Tuesday, 19 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1279

Otan descarta plano polêmico no Afeganistão

O general americano David McKiernan, comandante da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no Afeganistão, descartou o plano de unir o Escritório de Relações Públicas com o de Operações de Informações e Operações Psicológicas a partir deste mês. O plano havia preocupado aliados europeus da Otan, pois ia contra a política acordada com os 26 países da organização. As nações reconhecem que haveria conflito de interesses entre o escritório de relações públicas, cujo objetivo é divulgar releases e responder questões da mídia, e o de operações psicológicas, composto de uma variedade de técnicas de propaganda.

A Alemanha ameaçou retirar suas operações de mídia do Afeganistão, pois afirmou que a fusão dos departamentos poderia prejudicar a credibilidade de informações divulgadas ao público. O brigadeiro Richard Blanchette, porta-voz da Isaf (Força Internacional de Assistência à Segurança), tranqüilizou os aliados, afirmando que um general irá chefiar um novo escritório de comunicações estratégicas, que ficará separado do de relações públicas. ‘A nova estrutura de comunicações começou a ser implementada agora, mas está completamente dentro das políticas da Otan no que se refere às relações públicas’, justificou, referindo-se à mudança de planos.

Propaganda insurgente

A Isaf é uma missão com mais de 50 mil soldados criada no Afeganistão em 2001, após a queda do regime talibã – como conseqüência dos ataques terroristas de 11/9. Mais de sete anos após sua criação, muitos afegãos estão cada vez mais frustrados com o governo e com as tropas da Otan – que deveriam trazer segurança ao país e conter a insurgência talibã.

O Talibã, por meio da internet, de mensagens de texto e telefonemas a repórteres, tem tido sucesso na guerra da informação, afirma o chefe da equipe de defesa do Reino Unido, Jock Stirrup. ‘Eles nos venceram em numerosas ocasiões e, assim, aumentaram a impressão de dificuldades e diminuíram a de progresso. Isto se deve às habilidades deles e reflete nossas falhas’, admite. Informações de Jon Hemming [Reuters, 3/12/08].