Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Geração Y e a extinção dos e-mails até 2015

Muitos já devem ter ouvido falar nela. A geração Y é uma nova geração de garotos e garotas que estão na faixa dos 21 aos 25 anos de idade e que começam a entrar no mercado de trabalho com um potencial enorme de características. Em geral são bem nascidos, viveram em dois ou três países, falam três ou quatro idiomas, são espertos, ousados, consumistas, ambiciosos, não dão a mínima para o que vestem, inclusive querem quebrar paradigmas quando o assunto é formalidade, tradição e hábitos no ambiente profissional.

Ouvem iPod o tempo todo, gostam de trabalhar, aprendem muito rápido, são ávidos por tecnologia e adoram utilizar várias tecnologias ao mesmo tempo. O interessante é que em geral não são dados a liderar pessoas ou equipes em empresas. Seu foco é criar, desenvolver e gerenciar tarefas e resultados. Muitos deles, por terem vivido fora do país, sabem muito bem o que querem e têm um plano de carreira muito bem definido, o que prejudica um pouco porque querem ser logo o presidente da empresa.

Nesse contexto, muitos dos hábitos digitais dessa geração Y devem levar ao fim dos e-mails, pois eles não gostam dessa prática de comunicação. Acreditam que essas mensagens (e-mail) demoram muito para chegar ao destinatário; preferem se comunicarem pelas redes sociais (MyFaceBook, MySpace, LinkedIN, YouTube e Blogs).

Credibilidade enorme

Hoje, a média etária dos usuários de e-mail é de 47 anos, revela Cesar Tauriom, gerente de tecnologia aplicada da IBM Brasil. Os dados foram apresentados no 17º Congresso Nacional de Auditoria de Sistema e Segurança de Informação e Governança (CNSAI), realizado esta semana na capital paulista.

‘O e-mail deixará de existir dentro de cinco a sete anos’, profetiza Taurion. O motivo? A entrada da chamada geração Y – conforme mencionado acima – no mercado de trabalho.

Talvez apenas pessoas entre 40 e 60, que formam a geração conhecida como baby boomers (nascido pós-segunda guerra) irão continuar a utilizar a ferramenta.

Com avanços da Tecnologia da Informação (TI) e a chegada desses jovens profissionais, as empresas já estão criando plataformas de conexão com as redes sociais, wikis, blogs, comunicadores instantâneos e grupos de trabalho online para se comunicarem internamente, numa espécie de intranet.

O executivo apresentou dado destacando que grande parte dos jovens entrevistados considerava inúteis as informações obtidas por e-mail. ‘Significa que a credibilidade das novas ferramentas online é enorme’, sinalizou.

Um legítimo representante

‘Na IBM’, afirma Taurion, ‘já há uma série de projetos em que os participantes não mais utilizam o e-mail, e sim, redes sociais, inclusive, caso queira, o profissional poderá criar até blog, se desejar, sem sequer pedir autorização a ninguém.’

Aliás, muitas companhias já utilizam as redes sociais até para contratação, como é o caso dos usuários que trabalhavam em instituições financeiras que quebraram recentemente nos Estados Unidos e que estavam registrados na rede social LinkedIN, onde conseguirão novos trabalhos.

Uma das redes sociais que vem crescendo nesses últimos tempos é MyFaceBook. Atualmente com aproximadamente 20 milhões de usuários cadastrados, é uma rede social de compartilhamento de opiniões e gostos afins. Semelhante ao Orkut, mas com perfil de usuários mais adultos e corporativos, esta rede permite que através da semelhança de gostos e opiniões troquem idéias e façam negócios.

Mark Zuckerberg, legítimo representante dessa geração Y, fundador do MyFaceBook e o mais novo milionário do Vale do Silício, afirma que sua ambição não é ser milionário, mas sim, conseguir que todos os usuários do planeta terra se cadastrem no MyFaceBook… Se ele vai conseguir, não se sabe… Mas as empresas de comunicação tradicional vão ter que repensar em suas estratégias, sobretudo para conseguir se comunicar com essa nova geração Y.

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Advogado, São Paulo, SP