Tuesday, 16 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1283

Biblioteca virtual adiada

O Google anunciou na sexta-feira (12/8) que interromperia temporariamente o programa Google Print, na qual os livros de cinco bibliotecas seriam digitalizados, para dar às editoras e detentores de direitos autorais a oportunidade de notificar especificamente quais volumes não querem que sejam escaneados. O procedimento, no entanto, incomodou a Associação Americana de Editoras, que alegou em comunicado que com a medida o Google passa a responsabilidade de prevenir a infração da propriedade intelectual ao proprietário, em vez do usuário.

A decisão é uma reação às críticas feitas pelas editoras, autores e detentores de direitos autorais. O Google disse que esperaria até, no mínimo, o dia 1º de novembro antes de começar a escanear os trabalhos que ainda estão protegidos por direitos autorais. Enquanto isso, a empresa seguirá adiante com os planos de digitalizar e fazer um mecanismo de busca aos livros que estão sob domínio público, ou seja, cujos direitos autorais expiraram.

Adam M. Smith, gerente-sênior de produtos do Google, disse que a política de não se incluir no arquivo de busca da biblioteca virtual era consistente com o relacionamento que o Google mantém com donos de sítios, permitindo a eles dizer quando eles não querem ser incluídos no sistema de busca. Patricia Schroeder, presidente da Associação das Editoras Americanas, alegou que as editoras são a favor de expandir o acesso ao conteúdo publicado por elas, mas algumas disseram estar preocupadas que o Google venda publicidade relacionada aos resultados da busca de material protegido sem dividir os lucros com os detendores de direitos autorais.

Em maio deste ano, a Associação Americana de Editoras Universitárias, um grupo de editoras universitárias sem fins lucrativos, enviou uma carta ao Google pedindo explicações sobre o Google Print e expressando suas opiniões sobre os possíveis problemas com os direitos autorais.

O Google Print, lançado em outubro do ano passado, tecnicamente ainda permanece em beta. O projeto inclui escanear os livros de três universidades americanas – Harvard, Stanford e Universidade de Michigan – , da Universidade de Oxford, na Inglaterra, e da Biblioteca Pública de Nova York.

O acordo com a Universidade de Oxford e a Biblioteca de Nova York permite ao Google fazer cópias de todas as obras das instituições que não estão mais protegidas sob direitos autorais, enquanto as universidades americanas concordaram em deixar o Google copiar suas coleções inteiras, tanto o material de domínio público como os protegidos. Páginas escaneadas dos livros em domínio público estarão disponíveis na íntegra no Google. Já os livros protegidos por direitos autorais serão disponibilizados por meio de resumos e bibliografias. O conteúdo não terá anúncios, mas apresentará um link para o sítio de vendas eletrônicas Amazon. [Com informações de Edward Wyatt, do The New York Times (13/8/05)].