Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Suspeita de ‘banco de dados genético’ rende prêmio ao Google

A Coalizão Contra Biopirataria, rede de ONGs internacionais que luta contra a biopirataria, acusou o Google de ser a ‘maior ameaça à privacidade genética’, como informa Andrew Donoghue [ZDNet, 30/3/06]. Em um evento realizado em Curitiba na semana passada, o Google foi um dos escolhidos para receber o prêmio ‘Troféu Capitão Gancho de Biopirataria’, por seu suposto plano de criar, juntamente com o instituto de pesquisa J. Craig Venter, um banco de dados de buscas de informação genética.

‘A nova missão do Google, ‘vamos armazenar informação de todos online’, torna-se polêmica se englobar também informação genética. Isto vai gerar um imenso debate sobre privacidade genética’, afirma Jim Thomas, do grupo ETC, organização americana dedicada à ‘conservação e sustentabilidade da diversidade cultural, ecológica e à proteção dos direitos humanos’ e uma das coordenadoras do evento. ‘O Google, junto com o instituto Craig Venter, tem planos de tornar todo o nosso genoma ‘googável’ para facilitar o desenvolvimento privado de remédios geneticamente fabricados’, declara o sítio da premiação.

A fonte de suspeitas da polêmica parceria é o livro The Google Story, do jornalista americano David Vise. No entanto, o Google recusa-se a comentar o assunto e a Venter nega os planos. A biopirataria, de acordo com os organizadores do evento, é constituída pelo ‘monopólio de recursos genéticos’ e também pelo uso não-autorizado de recursos biológicos por organizações como empresas, universidades e governos. Além do prêmio ‘Troféu Capitão Gancho de Biopirataria’ como forma de denunciar as empresas que mais contribuem com esta prática criminosa, o evento também premiou os maiores defensores da luta contra a biopirataria.