Wednesday, 24 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Modelo de negócio é desafio para sites

As redes sociais estimularam o surgimento de novos negócios para várias companhias. As empresas que controlam os sites, no entanto, ainda enfrentam dificuldades para gerar uma receita proporcional ao seu número de usuários e ao volume de conteúdo compartilhado nas páginas. O Facebook – maior rede social do mundo, com 955 milhões de usuários até julho – enfrentou uma série de dificuldades desde que abriu seu capital na Nasdaq, em 18 de maio, e foi questionado por gastar US$ 1 bilhão para adquirir o software de fotografia Instagram. A rede estreou com ações cotadas a US$ 38 e encerrou o pregão de ontem a US$ 22,59, uma desvalorização de 40,55% desde a sua estreia na bolsa.

Há uma semana, a companhia começou a ser mais bem vista por investidores, quando seu fundador, Mark Zuckerberg, foi a público falar sobre o desempenho na oferta de serviços para empresas. Muitos deles são voltados ao monitoramento e à gestão de campanhas publicitárias na rede social, áreas que já vinham sendo exploradas por outras companhias. A decisão de diversificar a operação e reduzir a dependência da receita com publicidade foi bem recebida pelos investidores, mas há ainda um longo caminho a ser trilhado para que a companhia recupere o valor de mercado de US$ 100 bilhões. O valor, baseado nas cotações de ontem, é de US$ 51,56 bilhões, segundo o Valor Data.

Entre as companhias de redes sociais e negociam ações na Nasdaq – Facebook, LinkedIn, Yelp e Jive – o LinkedIn apresenta os melhores resultados. Desde a estreia na bolsa, em 18 de maio de 2011, as ações da companhia valorizaram 172,84%, saindo de US$ 45 para US$ 121,40. No acumulado desde 18 de maio, quando o Facebook abriu capital, o LinkedIn teve uma valorização de 16,99%.

Aplicações e serviços pagos

Fernando Belfort, analista sênior da Frost & Sullivan, diz que as perdas do Facebook se devem à demora da companhia em desenvolver ferramentas que gerem receita, uma dificuldade ligada às características da rede social. “O Facebook é um ambiente de festa, a última coisa que o usuário quer é comprar algo [enquanto está no site].”

Redes sociais especializadas, como LinkedIn e Yelp (de avaliação de produtos e serviços) desenvolveram aplicações e serviços pagos e incrementaram sua receita. Mas, para especialistas, a especialização limita a capacidade de crescimento dessas companhias. O LinkedIn vale US$ 12,98 bilhões – um quarto do valor do Facebook. O Yelp vale US$ 1,57 bilhão.

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[Cibelle Bouças e Moacir Drska, do Valor Econômico]