Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

O papel do jornalismo na era da inovação digital

O computador convergiu para uma única máquina: os sistemas de comunicação que até então detinham o poder da informação no Brasil e no mundo – materiais impressos (jornais, folhetins, revistas etc.), rádio e televisão –, tornando assim as redes de impressoras, os cabos telefônicos ou os satélites retransmissores meros complementos da nova mídia. A internet, propiciada por este equipamento de gerenciamento de dados e informações, tornou-se, com o advento da invenção de Tim Berners Lee em 1980, a Word Wide Web (www), um modelo de livre acesso de conteúdos, permitindo ao jornalismo a união da atualidade, periodicidade, universalidade e difusão, características básicas da profissão.


Hoje, no Brasil, apenas Roraima e Amapá não possuem conexão banda larga. Na esfera global, o país vem evoluindo. Dos dez carros mais caros no mundo, oito estão na mão de brasileiros. Mas ainda assim, a desigualdade caminha lado a lado, riqueza e miséria se encontram juntas nos espaços geográficos do país.


A internet tornou-se um fenômeno cultural de massa, nela todas as pessoas são iguais: pobres, ricos, excluídos, marginalizados, intelectuais, enfim, todos fazem parte de uma grande aldeia global, entrelaçados pelas conexões de web. Somente nela, a desigualdade é vencida, uma vez que se tenha o livre acesso aos mecanismos necessários para fazer uso da internet.


Humanizar relações e aproximar espaços


A internet deve ser utilizada como um meio de humanização. Ainda que o ambiente eletrônico seja frio e distante, pequenas comunidades podem ter acesso aos infinitos conteúdos, vender seu artesanato, propagar seus rituais, crenças, religiosidade e tradições em sites, blogs, comunidades virtuais e afins, de maneira gratuita e como desejarem.


O jornalismo deve ser um meio de interação entre a sociedade e a infinitude de informações, fatos e acontecimentos que permeiam a sociedade, uma vez que se faz também necessário um filtro entre o que é de importância para a população e o que não é. Não de forma que restrinja o acesso aos conteúdos, mas que selecione e categorize em grupos por ordem de cidadania e convívio em sociedade.


Este convívio em sociedade se torna cada vez mais abrangente e se faz de extrema importância para que se humanizem as relações e se aproximem os espaços. De nada adianta saber que existem 35 milhões de carteiras de trabalho assinadas no país se a população não sabe que existem 200 milhões de brasileiros.


‘O velho resistirá ao novo’


O mundo passou por diversas transformações ao longo dos tempos, foi agrícola, tecnológica, industrial e hoje, ciberespiritual, em que pessoas conectam pessoas. Karl Marx diz: ‘Tudo que é sólido, desmancha na rede.’


A era da informação tornou-se a era da superficialidade, com a redução de profissionais e a preocupação com a instantaneidade, sites jornalísticos, diferentemente dos EUA, que surgiram com recursos e pesquisas e atendiam à busca dos leitores, no Brasil o que ocorreu foi uma cópia americana sem recursos e que atende somente ao interesse dos grandes monopólios do capital. O jornalismo é a grande fonte de humanizar, aproximar sociedades rivais e pessoas desconhecidas.


A escrita na internet ainda é o fator constante de busca pelos usuários, ainda que existam os vídeos, os podcasts e demais formas de convergência entre as mídias. ‘As pessoas lêem porque elas querem escrever’, já dizia Jean-Paul Sartre.


O mundo digital é destinado a quem quer acessar interesses comuns. A nova geração, a ciberespiritual é a ‘geração C’: criativa, conteúdo, comunicativa, conversação, canais, comunitária – ciberconectada.


Na internet, já se fala em um para todos e não mais como se pensava no seu princípio na década de 90. É fazer o bem sem olhar a quem literalmente, pois no ciberespaço as pessoas não têm nome.


‘O velho resistirá ao novo’, como diria Leonardo Da Vinci. ‘A singularidade é o máximo da sofisticação.’

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Estudante do 4º ano de Jornalismo nas Faculdades Integradas Teresa D´Ávila – Fatea, Lorena, SP; aluna responsável pelo jornal-laboratório [In]Formação