Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Repórteres agredidos por policiais em Los Angeles

Organizações de mídia americanas condenaram a ação do Departamento de Polícia de Los Angeles durante manifestação sobre os direitos dos imigrantes perto do parque MacArthur, na segunda-feira (1/5). Os policiais usaram cassetetes e balas de borracha contra os participantes e diversos repórteres e cinegrafistas que cobriam o evento ficaram feridos. ‘Lamentamos o que aconteceu com nossos funcionários e consideramos inaceitável que eles tenham sido tratados desta maneira enquanto estavam trabalhando’, afirmou Alfredo Richard, porta-voz da rede de TV em língua espanhola Telemundo, sobre o âncora e o repórter que estavam no local.


Além dos jornalistas da Telemundo, também tiveram ferimentos leves quatro funcionários do KVEA-TV Channel 52, um repórter do KTTV-TV Channel 11, e uma repórter da rádio KPCC-FM. ‘Fiquei surpresa. Já cobri vários protestos, mas nunca havia sido humilhada e agredida desta maneira’, desabafou Patricia Nazario, da KPCC-FM, que teve o pulso quebrado. Ela contou que estava indo embora quando foi agredida pelas costas. ‘Então eu me virei e perguntei por que o policial me agrediu, já que eu era da imprensa’, lembra. O policial bateu na perna esquerda da jornalista, que caiu no chão. ‘Nesta hora eu comecei a chorar; nunca me senti tão vulnerável’.


Pacto de não-agressão


O chefe de polícia William J. Bratton prometeu que seria aberto um inquérito para determinar os motivos que levaram os policiais a agir de maneira agressiva contra membros da mídia. ‘Não devemos nunca atacar profissionais de imprensa’, afirmou. Um acordo legal assinado em 2002 entre a administração municipal e o Departamento de Polícia de Los Angeles reconhece os direitos dos jornalistas de cobrir protestos públicos, mesmo se houver uma declaração de manifestação ilegal ou uma ordem para dispersão.


O pacto foi criado após sete jornalistas terem sido agredidos por policiais enquanto cobriam na cidade a Convenção Democrática Nacional de 2000. Na ocasião, com base em imagens registradas por cinegrafistas, ficou comprovado que a polícia ‘ultrapassou os limites’ e usou força que ‘viola a lei e a Constituição’, disse Peter Eliasberg, advogado que ajudou a elaborar o acordo.


Para Paul Glickman, diretor de notícias da KPCC-FM, as ações da polícia contra Patricia, que claramente se identificou como repórter, levantou questões sobre se as normas e procedimentos do Departamento de Polícia de Los Angeles são suficientes para garantir a segurança dos jornalistas que atuam na cidade. Informações de Anna Goram e Stuart Silverstein [Los Angeles Times, 3/5/07].