Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Candidato banda larga

Depois de encaminhar o debate para a despolitização, praticamente levando os candidatos a não aprofundarem seus posicionamentos programáticos, a mídia conservadora está pautando vergonhosamente o debate. O objetivo é radicalizar o esquema neoliberal, ou seja, levar os candidatos a se posicionarem em favor da redução do Estado brasileiro. O Globo, Jornal do Brasil, O Estado de S.Paulo, Veja e Folha de S.Paulo querem impor goela adentro dos brasileiros o extremismo neoliberal.

Geraldo Alckmin e o grupo tucano-pefelista defendem esse projeto com unhas e dentes. Quando são questionados nesse sentido começam a falar em ‘terrorismo eleitoral’. Ora bolas! Quando os fatos começam a ficar mais claros, ou seja, a desgraça para o Brasil e para a América Latina que seria uma eleição do esquema tucano-pefelista em aliança com os ex-comunistas do PPS, a mídia conservadora linha-auxiliar aparece com a pauta visivelmente contrária a Lula.

Quando o mercado tudo pode

O esquema neoliberal quer dar todo o poder ao mercado. Algo na base de o ‘milagre’ está no capitalismo e no choque de gestão. Vamos citar um exemplo do que está ocorrendo neste momento com as empresas responsáveis pela banda larga de acesso à internet.

A Virtua, da NET, e a Velox, da Telemar vendem gato por lebre. No caso da Net, a empresa dos Marinhos está deixando muito de seus usuários na mão, porque não investe na melhora de qualidade dos serviços. Exemplo: a chamada porta de acesso dos assinantes da Virtua está saturada. A empresa não investe para sanar o problema – e o que acontece? Muitos usuários são prejudicados e a conectividade do acesso deixa de ser permanente para se tornar intermitente. Ou seja, porque a porta de acesso dos usuários está saturada, e a empresa não investe na melhora da tecnologia, muitos assinantes ficam com o serviço de banda larga interrompido, às vezes por muitas horas e até dias, só retornando, quando os horários têm menor tráfego.

Quando há reclamação, a NET tenta incutir que o defeito é interno, quando, na verdade, a interrupção do serviço se deve única e exclusivamente à empresa. E tenta orientar falsamente os usuários como se fossem técnicos, para que eles mesmos recuperem o serviço. Na verdade, esconde-se um outro fato: o reduzido número de técnicos da empresa, comprovado pelo longo prazo de agendamento para sanar o problema da acessabilidade à internet.

A quem apelar? À Justiça, um caminho longo, demorado e muitas vezes sujeito a chuvas e trovoadas? Cancelar o serviço? A Telemar não fica atrás em matéria de má qualidade da banda larga com a Velox. Então, o mercado fica absoluto, ou seja, decidindo apenas o que mais interessa às empresas, que detêm o predomínio absoluto do setor.

Fraude dos gigantes

A fraude, aliás, já começa na oferta do próprio pacote. A velocidade contratada nunca é a real constatada nos instrumentos medidores. Assim, por exemplo, quem contrata um pacote da Virtua de 2MB, em horário de menor intensidade de tráfego conseguirá no máximo atingir uma velocidade de 800 KB, com downloads nunca ultrapassando taxas de transferência de 15 Kbps, de acordo informações do jornalista Antonio Castigliola, especializado em informática. 

Outro crime nesta área: o mercado praticamente forçou os assinantes de acesso discado, oferecendo sempre serviços precários, a migrarem para a banda larga.

Este exemplo na área de banda larga serve para ilustrar o que o esquema neoliberal pretende impor ao país: empresas que vendem gato por lebre fazer o que bem entenderem. É só transpor o exemplo para outros setores de atividades. O consumidor e o país são os mais prejudicados.

Para evitar que o Deus mercado vença, reduzindo o Estado brasileiro, é preciso vetar o Geraldo Alckmin. Não se trata de ‘terrorismo eleitoral’, como tenta incutir o ex-prefeito de Pindamonhangaba, mas de artimanhas do esquema, que no fundo é pautado pelo Consenso de Washington. Tem mais: a tão decantada liberdade de mercado nunca existiu, pois o que existe é a liberdade de monopólio das empresas privadas.

Com a palavra os eleitores brasileiros.