Tuesday, 19 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1279

Agência dos EUA defende internet neutra

Julius Genachowski, presidente da Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos (FCC, na sigla em inglês), afirmou na quinta-feira que considera ‘inaceitável’ que os provedoras de internet ofereçam uma transmissão mai rápida para empresas de conteúdo dispostas a pagar por isso.

‘Todo acordo que não preserva a liberdade e a transparência da internet para consumidores e empreendedores será inaceitável’, disse Genachowski.

Suas observações responderam às notícias de que o Google e a Verizon estariam perto de concluir um acordo que prepararia o caminho para a Verizon oferecer performance melhor para a empresa de conteúdo que estiver disposta a pagar. As duas companhias não quiseram comentar a possibilidade de um acordo.

Muitos puristas da internet acreditam que um sistema que inclui uma espécie de pedágio para um roteamento mais rápido de determinados conteúdos infringe a norma há muito estabelecida de uma neutralidade de rede, segundo a qual nenhuma forma de conteúdo será favorecida. Entretanto, um tribunal federal de recursos determinou em abril que a FCC não tem autoridade para regulamentar como os provedoras administram seus sistemas.

Nas últimas semanas, a FCC tentou negociar seu próprio acordo em uma série de reuniões privadas com um grupo de grandes companhias de serviços e conteúdo da internet, incluindo a Google e a Verizon, a fim de garantir total neutralidade.

Mas a agência cancelou uma sessão marcada para quinta-feira depois das notícias sobre as conversações entre Google e Verizon.

Edward Lazarus, chefe de equipe de Genachowski, que convocou as reuniões, disse em um comunicado que a iniciativa ‘foi produtiva em várias frentes, mas não produziu uma estrutura firme para preservar a transparência e a liberdade da internet de forma a impulsionar a inovação, os investimentos, a liberdade de expressão e a escolha do consumidor’.

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Preste atenção…

1. O que é neutralidade de rede.

Hoje, na internet, todo conteúdo tem o mesmo tratamento dos provedores, independentemente de sua origem.

2. O que está em jogo.

Grandes empresas de banda larga querem cobrar das empresas de conteúdo uma taxa para que suas informações sejam acessadas de forma mais rápida pelos usuários. Isso daria uma vantagem competitiva, mas acabaria distorcendo o mercado de internet, prejudicando principalmente empresas iniciantes.

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Do New York Times