Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Editor da Playboy enfrenta julgamento

O editor-chefe da edição indonésia da revista Playboy pode pegar até dois anos de prisão sob acusação de ‘distribuir fotos indecentes ao público e lucrar com elas’. A promotoria de justiça pediu a pena em audiência em Jacarta esta semana, informa a Reuters [13/3/07].


O lançamento da Playboy no país com maior população muçulmana do mundo, em abril do ano passado, causou polêmica – ainda que não tenham sido publicadas fotografias de mulheres nuas. Na ocasião, foram organizados protestos violentos, e a redação da revista teve que ser transferida de Jacarta para Bali.


O editor-chefe, Erwin Arnada, alega que a versão indonésia da Playboy é boa para ajudar a desenvolver uma sociedade pluralista, mas a promotoria e muçulmanos conservadores entenderam que a revista ‘ameaçava as morais da nação’. ‘As fotos selecionadas pelo réu eram impróprias para publicação porque violavam padrões de decência e estimulavam a luxúria’, afirmou o promotor Resni Muchtar no tribunal.


‘Enforquem ele’


Durante a audiência, mais de 100 manifestantes muçulmanos se reuniram do lado de fora do tribunal criticando o pedido da promotoria, classificado por eles de muito suave. ‘Enforquem ele’, gritavam. Até o clérigo radical Abu Bakar Bashir, que foi preso e posteriormente absolvido das acusações de envolvimento em um atentado a bomba em 2002, em Bali, compareceu ao julgamento. ‘O pedido da promotoria não se iguala aos danos causados pela Playboy. Nós queremos que os juízes dêem ao réu uma sentença mais pesada’, afirmou aos repórteres presentes.


Após a polêmica inicial com a primeira edição da revista, números subseqüentes da Playboy continuam à venda em cidades da Indonésia. Não houve nenhuma ação do governo, até agora, para proibir a distribuição.