Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Marcelo Beraba

’19/04/2004

A Folha acertou em dar a manchete de DOMINGO para o massacre de garimpeiros na reserva dos cinta-larga, em Rondônia. Primeiro, pela gravidade da notícia, que seguramente terá novos desdobramentos; segundo, porque a confirmação das mortes foi o fato mais importante da madrugada de sexta para sábado; e, por fim, porque a Folha conseguiu se aproximar da região, o que lhe garantiu um diferencial nas reportagens do enviado especial. Um único porém: ‘o Globo’ conseguiu sair com a notícia da confirmação das mortes na edição de sábado destinada aos assinantes do Rio. Deu um alto de página. Segundo a coluna Toda Mídia (A16), a informação da PM de Rondônia foi ao ar à meia-noite na Globo News. A edição trabalha bem os grandes assuntos da semana: índios e garimpeiros, MST e invasões, comandos do tráfico e favelas, risco Brasil, Hamas e Iraque.

Época conseguiu, enfim, localizar Benedita da Silva, sumida desde o caso Waldomiro. Em Newark, EUA.

Mais índios

‘O Globo’, além de ter sido ágil na sexta (ao conseguir colocar a notícia em parte da edição de sábado), tem investimento próprio na edição de domingo: enviou equipe para Roraima, onde as discussões sobre a homologação da reserva de Raposa Serra podem provocar novos enfrentamentos, agora entre índios e fazendeiros. ‘O Estado’ também informa sobre as divergências dentro do governo sobre Raposa Serra.

Não vi na Folha

Ainda no DOMINGO, ‘O Globo’ e o ‘Estado’ trazem declaração polêmica do presidente da Funai, Mercio Pereira, que tenta justificar a ação dos índios. A declaração (‘Nós sentimos muito pelos que morreram, pelas famílias enlutadas, por seus parentes. Mas nós também precisamos dizer ao povo brasileiro que os índios estão defendendo suas terras’), feita em Brasília no sábado, certamente vai provocar reações.

Brancos

Não sei se é correto usar o termo garimpeiros brancos, sem aspas, para distinguí-los dos índios (terceiro parágrafo de ‘Mais 26 corpos…’, pág. A4). Certamente não são todos brancos. Acho que, no caso, basta se referir a garimpeiros ou invasores e fica claro. Ou usar a aspa, como na arte.

Outras invasões

Ainda no DOMINGO, Folha e ‘Estado’ investem em reportagens sobre a onda de invasões de propriedades rurais. O ‘Estado’ dá manchete para a venda ilegal de lotes da reforma agrária. A Folha consegue fazer um bom levantamento das invasões ocorridas desde o início do governo Lula e das divisões que marcam o movimento dos sem-terra. Ponto para o envio de repórteres para regiões de invasões e tensão.

Xico Graziano

O ex-presidente do Incra está na Folha e no ‘Estado’ defendendo a mesma tese: o modelo atual de desapropriação de terras para a reforma agrária está ultrapassado. O ‘Estado’ pelo menos informa a razão da entrevista: o tucano acaba de lançar um livro sobre o assunto. Na Folha, é preciso começar a ler o pingue para entender que se trata do lançamento de um livro. Que livro? A informação e ficha técnica devem ter sido cortadas.

Acho que é o caso de um Erramos ou de nova nota que dê as referências: título, editora, preço.

Cartão de crédito

Muito bom e impressionantes os dados das reportagens sobre cartões de crédito (Dinheiro de DOMINGO, pág. B1 e B4). Mas a última retranca (‘Oito pessoas gastam R$ 14,2 milhões’, B4) ficou ruim porque misturou informações da Receita colhidas em BSB com a tentativa de se dar um pouco de molho para os números. A foto que ilustra a matéria só pode ser entendida se o leitor enfrenta todo o texto. É lógico que uma reportagem como essa precisa ter vida, personagens, casos. Mas a fórmula adotada, além de mal editada, parece improvisada.

Favelas

O título da reportagem que discute o problema das favelas do Rio (‘Ausência do poder público é questionada’, Cotidiano, DOMINGO, pág. C3) não tem sustentação na reportagem. O questionamento feito é muito fraco e não se pode chamar o prefeito César Maia e a delegada Marina Maggessi de especialistas no assunto. A discussão é mais do que oportuna e a tese é boa. Merecem ser mais bem trabalhadas. Há várias verdades e mitos sobre as favelas, a ocupação urbana das grandes cidades (e não apenas do Rio), sobre a relação entre violência e pobreza, sobre a presença e ausência do poder público que valem um questionamento mais aprofundado e nacional.

As entrevistas das págs. C5 e C6 já tratam de aspectos destas discussões (‘Combate ao crime deve ser específico’ e ‘Desigualdade, e não pobreza, gera violência’). Mas a da economista da FGV não traz qualquer novidade. É boa para reforçar a idéia de que a pobreza não explica a violência, mas não é nova.

Promiscuidade

A outra reportagem, sobre a convivência pacífica entre policiais e traficantes na rotina das favelas (C1), mostra bem o grau de degradação da polícia do Rio. Boa também a reportagem sobre a Estrada da Gávea (C4).

A governadora

A entrevista do ‘Globo’ com a governadora Rosinha Matheus falando sobre violência é impressionante tanto pelo que diz (‘A população se sente mais segura’) como pelas poses fotográficas. Teria sido um bom complemento para o material da Folha.

EDIÇÃO DE SEGUNDA

Edição chocha, Folha e ‘Estado’ com os mesmos destaques: Espanha retira tropa do Iraque, suíte do Hamas, suíte sem novidades de Rondônia, mais invasão do MST, finais do futebol, Silvio Santos no Oficina. A Folha tem de diferente o sucateamento da Fatec e a decisão do governo de pagar primeiro os aposentados que entraram com ação contra o INSS.

A reportagem de capa do Folhateen parece pauta requentada, página virada.

A melhor surpresa, no sentido de novidade, é a entrevista de segunda, ‘Trauma de seqüestro supera o de sobrevivente de guerra’, com psiquiatra do HC (Brasil, pág. A12).

PT

A reunião do Diretório Nacional do PT ontem em São Paulo teve informes diferentes nos jornais: a Folha realçou a falta de transparência do partido (‘Tesoureiro pressiona e PT não expõe contas’), o ‘Estado’, a preocupação com os estragos do caso Waldomiro nas eleições municipais (‘PT terá corregedoria para controlar candidatos’) e ‘O Globo’, a questão de segurança pública, a paranóia do Rio (‘PT cobra ação contra o crime’). Ou seja, não tinha notícia, apenas propostas e opiniões que já não têm influência no governo.

Outro lado

A Folha informa (‘Institutos negam privilégio’, Brasil, A4) que tentou ouvir a Fundação Getúlio Vargas sobre a acusação de que beneficia entidades petistas até ‘depois das 20hs de sexta-feira’. E por que não tentou no sábado e no domingo? Teria sido o correto.

16/04/2004

A capa da Edição SP está bem melhor do que a Nacional. Ficou mais forte com a valorização das chamadas para o estudo da FGV sobre miséria e para o enterro do traficante da Rocinha. Na Ed. Nac., estas chamadas estão abaixo da dobra e, no caso da Rocinha, inexplicavelmente acanhada. Mais uma vez Folha e ‘Estado’ se parecem. Manchetes iguais (para o risco-país) e fotos iguais (o jardim petista do Alvorada). A Folha oferece na primeira apenas três assuntos que o ‘Estado’ não tem, todas no pé: a revista Moda, o guia e um sumário para Esporte. É pouco.

Política

Bem fraco o noticiário político de hoje, principalmente na Ed. Nacional. Abre com uma promessa de punição para os grevistas de um movimento que se arrasta e que a gente não sabe se tem conseqüência na vida dos cidadãos porque continua a fazer suas operações espetaculares, como agora a Matusalém, em Manaus. Segue com a recuperação da estrela do PT no Alvorada (furo do ‘Correio’) e por aí vai sem nenhuma novidade e sem qualquer informação de fato de peso. Quase tudo suíte ou declaratório. A Edição SP melhora porque há um rearranjo (a estrela do Alvorada cede a A5 para as críticas de Aécio Neves a Lula) e traz uma novidade: o vice José Alencar agora não apenas reclama como articula uma mobilização nacional contra a política econômica.

E o Lula?

‘O Globo’ e o ‘Estado’ dão destaque, com razão, às críticas que o presidente Lula fez, durante a inauguração da Bienal do Livro, ao sistema de progressão continuada no ensino básico, uma bandeira do próprio PT, e à qualidade do ensino. Falou em ‘erros históricos’. Não vi na Folha, embora o jornal sempre tenha se destacado por acompanhar as políticas de educação. Não é a primeira vez que Lula faz estas críticas, mas ontem teve ênfase especial.

E as meninas da Febem?

Furo do Painel na véspera, era de se esperar que a reportagem sobre as meninas da Febem tivesse personagens, vida, que elas mesmas falassem do sonho de se preparar para uma apresentação de gala e a frustração. Elas devem ter histórias que interessariam aos nossos leitores.

A estrela

É corretíssimo o investimento na recuperação do furo do ‘Correio’. O material está bom. Agora, dizer que ‘Lula planta estrela no Alvorada’ é exagerar na ‘licença jornalística’. O ‘Estado’ atribui a idéia à primeira-dama e ‘O Globo’, ao PT.

Santo André

É mais extenso e forte o noticiário do ‘Estado’ sobre as entrevistas com os dois irmãos do prefeito assassinado. ‘Gilberto (Carvalho, assessor de Lula) me disse que levava dinheiro a Dirceu’, foi o que disse um dos irmãos ao jornal. Parece que não é novidade. Mas, de qualquer modo, se foi reafirmado ontem na coletiva, deveria ter sido registrado.

Jóias

O texto do Bonalume (‘Gruta africana guarda colar de 75 mil anos, Ciência A14) e a edição valorizam uma notícia comum a todos os jornais.

Calhau

O que faz a foto do ministro Antonio Palocci no artigo de Silvia Domit (‘BC perde oportunidade e poderá ter de elevar juros’, Dinheiro B3)?

Miséria

Com a capa sem anúncio, ficou mais bonita e forte a Edição Nac. de Cotidiano, com a pesquisa da FGV sobre a miséria. Achei correto ter aberto com SP e ter dado destaque para os número do Rio. Impossível entender o que se passa nas favelas do Rio sem estes dados que mostram o tamanho do abismo que separa estas comunidades pobres dos bairros vizinhos.

Personagem

Mas o único personagem a ilustrar o material da pesquisa, o aposentado Lourival Francisco de Oliveira, da Cidade de Deus, sumiu na Edição SP (Cotidiano, Ed. Nac. C1). É uma pena, até pela fotografia, embora a sub com o personagem reproduza um modelo burocrático que temos adotado automaticamente toda vez que temos pesquisa: selecionamos um ou dois dados, corremos atrás de alguém que caiba no figurino e montamos um ‘side’ entremeando números com aspas. Só falta um cqd (como queríamos demonstrar), no final. Não é uma crítica específica a esta matéria, mas a este modelo fácil que dá a ilusão de atenuar a aridez dos números. De qualquer maneira, é melhor ter um personagem, ambiente, aspas e fotos do que só ficar nos números. Essa discussão não é nova e talvez o jornal devesse ampliá-la em busca de novas soluções. Neste tipo de cobertura o texto é fundamental.

Davis-2001

Esporte continua a desfiar esta meada (‘Família Kuerten integrou licitação fantasma em SC’, D2). Tem pinta de que vai longe.

Geninho

É um escândalo a orientação do técnico do Vasco a seus jogadores para chutar o tornozelo do adversário. Merecia um registro além da nota da coluna do Mário Magalhães (D3).

15/04/2004

A guerra na Rocinha ainda é o principal destaque para os jornais do Rio. Folha e ‘Estado’ voltam aos indicadores econômicos: ‘BC reduz taxa de juros a 16% ao ano’ (FSP) e ‘Arrecadação sobe 15% e bate recorde’ (‘Estado’). Folha tem dois grandes investimentos em economia bem contemplados na primeira: os juros e as movimentações na economia dos EUA. Uma observação: ‘risco de emergente sobe’, o complemento do título sobre os EUA, exige muita boa vontade para que seja bem compreendido, como se requer de um título, ainda mais na primeira; como já fizemos títulos ainda mais enigmáticos, é possível que o leitor já esteja acostumado, ou conformado. O ‘Estado’ também destaca a economia na capa: além da arrecadação recorde, a redução dos juros e a Embratel.

Destaques

O ‘Estado’ continua cobrindo extensivamente as invasões no campo. São três páginas bem críticas, sem espaço para o MST. Um dos abres da Ed. Nac. já é com Serra acusando o governo Lula pelas invasões; na Folha, ele só aparece na Ed. SP. ‘O Globo’ também abre o seu noticiário político com o MST.

Energia atômica

Outro diferencial do ‘Estado’ na Ed. Nac. é a cobertura da visita dos técnicos da AIEA a Resende, assunto que dominou o noticiário na semana passada e agora minguou. A Folha traz pequena nota de Brasília apenas na Ed. SP. Salva o assunto o artigo do Paulo Nogueira Batista Jr. (Dinheiro, pág. B2) , réplica ao do Mangabeira Unger. Os dois discutem o que parece ser o mais importante e ainda não esclarecido: a tecnologia brasileira é realmente inovadora e justifica o sigilo industrial? Acho que este ponto deveria sair dos artigos e das especulações para ganhar reportagem consistente.

Mundo

Bem equilibrado o material de Mundo sobre os resultados do encontro de Bush com Sharon. Boas as entrevistas com analistas dos dois lados (A11 e A12). O ‘Estado’ preferiu dar mais destaque para o depoimento do diretor da CIA que admite que os EUA não estão preparados para enfrentar o terror. Bom também, na Folha, o material sobre direitos humanos (Cuba e China, A14).

Polícia Federal

A reportagem sobre a greve da Polícia Federal (Brasil A4) deveria abrir direto com o ministro da Justiça rejeitando a nova proposta dos grevistas, o que deve ter ocorrido já tarde porque não consta da Ed. Nac., e não com a proposta apresentada ao longo do dia. O título está correto e indica a informação principal: ‘Governo rejeita contraproposta da PF’.

Arte incompleta

Difícil de se entender o quadro dos vereadores da pág. A6 de Brasil. Deveria ter os totais de cada coluna para comparação.

Confusão

É uma confusão de nomes a reportagem sobre a família de José Antônio de Souza (‘Souza já havia tentado se matar’, Brasil pág. A6). Maria das Dores Cláudia de Souza, sua mulher, é tratada como Cláudia no texto e como Maria das Dores na legenda da foto da direita. A foto da esquerda identifica duas mulheres que não estão na reportagem, Cecília e Maria das Dores (Maria das Dores esta que, suponho, não deve ser a mulher de Souza porque é bem diferente da foto ao lado). Enfim, não fica claro quem é quem e porque esta segunda foto está editada. Talvez seja o caso de Erramos.

Morte

A reportagem ‘CPI decide fazer acareação entre Waldomiro e empresário do jogo’ (Brasil A6 da Ed. Nac.) informa que o publicitário Armando Dile, envolvido no caso da Loterj, morreu no Rio em dezembro de 2002 de acidente de carro. A Folha vinha informando até recentemente que ele morreu por problemas de saúde, nunca se falou em acidente de carro. Acho que é o caso de se verificar.

Janio de Freitas

Dois problemas de revisão no último parágrafo da coluna do Janio (A7) na Ed. Nac.: repetição de palavra e uma última frase incompreensível. Na Ed. SP houve correção, mas a última frase continuou prejudicada. É ruim para o jornal porque faz parecer um certo descuido. Talvez seja o caso de repetir o último parágrafo para que a idéia do Janio fique clara.

Títulos

Desnecessário abrir dois títulos, numa página com apenas duas reportagens, com o mesmo ‘Após’ (Brasil A7 nas duas edições). Merecia um pouco mais de esforço.

Cinta-larga

Uma observação sobre as reportagens que vêm saindo sobre a morte de garimpeiros em terras indígenas em Rondônia: a tensão na região, o número de mortes anunciadas e o destaque que o próprio jornal vem dando deveriam ter resultado no envio de um repórter para a área. Como vimos em outras ocasiões, esta cobertura de longe, por telefone, é sempre precária e insuficiente. Por mais fontes que o jornal possa ter, elas estão distantes e completamente envolvidas no drama. O ideal nestas horas é ter alguém na área levantando informações em primeira mão, sem intermediários, e com observação própria.

A guerra no Rio

Bom o material da Folha, principalmente na Ed. SP, que está mais completa com o estudo da FGV sobre a Rocinha. Mesmo na Ed. Nac. as informações mais importantes estão bem dadas, embora com muito menos espaço que os jornais do Rio, o que é natural. É uma pena que na Ed. SP o noticiário tenha sido jogado para o fim do caderno. Acredito que tenha sido para garantir a edição em página livre, mas acho que é assunto mais importante para SP do que o início da preparação de guardas municipais para multar no trânsito. Importante os bastidores do Janio de Freitas (A7) e do Kennedy. Há um jogo político forte por trás da guerra que precisa ser continuamente revelado. Acho que a Folha poderia trazer análises mais abrangentes do que de fato está ocorrendo no Rio. A Folha banca que os comerciantes da Rocinha fecharam suas lojas como sinal de luto pela morte do traficante Lulu. Como está, parece uma homenagem, quando é bem provável que a maioria tenha se antecipado e fechado por medo mesmo.

Misses

Não entrou na Ed. Nac. a reportagem sobre as misses biônicas (Cotidiano, C4 da Ed. SP). Uma pena, porque é o único texto mais leve e com humor em uma edição carregada de políticas públicas, administração e violência.

Davis-2001

Boa a reportagem com o relatório do TCU que aponta irregularidades nas obras para a disputa da Copa Davis em Florianópolis (Esporte pág. D1). Ficaria mais clara se a arte contivesse o resumo das principais irregularidades . Boa também a reportagem sobre o novo time de Saquarema, o Boavista (D3).

Bienal do Livro

Estranho que a arte de serviço sobre a Bienal, que começa hoje, esteja no caderno Fovest, e não na Ilustrada. É frustrante ler uma reportagem que chama para um evento e não encontrar qualquer referência sobre localização, horário, preço, conduções. Ilustrada deveria ter, no mínimo, feito uma remissão para o Fovest. É o tipo de serviço que deveria ter todos os dias no jornal, enquanto durar o evento.

Equilíbrio

A capa parece, graficamente, projeto publicitário. Acho também que depoimentos tão longos e uma chamada apenas com interrogações não facilitam captar o leitor, apesar de ser um assunto de interesse geral. A reportagem é boa quando explicita os tabus na relação paciente/médico e estimula, através de vários depoimentos, a pechinchar. Mas acho que faltaram casos de pessoas que realmente negociam e têm resultado, ou seja, podem voltar depois ao mesmo médico ou clínica sem sofrer discriminação.’