Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

TSE muda resolução sobre sites de jornais

Leia abaixo a seleção de quarta-feira para a seção Entre Aspas.


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 15 de outubro de 2008


 


PROPAGANDA
Mariângela Gallucci


TSE muda resolução sobre sites de jornais


‘O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve mudar amanhã uma resolução que impedia os sites de divulgar propagandas e opiniões sobre candidatos. A decisão de modificar a resolução sobre o assunto foi tomada ontem pelo plenário do TSE durante julgamento de ação movida pelo jornal O Estado de S.Paulo e pela Agência Estado.


Os ministros do TSE deverão deixar claro que somente as emissoras de rádio e de televisão e seus sites estão impedidos de divulgar propaganda e opiniões sobre os candidatos.


As dúvidas surgiram porque o artigo da resolução que tratou das restrições ao noticiário no rádio e na TV estabeleceu que ‘as disposições deste artigo aplicam-se às páginas mantidas pelas empresas de comunicação social na internet e demais redes destinadas à prestação de serviços de telecomunicações de valor adicionado’.


Diante da polêmica, o jornal e a agência encaminharam mandado de segurança ao TSE contestando a validade desse tipo de proibição. As empresas sustentaram que não atuam no ramo da radiodifusão, mas têm sites.’


 


 


CAMPANHA
Carlos Marchi


Depois de guerra na TV, Kassab tem 12 pontos à frente de Marta


‘O prefeito Gilberto Kassab (DEM) está 12 pontos à frente da candidata Marta Suplicy (PT) na sondagem de intenção de votos, marcando 51% a 39% na pesquisa estimulada, segundo levantamento Ibope contratado pelo Estado e pela TV Globo. Esta foi a primeira pesquisa para o segundo turno depois do reinício do horário eleitoral; foi a campo nos dias 13 e 14 de outubro (anteontem e ontem) e captou eventuais efeitos dos ataques pessoais feitos por Marta a Kassab desde domingo.


Na sondagem estimulada, os indecisos foram apenas 4%, enquanto 6% disseram que pretendem votar nulo ou em branco.


Na computação dos votos válidos – que não inclui os eleitores que pretendem votar em branco ou anular -, a pesquisa Ibope apurou 56% a 44% para Kassab. Isso significa que o atual prefeito está agregando 22 pontos porcentuais ao resultado colhido nas urnas, em votos válidos (33,61%). Já Marta (32,79%) está agregando exatamente a metade do número de Kassab – 11 pontos porcentuais.


O levantamento do Ibope revelou o alto grau de engajamento do eleitor paulistano na disputa da prefeitura. A pesquisa espontânea apurou números bem próximos da pesquisa estimulada: nela, Kassab conseguiu 48% e Marta chegou a 38%. Nessa apuração, 7% dos eleitores prometeram votar em branco ou anular o voto e os indecisos foram 7% do total; 1% não informou preferência.


ESCOLARIDADE


Na pesquisa estimulada, Kassab chegou à frente de Marta em todos os segmentos de escolaridade, menos entre a dos que têm da 5ª à 8ª séries do ensino fundamental. Nessa faixa, Marta marcou 46% a 44%, em empate técnico. No grupo dos que têm até a 4ª série do ensino fundamental, segmento que historicamente vota com o PT, Kassab está à frente, com 47% a 41%, no limite do empate técnico. Entre os que têm ensino médio, fez 46% a 43%, também em empate técnico. E, dentre os eleitores de curso superior, teve larga vantagem – 68% a 25%.


Nos segmentos de renda, Kassab venceu com folga entre os que ganham mais de 5 salários mínimos – 63% a 28%. Ficou à frente, também, entre os que ganham de 2 a 5 salários, marcando 49% a 39%. Marta levou vantagem entre os que ganham menos de 2 mínimos, registrando 51% a 39%.


A diretora do Ibope, Márcia Cavallari, disse ontem que é impossível aferir, pelos resultados da pesquisa, se os ataques da petista tiraram pontos dela própria ou de Kassab. Márcia afirmou que a pesquisa Ibope não pode ser comparada com a pesquisa Datafolha divulgada na semana passada, que deu 17 pontos de vantagem para o prefeito. Os dois institutos, informou, usam metodologias diferentes, o que invalida qualquer tipo de comparação.


Márcia explicou que a diferença entre a pesquisa Ibope e a Datafolha da semana passada não é relevante. Ela avaliou que o Datafolha pode ter capturado um momento de maior euforia em razão da vitória de Kassab no primeiro turno e agora pode ter havido um ‘assentamento’ dos números dos candidatos.


RAIO X


A pesquisa Ibope contratada pelo Estado e pela TV Globo foi a campo entre 13 e 14 de outubro e ouviu 1.204 eleitores do município de São Paulo. Considerando um grau de confiança de 95%, a pesquisa tem margem de erro de 3 pontos porcentuais. Está registrada na 1.ª Zona Eleitoral de São Paulo sob o número 5653/08.’


 


 


Ana Paula Scinocca e Silvia Amorim


DEM ganha direito de resposta contra Marta


‘A campanha do prefeito e candidato à reeleição em São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), ganhou ontem na Justiça Eleitoral direito de resposta de um minuto para contestar a campanha da adversária, a petista Marta Suplicy, que em comercial no rádio e na TV questionou a sua vida pessoal. Em inserções de 30 segundos, a campanha petista pergunta ao eleitor: ‘Você conhece Kassab? Sabe se ele é casado? Tem filhos?’


A peça publicitária do PT já saiu do ar. Mesmo assim, o juiz eleitoral Marco Antonio Martin Vargas, da 1ª Zona Eleitoral, proibiu o PT de veicular novamente a propaganda.


O argumento do magistrado é de que as expressões utilizadas ‘fogem à margem do direito de crítica político-administrativa e, de modo subliminar, induzem o eleitor à conclusão de que o candidato ofendido possa ter algo de grave na sua vida pessoal’. Vargas também reforça que a propaganda contém ‘indagações dúbias’.


Em sua decisão, o juiz eleitoral afirma que a campanha de Marta atingiu a candidatura do adversário ‘por injúria indireta, na medida em que colocou em dúvida o caráter e a vida pessoal’ do prefeito.


A resposta do DEM deverá ir ao ar no rádio – já que o pedido se refere à primeira veiculação da peça – em até 36 horas. O prazo começou a contar ontem mesmo, segundo o advogado Ricardo Penteado. O pedido de resposta aceito foi o primeiro de 11 solicitados entre domingo e segunda-feira.


?DESESPERO?


Kassab, que vinha evitando críticas mais duras à petista por causa da propaganda, subiu ontem o tom. ‘É desespero, medo de perder as eleições’, disse o prefeito, em sabatina promovida pelo jornal Folha de S.Paulo.


Ele classificou a inserção de ‘maldosa, falsa e leviana’ e disse não acreditar quando a adversária alega que não sabia do conteúdo da propaganda. ‘Se ela não sabe o que está sendo levado ao público pela campanha dela, não está preparada para ser candidata’, ironizou.


A insinuação que a propaganda fez sobre a orientação sexual do prefeito foi tratada na sabatina. Da platéia veio uma pergunta direta: ‘O senhor é homossexual?’ Ele respondeu: ‘Não. Não sou.’ O prefeito declarou que a adversária terá constrangimentos no futuro com esse episódio, por ter agido com ‘falta de respeito ao eleitor’.’


 


 


Vera Rosa


PT retira ataque pessoal do ar, mas ainda quer ‘desconstruir’ Kassab


‘Sob pressão de eleitores e de dirigentes do próprio PT, o comando da campanha de Marta Suplicy retirou ontem do ar o comercial com questionamentos sobre a vida pessoal de Gilberto Kassab (DEM), mas a ordem no comitê petista é insistir na estratégia de ‘desconstruir’ a imagem do prefeito. A equipe de Marta avalia que é necessário carimbar Kassab como ‘filhote do malufismo’, mostrar seu DNA político e imprimir tom agressivo à disputa para demarcar diferenças entre dois projetos.


A tática adotada até agora, porém, desagradou a várias correntes que compõem o mosaico ideológico do PT. O comentário nos bastidores do partido é que, embora a propaganda perguntando se Kassab é casado e tem filhos tenha sido suspensa – conforme antecipou o Estado -, a questão despolitizou o debate de tal forma que promete dominar a corrida em São Paulo.


‘Os responsáveis pela campanha da Marta deram um passo totalmente errado ao tratar da vida pessoal do prefeito’, afirmou o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), um dos que pediram o corte do comercial na TV. ‘Se tivessem pensado melhor, não teriam feito isso.’


Suplicy disse ter conversado com a ex-mulher sobre o assunto, na segunda-feira, e recomendado que mudasse de rota. ‘Tivesse Paulo Maluf perguntado a Luiza Erundina, na eleição de 1988, se ela era casada e tinha filhos, Marta seria a primeira a protestar’, observou Suplicy. ‘De qualquer forma, ela ainda pode reverter esse quadro difícil se destacar as coisas boas que fez e suas propostas.’


Prefeita de São Paulo entre 1989 a 1992, a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) também pediu mudanças na campanha de Marta. Solteira e sem filhos, Erundina confessou ter ficado ‘assustada’ com o tom da propaganda do PT, que, na sua definição, foi ‘preconceituosa, conservadora, infeliz’ e provocou constrangimento nos aliados. ‘Mas meu descontentamento não se refere apenas à questão sobre o estado civil do prefeito, que deu margem a insinuações sobre homossexualismo. Eu acho que ficar nesse embate agressivo é desperdício de tempo’, comentou a ex-petista.


DESCULPAS


Na avaliação de Erundina, que chegou a ser cotada para vice da chapa liderada por Marta, a eleição paulistana se transformou numa ‘guerra de números’ e ataques sem fim. ‘É só quem mente, quem não mente, quantos quilômetros um fez, quanto o outro deixou de fazer. Além de não ter importância, essa discussão não contribui em nada para a mudança da cultura política’, argumentou.


Até mesmo o ex-ministro José Dirceu, aliado de Marta, condenou publicamente a tática adotada no segundo turno da campanha. Em seu blog, Dirceu afirmou não haver mais ‘nenhuma dúvida’ de que foi um erro questionar a vida privada do prefeito e disse que o PT deveria pedir desculpas ao eleitor. ‘Como diz o ditado popular, um erro, por mais desgraçado que seja, não justifica outro. Portanto, temos que pedir desculpas e refazer a peça de campanha, retirando essa parte’, escreveu o deputado cassado no escândalo do mensalão.


Apesar desse senão, Dirceu elogiou a artilharia política voltada contra Kassab. Mais: insistiu em que a campanha de Marta não pode deixar que a discussão pessoal se transforme no ‘único debate’ por parte daqueles que querem derrotar o PT nas eleições presidenciais de 2010. Para o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), coordenador da campanha de Marta, o PT não invadiu a privacidade de Kassab. ‘Mas o site dele entrou, sim, na vida pessoal de Marta, foi muito ofensivo e nós vamos ingressar com ação para retirá-lo do ar’, reagiu.’


 


 


O Estado de S. Paulo


TVs marcam debates para o mesmo dia


‘Não só os candidatos João Henrique Carneiro (PMDB) e Walter Pinheiro (PT) disputam espaço no segundo turno em Salvador. Duas emissoras de TV, a Aratu, retransmissora do SBT, e a Itapoan, retransmissora da Record, marcaram seus debates entre os candidatos para a mesma data: domingo – às 22h e às 19h30, respectivamente. Representantes das duas emissoras se reuniram ontem, sem sucesso. Agora, cabe aos assessores dos candidatos resolver se vão ou não aos encontros.’


 


 


CENSURA
O Estado de S. Paulo


ANJ acusa juiz de censurar reportagem


‘A Associação Nacional de Jornais (ANJ) divulgou nota ontem, assinada pelo vice-presidente, Júlio César Mesquita, condenando decisão do juiz Wagner Roby Gídaro por ter determinado à Folha Online que retire do ar reportagem sobre Luiz Marinho, candidato em São Bernardo. Em entrevista de 2005, um ex-gerente da Volkswagen faz denúncia contra Marinho quando era sindicalista. O candidato diz que a acusação foi desmentida na época pela própria Volks. Segundo a ANJ, caberia punir quem está fazendo uso difamatório da matéria e não censurá-la.’


 


 


DIREITO À INFORMAÇÃO
Roberto Almeida


‘Lei de imprensa irá apagar rescaldos ditatoriais’


‘A juíza colombiana Catalina Botero, radicada em Bogotá, foi a escolhida para assumir, a partir de hoje, o cargo de relatora especial para liberdade de expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (Cidh), da Organização dos Estados Americanos (OEA). O cargo é especialmente importante para o direito à informação no Brasil. Para ela, o momento eleitoral é ‘ótimo’ para iniciar um novo trabalho.


Um estudo especial da OEA sobre direito à informação pediu que governantes adotassem medidas legais para garanti-lo. O pedido está sendo acatado?


Precisamos trabalhar não só com os governos, mas com os juízes. Há uma nova geração de juízes na America Latina e no Brasil que precisam aplicar o Direito internacional. Eles precisam ser formados para obrigar os Estados a abrir as portas e abandonar a postura do secretismo.


Quando um governo pode declarar ‘informação confidencial’?


Os padrões internacionais dizem que é preciso uma lei que expresse de maneira clara e precisa que determinada informação é reservada. Mas nem toda lei que autoriza o segredo é legítima. Uma lei precisa, por exemplo, resguardar realmente a segurança nacional frente a um problema claro.


Como a OEA pretende lidar com as leis de imprensa? A lei brasileira está em desacordo com as determinações internacionais.


Tenho muita confiança na maneira com que o presidente Lula está lidando com o assunto. Estou certa de que a lei de imprensa terá um recorte que irá apagar do cenário jurídico esses rescaldos ditatoriais. Cabe aos congressos derrubar essas leis, que invertem completamente o significado da liberdade de expressão.


Entidades brasileiras estiveram na OEA este ano condenando abusos jurídicos contra jornalistas. Como a relatoria assumirá o caso?


Há menos jornalistas na cadeia, mas mesmo assim as punições continuam altas. O que nos resta é estabelecer limites razoáveis. Se um jornalista causa algum dano, é preciso que o repare. Mas é isso, e nada mais. Não pode ser uma punição que desestimule o exercício crítico.


Veículos da imprensa brasileira foram censurados por publicar entrevistas com pré-candidatos.


Não acredito em leis contra a liberdade de expressão em ano eleitoral. Pode ser muito perigoso. Eu acredito na auto-regulamentação dos meios.’


 


 


AMEAÇA
Stephen Brown, Reuters


Máfia quer matar autor de ‘Gomorra’ até o Natal


‘A polícia italiana está averiguando notícias segundo as quais a máfia napolitana pretende levar a cabo sua ameaça de, até o Natal, assassinar o autor do livro Gomorra, no qual ele aborda a brutalidade dos mafiosos. O livro foi transformado em um filme de grande sucesso.


O escritor, Roberto Saviano, de 29 anos, vive escondido, sob a proteção de agentes policiais, há dois anos – desde que a Camorra, como a organização mafiosa é conhecida em Nápoles, decidiu puni-lo pelo enorme sucesso do livro, que teve como base as investigações realizadas pelo autor.


Um milhão e duzentos mil exemplares foram vendidos na Itália e o livro foi traduzido para 42 idiomas.


Agora que a obra foi levada para o cinema e o filme é um dos candidatos ao Oscar, a máfia está ainda mais irritada e quer que Saviano e seus guarda-costas sejam mortos o mais breve possível.


‘Iniciamos uma investigação para saber se essa notícia tem um fundo de verdade’, disse Franco Roberto, coordenador do esquadrão especializado em operações antimáfia da polícia de Nápoles.


Jornais italianos informaram que o conhecido clã mafioso dos Casalesi – que recentemente esteve no noticiário por causa do assassinato de seis africanos, dando início a distúrbios que envolveram também outros grupos de imigrantes – partiu para uma fase mais ‘operacional’ e assumiu a missão de assassinar Saviano até o Natal.


A denúncia partiu de um informante relacionado com o chefão da Camorra preso, Francesco Schiavone, conhecido como ‘Sandokan’.


A Camorra tem seus tentáculos em todas as áreas de Nápoles e seus subúrbios.


A organização costuma atuar em operações criminosas que vão desde a venda de proteção por meio de extorsão ao tráfico de drogas, passando até pela coleta do lixo, como Saviano revela com detalhes no seu livro.


Com a cabeça raspada, barba escura, olhar penetrante e camiseta preta, Saviano tornou-se o símbolo da luta contra o crime organizado para a nova geração de italianos.


Segunda-feira ele completou dois anos vivendo sob escolta policial. No mesmo dia, falou num programa de rádio sobre sua relação com os policiais que têm sido sua única companhia desde que foi obrigado a abandonar sua casa.


‘Meus dias são terríveis’, disse Saviano, que passa parte do seu tempo lutando boxe com membros da sua escolta, que às vezes o tratam como ‘Capitão’.


O escritor disse que são as milhões de pessoas que compraram o livro que realmente preocupam a máfia.


‘Foram os leitores que assustaram os chefões do crime e não eu’, disse Saviano.


Alguns políticos insistiram para o público italiano manifestar sua solidariedade para com o escritor.


‘Ninguém deve tocar em Saviano’, disse a ex-ministra Giovanna Melandri, denunciando a Camorra como ‘um dos principais cânceres que assolam nosso país’.’


 


 


TECNOLOGIA
Renato Cruz


‘Google só é bom em buscas’, diz Ballmer


‘O presidente da Microsoft, Steve Ballmer, não usa produtos dos concorrentes Google e Apple. ‘Eu testo esses produtos, mas não uso em meu dia-a-dia’, disse ontem o executivo, no escritório da empresa em São Paulo. ‘Mais importante, meus filhos não usam. Eles são bons garotos.’ Ballmer abriu ontem o Tech-Ed Brasil, em São Paulo, evento da Microsoft voltado para desenvolvedores de software. Depois, assinou uma parceria com o governo do Estado de São Paulo. Na segunda-feira, participou de um encontro com executivos do mercado publicitário na capital paulista.


Ao ser perguntado sobre a estratégia da Microsoft para fortalecer sua marca na internet e competir com o Google, Ballmer disse que era melhor perguntar como o Google pretende competir com a Microsoft. ‘Eles têm um processador de textos muito inferior, um produto de planilhas muito inferior, seu sistema de correio eletrônico – ok, não é ruim -, seu mensageiro Gtalk não é competitivo em recursos e não tem mercado. Eles têm um ótimo serviço de buscas (e eu não deveria dizer isso)’, afirmou Ballmer.


O executivo continuou a criticar o concorrente, falando do Chrome, navegador lançado recentemente pelo Google. ‘O Chrome é um navegador muito medíocre’, disse o presidente da Microsoft. ‘É grande, demora muito para baixar. Ele tem alguns atributos interessantes, mas falta a ele muitos outros que estão no Explorer 8. Temos grandes atributos para privacidade e o Google não tem o foco na privacidade. Nós não dependemos da coleta de informações sobre os consumidores para fazer dinheiro.’


Ballmer descartou, mesmo com a queda no preço das ações, retomar o processo de compra do Yahoo. ‘Não existe uma possibilidade de acordo agora’, explicou Ballmer. ‘Nós tivemos uma conversa séria, colocamos um preço significativo na mesa, não fez sentido para o Yahoo e respeitamos isso. O que descobrimos no processo é que, mesmo se não fizermos uma aquisição, pode fazer sentido uma parceria em buscas. Nós discutimos isso mesmo depois de a proposta de aquisição não dar resultado. Eles escolheram não aceitar. Mas vamos ver agora, com o processo regulatório, se o acordo do Yahoo com o Google não for para frente, talvez faça sentido retomar as discussões.’


O executivo afirmou que a compra do Yahoo não era essencial para a estratégia de internet da empresa. ‘A compra era tática’, apontou o executivo. ‘O Yahoo não tem uma posição vencedora em busca e nós não temos também. A compra do Yahoo era um meio de conseguir massa crítica. Assim como nas páginas amarelas, os anúncios na busca são parte do conteúdo, e porque o Google tem mais anunciantes do que nós e o Yahoo, tem mais anúncios relevantes. Comprando o Yahoo, teríamos massa crítica para ter anúncios tão relevantes quanto o Google.’


Ballmer admitiu que a empresa e o setor de tecnologia estão sofrendo e vão sofrer impactos da crise, mas preferiu não arriscar a extensão ou a duração desse impacto: ‘Cinqüenta por cento dos gastos de capital das empresas são destinados à tecnologia da informação. É claro que os gastos de capital vão cair de alguma forma, pois é mais difícil conseguir capital hoje. Muitos vão fazer previsões sobre os impactos, mas não acho que alguém realmente saiba, até que conheçamos quão efetivas são as medidas tomadas pelos governos’.


Apesar da crise, o executivo está otimista com o Brasil. ‘Estou impressionado com o desenvolvimento do mercado’, disse. ‘Independentemente do que acontece na economia, ainda vemos desenvolvimentos fortes em tecnologia no Brasil. O País está entre os seis maiores mercados de PCs do mundo e, em alguns anos, estará entre os quatro maiores.’’


 


 


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Saraiva anuncia serviço de download de filmes


‘Durante a apresentação de Steve Ballmer, presidente mundial da Microsoft, no evento Tech-Ed ontem, a Saraiva demonstrou um sistema de venda de filmes por download via internet, chamado Saraiva On Demand. A empresa ainda não tem uma data de lançamento definida ou a biblioteca de filmes que será oferecida. O site foi construído com tecnologia da Microsoft e, segundo a empresa, será possível baixar um filme em menos de duas horas, com uma conexão de 2 megabits por segundo (Mbps). A empresa planeja oferecer compra e aluguel de filmes. O formato é comum em sites internacionais, como Netflix e Amazon. No ano passado, chegou a ser anunciado um site brasileiro para venda e aluguel de filmes em formato digital, chamado Eonde, com apoio da Microsoft e da Intel, que não teve o sucesso esperado.’


 


 


ACIDENTE
O Estado de S. Paulo


Viúva processa jornalista americano


‘A viúva de uma vítima do acidente com o vôo 1907, em 29 de setembro de 2006, está movendo uma ação de indenização por danos morais contra o jornalista americano Joseph M. Sharkey, um dos passageiros do Legacy que colidiu com o Boeing 737-800 da Gol. Segundo Oscar Fleischfresser, um dos advogados de Rosane Gutjhar, que perdeu o marido, Rolf Ferdinando Gutjhar, no acidente, Sharkey teria lançado em um blog (http://sharkeyonbrazil.blogspot.com), já desativado, uma campanha em prol dos pilotos do jato, a fim de que eles não sejam mandados de volta ao Brasil. ‘Tal fato, por si só, não seria reprovável, mas o jornalista iniciou ataques pessoais a controladores de tráfego aéreo e outras personalidades nacionais e, de forma reiterada e incisiva, ele passou a proferir ofensas a todo e qualquer brasileiro, de maneira indiscriminada’, diz.


No pedido, protocolado na Vara Civil de Curitiba, no Paraná, há a sugestão de ter como parâmetro, para a indenização pelos danos extrapatrimoniais, valores semelhantes àqueles pelos quais o jornalista seria condenado no próprio país. ‘O outro pedido é que haja uma determinação judicial para que ele se desculpe com todos os cidadãos brasileiros, nos mesmos meios de comunicação por ele utilizados’, conclui o advogado.


Em seu blog atual (http://joesharkeyat.blogspot.com/), Sharkey publicou, em 29 de setembro passado, um texto sobre os dois anos do acidente. Sob uma foto dos pilotos Joe Lepore e Jan Paladino, afirma que ‘autoridades militares e policiais brasileiras apressadamente alegaram que os pilotos foram negligentes’ e que ‘ficou claro para mim, logo após pousarmos na selva, que um acobertamento e uma busca de bodes expiatórios estava em andamento’. Também diz que ‘era palpável uma histeria antiamericana na pressa em criminalizar o acidente e culpar os pilotos dos EUA’ e ‘o sistema de controle de tráfego aéreo do Brasil era notoriamente falho’.


Sharkey também critica a aparelhagem e o treinamento dos controladores, cita ‘pontos cegos de radar sobre a Amazônia’ e diz que o transponder do Legacy teria apresentado defeito. Também escreve que a investigação paralela do National Transportation Safety Board (NTSB) deverá ser ‘de longe, mais justa e precisa’ do que a brasileira.’


 


 


LIVRO
Ubiratan Brasil


Polêmica em Frankfurt


‘Sob a pesada sombra da crise mundial que assola o mercado financeiro, a Feira de Livros de Frankfurt, o maior e mais importante evento editorial do planeta, inicia hoje sua 60ª edição, prometendo um cardápio variado de polêmicas. Como em todos os anos, representantes das principais editoras do mundo reúnem-se durante cinco dias, iniciando ou definindo negócios que poderão resultar em vendas espetaculares.


Outros assuntos, no entanto, deverão figurar na pauta principal. De um lado, o efeito da turbulência nos mercados financeiros globais, que ainda não foi devidamente medido mas será tema de debates durante a feira, que termina no domingo. De outro, as discussões envolvendo a Turquia, o país convidado deste ano que já desperta acaloradas trocas de farpas.


A primeira aconteceu há algumas semanas, quando 20 escritores turcos anunciaram um boicote ao evento em protesto contra o convite feito a autores acusados de ‘ofender a nação turca’, como é o caso de Orhan Pamuk, prêmio Nobel de Literatura de 2006. A medida reflete a tensão entre nacionalistas, islamitas e independentes, que domina a rotina da Turquia há alguns anos.


Pamuk gerou uma onda de protestos quando, em fevereiro de 2005, em uma entrevista a uma revista suíça, afirmou: ‘Um milhão de armênios e 30 mil curdos foram assassinados nessas terras e ninguém, exceto eu, se atreve a falar sobre o tema.’ A referência ao assassinato massivo de armênios durante o Império Otomano, assim como o conflito curdo no sudeste do país, revoltou os nacionalistas, resultando em ameaças de morte e até na tentativa de destruição de seus livros, pedido por um oficial de província, mas logo anulado pelo governo turco.


Outro nome polêmico é o da escritora Elif Shafak, cuja presença em Frankfurt também desagrada os nacionalistas. Ela é autora de A Bastarda de Istambul, livro em que também trata do massacre ao narrar a história de uma família turca e outra armênia. Assim, como Pamuk, Elif foi inocentada da acusação de crime contra a pátria, em 2006, mas continua na lista negra do nacionalistas.


Cerca de 200 autores turcos devem participar de 350 eventos preparados de forma a apresentar uma cultura ainda pouco conhecida no estrangeiro. ‘Apesar de apresentar uma escrita rica e variada, a literatura da Turquia é pouco conhecida fora de seu território’, comenta Jürgen Boos, diretor da Feira de Frankfurt desde 2005, que não descarta discussões acaloradas entre escritores turcos.


Boos não esconde também um prazer incontido pela polêmica. No ano passado, quando a Catalunha foi a convidada, escritores espanhóis se recusaram a participar do evento, considerado por eles simpático apenas aos catalães. Boos rebateu dizendo que a maioria das editoras da Espanha tem sede em Barcelona.


No próximo ano, o país convidado será a China e já se esperam debates sobre liberdade, especialmente de imprensa, e também sobre a situação do Tibet, mais especificamente a atuação do Dalai Lama. Boos garante, porém, que, ao contrário do ocorrido durante a Olimpíada de Pequim, quando autoridades chinesas tentaram esconder os assuntos mais espinhosos, tais discussões deverão estar na pauta da Feira de Frankfurt de 2009.


Até mesmo o evento de 2010, que vai homenagear a Argentina, não escapou de polêmicas. Ao anunciar os nomes de Carlos Gardel, Evita, Che Guevara e Diego Maradona como representativos da cultura argentina para a Feira de Frankfurt, a presidente do comitê organizador, Magdalena Faillace, foi bombardeada pela comunidade literária, reclamando a ausência de escritores consagrados como Borges e Cortázar, que só foram incluídos depois. Mesmo assim, a gritaria continuou por conta do esquecimento de outro grande autor, Ernesto Sábato.


O brasileiro Paulo Coelho, que receberá hoje na feira o diploma oficial do Guinness Book como o autor vivo mais traduzido mundialmente, elogiou ontem pela manhã, em coletiva, as possibilidades que a internet abre à literatura e pediu que as editoras não vejam os novos meios como ameaça. Para o escritor, a internet é, antes de tudo, uma possibilidade de difusão e um caminho para aumentar o número de pessoas que, além da rede, acabam, cedo ou tarde, recorrendo também ao livro impresso.


COM AGÊNCIA EFE’


 


 


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Editores esperam reações amenas da crise


‘O efeito da crise na economia mundial será observado com atenção pelos editores que vão a Frankfurt acertar negócios. A expectativa é que a terrível onda se transforme em uma pequena marola quando bater nos pés do mercado editorial. ‘A derrocada do mercado financeiro nos pegou em um momento, para usar o jargãozinho da moda, muito alavancado, de grande competição entre as editoras, ao mesmo tempo em que vínhamos observando o crescimento real do público consumidor de livros’, comenta Luciana Villas-Boas, diretora editorial da Record.


Ela está em Frankfurt, depois de passar por Londres, onde visitou agentes literários, em uma antecipação dos trabalhos da feira alemã. ‘Lá, muitos disseram estar vendo o mercado brasileiro como a tábua de salvação. Não deixa de ser irônico’, observa.


Mesmo assim, a ameaça de uma recessão mundial preocupou diversos editores pelo mundo. O angolano José Eduardo Agualusa notou, por exemplo, um clima pessimista no mercado português. ‘Muitos pensaram em rever contratos para evitar um prejuízo muito grande na possibilidade de a crise persistir’, afirmou. ‘Até mesmo alguns escritores pensaram em mudar de casa editorial como precaução, buscando editoras que vivem situações mais consolidadas.’


Tamanho excesso de cautela é, no entender de Luciana, uma atitude normal dos profissionais da área. ‘Em geral, o editor é um profissional pessimista’, observa. ‘Se a médio prazo, a crise não desse sinais de arrefecer, talvez houvesse uma retração nos investimentos. Mas apenas nas editoras capitalizadas de fora, por bancos ou fundos de investimento, que deveriam estar mais seriamente preocupadas neste momento.’


Mesmo assim, o clima ainda é de euforia, contaminado pela espetacular reação dos mercados em todo o mundo. Assim, este início de semana positivo deverá persistir na feira, espera a editora da Record. ‘Creio que esta feira de Frankfurt será tão competitiva para os editores brasileiros quanto a do ano passado ou quanto a feira de Londres, em abril.’


Segundo ela, o momento ainda não é tão desanimador. ‘Desacelerar, agora, não seria fácil. Psicologicamente, não seria fácil.’’


 


 


MÚSICA
AP


BMG lança serviço de direito do autor


‘O grupo alemão Bertelsmann AG, a famosa BMG, anunciou ontem que está lançando serviço de representação de direitos autorais para compositores e artistas de música. O serviço vai apoiar na criação, no marketing e no licensing da produção dos artistas, assim como na administração do acervo, contabilidade e apoio financeiro a projetos. ‘Estamos focando justamente na área da indústria musical que promete crescer’, disse Hartwig Masuch, executivo-chefe da BMG Rights Management, em Berlim. A companhia tem ampliado seus interesses também na direção da indústria editorial, rádio, TV, revistas e serviços de mídia.’


 


 


CINEMA
Ansa


Revista Cahiers du Cinéma está à venda


‘A mítica revista francesa Cahiers du Cinéma, base da chamada nouvelle vague do cinema daquele país, está sendo vendida para a editora britânica Phaidon. O anúncio da negociação foi feito pelo grupo Le Monde, que detém parte dos direitos da revista. A venda deverá ser concluída em novembro. A Phaidon foi escolhida entre cinco candidatos para a compra da cota do Le Monde na Editions de l?Etoile, sociedade que edita a revista. A negociação ocorre em momento difícil para a mídia francesa especializada em cinema, devido à concorrência com a internet. Atualmente, a revista vende 20 mil exemplares e está em queda.’


 


 


TELEVISÃO
Keila Jimenez


Record aciona Conar


‘A Record entra hoje com uma ação no Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar) contra a Globo. Nas peças publicitárias alvo da confusão, a Globo cita suas atrações de maior ibope ao lado das frases: ‘100% de liderança’ e ‘pode escolher o horário, o público ou a região, a Globo é sempre líder’. São justamente essas frases que a Record contesta em sua representação no Conar.


A emissora alega que a propaganda da concorrente é enganosa e induz o público a erro, uma vez que a Globo não é líder absoluta em todos os horários.


A ação também traz reclamação com relação à mensagem subliminar contida na campanha. A Record garante que a peça traz sombras de artistas de outras emissoras, entra elas, gente do seu casting, como Eliana.


Se julgar procedente a ação, o Conar pode exigir que a Globo suspenda a circulação da campanha. Vale lembrar que a briga tem cara de troco, uma vez que a Globo acionou o Conar em abril por conta de uma campanha em que a Record falava sobre liderança.


A Globo, por meio de sua assessoria, diz que não se pronunciará, pois ainda não foi notificada da ação.’


 


 


 


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 15 de outubro de 2008


 


CAMPANHA
Clóvis Rossi


Surpresa? Não. Asco? Sim


‘MADRI – Não dá para dizer que me surpreende a campanha que Marta Suplicy lançou contra Gilberto Kassab.


Afinal, quando ela recomendou às vítimas do apagão aéreo no ano passado que relaxassem e gozassem, escrevi aqui mesmo que sua frase era parente muito próxima do ‘estupra, mas não mata’, de Paulo Maluf. Uma e outra revelam uma cultura de profundo desprezo pelas vítimas, quaisquer que sejam os eventos que as causam.


Quem mostra dessa maneira asquerosa a sua pior face reincide fatalmente. Marta reincidiu agora. Ajuda-memória: quando Eduardo Suplicy suspendeu uma de suas campanhas para procurar o eixo, Paulo Maluf insinuou para quem quisesse ouvir que a culpa era do comportamento conjugal de Marta, então casada com Suplicy.


A candidata do PT repete agora o mesmo tipo de insinuação.


Surpreende, sim, que não haja a mesma veemência no repúdio, principalmente no próprio PT e na intelectualidade que se acha progressista e é ligada ao partido.


O presidente da República, por exemplo, preferiu dizer que não vira os ataques e que, portanto, não poderia comentá-los, durante entrevista coletiva em Toledo, Espanha. Duvido que não tivesse sido informado, mas sou forçado a lhe dar o benefício da dúvida.


Aqui, mais um ajuda-memória: na campanha presidencial de 1989, Fernando Collor usou o mesmo asqueroso método de Marta ao puxar o tema de Lurian, filha de seu adversário Lula. Derrubou animicamente Lula para o debate seguinte entre eles, e há gente muito próxima do hoje presidente que atribui a derrota a esse golpe vil.


Em qualquer circunstância, pessoas honestas têm a obrigação de repudiar vilezas. Lula, vítima de uma delas, não tem o direito de escudar-se na lealdade partidária para calar. Lealdade, nesse caso, é só com a ética.’


 


 


Ruy Castro


De volta aos cafundós


‘RIO DE JANEIRO – Nelson Rodrigues dizia que, se todos conhecessem a intimidade sexual uns dos outros, ninguém cumprimentaria ninguém. Donde não é boa política que, numa campanha eleitoral, um candidato se sente em cima do próprio rabo e fale do rabo alheio.


O que vai dito acima não se refere à estratégia da candidatura de Marta Suplicy para desmerecer a de Gilberto Kassab pela Prefeitura de São Paulo, perguntando se ele é casado e tem filhos -mas a algo ainda mais imoral que está acontecendo no Rio: a distribuição de panfletos apócrifos e ofensivos ao candidato do PV à prefeitura carioca, Fernando Gabeira, acusando-o de homossexual, drogado e ateu.


É chocante que, nas duas maiores cidades brasileiras, no século 21, partidos que se pretendem modernos ressuscitem práticas que ficariam melhor em eleições nos cafundós e grotas da República Velha. No caso de São Paulo, é de se perguntar se os milhares de eleitores petistas também solteiros e sem filhos não se sentirão respingados pela malícia abjeta da pergunta que seu partido pôs no ar.


Como moro no Rio, não tive o desprazer de ouvir a gravação, mas, pelo que me contaram, pode-se perceber a lascívia escorrendo pela boca encharcada do locutor, misturada com o veneno. Seja como for, essa peça de campanha faz parte da propaganda oficial do PT. Sabe-se quem a criou e quem a autorizou.


No Rio, os panfletos são anônimos, embora sua assinatura esteja apenas oculta por elipse. Devem ser da mesma autoria de quem inoculou propaganda política a favor do candidato Eduardo Paes nos telões do Maracanã (que pertence ao Estado), no domingo último, ou de quem requisitou ao Secretário Estadual de Segurança a ficha policial de um militante de Gabeira. A carruagem ameaça reverter a abóbora antes da meia-noite.’


 


 


Painel do Leitor


Eleições


‘‘Fui o primeiro gay a ser entrevistado por Marta Suplicy, em 1982, no seu programa ‘TV Mulher’.


Acompanho desde então a sua carreira inigualável como a maior ‘simpatizante’ dos LGBT do Brasil.


Essa infeliz peça publicitária que questiona a vida privada de seu opositor não pode destruir décadas de sua coragem constante e de ações pioneiras na luta contra a homofobia.


Em tempo que me solidarizo com Kassab, aguardo o pedido público de desculpas da candidata. Afinal, nossos heróis, às vezes, também pisam na bola. Errar é humano.’


LUIZ MOTT (Salvador, BA)


***


‘Já que a derrota parece inevitável, Marta Suplicy, relaxa e goza!’.


CARLOS GASPAR (São Paulo, SP)


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‘A candidata Marta não achou inconveniente fazer propaganda tendenciosa contra seu adversário. Entretanto justificou que, quando de sua separação do senador Suplicy, a Folha não saiu do seu pé.


Bem, ela noticiou o fato e ainda disse que iria se casar logo em seguida. Não é o caso de Kassab.


Que diferença faz saber se ele é casado ou não, se tem filhos ou não?


Ela não foi sempre uma sexóloga liberal e aberta a todas as tendências?’


FRANCISCO XAVIER FERNANDEZ (São Paulo, SP)


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‘Só para citar dois nomes que não saem do discurso de Marta Suplicy: Paulo Maluf, casado, com filhos; Celso Pitta, casado, com filhos.


E tantos outros que também são ou foram casados e também tiveram filhos: Fidel Castro, Saddam Hussein, Josef Stálin, Pol Pot… alguns, como é sabido, de triste memória.’


LUIZ NUSBAUM (São Paulo, SP)


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‘Marta Suplicy disse que a responsabilidade de sua campanha é do marqueteiro João Santana.


Pergunto então: as promessas feitas são também de responsabilidade do marqueteiro?


Se ela ganhasse de quem cobraríamos? Ou ela jogaria a responsabilidade para ele?’


MARIA DE LOURDES RIBEIRO FREIRE (São Paulo, SP)


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‘Com perplexidade e profundo pesar tomamos conhecimento da atitude de Marta Suplicy ao indagar sobre o estado civil e a vida familiar de Gilberto Kassab.


Trata-se de um paradoxo absolutamente inexplicável e inaceitável à luz da trajetória libertária de Marta, que, há décadas, tem lutado contra todas as formas de preconceito, discriminação e intolerância.


Ressalte-se que o respeito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas é um direito fundamental, assegurado pela Constituição Federal e pelos Tratados Internacionais de Proteção aos Direitos Humanos ratificados pelo Brasil.’


FLÁVIA PIOVESAN , advogada, procuradora do Estado e professora-doutora da PUC-SP, e SILVIA PIMENTEL, professora-doutora da PUC-SP, integrante do Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (São Paulo, SP)


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‘Apesar da ótima sabatina realizada com a candidata Marta Suplicy, na qual ela mostrou para qualquer cidadão sensato que é infinitamente melhor em todos aspectos que o senhor Kassab, a Folha publica na Primeira Página a seguinte chamada: ‘Para Marta, é importante saber se Kassab é casado’.


Isso é perverso e tendencioso.


Uma distorção típica de tablóides de baixo escalão.


Se há alguém em São Paulo com trajetória liberal e em defesa de minorias certamente essa pessoa se chama Marta Suplicy.


Desculpem-me, mas o jornal não trata o debate com a seriedade que a cidade merece; quer apenas vender manchetes.


Desta vez, quem perdeu voto comigo foi a Folha.’


ISABEL A. SANTOS (São Paulo, SP)


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‘Parece-me absurdo criticar a campanha de Marta por questionar a vida privada do candidato Kassab.


Creio que o eleitor tenha o direito de saber sobre a vida familiar e pessoal de cada candidato, pois, se não temos informações sobre o mais óbvio acerca de um candidato, sobre sua situação familiar, menos ainda teremos sobre suas convicções políticas e o seu caráter.


Se fosse o contrário -o Kassab questionando a Marta sobre o seu estado civil-, não teríamos tantas discussões.’


OZEÍAS SAMPAIO (São Paulo, SP)’


 


 


Adriano Ceolin, Maria Clara Cabral, Conrado Corsalette e Ranier Bragon


Senadores petistas condenam inserção contrária a prefeito


‘Dois dias depois da veiculação da propaganda que aborda a vida particular de Gilberto Kassab (DEM), o PT ainda se mostrava dividido ontem. Em Brasília, congressistas atacaram a estratégia. Em São Paulo, o comando da campanha defendeu a peça, mas afirmou que agora vai explorar a ligação de Kassab com o ex-prefeito Celso Pitta (1997-2000).


No Congresso, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, e os senadores Aloizio Mercadante (SP), Eduardo Suplicy (SP), Ideli Salvatti (SC) e Fátima Cleide (RO), todos do PT, criticaram a propaganda.


‘Estamos aqui os três senadores [exceto Fátima Cleide, que fez a crítica depois] nos posicionando contrariamente a essa atitude. A vida pessoal não deve ser usada como instrumento político’, disse Mercadante. ‘Não deviam ter colocado esse assunto em discussão. É um erro. A campanha de Marta deveria ser mais ideológica’, acrescentou Ideli.


Berzoini reforçou o coro, na Câmara: ‘Acho que não é o ideal para nenhuma campanha mexer com a vida pessoal do adversário, especialmente com essa parte do comportamento’.


O ex-ministro José Dirceu, em seu blog, também condenou a estratégia.


Em São Paulo os martistas afirmaram que mesmo antes da repercussão a idéia era usar a propaganda somente no início. Agora, dizem que vão explorar o movimento ‘Reage, Pitta’, que tentava dar rumo à gestão do então prefeito após o escândalo dos precatórios. Na época, Kassab era um dos principais apoiadores de Pitta e chegou a afirmar: ‘Essa operação de resgate da imagem do prefeito não só é necessária como também justa. Ele [Pitta] é um homem correto e merece toda a confiança’. Essa propaganda já estava no ar ontem.


Segundo os apoiadores da ex-prefeita, pesquisas internas têm mostrado que a estratégia vem dando certo.


Marta evitou comentar o assunto ontem. Em campanha no extremo leste e no centro da cidade, ela voltou a ligar Kassab a Pitta e comentou o apoio que o adversário recebeu de Geraldo Alckmin (PSDB).


‘O importante no segundo turno são os eleitores. E até fiquei muito satisfeita de três sindicatos da Força Sindical que estavam com Alckmin no primeiro turno me apoiarem. Alckmin é partidário. Se tem uma pessoa que tem coerência partidária que eu conheço é o Alckmin, nunca esperei que ele se portasse de forma diferente. Ele teve que ficar uns dias para elaborar o que aconteceu, porque foi muito duro.’’


 


 


Folha de S. Paulo


Kassabistas sofrem ataques homofóbicos


‘Cabos-eleitorais que acompanhavam ontem os eventos de rua de Marta Suplicy (PT) fizeram ataques homofóbicos contra simpatizantes de Gilberto Kassab (DEM). Marta, que não presenciou nenhum deles, afirmou ser contra ‘grosseria e baixaria’.


Isso aconteceu em encontro com frentistas no centro e em panfletagem no extremo leste.


Marta voltou a defender a revelação do ‘DNA de Kassab’, mas disse não temer associação ao deputado Paulo Pereira da Silva (PDT), investigado por suspeita de corrupção, que estava ao seu lado.’


 


 


***


Justiça veta publicidade do PT sobre a vida pessoal de Kassab


‘A Justiça Eleitoral acolheu pedido da campanha do prefeito Gilberto Kassab (DEM) para proibir a candidata Marta Suplicy (PT) de veicular propagandas que tratam da vida pessoal, segundo a sentença, com ‘questionamentos vagos, fugindo do direito de crítica político-administrativa’.


Kassab ganhou um minuto de direito de resposta no rádio. A propaganda já estava fora do ar ontem. Já Marta fez representação dizendo que Kassab colocou ofensas pessoais contra ela em seu site. A campanha do DEM diz que os comentários eram de internautas e que foram retirados do ar.


Ainda ontem, a Justiça determinou busca e apreensão em comitês eleitorais do PT para recolher panfletos da campanha petista que dizem que ‘Kassab e seus aliados querem derrubar o presidente da República, espalham ódio contra o seu governo’, além de dizer que a atual gestão reduziu o ‘pré-natal da gestante negra’.


A tiragem do panfleto é de 500 mil e cerca de 25% já foram distribuídos, segundo a Folha apurou. Em nota, a coordenação de campanha de Marta afirmou que ‘Kassab não desmente quaisquer dos fatos mencionados, mas se desespera contra um jornal que leva essas verdades ao eleitor’.


Marta disse ontem que os dados sobre as gestantes são índices. ‘Não vejo por que processar criminalmente alguém por ter dito índices, índices que estão lá publicados pela própria Secretaria de Saúde.’


Sobre a afirmação de que Kassab quer ‘derrubar’ Lula, disse: ‘Deus me livre, não sabia disso, não’. Segundo os advogados de Kassab, a propaganda é ‘mentirosa’ e ‘criminosa’, ‘na medida em que atribui uma política pública racista’.


Na decisão sobre a propaganda eleitoral gratuita, a Justiça mandou retirar do ar a peça em que o locutor indaga se o candidato Kassab já teve problemas com a Justiça, se melhorou de vida depois da política e se é casado e tem filhos. A campanha do PT diz ter pesquisa mostrando que a propaganda deu resultado na periferia.


Segundo a sentença ‘os questionamentos feitos na propaganda, de modo subliminar, trazem no seu âmago a indagação proposital e depreciativa que, indiscutivelmente, ofende a honra subjetiva do candidato por levantar a suspeita quanto ao seu caráter e sua conduta’.’


 


 


CENSURA
Folha de S. Paulo


ANJ critica censura do petista Luiz Marinho à Folha Online


‘A ANJ (Associação Nacional de Jornais) condenou em nota divulgada ontem a decisão do juiz Wagner Roby Gídaro, da 296ª Zona Eleitoral de São Bernardo do Campo (SP), que concedeu liminar ao candidato a prefeito da cidade Luiz Marinho (PT) para que a Folha Online retirasse de seu acervo digital uma reportagem de 2005.


O texto de 20 de outubro de 2005 relata que o ex-gerente de Recursos Humanos da Volkswagen Klaus Joachim Gebauer disse ao jornal alemão ‘Die Welt’ que Marinho visitou boate na Alemanha à custa da montadora. O petista e a Volks negaram.


Segundo o candidato, a reportagem está sendo divulgada por e-mail por adversários políticos. Para a ANJ, ‘neste caso, caberia então à Justiça Eleitoral punir quem está fazendo uso difamatório da matéria, e não censurá-la. Censura é inconstitucional’.


Segundo a nota, assinada pelo vice-presidente da entidade, Júlio César Mesquita, ‘a ANJ espera que a Justiça revogue com a maior urgência a censura contra a Folha Online’. O Grupo Folha já recorreu da decisão do juiz.’


 


 


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


‘Somos todos brasileiros’


‘O ‘Guardian’ dizia ontem que a escolha de Paul Krugman para o Nobel ‘indica que a onda intelectual está mudando, contra o livre comércio irrestrito’, e simboliza ‘a morte do Consenso de Washington’. A razão para a escolha não seriam as críticas cotidianas do colunista à política econômica dos EUA, mas a contribuição teórica do economista com sua ‘política estratégica de comércio’ -em que aponta como os ‘subsídios à indústria interna’ elevam a renda de um país e dá como exemplo o apoio à Embraer.


Por outro lado, dias atrás em seu blog no ‘New York Times’, Krugman postou que ‘um ponto realmente importante’ na crise foi revelar ‘o crescimento da globalização nos últimos poucos anos’, daí o contágio. Em suma: ‘Somos todos brasileiros agora.’


A HORA DA VIRADA


Em entrevista à BBC, Krugman elogiou o plano europeu e avaliou que ‘pode ser a hora da virada da crise’. Depois se conteve, em seu blog no ‘NYT’, ‘ainda não vimos nada que chegue perto da volta à normalidade no crédito’.


No ‘Financial Times’, Martin Wolf também abriu o dia dizendo que os planos ‘são, em proporção e formato, o necessário’. E a manchete do ‘FT’, à noite, já dizia que ergueram ‘a confiança no sistema bancário global’.


O SECRETÁRIO


Após atacar em especial a decisão de permitir o colapso do Lehman, que fez secar o crédito, o ‘FT’ voltou a abrir fogo contra o secretário do Tesouro dos EUA pelo pacote ‘incompleto’ de US$ 700 bi e até pelo novo pacote, ontem, ‘generoso’ com banqueiros.


Mas saúda Henry Paulson por apresentar, enfim, ações ‘sistêmicas’. Mas foi no rasto de ‘Flash Gordon’ Brown.


‘RELATIVAMENTE’


Sobre o Brasil, o ‘FT’ vê ‘consumidores e empresas adiando planos de gastos’ e grupos como Votorantim, que ‘não foram conservadores’, enfrentando perdas no que ‘a mídia chama de subprime brasileiro’, os derivativos.


Mas no todo ‘as empresas estão bem menos endividadas do que as suas concorrentes externas’ e o país vai ‘emergir da crise relativamente ileso’.


O QUE FAZER COM O FMI


Em meio aos esforços globais, ‘Forbes’ e ‘Washington Post’ produziram reportagens sobre ‘o papel do FMI’. Ele ‘está fora’, diz a revista, em texto carregado de ironia, e ‘não é um ator para a solução da crise financeira’.


O ‘WP’ diz que o Fundo foi ‘posto de lado pelas nações desenvolvidas, nas quais seu conselho tem pouco peso’, e deve passar a socorrer ‘países menores, como a Islândia’, como defende Guido Mantega. O brasileiro diz que o FMI, nesta crise, não deve deixar ‘um só país fracassar’.


DOHA, DE NOVO


Lula chegou à Índia, em fotos exóticas nos sites daqui. Nos jornais de lá, ‘Times of India’, ‘Economic Times’, agências, a cobertura ressaltou o ‘compromisso’ expresso pelo chanceler Celso Amorim e pelo ministro Kamal Nath, representantes dos dois países na Rodada Doha, de fechar acordo sobre as ‘modalidades’ até dezembro.


ACORDO NUCLEAR


O ‘Hindustan Times’ deu que a Índia busca apoio do Brasil para uma ‘cooperação nuclear civil’, além de outros acordos sobre energia etc.


TODO O POSSÍVEL


O ‘Economic Times’ deu que o grupo indiano Larsen e Toubro decidiu investir aqui em ‘petróleo, cimento, papel e tudo o que for possível’.


DÚVIDAS E RAIVA


O ‘WP’ foi a Rondônia e produziu uma longa reportagem sobre as ‘dúvidas’ e a ‘raiva’ que cercam as duas hidrelétricas do rio Madeira. Sublinha os perigos ‘humanos e ambientais’ das obras


‘FORA, BRASILEIROS’


O correspondente do ‘NYT’ no Brasil foi ao Paraguai para longa reportagem sobre a ‘esperança dos sem-terra paraguaios’ com seu novo ‘presidente de esquerda’. O relato ressalta o confronto com os brasiguaios e gritos como ‘Fora, brasileiros’


LÁ E CÁ


Na manchete do ‘NYT’, à noite, uma pesquisa mostrou 14 pontos de vantagem para Barack Obama. ‘Os ataques de John McCain afastaram os eleitores’, avaliou o jornal, sem considerar o auge da crise nesta última semana.


Por aqui, no blog de Ricardo Noblat, no Globo Online, o Ibope apontando 12 pontos de vantagem para Gilberto Kassab, sobre Marta Suplicy, após os ataques ao prefeito. E o conselho de não comparar com outras pesquisas.’


 


 


COMUNISMO
Folha de S. Paulo


Escritor Milan Kundera nega ter delatado espião ocidental


‘O escritor Milan Kundera, 79, foi acusado de ter delatado em 1950 um espião ocidental em missão na então Tchecoslováquia, que, em seguida, cumpriu 14 anos de trabalhos forçados. Kundera nega ter sido o delator.


Ele o fez categoricamente, em nota distribuída por seu editor e em entrevista à agência tcheca CTK.


Kundera, refugiado desde 1975 na França e que tem a nacionalidade francesa, foi implicado por Vojtech Ripka, jovem pesquisador do Instituto para o Estudo de Regimes Totalitários, criado pelo governo tcheco.


O autor de ‘A Insustentável Leveza do Ser’, segundo texto de Ripka na revista ‘Respekt’, teve seu nome citado num relatório da polícia datado de 14 de maio de 1950. Kundera teria tomado a iniciativa de delatar Miroslav Dvoracek, que dois anos antes se refugiara na então Alemanha Ocidental e, sob falsa identidade, voltara a Praga como espião.


Kundera tinha 21 anos, era universitário e morava numa residência estudantil em que Dvoracek estava clandestinamente hospedado.


O ‘Le Monde’ diz que o relatório da polícia não traz a assinatura do romancista e que, se o fato fosse verídico, a polícia o teria chantageado durante seus longos atritos com o regime comunista.


Segundo o jornal francês, relatórios policiais antigos são problemáticos no Leste Europeu. São divulgados sem terem a veracidade investigada, como se os policiais que os redigiram fossem detentores da verdade.


Dvoracek, vítima da denúncia agora atribuída a Kundera, exilou-se na Suécia em 1964 e está impossibilitado de falar por um derrame que sofreu. Para sua mulher, é irrelevante saber quem o denunciou.


Ripka disse que publicou seu texto depois de ter enviado uma cópia por fax a Kundera, sem que o escritor tivesse respondido.


Com agências internacionais’


 


 


TELEVISÃO
Daniel Castro


Ibope de novela cai 41% em uma semana


‘Acendeu a luz vermelha na Globo. A audiência da nova novela das seis da emissora, ‘Negócio da China’, desabou em apenas uma semana. O primeiro capítulo, na segunda, 6, marcou 30 pontos na Grande SP. O sétimo capítulo, na segunda, 13, registrou apenas 17,7.


É normal audiências caírem após a estréia. Mas não em patamares de 41%. Pior: anteontem, durante vários minutos, a trama de Miguel Falabella patinou em 14 pontos, menos da metade da média da estréia.


Justiça seja feita, não foi só ‘Negócio da China’ que registrou números anormais para uma segunda-feira. ‘Malhação’ (18 pontos) e ‘Três Irmãs’ (23,7) também tiveram desempenhos considerados ruins.


Apesar da queda, em nenhum momento ‘Negócio da China’ teve sua liderança ameaçada. Em seu horário, a Record marcou 7 pontos de média, a Band, 6, e o SBT, 5.


A queda de audiência seguiu a redução de TVs ligadas. Na segunda, 6, 63% dos televisores da Grande SP estavam ligados no horário da novela. Anteontem, eram 52%. A média da semana passada foi de 57%.


Ontem, nos bastidores da Globo, buscavam-se explicações. A rede apostou em uma trama com apelo jovem, movimentada por lutas de kung fu, o que pode ter afugentado parte do público adulto. Pessoas de 35 a 49 anos, que eram 22% no primeiro capítulo, representavam 19% anteontem.


BUMBO 1


A Record lança na próxima segunda uma campanha para promover seu jornalismo. Amparada em uma pesquisa qualitativa, feita pelo Ibope, com apenas três grupos de discussão em São Paulo, dirá que tem um ‘jornalismo verdade’.


BUMBO 2


A sondagem apontou que o telespectador perceberia os telejornais da Record como ‘mais reais’ do que os da Globo, pois ‘dão ênfase aos problemas locais’. Seus apresentadores seriam mais ‘informais’, sem ‘aquele ar ‘robótico’ dos da rival. A Globo não comentou.


BUMBO 3


O público, no entanto, ainda prefere a Globo. No Ibope de setembro, o ‘Jornal Nacional’ deu três vezes mais audiência do que o ‘Jornal da Record’.


SUCESSÃO


Silvio Santos não viajou para Cannes, onde acontece nesta semana uma das mais importantes feiras mundiais de TV. Deixou as negociações para as filhas, Daniela e Renata.


REVISÃO 1


O ‘Vídeo Show’ passará por uma série de mudanças em 2009. Em fevereiro, passará a ter a direção de núcleo de J.B. de Oliveira, o Boninho (‘BBB’, ‘Mais Você’ e ‘Estrelas’), em substituição a Mariozinho Vaz.


REVISÃO 2


Boninho quer deixar o ‘Vídeo Show’ mais ‘dinâmico’.


LOCAÇÃO


Um dos especiais de fim de ano da Globo será rodado nas serras gaúchas. O programa fará um versão cômica para ‘Decameron’, de Boccaccio.’


 


 


Folha de S. Paulo


Klusemann é retratado por sua filha


‘A discussão da identidade por meio de uma jornada pessoal, conduzida pela busca da história paterna, é o eixo do documentário ‘Georg’, de Caterina Klusemann, que o Eurochannel exibe amanhã.


Klusemann é uma respeitada documentarista que apresentou suas produções em eventos como a Semana da Crítica do Festival de Cannes. O eixo de seus filmes é a família -’Ima’ fala sobre episódios vividos por sua avó durante o Holocausto; já ‘Georg’ trata da investigação da diretora sobre a vida de seu pai, o artista plástico Georg Klusemann (1942-1981).


O pintor morreu quando a diretora tinha oito anos. Suas memórias são esparsas, e muito do que ela tem são registros domésticos em super-8, fotografias e telas. Klusemann foi um artista muito respeitado na Europa e com trabalhos em museus como o MoMA (NY).


Mas o foco da diretora não está em atestar a relevância da obra plástica de seu pai. Ela quer entender mais sobre uma figura ausente, alvo de opiniões pesadas de sua avó, a relação dele com a bebida, o porquê de ele ter se ‘refugiado’ em Pisa, como ele se relacionava com amigos e vizinhos. O retrato que é desenhado pouco a pouco pela cineasta não é propriamente muito feliz. E essa honestidade é o motor do muito interessante ‘Georg’.


GEORG


Quando: amanhã, às 22h


Onde: no Eurochannel


Classificação indicativa: não recomendado para menores de 14 anos’


 


 


 


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