Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Programa de TV ‘previu’ disputa pela Casa Branca

Leia abaixo a seleção de segunda-feira para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Segunda-feira, 3 de novembro de 2008


 


ELEIÇÕES NOS EUA
Fernando Rodrigues


Troca geracional


‘SPRINGFIELD – Além da eventual eleição do primeiro negro presidente dos Estados Unidos, os norte-americanos escolhem amanhã se desejam uma troca geracional na política do país.


Se elegerem Barack Obama, a Casa Branca será ocupada por um político de 47 que não participou dos conflitos militares do pós-Guerra nem do movimento por liberdades civis dos anos 60.


Já se o eleito for John McCain, 72 anos, terá prevalecido na mente dos norte-americanos o peso do passado militar, o patriotismo. Um certo desejo de manter os EUA no papel de polícia do mundo.


Os comícios dos dois candidatos estampam com nitidez essa mudança de guarda entre gerações. No último sábado, em Springfield, uma cidadezinha da Virgínia, McCain falou para um público pequeno de 3.000 pessoas, majoritariamente na faixa dos 50 a 60 anos. Faltavam jovens na platéia.


Em Miami, na Flórida, há duas semanas, Obama eletrizou multidões de várias idades e etnias. Ele é o político pós-racial. McCain representa a América caucasiana, tradicional. Os comícios do republicano são sempre precedidos por orações.


Todos ficam em silêncio, muitos fecham os olhos, ouvem uma prece e respondem ‘amém’.


Hollywood também traça um perfil dos candidatos. Sarah Jessica Parker apóia Obama. Maria Conchita Alonso vota em McCain.


O republicano anima seus comícios com músicas dos anos 80, extraídas da trilha de ‘Rocky, um lutador’. Sente saudades de um mundo que não existe mais, pré-queda do Muro de Berlim. Sua candidata a vice, Sarah Palin, se refestela chamando Obama de ‘socialista’.


Trocas de gerações, como se sabe, podem ser traumáticas. No Brasil, Ulysses Guimarães foi preterido em 1989. Escolheu-se o ‘novo’. Para sorte dos EUA, o ‘novo’ aqui parece ser muito menos arriscado.’


 


 


New York Times


Seriado de TV prenunciou disputa pela Casa Branca


‘Os roteiristas de ‘The West Wing’ vêem com espanto a evolução desta eleição. Os paralelos entre as duas temporadas finais da série (exibida até 2006 pela rede de TV NBC) e a atual temporada política são indisfarçáveis. A ficção, uma vez mais, anteviu a realidade.


As alusões a Obama podem ser vistas pelo espectador em quase todas as facetas de Matthew Santos, o candidato democrata hispânico interpretado por Jimmy Smits. E não são mera coincidência. Um roteirista da série se interessou pelo senador após seu discurso na Convenção Democrata 2004. Santos anuncia sua candidatura dizendo a seus partidários: ‘Estou aqui para afirmar que a esperança é real.’ Os telespectadores quase podem ouvir a platéia dizer ‘yes, we can’ (sim, nós podemos).


As comparações entre o senador McCain e o candidato republicano da série, o grisalho veterano do Senado Arnold Vinick, também são inúmeras. Vinick, interpretado por Alan Alda, é visto como ameaça aos democratas por sua capacidade de atrair eleitores moderados.


Até mesmo as escolhas para a disputa da Vice-Presidência são semelhantes. Os democratas selecionam um veterano de Washington como candidato a vice, para tornar a chapa mais preparada em termos políticos, enquanto os republicanos optam por um governador firmemente conservador para manter a lealdade de sua base. Ecoando críticas recebidas por McCain nas primárias, um assessor da Casa Branca em ‘The West Wing’ (que é o nome da ala contígua à Casa Branca que abriga o staff da Presidência) diz que Vinick ‘não é conservador o suficiente’ para a base republicana.


Como a campanha de Obama gira nestas últimas semanas, o diretor da equipe de Santos diz que ‘essa nova mensagem econômica pode garantir nossa vitória’. Ali não ocorre uma crise econômica, mas duas emergências consecutivas no seriado -problemas em uma usina nuclear e uma disputa no Cazaquistão- fazem lembrar a atual crise econômica, ao menos no aspecto de algo imponderável que pode decidir o resultado.


Como fez o presidente Bush nas negociações do pacote de resgate econômico, Jed Bartlet, o presidente democrata interpretado por Martin Sheen, convida os dois candidatos a visitar a Casa Branca para informá-los sobre a situação. Diante da perspectiva de enviar 150 mil soldados ao Cazaquistão a três meses da eleição, Vinick resmunga: ‘Adeus ao corte de impostos’. E diz a Santos: ‘Seu plano de educação rodou’. No Reino Unido, onde a série continua popular com reprises, um blog do jornal ‘Telegraph’ declarava em um título que ‘Barack Obama vai vencer. ‘The West Wing’ explica tudo’.


Tradução de PAULO MIGLIACCI’


 


 


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Fim de temporada


‘Do nada, apareceu no sábado uma pesquisa com John McCain à frente de Barack Obama e a cobertura se aprumou, de vez. Por aqui, foi manchete de telejornal e levou a Globo a mostrar ‘como McCain pretende virar o jogo na última hora’, na escalada.


Nos EUA, o tom já vinha pouco assertivo e foi contido ainda mais, com manchetes on-line como ‘Temporada eleitoral extraordinária se aproxima de sua conclusão’, ontem no ‘New York Times’. O ‘Wall Street Journal’ dizia como, na reta final, Obama trabalha Estados historicamente republicanos e McCain prioriza Estados ‘ricos em votos eleitorais’.


‘OBAMA HAS WON…’


Enquanto blogs de mídia debatem se o republicano pode vencer e deixar a mídia em situação difícil, por ter indicado vitória do democrata, a tira de Garry Trudeau, ‘Doonesbury’, diz que Obama venceu, ponto.


A tira para publicação na quarta, dia seguinte à eleição, mostra soldados no Iraque diante de uma TV que anuncia ‘E agora é oficial – Barack Obama venceu…’. Na imagem à dir., um deles comenta, ‘Filho da mãe. Que grande, grande dia. Nós conseguimos!’. A tira já foi enviada a ‘Washington Post’, ‘Los Angeles Times’ e outros -e seu autor tem ‘encorajado os editores a escolher a esperança sobre o medo’. O ‘WP’ vai dar, o ‘LAT’, não.


‘ADIVINHE?’


Frank Rich, do ‘NYT’, relaciona Obama a ‘Adivinhe quem Vem para Jantar?’, filme em que pais liberais reagem ao namorado da filha. ‘Brancos liberais’, diz, tendem a falar bobagem diante de um Sidney Poitier. Questionam se é ‘pouco negro’ ou, como o vice Joe Biden, falam que é ‘clean’, limpinho


COM RAÚL


Lula surgiu no ‘Granma’ abraçado a Raúl Castro, dado por este como ‘amigo íntimo’. E Fidel publicou nova reflexão, sobre ‘o encontro com Lula’. Sublinhou ter cobrado mais enfrentamento, do Brasil, ao próximo presidente dos EUA. De seu lado, até ontem na Agência Brasil, Lula anunciou a visita de Raúl ao país. ‘Vamos nos aproximar cada vez mais.’


COM AHMADINEJAD


Por outro lado, da AP, em sites de jornais americanos, o chanceler Celso Amorim entregou ao presidente do Irã uma carta de Lula, propondo para o ano que vem uma visita também de Mahmoud Ahmadinejad ao Brasil.


CHINA AQUI


Passou quase despercebido, dias atrás, mas não pela Americas Society, instituição americana de política externa.


‘Num sinal de aprofundamento das relações entre a América Latina e a China, Pequim passou a fazer parte do Banco Interamericano de Desenvolvimento.’ Diz a China que quer ajudar a organização multilateral no esforço de ‘conter a crise global’.


Para a Heritage, instituição mais conservadora, as ações chinesas levam os EUA a perder influência por aqui.


Por outro lado, já tem quatro anos a promessa chinesa de investimento, que vai ‘devagar’, diz o ‘LAT’, citando porém os US$ 3 bilhões para siderúrgica no Rio.


O TESTE


Em longa reportagem, o ‘NYT’ de domingo noticiou como um ‘enclave de brasileiros testa o Japão insular’. Fala de Toyota City, mais especificamente do complexo de habitações públicas de Homi, onde brasileiros chegam a metade da população. Descrito como ‘bairro multi-étnico’ por líder comunitário, é dado pelo jornal como modelo do que vai ocorrer em todo o Japão nas próximas décadas, forçado a se abrir à mão-de-obra estrangeira.


DE NOVO


No alto da home do ‘NYT’, com foto, nada de Barack Obama. ‘Brasileiro faz Nova York lembrar como ele é rápido’, sobre a vitória da maratona de Marilson dos Santos, curiosamente pouco destacada aqui


O BRASIL LIGADO


Galvão Bueno, depois de muito lamentar a vitória de Lewis Hamilton, saudou ‘uma nova geração que traz de novo o Brasil inteiro ligado na Fórmula 1’, da Globo.’


 


 


TELEVISÃO
Daniel Castro


Público rejeita herói de Fábio Assunção


‘O principal problema de ‘Negócio da China’ é o personagem de Fábio Assunção, ator que não passa por um bom momento também atrás das câmeras -ele atrasa gravações com freqüência e chegou a desmaiar na semana passada.


É o que constataram pesquisas feitas pela Globo com grupos de telespectadores em São Paulo para detectar motivos de rejeição à nova novela das seis.


‘Acho que o maior problema foi ter tentado criar um herói comum, coisa que as telespectadoras não aceitam. Aparentemente, não temos como fugir do príncipe idealizado’, disse o autor Miguel Falabella, referindo-se a Heitor, personagem de Assunção, após receber os primeiros informes das pesquisas.


Na sinopse de ‘Negócio da China’, Heitor é definido como ‘filho de mãe superprotetora’, ‘que nunca conseguiu ser um homem independente’, ‘incapaz’ de enfrentar a mãe e a sogra, contrárias ao seu relacionamento com a mulher que ama, Lívia (Grazi Massafera).


Segundo Falabella, as pesquisas indicaram também reprovação à busca do pai biológico por Diego (Thiago Fragoso). As telespectadoras aprovaram as tramas de aventura e comédia. E reclamaram do horário de verão, que as confunde.


Na última semana, após a Globo exibi-la até 35 minutos mais tarde, ‘Negócio’ reagiu bem na Grande SP. Até quinta, tinha 23,4 pontos, 5,4 a mais do que na semana anterior.


HORA TRISTE


O GNT passará por mudanças em 2009. Uma delas afeta Lorena Calábria. Ela vai deixar o ‘Happy Hour’, que assumiu neste ano. A jornalista já estuda novos projetos do canal.


CARTEIRADA 1


Causou estranheza no RecNov a visita de 50 crianças de uma escola particular do Rio, sexta. O complexo de estúdios nunca tinha recebido esse tipo de visita. Os estudantes queriam conhecer os bastidores de ‘Os Mutantes’. Tiveram de escalar o ator Cássio Ramos, o Vavá, para dar autógrafo.


CARTEIRADA 2


O que mais irritou a produção da novela foi o fato de a visita ter sido obra de um diretor, membro da Igreja Universal. E de ter de acatar ordens da mulher do fiel executivo.


TRAGÉDIA 1


A tragédia de Eloá Pimentel foi a salvação da Record. A emissora interrompeu em outubro a trajetória de queda no Ibope que vinha registrando principalmente à tarde. Graças à exploração do caso no ‘Hoje em Dia’ e em telejornais.


TRAGÉDIA 2


Na média diária (7h/24h), a TV do bispo Edir Macedo abriu dois pontos sobre o SBT.


CONFLITO


O secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Jr., e a procuradora federal dos direitos do cidadão, Gilda Carvalho, se reúnem dia 12 para discutir a obrigatoriedade do cumprimento da classificação indicativa durante o horário de verão. Tuma não acatou recomendação de Gilda para obrigar as TVs a cumprir a classificação.’


 


 


Cristina Fibe


Artigos sobre guerra viram minissérie


‘Nos primeiros dias da invasão dos EUA ao Iraque, em 2003, o jornalista americano Evan Wright teve uma visão privilegiada: acompanhou um pelotão do primeiro batalhão de reconhecimento dos marines, durante dois meses.


Com base no que observava e ouvia, Wright escreveu uma série de artigos para a revista ‘Rolling Stone’, o que gerou um livro, ‘Generation Kill’, e um programa de TV da HBO, feito pelos produtores David Simon e Ed Burns (‘A Escuta’).


Em sete episódios de cerca de uma hora cada, a série procura reproduzir o tom dos textos de Wright, que aproveitou a rara visão interna para ‘humanizar’ os relatos de guerra, enfatizando retratos das personalidades dos soldados, reproduzindo diálogos e atitudes triviais.


Nos EUA, o programa, bem recebido pela crítica, foi exibido entre julho e agosto deste ano. Ao Brasil chega ainda mais tarde (como todas as séries americanas, aliás), quando o público -e os eleitores- estão mais preocupados com a crise econômica do que com os estragos no Iraque.


No site da revista ‘Rolling Stone’, os artigos de Evan Wright estão disponíveis para leitura, em inglês e divididos em três partes -busque pelo título, ‘The Killer Elite’, em www.rollingstone.com.


GENERATION KILL


Quando: estréia hoje, às 21h


Onde: na HBO


Classificação indicativa: não informada’


 


 


LITERATURA
Marcos Strecker


É campeão!


‘Cristovão Tezza achou que ia ser massacrado pela crítica quando resolveu escrever ‘O Filho Eterno’ (ed. Record).


‘Problema pessoal não é problema literário. O tema tem uma pedra no meio do caminho’, pensou. A dúvida tinha a ver com a arriscada opção de relatar sua experiência com o filho, que tem síndrome de Down. O cuidado foi excessivo.


Com o romance, o escritor radicado em Curitiba tornou-se a sensação literária de 2008.


É de dar inveja a qualquer autor nacional. Na última quinta, Tezza recebeu o Prêmio Portugal Telecom. Na sexta, foi o Jabuti de melhor romance -e, por pouco, não leva também o Jabuti de livro do ano, que afinal foi para Ignácio de Loyola Brandão. Cristovão já havia faturado os prêmios da Associação de Críticos de Arte de São Paulo e da revista ‘Bravo!’.


Pode não ser tudo. No final de novembro, ainda é forte concorrente para o Prêmio São Paulo de Literatura.


Tezza vai se tornando, assim, uma unanimidade. Trata-se de um fenômeno semelhante àquele que ocorreu com Milton Hatoum, em 2006. Na época, formou-se a convicção de que estava surgindo um novo fenômeno: a consagração dos escritores-acadêmicos. No caso do catarinense, é uma verdade apenas parcial.


Professor tardio


Nascido em Lages (Santa Catarina), há 56 anos, Tezza resistiu a entrar na universidade, o que só fez aos 25 anos. É um ‘professor tardio’, como se define. Sempre desejou ser escritor e precisou insistir. A consagração chegou em sua 14ª obra de ficção. ‘O Filho Eterno’ já foi lançado na Itália e em breve ganha edições em Portugal, na França e na Espanha.


A força do livro está em traduzir friamente, sem concessões, o choque e a revolta de um jovem transgressor, um ‘filhote retardatário dos anos 70 e dinossauro medieval’, ao descobrir a condição excepcional do filho recém-nascido.


O romance amadureceu ao longo de dez anos. ‘É um exercício da crueldade. Esse é o principal atributo do narrador. Ele não pode ter piedade de nada e de ninguém’, diz Tezza.


Literariamente, o livro dialoga com duas grandes obras que abordam o mesmo tema.


A primeira é ‘Uma Questão Pessoal’ (Companhia das Letras), do Prêmio Nobel japonês Kenzaburo Oe. ‘Além de tudo, Oe também expressa aquela coisa dos anos 60, de rebeldia’, diz Tezza.


Outra influência assumida é ‘Nascer Duas Vezes’ (Companhia das Letras), do italiano Giuseppe Pontiggia. ‘São depoimentos pessoais, é um diário do escritor com o filho.’


A verdadeira resposta para o livro, no entanto, veio do Prêmio Nobel sul-africano J.M. Coetzee, autor de ‘Juventude’ (Companhia das Letras).


‘Esse é um dos livros mais cruéis que já li sobre a adolescência. Mostra o processo do narrador sair da confissão e se transformar em objeto. É o que o autor precisa fazer. Aquilo me deu a chave, foi quando me livrei da primeira pessoa.’


A partir daí, com a moldura ficcional estabelecida, a escrita fluiu. ‘Quando comecei a escrever, todos os problemas pessoais e emocionais já estavam resolvidos. A questão era como transformar isso em literatura’, diz o escritor.


‘O Filho Eterno’ coroa uma carreira bem-sucedida que está longe de ser banal: ‘Eu tinha tanto problema com a academia, quando jovem. Não quis fazer vestibular. Achei que universidade ia acabar comigo como escritor. Bem de acordo com a cabeça dos anos 70. Fui meio bicho-grilo, um hippie ‘à brasileira’. Queria ser artista, transgressor’, afirma.


Nos anos 60, Tezza participou de uma comunidade de teatro, liderada por Wilson Rio Apa, um guru que ‘tinha uma visão rousseauniana do mundo e era um ecologista ‘avant la lettre’. Seguindo os passos do mestre, quis realizar uma aventura literária que foi a inspiração de grandes autores, como Melville: tornar-se um marinheiro. ‘Era o máximo do romantismo. Achava que os projetos intelectuais tinham de ser também projetos existenciais, uma idéia bem anos 60.’


Assim, em pleno regime militar, em 1971, Tezza rumou para o Rio de Janeiro e se inscreveu no curso para marinheiro. ‘Fiquei seis meses estudando, enquanto lia ‘Cem Anos de Solidão’. Mas nunca pisei em um navio.’ Em seguida fez curso de correspondência para relojoeiro. Praticou o ofício, mas acabou abandonando.


Foi com esse background que o escritor passou a se dedicar à literatura -lançado por pequenas editoras- e à bem-sucedida carreira acadêmica.


Hoje, é autor de uma respeitada tese, já publicada: ‘Entre a Prosa e a Poesia – Bakhtin e o Formalismo Russo’ (Rocco).


Com a universidade, fez a ‘descoberta do discurso da ciência’. E, na literatura, ainda que tenha começado com poesia e seja um autor versátil, se declara ‘fundamentalmente um romancista’.


De acordo com Tezza, ‘mostramos dificuldade com a cultura romanesca. A península Ibérica tem uma tradição de poetização do discurso romanesco, bem diferente da tradição inglesa ou americana. O brasileiro tem uma certa vergonha de ser narrador, ele precisa ser um poeta. Guimarães Rosa é um poeta da prosa. Machado de Assis está do lado oposto’.


Tezza acha natural que os críticos atualmente se dediquem à produção literária. ‘Antigamente, havia a crítica acadêmica e os escritores, como Jorge Amado, Carlos Heitor Cony ou Antonio Callado. Eram duas áreas bem distintas’ diz. ‘A partir dos anos 70, passou a haver uma fusão, um tipo de elaboração acadêmica sobre a literatura, e hoje eles estão muito próximos. A universidade dá condições de sobrevivência.’


Foco em Curitiba


Com o sucesso do autor, a capital paranaense passa a ter duas estrelas literárias. ‘Curitiba é um exílio. A literatura pula de São Paulo para Porto Alegre. A solidão do Dalton [Trevisan], aquela coisa meio caipira, é um retrato da cidade. Ela é magnífica para escrever, te dá distância. Mas você pena enquanto não entra no eixo Rio de Janeiro-São Paulo.’


Agora, aproveita o embalo com os prêmios para rascunhar a carta de demissão.


Se possível, deseja se dedicar apenas à literatura. ‘Quero me dedicar mais à felicidade, à leitura. O escritor precisa de ócio’, conclui.


Pode até ser possível. Com o Portugal Telecom, recebeu R$ 100 mil. Se tirar a sorte grande com o Prêmio São Paulo, da Secretaria de Estado da Cultura, pode até sonhar com mais R$ 200 mil.’


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Segunda-feira, 3 de novembro de 2008


 


ELEIÇÕES NOS EUA
Washington Post


Pesquisas confirmam favoritismo de Obama


‘As projeções das pesquisas de intenção de voto davam ontem ao democrata Barack Obama 278 dos 538 votos do Colégio Eleitoral, que decide as eleições nos EUA – oito a mais do que os 270 necessários para chegar à Casa Branca. O democrata esteve na frente em todas as 159 pesquisas nacionais divulgadas nas últimas seis semanas, o que coloca seu rival, John McCain, numa das piores posições em que um republicano já esteve na reta final da corrida eleitoral.


Segundo o site Real Clear Politics, que faz uma compilação de todos os levantamentos divulgados nos EUA, Obama tem uma vantagem de 6 pontos sobre McCain nas pesquisas nacionais.


O democrata tem 50,5% dos votos e o republicano, 44,2%. Uma pesquisa do jornal Washington Post aponta uma diferença maior, de 9 pontos.


Num cenário como esse, a recuperação de McCain depende de sua capacidade de vencer nos redutos democratas onde a vantagem de Obama é pequena e, ao mesmo tempo, conseguir conter o avanço do rival em Estados que haviam votado por George W. Bush em 2004 e agora se inclinam pelo democrata.


Mas uma surpresa nas urnas não é descartada principalmente por causa do ‘fator racial’: é possível que muitos americanos evitem dizer que não votarão em Obama porque ele é negro, mas, diante das urnas, acabem preferindo o rival.


Segundo as pesquisas, Obama está na frente em todos os Estados em que John Kerry venceu em 2004, o que já lhe garante 252 votos no Colégio Eleitoral. Ele também tem a liderança em outros quatro Estados nos quais George W. Bush venceu: Iowa (54% a 38,7% , segundo o Real Clear Politics), Novo México (50,3% a 43%), Colorado (50,5% a 45,5%) e Nevada (49,3% a 43,5%). Se todas essas vitórias se confirmarem, ele alcançará 278 votos no Colégio Eleitoral.


Se Obama conseguir vencer em alguns dos Estados onde a disputa ainda está indefinida, como Ohio (48,8% para Obama e 44,6% para McCain) e Flórida (50% e 45,8%), Obama ultrapassará facilmente os 300 votos.


Obama pretende gastar os seus últimos dias de campanha nesses dois Estados. McCain esteve ontem na Pensilvânia, onde acredita que ainda tem chances de vencer.’


 


 


O Estado de S. Paulo


Democrata se irrita com assédio


‘O candidato democrata à presidência, Barack Obama, irritou-se com a insistência de fotógrafos em tirar fotos de sua filha Sasha, de 7 anos, vestida para a festa de Halloween, enquanto os dois passeavam de mãos dadas em Chicago, na última sexta-feira. ‘Já conseguiram suas imagens. Agora deixem-nos em paz’, reclamou Obama. Um fotógrafo continuou seguindo o democrata, que passou então a correr.’


 


 


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Comediante engana Palin em ‘pegadinha’


‘Sarah Palin, candidata republicana à vice-presidência, caiu numa pegadinha por telefone. Ela atendeu uma ligação do comediante canadense Marc Antoine Audette, que se passava pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy. A conversa foi transmitida ao vivo por uma rádio de Montreal. Palin e o ‘presidente francês’ conversaram sobre a beleza de Carla Bruni, mulher de Sarkozy, e chegaram a cogitar uma viagem em conjunto, para caçar.’


 


 


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McCain participa de humorístico na TV


‘No sábado, a três dias das eleições, o candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, John McCain, participou do humorístico Saturday Night Live, da NBC (exibido no Brasil com atraso pelo Canal Sony). Ele fez a abertura do programa e participou de uma esquete com a atriz Tina Fay, cuja imitação da candidata republicana a vice, Sarah Palin, se tornou um hit na internet. Com um sorriso no rosto, McCain se declarou um ‘republicano sem dinheiro’, ao criticar os comerciais do oponente, Barack Obama, nas grandes redes de TV.’


 


 


FOTO
AP


Coréia do Norte publica imagens de Kim Jong-Il


‘A agência de comunicação da Coréia do Norte divulgou ontem fotos em que o líder Kim Jong-Il aparece sorridente, com um semblante saudável. A iniciativa, segundo analistas, seria uma tentativa de dissipar os boatos de que o líder norte-coreano teria sofrido um derrame em agosto e estaria com a saúde debilitada. Kim não aparece em público desde então.


Com as imagens, havia apenas a informação de que o líder cumprimentou os jogadores depois de uma partida de futebol. A data do jogo não foi divulgada e a suspeita é de que as fotos tenham sido tiradas meses antes do suposto derrame.


Na maioria das imagens, Kim, de 66 anos, usa óculos escuros, veste trajes outonais e está sentado no que parece ser um camarote. Uma das fotos o mostra de pé, conversando. Os cabelos parecem normais, apesar de agências de inteligência internacionais afirmarem que ele teria sido submetido a uma cirurgia no cérebro em agosto.’


 


 


PUBLICIDADE
Marili Ribeiro


‘Publicidade tem de encontrar seu novo papel’


‘Há uma onda de visitas de altos executivos de grandes redes globais de propaganda ao Brasil. A motivação é fácil de entender. Com os negócios encolhendo nos países ricos, em razão da crise, onde estão as sedes desses conglomerados, os olhares se voltam para os países emergentes. Michael McLaren, presidente da McCann Erickson EUA e ‘CEO das contas globais’ da rede McCann no mundo, é um deles. Esteve nos escritórios da empresa em São Paulo e Rio para o que definiu de treinamento dos profissionais seniores sobre tendências e impacto do atual cenário nos negócios dos clientes. E, mais do que destrinchar a situação de crise, preocupou-se em sinalizar que o mundo caminha inexoravelmente para as mídias online e móveis. Ele deu a seguinte entrevista ao Estado:


O que está mudando no negócio da publicidade?


O agente fundamental de mudança tem sido a penetração da internet e integração dela à vida das pessoas. Sempre apresento exemplos de como as diferentes mídias têm se desenvolvido com a internet e como ela muda a maneira como as marcas falam para seus consumidores: o que acontece comigo se eu interajo com esse meio. Antes, se podia falar diretamente para os seus consumidores através de mídia de massa, persuadindo-os a acreditar no valor do produto. Com a internet, isso mudou. Há um novo papel, pois o modelo de persuasão não funciona. Não temos mais a voz da marca, mas a voz das pessoas. É uma mudança fundamental. Temos de ajudar o cliente a enxergar esse novo modelo, ajudá-lo a ser um influenciador.


Como a crise vai se refletir no mercado publicitário?


A verdade é que ainda é cedo para dizer. Não vimos mudanças em 2008. Estamos focados em 2009. Os clientes estão muito cuidadosos para montar o plano de 2009 porque eles não têm certeza do que vai ocorrer com a demanda dos consumidores. Estamos prevendo um 2009 desafiador, mas nenhum cliente cancelou seus anúncios. O número de buscas pela palavra ‘recessão’ no Google subiu incrivelmente. Todos sabem que vai ser mais difícil que 2008, vamos ajudar as marcas a enfrentar esse ambiente.


O que você recomenda aos seus clientes?


Cada cliente está em uma categoria, e cada categoria tem um cenário. Não há uma fórmula. Há ações que eles podem tomar, se você quer construir valor e se comunicar com seus públicos-chave. O varejo faz programas de fidelidade, novas aproximações, cria recompensas para os clientes. Os serviços estão oferecendo valor, em vez de apenas preço. Olhe para todo o mix de sua empresa: como ele é entregue, como se mantém, como adicionar valor a esse mix? Esse é o tipo de dúvida que temos de analisar. A Mastercard é um bom exemplo. Criou um programa de incentivo para as pessoas dividirem suas experiências ‘que não tem preço’. Dão prêmios pela participação ao enviarem suas aventuras. Estão criando fidelidade, sem gastar quase nada.


Os anunciantes não devem buscar novos clientes?


Marcas sempre precisam de clientes novos, mas, em horas difíceis, têm de trabalhar para seus clientes leais. Consumidores estão usando seu acesso à informação antes de ir às compras. Eles pesquisam. E eles vão pesquisar cada vez mais, até achar a oferta mais atraente para eles. Os clientes têm de saber como se colocar nesse momento de pesquisa. Qual sua estratégia de internet? O que você está fazendo para contar sua história? As pessoas estão cautelosas, então, como você se mostra para elas.


E é possível mensurar esse tipo de relação no online?


As ferramentas de medição estão mais sofisticadas. A beleza do mundo digital é que você pode monitorar transações. Saber onde as pessoas clicam e quanto tempo elas ficam em contato com a sua mensagem. Logo, o anunciante passa a ter mais controle na internet do que ele tem sobre a exposição do seu comercial na TV.


Como convencer anunciantes a continuar anunciando?


Há um fato relevante: o mercado é o que é, mas a história mostra que investir nos períodos de baixa faz as marcas emergiram mais fortes quando a economia volta a crescer. Há exemplos conhecidos em situações anteriores. A rede de cafeterias Starbucks e a marca de detergentes Tide, nos Estados Unidos, investiram durante crises e ganharam fatias de mercado depois. É até lógico: se os outros diminuem e você mantém, sua presença relativa aumenta.


Mas os clientes não têm menos dinheiro para gastar?


Será uma realidade para alguns clientes. Não para todos.


O que vai acontecer com as mídias tradicionais?


Os níveis de audiência de TV nos EUA caíram, mas se estabilizaram. Ainda existe um valor de entretenimento em ver televisão. Toda mídia tem seu espaço. Pode ser que ela não ocupe o mesmo espaço de antes, nem tão dominante, mas ela não vai sumir. O interessante é olhar que existem programas de TV com atrações online. Como por exemplo o American Idol. Eles têm o produto televisivo e o online. As pessoas são multitarefas e vão continuar sendo. A mistura de entretenimento e mídia, principalmente para a geração mais jovem, está dando certo.


Mercados emergentes são alternativa para as grandes marcas?


Os mercados emergentes são essenciais para os planos de crescimento das empresas globais nos próximos 10 ou 15 anos. Brics são a próxima onda, estatisticamente provado. O desafio é saber que eles vivem da exportação de itens primários e pode haver queda na demanda mundial. O crescimento do Brasil foi muito saudável nos últimos anos e o País deve continuar a crescer, mesmo com as mudanças. A maioria dos meus clientes tem estratégias para o Brasil, que é o 5º maior país do mundo, líder da América Latina. Todos estão focados aqui. É aqui, na China e na Rússia.’


 


 


LITERATURA
Ubiratan Brasil


A ficção nacional que cruza fronteiras


‘Enquanto os Estados Unidos assumem o primeiro posto entre os países que mais estudam a literatura brasileira, a Alemanha reserva meros 7% de seu imenso mercado editorial para a tradução de livros de escritores do Brasil. As constatações, entre outras também surpreendentes, fazem parte das primeiras conclusões obtidas pelo projeto Conexões, mapeamento internacional da literatura brasileira promovido pelo Itaú Cultural. Nos últimos meses, pesquisadores, tradutores e estudiosos de diversos países foram consultados sobre a percepção e o conhecimento da escrita literária nacional. ‘Já recebemos 72 questionários e, até dezembro, aguardamos mais 20’, comenta Claudiney José Ferreira, gerente do Núcleo de Diálogos do Itaú Cultural.


Trata-se de um trabalho inédito, que busca clarear a real importância que a literatura brasileira ocupa no exterior. As primeiras informações serão divulgadas em um simpósio na Universidade de Salamanca, na Espanha, que acontece no dia 21. E, no ano que vem, provavelmente em agosto, acontece um congresso internacional em Chicago, nos Estados Unidos, a fim de apresentar o projeto para a comunidade acadêmica norte-americana. ‘E temos planos ainda para realizar o mesmo em Londres e em um país da América Latina’, diz Ferreira.


As primeiras conclusões são animadoras. Segundo apontam os questionários, a quantidade de traduções vem aumentando, especialmente de autores contemporâneos e não apenas de clássicos ou best sellers, como Paulo Coelho. ‘O conhecimento é muito mais amplo e inclui escritores que surgiram mais recentemente, como Milton Hatoum, João Gilberto Noll, Luiz Ruffato, além de nomes mais jovens como Adriana Lisboa, Bernardo de Carvalho.’


Escritores tradicionais, é claro, continuam puxando a fila, garantindo a presença permanente da literatura brasileira nos estudos e pesquisas estrangeiros. Mas, entre nomes esperados (como Jorge Amado, João Cabral de Melo Neto, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Rubem Fonseca), surgem outros que mesmo no Brasil já não têm a mesma repercussão. É o caso de José Mauro de Vasconcelos, autor de Meu Pé de Laranja Lima, clássico juvenil. ‘Ele é muito respeitado e traduzido especialmente no Leste Europeu, onde até é adotado em escolas’, conta Ferreira, que ensaia algumas explicações. ‘Trata-se de uma visão nada exótica do Brasil.’


O mapeamento permite também rascunhar motivos do sucesso planetário de Paulo Coelho entre os críticos estrangeiros, situação que não acontece no Brasil. ‘Para os resenhistas daqui, a obra dele resvala na auto-ajuda enquanto, na Europa, Coelho é considerado escritor de ficção.’


Os problemas ocupam, no entanto, espaço essencial. O relativo interesse pela língua portuguesa no mundo é um dos principais entraves. Pesquisadores europeus e norte-americanos apontam o espanhol como língua latina de ponta, o que acaba ofuscando as demais. ‘O trabalho feito por institutos culturais como o Cervantes, é muito poderoso e faz com que o idioma espanhol ganhe um espaço precioso’, comenta Ferreira. ‘A embaixada espanhola produz uma lista de livros novos publicados em seu país e envia às editoriais inglesas, além de divulgar em seu website’, completa Margaret Jull Costa, que faz traduções para o inglês.


Claudiney Ferreira não confirma, mas há um outro entrave, provocado pelos portugueses. De acordo com alguns pesquisadores, que comentam informalmente, a divulgação maciça da literatura brasileira, reconhecidamente vibrante e conectada aos problemas atuais, poderia atropelar a portuguesa que, embora viva um momento de renovação, talvez tenha chances mais reduzidas em relação à da antiga colônia.


A tímida ação governamental também é lembrada pelos pesquisadores consultados. Todos são unânimes em apontar a necessidade de se implantar um plano que facilite a tradução de obras nacionais para diversas línguas. E a divulgação dos livros exige um projeto mais elaborado – para eles, o Brasil deveria considerar o Instituto do Livro e o Instituto Camões em Portugal como modelos a serem seguidos.


‘Apenas alguns escritores brasileiros de destaque são traduzidos para o inglês, enquanto vários autores excelentes não têm nem chance de serem considerados’, observa Alison Entrekin, responsável por versões em inglês. ‘As editoras investem no marketing de escritores cujos livros tiveram boas vendas no Brasil. A ironia é que alguns dos menos conhecidos têm muito mais a ver com o de língua inglesa do que aqueles que as editoras promovem.’


Além do foco, as escassas ferramentas de trabalho são outra fonte de queixas. Os profissionais que trabalham com literatura brasileira no exterior são unânimes em elogiar dicionários como o Aurélio e o Houaiss, mas reclamam de não dispor de bons exemplares bilíngües. ‘Eles sentem falta, por exemplo, de um dicionário inglês-português do Brasil, capaz de dirimir dúvidas sobre a língua falada em nosso País e não em Portugal’, observa Ferreira.


Fórmulas de sucesso são outro caminho a ser evitado. Pesquisadores e tradutores comentam que a literatura brasileira precisa manter sua autenticidade e jamais adotar esquemas que fazem sucesso lá fora. ‘Não adianta tentar copiar Borges nem Cem Anos de Solidão’, acredita Regina Machado, que vive na França. ‘Receitas já provadas não voltam a atuar, mas talvez possam nos ajudar a estender à nossa vasta paisagem humana e literária o olhar que alguns escritores souberam lançar sobre sua própria realidade.’


A grande diversidade lingüística, o uso incrível da coloquialidade, além de uma interessante e fluida liberdade de expressão são, no entender do tradutor Alex Levitin, as principais qualidades da escrita brasileira que a distingue das demais literaturas.


Virtudes também encontradas em outros meios de expressão, como o cinema, que conquista terreno com mais sucesso e velocidade que a literatura. Assim, a fama dos filmes brasileiros deveria ser utilizada como plataforma para espalhar a obra de autores nacionais, no entender do americano Ross G. Forman, que vive em Cingapura, onde divulga, com dificuldade, autores do Brasil.


Apesar de tantos empecilhos, os primeiros resultados do Conexões são animadores. ‘A presença da literatura brasileira no exterior é superior ao que usualmente imaginamos’, comenta Ferreira. ‘E há um grande interesse pela escrita contemporânea – os clássicos decerto são estudados, mas os brasilianistas demonstram cada vez mais preocupação com o aqui e agora da literatura brasileira.’’


 


 


TELEVISÃO
Keila Jimenez


TV ao vivo nos vôos


‘Imagine assistir à sua novela, jogo de futebol ou noticiário preferidos a 36 mil pés de altitude. A Azul Linhas Aéreas, companhia que começa a atuar em dezembro no Brasil, promete ser a primeira a oferecer aos passageiros TV aberta e fechada em seus vôos.A tecnologia será trazida ao País pelo criador da empresa, David Neeleman, também fundador da americana JetBlue Airways, que exibe programas de TV ao vivo há algum tempo em seus vôos. O sistema, que engloba uma antena que capta sinais de satélite na parte externa das aeronaves, foi especialmente desenvolvido para a JetBlue, que garante sua segurança e o usa como um diferencial no setor.


O serviço disponibiliza a todos os passageiros monitores individuais em cada poltrona, com controles remotos. Quem viu, garante que a qualidade das imagens dos canais não é de cinema, mas é boa.


A companhia aérea já tem tudo praticamente acertado para a instalação dos equipamento em seus aviões no Brasil, lá pela metade de 2009. O que ainda segue em negociação é a captação de sinal para a exibição de alguns canais pagos nos vôos.’


 


 


 


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