Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Tráfego de internet nos jogos da Copa será 3 vezes maior

O tráfego de internet que será gerado durante os 64 jogos da Copa em todo o mundo será de 4,3 exabytes, o equivalente a três vezes o tráfego gerado por mês no Brasil. Pode ser comparado também ao tráfego de internet da Austrália durante um ano. As estimativas são do vice-presidente global de políticas tecnológicas da Cisco, Robert Pepper, na apresentação no Brasil do estudo “Cisco Visual Networking Index and Service Adoption” com projeções de crescimento da internet até 2018. “Esta é uma Copa conectada, o que não tínhamos há quatro anos. O tráfego inclui as transmissões on-line e os acessos, por exemplo, das pessoas que querem assistir os replays dos jogos”, disse nesta quarta-feira.

Pepper acredita ainda que o tráfego de internet gerado pelos cerca de 60 mil torcedores que estarão presentes em um estádio e durante as viagens para assistir os jogos deverá ser maior do que o horário de pico da internet (entre 21h e 1h) dos 94 milhões de assinantes de smartphones no Brasil.

O vice-presidente da Cisco previu que o tráfego de internet mundial em 2018 deverá chegar a 132 exabytes por mês, por coincidência, praticamente igual ao desta Copa. Assim, em apenas cinco anos, de 2013 a 2018, o tráfego do mundo terá aumento de quase três vezes ( de 51 para 132 exabytes). E destacou que a utilização de PCs cairá, aumentando a preferência dos consumidores por smartphones e tablets.

Ele afirmou que embora o crescimento do tráfego IP no Brasil seja muito grande, de 20% ao ano – serão 3,9 exabytes por mês em 2018 – o mercado, as redes e o serviço no país ainda não estão maduros. Para ele, quatro variáveis vão influenciar no crescimento, o número de pessoas conectadas, a quantidade de dispositivos, as velocidades mais rápidas das redes das operadoras e o conteúdo transmitido. Serão necessários investimentos e mais faixas de frequência para as transmissões, como a de 700 megahertz (MHz) que deverá ser licitada em agosto pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Até o final do ano passado, o país contava com 81 milhões de usuários individuais de internet, sem contar as pessoas que utilizam a mesma rede. Em 2018, serão 142 milhões.

Velocidade da banda larga cresce 2,5 vezes

Em 2018, o tráfego de “internet das coisas” (M2M, ou máquina a máquina) ganhará muita importância em todo o mundo. Ele citou algumas aplicações da internet das coisas, por exemplo, em equipamentos instalados nos carros que avisam que o óleo precisa ser trocado; ou que há problemas no air bag.

A M2M também é utilizada para gerenciamento de tráfego, com o monitoramento remoto de câmeras nas ruas. A internet das coisas pode ser usada com equipamentos instalados em longa distância, por exemplo, para irrigação na área rural, mas também para serviços de emergência, que precisam ser rápidos, explicou ele. “A categoria que cresce mais rápido no mundo é a M2M. Há cerca de três ou quatro anos ela nem estava presente. Hoje você encontra nos carros, nas ruas ou utiliza em outras aplicações”, afirmou.

Pepper alertou que as redes dos provedores de serviço precisarão estar adaptadas para estes dispositivos e também para o aumento do uso de tablets e smartphones. Apesar de as redes no mundo já estarem robustas, é necessário melhorá-las, porque o que impulsiona o serviço é a transmissão de vídeos, Video IP.

Serão 645 milhões de aparelhos conectados em todo o mundo em 2018, segundo o estudo da Cisco, contra 418,5 milhões no final do ano passado. Do total, 13,1% serão TVs conectadas; 10,3%, PCs; 4,7%, tablets; 27,1% smartphones; e 29,1% as conexões M2M.

Em 2018, a velocidade global da banda larga vai chegar a 42 mega bites por segundo (Mbps), contra 16 Mbps no final de 2013. Segundo o estudo, cerca de 55% das conexões serão mais rápidas do que 10 Mbps.

No Brasil, em 2018 a velocidade da banda larga deverá chegar a 17 Mbps, um crescimento de 2,5 vezes. No período de 2012 até 2013, ela cresceu 23%, passando de 5,5 Mbps para 6,8 Mbps. E, em 2018, o Japão e a Coréia do Sul atingirão velocidades muito acima da média, cerca de 100 Mbps.

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Mônica Tavares, do Globo