Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Sintonia com o interesse público

Pagamento de propinas a deputados, mensalão, depósitos ilegais no exterior, caixa dois, Marcos Valério, Roberto Jefferson, Delúbio Soares, CPI dos Correios e tantos outros nomes e expressões até então desconhecidos agora fazem parte do linguajar popular.

Poucas vezes no país tanta gente esteve interessada em acompanhar o noticiário político, especialmente aquele vindo de Brasília, o centro do poder. Graças à imprensa. É verdade que os fatos são estarrecedores, as denúncias bombásticas e os atingidos são figuras de destaque. Dentre elas o presidente da República, sob a ameaça de um processo de impedimento.

O deputado federal Roberto Jefferson deu a largada na corrida das denúncias, e depois dele, outros personagens envolvidos em atos de corrupção foram sendo apresentados à população em tempo real. E a mídia ali em cima, atenta, investigando, apurando e até mesmo antecipando-se aos acontecimentos. Tudo para manter bem-informada a população brasileira.

Em todos os lugares, bares, teatros, campos de futebol, encontros sociais, o assunto discutido é sempre a corrupção dos políticos, o envolvimento do PT, os depoimentos do Roberto Jefferson, do Marcos Valério ou mais um pronunciamento do presidente Lula ao país. Todo esse interesse dos brasileiros só foi possível pela intensa cobertura dos meios de comunicação. Jornais, rádios, revistas, televisões e internet, continuam dedicando enormes espaços ao tema em suas páginas ou grades de programações. Canais antes pouco vistos, como a TV Senado ou a TV Câmara estão alcançando altos índices de audiência, só comparados às emissoras comerciais.

Não fosse a presença e atuação da mídia nessas denúncias de corrupção, com certeza os fatos mais graves estariam encobertos, possivelmente engavetados e não teriam os desdobramentos catastróficos que estamos vendo, com a possibilidade de várias cassações e a grande chance de o povo conhecer os meandros podres do poder e definitivamente exigir mudanças profundas nas instituições nacionais.

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Estudante de Jornalismo (7º período) da Universidade Estácio de Sá, Belo Horizonte