Tuesday, 19 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1279

Supostos padrões de uma sociedade perfeita

Depois de conversa informal com amigos da universidade, passei a refletir sobre a influência da mídia sobre os preconceitos que regem a sociedade contemporânea. Discutíamos que nosso amigo Thiago D´Ângelo chama atenção por onde passa, por causa do seu cabelo diferente e seu jeito pessoal de se vestir. Como ele bem observou: ‘As pessoas tendem a reparar mais no meu jeito diferente de ser do que em uma `gostosona´ que está passando pelo mesmo lugar que eu!’

Quem determina os nossos padrões sociais? A ética? O perfil perfeito? O corpo perfeito? A roupa ideal? Ou até o cabelo perfeito?

Diria que é a mídia quem dita esses pseudo-padrões das nossas vidas. ‘Ou você ainda acha que ao entrar em uma loja da Nike está apenas comprando um tênis? O que você está comprando é um estilo de vida, veiculado diariamente em todo mundo. […] O que estamos assistindo é uma modelagem de gostos e padrões de comportamento. […] A partir dessas informações as empresas condicionam os hábitos de consumo e geram novos processos de significação que vão sendo incorporados ao cotidiano como se fossem naturais.’As mulheres magras, ditadas como perfeitas, os cabelos lisos como essenciais, as roupas de marcas como as únicas que possuem qualidade, as pessoas afrodecendentes como seres de poder aquisitivo inferior, os roqueiros como jovens rebeldes e loucos, ou mesmo que determinado estilo de música é obsoleto. São supostos padrões de uma sociedade perfeita e bem organizada.

Sem distinção ou preconceito

Isso pode ser relacionado a todos os ramos midiáticos: televisão, revistas, rádio, jornais e internet. Neste último segmento, o preconceito é notório nas comunidades virtuais de criação livre e independente, como por exemplo, a comunidade ‘odeio mulheres gordas’, entre tantas outras que podem ser encontradas em sites de relacionamento como o Orkut e o Beltrano.

São os atores sociais da modernidade, submetidos a um modo de ser, de enxergar o mundo e de agir, inconsciente em parte, de acordo com esses critérios pré-estabelecidos pelos meios de comunicação em massa, através dos quais nos informamos e formamos parte do nosso conhecimento cognitivo em diferentes temas.

O que fazer para mudar tal situação?

Enxergar tais imposições de maneira mais crítica, esquecer o conformismo de ficar apenas absorvendo informações sem peneirá-las, distinguir o que é a realidade do que é a realidade deformada midiaticamente. Pensar por nós mesmos, sem deixar que o preconceito aparentemente normal nos domine e determine nossas atitudes para com o nosso próximo.

Não deixemos de lado o que nos ensinam as escrituras sagradas do cristianismo: precisamos amar a todos, sem distinção de superioridade ou inferioridade, afinal nascemos do mesmo jeito e todos também morreremos.

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Estudante, bacharelanda em Comunicação Social na UEPB, Campina Grande, PB