Wednesday, 24 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Computador pode virar relógio de pulso

A Microsoft está trabalhando em projetos para um dispositivo similar a um relógio de pulso com tela sensível ao toque, disseram executivos de fornecedores da empresa americana de tecnologia, o que a une potencialmente a rivais como a Apple, que também trabalham em uma nova classe de produtos de computação.

No início deste ano, a Microsoft pediu a fornecedores na Ásia que enviassem componentes para um potencial dispositivo ao estilo de um de relógio, disseram executivos dessas empresas. Um deles disse que se reuniu com a equipe de pesquisa e desenvolvimento da Microsoft na sede da gigante de software, em Redmond, no estado americano de Washington. Mas não está claro se a Microsoft vai optar por seguir em frente com o relógio, disseram os executivos. A Microsoft se recusou a comentar.

Alguns investidores e grandes empresas de tecnologia estão apostando no crescimento do setor de dispositivos usados no corpo como acessórios – conhecidos em inglês como wearables –, aparelhos computadorizados construídos graças ao crescente poder e tamanho cada vez mais reduzido dos sensores, que podem medir a temperatura do corpo, detectar a localização geográfica e atender a comandos de voz de pessoas em movimento.

Aparelhos acoplados ao corpo

Alguns dos novos aparelhos portáteis, como o FuelBand, da Nike, medem a atividade física, enquanto outros se destinam a complementar as funções de um smartphone, recebendo mensagens de texto, tirando fotos ou verificando informações sobre o clima. A Apple também fez testes com projetos para um dispositivo no formato de um relógio de pulso, informou o “The Wall Street Journal” no início deste ano.

A Pebble Technology, uma empresa iniciante do Vale do Silício, está vendendo um relógio que faz a sincronização por meio de tecnologia sem fio com smartphones e vibra para alertar usuários sobre o recebimento de chamadas, mensagens de Twitter e e-mails. O Google está testando com consumidores um dispositivo batizado, por enquanto, de Google Glass, um aparelho no formato de óculos que exibe certas informações computadorizadas no campo de visão do usuário.

“Nós vemos uma demanda crescente por aparelhos portáteis acoplados ao corpo à medida que o tamanho do smartphone tem se tornado grande demais para ser carregado”, afirmou Wanli Wang, analista do RBS. “Um relógio inteligente que seja compatível com um smartphone e outros dispositivos eletrônicos seria algo atraente para os consumidores.”

Microsoft continua testando smartphone

A empresa de pesquisa Gartner prevê que o mercado de portáteis eletrônicos inteligentes acoplados ao corpo poderá se transformar em um segmento que movimentará US$ 10 bilhões ao ano até 2016. Essa não é a primeira vez que a Microsoft demonstra interesse em aparelhos portáteis usados como acessórios acoplados ao corpo. Dez anos atrás, a Microsoft lançou o “Smart Watch”, um relógio inteligente que rodava com um software da empresa. Ao pagar uma assinatura mensal, os usuários do relógio inteligente podiam receber notícias, mensagens instantâneas e resultados esportivos enviados através de ondas de rádio FM para os seus pulsos. Mas as vendas foram suspensas em 2008.

Para o protótipo de seu novo potencial relógio, a Microsoft solicitou telas de 1,5 polegada a fabricantes de componentes, disse um executivo de uma das empresas fornecedoras. Os testes de um relógio computadorizado também ressaltam as ambições da Microsoft em expandir suas ofertas de equipamentos. Em outubro passado, a Microsoft lançou o Surface, um computador ao estilo de um tablet, e a empresa está preparando mais dispositivos pessoais de computação, incluindo uma versão menor do tablet, de 7 polegadas, para competir com aparelhos populares como o iPad Mini, da Apple, disseram pessoas a par do assunto.

A Microsoft também continua testando seu próprio smartphone, embora não esteja claro se a companhia chegará a lançar tal dispositivo no mercado, disseram fornecedores de componentes eletrônicos.

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Lorraine Luk e Shira Ovide, do Wall Street Journal, de Taipei