Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

13 previsões tecnológicas para 2011

Para celebrar 2011, juntei alguns pensamentos e prognósticos para os próximos 12 meses. As coisas parecem bem animadas em todo lugar, com apenas algumas nuvens escuras que podem estragar a nossa diversão tecnológica.

1. A Microsoft irá desfrutar de um 2011 rentável. Não será devido a qualquer recente estratégia de gênio ou novos produtos da companhia, mas sim, graças ao Windows 7 e os upgrades do Office. A maioria das grandes companhias ainda não está pronta para ir para a nuvem e a ausência de solução da Microsoft parece muito traumática para muitos de seus consumidores contemplarem. Google Docs fará algumas incursões contra o Office, mas o novo Office 365 será apelativo o suficiente para prevenir grandes deserções – pelo menos a curto prazo. Quando as pessoas perceberem, a Microsoft talvez dê uma agitada na solução em nuvem.

2. A estratégia do ‘eu também’ irá funcionar melhor do que o previsto para a Microsoft. Eles continuarão a abrir novas lojas de varejo, e talvez até mesmo uma app store para produtos de PC. Certamente, estão copiando descaradamente a Apple no conceito e execução, mas isso não é necessariamente uma coisa ruim. Comparar a experiência de comprar um computador Apple à de comprar um PC Windows numa loja de varejo como a Best Buy. Quando o vendedor da loja de varejo quiser cobrar 30 dólares extras por um pacote ‘PC Tuneup’ que remove toda a ‘porcariaware’ instalada pelo próprio fabricante de computador, você vai saber que o Windows está com problemas. Com suas próprias lojas, a Microsoft vai ter a oportunidade de em vez de fornecer uma boa experiência Apple, mostrar o melhor de seu Windows.

A morte do Internet Explorer

3. O Windows 8 será revelado, mas não será tão atrativo sem o kimono. A Microsoft vai buscar obstinadamente tentar manter o seu design SO-cabe-em-tudo mais uma vez com o upgrade do Windows 7, mas eles irão adicionar vários acompanhamentos na esperança de que talvez se ajuste a outras plataformas, como os tablets. Ao mesmo tempo, a companhia estará trabalhando em uma versão convertida do Windows Phone 7, rodando em processadores ARM, para ser sua resposta para tablets como o iPad. Eles não vão licenciar os direitos para a arquitetura ARM para nada.

4. Tablets irão machucar muito mais netbooks do que notebooks. Pessoas que querem um computador ‘de verdade’ com um teclado ainda irão optar por um notebook grande, rodando o Windows 7. O mercado de netbook irá sofrer nas mãos do tablet; como um teclado na tela não é muito pior do que um pregado com chiclete, e além da razão nome-a-escolher ser alta em qualquer dispositivo. Esta não é uma consequência ruim para a Microsoft que, de qualquer maneira, não podia vender o Windows 7 para os netbooks baratos e irá preferir fornecer um Windows com base ARM para tablets que pode ser precificado independentemente do Windows 7. Eles só precisam solucionar isso rápido.

5. IE6 irá finalmente morrer, mas IE9 talvez não seja um grande sucesso. Com o declínio do XP e a preparação para seu enterro final em 2014, o uso do Internet Explorer 6 irá cair a níveis que finalmente justifiquem os grandes sites a tratá-lo como um pária. Embora o IE9 seja um navegador significativamente bom e que será lançado em 2011, será o primeiro lançamento do Internet Explorer que não coincidirá com uma nova versão do Windows. A parcela do mercado do IE8 tem sido ajudada pela adoção do Windows 7, mas o IE9 não ganhará esse encorajamento automático. Para compensar, a Microsoft tentará impulsionar um upgrade agressivo, mas muitos usuários irão se segurar. O Windows Mobile 7 vai ter o seu navegador atualizado por uma variante do IE7 que atualmente roda para o IE9, finalmente trazendo essa plataforma em paridade de recursos com os navegadores com base no Webkit usado por todos os outros grandes jogadores.

Impulso para a venda do iPhone

6. Solid-state drives (SSDs) tornam-se padrão em quase todos os notebooks e tablets. Com os dados dos usuários sendo armazenados na nuvem, não há mais uso para grandes drives. Esta transição será um pouco delicada para os fabricantes de PC, já que geralmente eles gostam de vender grandes drives a preços exorbitantes. Espera-se ver fabricantes de notebooks não enfatizando o tamanho do armazenamento e, em vez disso, aproveitando da melhor vida útil da bateria que se terá usando o SSDs. E é claro, você ainda pode comprar um SSD realmente grande, só irá lhe custar um braço ou uma perna – especialmente se for o preço de upgrade do fabricante.

7. A agonia superará a ação na neutralidade da rede. As operadoras de celular, em particular, irão além do papel de só assoviar, justificando a discriminação no tráfego e limites de largura de banda, dizendo que suas redes são incapazes de lidar com o crescente dilúvio de dados dos smartphones. Alguns provedores de conteúdo irão anunciar acordos para jogar com as operadoras e oferecer subornos; outros irão lutar contra a alta desigualdade aparente nesses acordos. O governo irá ‘estudar’ isto intensamente durante 2011, mas a maioria dos acordos continuará.

8. Desenvolvimento do dispositivo móvel vai em direção aos navegadores. Android, Apple, RIM e Windows Phone 7 todos têm diferentes ambientes de desenvolvimento, o que significa que é caro desenvolver um aplicativo que sirva a todos. Mas todos eles carregam um navegador, exceto o Windows Phone, que tem um navegador com base Webkit. A base de navegadores de aplicativos pode ser bem mais portátil e muito menos custosa para desenvolvimento, já que eles requerem menos conhecimento específico da plataforma.

9. Android continuará a ganhar da Apple. Graças a um amplo espectro de novos handsets e tablets, o Android irá oferecer uma forte competição para o iPhone e o iPad. O muito falado Verizon dará um impulso para a venda do iPhone, se isso realmente acontecer, mas isso não durará muito, já que qualquer fã verdadeiro da Apple já está disposto a mudar. A dupla dinâmica Apple/Android irá acabar com a parte do BlackBerry, assustar a HP para desistir de relançar o WebOs e ter certeza que o Windows Phone 7 tenha dificuldade de crescimento. A Microsoft não desistirá em 2011; eles vão insistir, como fizeram com o Zune, e não desistir rapidamente, como fizeram com o Kin.

Um jornal grande passará a ser só digital

10. O produto moribundo Google Checkout irá ressuscitar como um aplicativo móvel. O novo celular Nexus S do Google é um dos primeiros a incluir a tecnologia Near-Fild Communication (NFC), que permite o celular ser usado como uma ‘carteira digital’ para efetuar pagamentos. Até o final do ano, quase todos smartphones terão NFC e o Google se posicionará como condutor por realizar esses pagamentos. Os pagamentos com base NFC podem conseguir taxas de crescimento incríveis, especialmente se a economia continuar a melhorar esse ano. Ah, e será um cuidado extra para você não perder seu celular em 2011.

11. A realidade aumentada terá como alvo as empresas. O primeiro aplicativo de realidade aumentada, tal como o Word Lens, faz coisas maravilhosas, como traduzir sinais no local e em tempo real, mas eles têm sido orientados para os consumidores. Em 2011, veremos algumas aplicações de empresa-para-empresa, talvez na forma de apresentações que ganhem vida quando você tira uma foto dele com a câmera do seu celular. Talvez seja apenas um truque, mas o fator novidade irá garantir a atenção das pessoas.

12. Sua companhia vai começar a usar o IPv6 e talvez seja doloroso. Apesar de um grande ganho de terreno do IPv6 entregue pela indústria nos dez anos que se passaram, o IPv6 ainda é uma venda difícil para muitas organizações. Mas não é um alarme falso que o mundo está usando todos os endereços Ipv4. Então, uma transição séria tem que começar a acontecer esse ano. Isso abrirá múltiplos problemas de segurança, performance, aplicação e gerenciamento de rede. Os administradores de rede merecerão seu pagamento em 2011, com certeza.

13. Um jornal realmente grande irá parar de publicar em papel e passará a ser somente digital. Talvez isso seja muito apocalíptico, mas os próximos 12 meses irão mostrar. A indústria de jornais vem diminuindo mais rapidamente do que os competidores do Biggest Loser (reality show em que ganha quem perde mais peso). Todos veem isso chegando, mas ninguém quer enfrentar o problema. Este ano, um grande jornal, do mesmo porte do Washington Post ou do New York Times, decidirá cortar seus gastos e desistir do papel. Talvez eles mantenham uma edição de sábado, quem sabe.

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Jornalista da InformationWeek (EUA)