificados para impressão em larga escala e saíram do “boletim informativo” para jornais de em média quatro páginas em tamanho duplo ofício. Muitos dos sindicatos venderam suas pequenas máquinas multilit e adquiriram copiadoras tipo xerox ou passaram a imprimir seus informativos em gráficas da iniciativa privada, por considerarem mais econômico.

Somente a partir dos meados dos anos 90, os grandes sindicatos da Bahia impulsionaram a informatização dos seus processos, principalmente nos setores jurídico, imprensa e contabilidade. A década de 90, que seria o período da grande realização sindical, marcou exatamente seu refluxo. Nas lutas, nos sonhos. Contribuíram para tanto no plano subjetivo a queda do Muro de Berlim; no plano objetivo, a globalização, o neoliberalismo e seus governos privativistas, aliados ao grande capital, embora em muitos países tenham tido na presidência até mesmo intelectuais que durante décadas se postaram ao lado das lutas dos movimentos populares, parecendo dele participar.

No Brasil, o símbolo da farsa acadêmico-política chama-se Fernando Henrique Cardoso. Simbolicamente, quem mais sentiu para que veio o governo FHC foram os petroleiros. Depois de quase dois meses de greve geral – inédita na história da categoria –, o movimento foi derrotado e os sindicatos quase arrebentados pela decisão da Justiça de determinar a suspensão das contribuições dos trabalhadores para os sindicatos, pesadas multas trabalhistas e imposição de uma série de demissões e castigos outros a suas direções e ativistas. Uma lição pesada demais para não ser entendida – pela força da consciência ou pela força bruta.

3. Lições

É no refluxo das lutas no entanto que toma corpo, estrutura, forma e poder uma concepção sindical que logo se tornaria um “campo majoritário” na CUT e no PT que se hegemonizou com uma política de conciliação de classe, de busca de poder através de eleições parlamentares. A utilização das tecnologias da informação e da comunicação nas instituições passaram a dar suporte somente a estas concepções. A comunicação sindical não passou de informes internos das categorias. Nenhuma publicação mais ampla. Nenhum canal além da corporação.

Logo, o não-privilegiamento da comunicação como elemento estruturante de um projeto para a sociedade demonstra a natureza restritiva do projeto em curso. O jornalismo sindical continuou somente a relatar os pontos focais das categorias de trabalhadores, fazendo um feijao-com-arroz do dia-a-dia sem maiores raios da imaginação criativa, a anos-luz de uma mídia radical, burocratizando-se com suas próprias direções – como se ainda estivéssemos nos anos 80 quando, teoricamente, dizia-se não haver “condições” para se pensar uma grande imprensa dos trabalhadores.

Esperança messiânica

A utilização de mídias teoricamente “avançadas” como páginas sindicais da web não chegou aos trabalhadores como forma de comunicação. Nem poderiam. Pela pobreza dos seus conteúdos, pelas dificuldades de acesso, pela falta de sua razão mesma de existir, uma vez que não representam um movimento, um projeto de alteridade de classe. Vão pouco além da pobreza do próprio boletim informativo. E muitas seguem tal qual as páginas postadas na web por qualquer cidadão. Há que se ressaltar as formas de comunicação dos trabalhadores sem terra, sites de algumas categorias de trabalhadores públicos ligados ao fisco e bancários. Todas, no entanto, muito aquém das possibilidades oferecidas pelas mídias online.

Corporativo, o movimento não foi além de suas corporações e não construiu uma mídia capaz de lhes dar voz entre os próprios trabalhadores. Nem na Bahia, nem em estado nenhum do Brasil. A menos que se justifique a eleição de um presidente da República como o troco legítimo de três décadas de lutas, e nele se deposite toda a esperança de quase quatro gerações, há que se repensar também o movimento sindical a partir de suas próprias formas de comunicação. Os fatos que vivemos vinte anos depois – com um presidente eleito pelos trabalhadores levando a cabo um projeto neoliberal, e ainda criando condições para a desmoralização da esquerda brasileira no mesmo plano corrupto da direita – dispensam qualquer comentário sobre este tipo messiânico de esperança.

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Jornalista, mestre em Educação, professor de Comunicação Social e Pedagogia em Salvador