Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Internet multiplica formas de ver TV

A cena clássica de entrar em casa, ligar a TV e esparramar-se no sofá para assistir ao seu programa favorito continua atual para milhões de pessoas, mas começa a dividir espaço com outras – e mais interativas – formas de ver televisão.

Segundo levantamento feito pela consultoria Accenture, assistir a vídeos pela web já é um hábito para 77% dos internautas dos sete países pesquisados (Estados Unidos, Reino Unido, Brasil, Itália, Espanha, Alemanha e Austrália). O estudo, obtido com exclusividade pelo Valor, mostra que os brasileiros são os mais atuantes: 89% dos entrevistados veem vídeos pela internet, por curiosidade ou porque gostam de navegar.

O mais surpreendente é que essa não é uma tendência exclusiva dos jovens. Embora seja um costume mais frequente entre os que têm até 34 anos, ver vídeos pela internet também faz parte da rotina de 64% dos internautas com mais de 65 anos de idade.

A sondagem – feita com 6,5 mil internautas – não está baseada numa amostra estatística que retrate do conjunto da população desses países. Porém, joga alguma luz sobre realidades que já são perceptíveis em diversos mercados: a televisão está ganhando novas telas e o ritual de assistir a vídeos está se tornando mais interativo.

De acordo com o levantamento, 35% dos entrevistados afirmaram ter visto mais vídeos pelo laptop nos últimos 12 meses, em comparação com anos anteriores. Enquanto isso, 23% disseram ter aumentado o acesso a vídeos por meio de telefones móveis e 7% declararam que usaram mais os tablets com essa finalidade.

Palavras-chave

‘As novas formas de ver TV não substituem o modelo tradicional, mas se somam a ele’, diz o consultor Petronio Nogueira, especialista em mídia e telecomunicações e líder de terceirização de processos da Accenture na América Latina.

Uma das conclusões do estudo é que essa multiplicidade de aparelhos deve se traduzir também em formatos de programação diferentes. ‘Os consumidores indicam fortemente que estão prontos para uma experiência multidispositivos – que vá além de simplesmente replicar a TV tradicional em outro aparelho’, afirma o documento. Personalização e qualidade – tanto do conteúdo quanto da rede – são palavras-chave nesse contexto, diz a consultoria.

Temas como esse serão debatidos, nesta semana, no Global Convergence Forum, que será realizado no Rio. Pela primeira vez, o Brasil será sede do evento, promovido anualmente pela Accenture.

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Atividades empresariais vão migrar do escritório para smartphone, diz consultor

Quando se fala em internet móvel, é quase natural pensar em entretenimento. Redes sociais, vídeo e música estão entre as aplicações mais procuradas pelos usuários dessa tecnologia. Nos próximos anos, porém, a mobilidade vai entrar numa nova fase: as atividades empresariais vão se descolar do escritório para ganhar os tablets e os smartphones. A afirmação é de Martin Cole, líder mundial da consultoria Accenture para as áreas de comunicação e alta tecnologia.

‘As tecnologias móveis são a nova forma de computação. A maneira como as pessoas vivem e trabalham vai mudar’, diz o executivo.

Com o aumento da capacidade das redes de telefonia móvel, programas corporativos serão acessados de qualquer lugar. ‘Os dados poderão ser compartilhados mais rapidamente’, afirma.

Mais trabalho

Hoje, é possível acessar e-mails, ler planilhas e até preparar apresentações nos smartphones. No entanto, a próxima geração de softwares corporativos promete ir além e reproduzir, nos terminais móveis, recursos disponíveis no computador do escritório.

As empresas terão lojas de aplicativos com programas que seus funcionários poderão baixar para trabalhar remotamente. A Accenture já adota esse modelo. ‘O mercado de trabalho está se aproximando do mercado de consumo’, afirma Cole.

Segundo ele, essa nova realidade pode resultar em custos menores para as companhias. ‘Muitas vezes, os profissionais usam seus próprios smartphones ou tablets para trabalhar’, observa.

Para quem acredita que os avanços tecnológicos vão deixar mais tempo livre para o lazer, Cole diz que não é bem assim. ‘As pessoas vão passar mais tempo trabalhando.’ (TM)