Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Os gastos do Google com lobby nos EUA

O Google gastou US$ 18,2 milhões no ano passado em lobby com o governo americano, o segundo maior orçamento no país para o setor de "relações governamentais", apenas atrás do gigantesco conglomerado General Eletric (GE).

O valor foi 70% superior ao gasto no ano anterior, 2011.

A empresa de buscas na internet passou a verba de lobby de tradicionais empresas do setor militar, como Lockheed Martin, farmacêutico, como Pfizer, ou a aeronáutica Boeing.

Foi mais que o triplo do segundo lugar entre as empresas de tecnologia, Microsoft, que gastou US$ 8 milhões.

Outras empresas do Vale do Silício, na Califórnia, estão se aproximando dos políticos de Washington para tentar barrar leis que obstruam monopólios ou combatam a pirataria.

Como o lobby nos EUA é regulamentado, os valores que as empresas gastam com firmas de lobistas em Washington são públicos.

“Dá resultado”

O Facebook está rapidamente alcançando a posição do Google de grande lobista. No ano passado, gastou US$ 4 milhões em lobby (196% a mais que em 2011), e o número de lobistas contratados saltou de 23, em 2011, para 38, em 2012.

Tanto Google quanto Facebook têm contratado ex-funcionários da FTC (Federal Trade Comission), a comissão que cuida de casos de monopólio comercial.

Mark Zuckerberg, criador da rede social, é um dos maiores doadores do grupo de lobby FWD.US, que arrecadou US$ 20 milhões para pressionar uma reforma imigratória.

Segundo o Centro para Políticas Responsáveis, que monitora os lobbies, as empresas digitais do Vale do Silício são um raro caso de aumento de investimento em lobby, enquanto há retração desses gastos em quase todas as outras indústrias desde 2010.

O presidente da FTC, Jon Leibowitz, escreveu no "Wall Street Journal" no início do ano que as empresas de tecnologia não deveriam concluir que "fazer lobby dá resultado". "Parem, invistam seu dinheiro em expansão e inovação. O dinheiro do Google não terá efeito no cuidado, na diligência ou na análise que nossa equipe ou nossos delegados decidirão". 

******

Raul Juste Lores, da Folha de S.Paulo, em Washington