Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Campanha contra o cigarro gera controvérsia na Inglaterra

A Advertising Standards Authority, agência que controla o mercado publicitário na Inglaterra, proibiu a veiculação de um comercial de TV da nova campanha governamental contra o cigarro, que estreou esta semana no país. Batizada de Smokefree England (Inglaterra Sem Fumo), a campanha tem como objetivo alertar a população para a proibição do fumo em lugares públicos fechados, como pubs, escritórios, shopping centers e táxis, que entra em vigor em primeiro de julho.


O objetivo era chamar a atenção, já que pesquisa encomendada pelo Departamento de Saúde havia revelado que quase metade dos britânicos não estava bem informada sobre o projeto antifumo. O comercial de TV da campanha, entretanto, parece ter pegado pesado demais, o que levou a Advertising Standards Authority a receber mais de 700 reclamações da população.


Anzol na boca


A peça mostrava pessoas sendo fisgadas pela boca por anzóis, em uma comparação de como o cigarro ‘fisga’ e torna os fumantes dependentes dele. A maioria das reclamações dava conta de que as imagens eram ofensivas, assustadoras e perturbadoras – especialmente para as crianças. O Departamento de Saúde afirmou que os anúncios foram criados com o objetivo de ‘confrontar os fumantes com a natureza controladora de seu vício’.


O Broadcast Advertising Clearance Centre, instituição que regula os comerciais de TV, havia liberado o comercial com restrições para crianças, o que significa que ele não poderia ser exibido próximo a programas infantis. Já o Advertising Standards Authority entendeu que esta restrição era insuficiente. O órgão também determinou que os pôsteres da campanha, ainda que tivessem o nobre objetivo de desencorajar o ato de fumar, estavam espalhados por locais de fácil acesso a crianças, o que também quebraria o código de publicidade.


A parte da campanha colocada na internet, revistas e jornais foi liberada pelo órgão regulatório, já que foi colocada em lugares onde dificilmente as crianças os verão. Informações de Mark Sweney [The Guardian, 14 e 16/5/07].