Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Tecnologia para ataques está ao alcance de todos

Houve um tempo em que para atacar redes de computadores era necessário um conhecimento técnico que poucos tinham. Hoje, essas tecnologias estão disponíveis na internet, para quem quiser baixar e usar, ao alcance de uma busca. Além disso, os grupos interessados em derrubar e invadir sistemas podem se organizar facilmente, usando ferramentas de mídia social. É possível definir alvos e objetivos e, com uma coordenação mínima, atingir governos e empresas.

O grupo de hackers LulzSec ganhou muita visibilidade nos últimos meses ao atacar, com sucesso, sites da CIA, do FBI, do Senado americano, das redes americanas de TV Fox e PBS e a gigante japonesa de eletrônicos Sony. No último caso, houve roubo de números de cartões de crédito, mas, na maioria dos ataques, o objetivo principal parece ser o constrangimento de governos e de empresas. Lulz vem de Lol, sigla de rindo alto em inglês, e Sec de security (segurança).

A história dos ataques cibernéticos começou com jovens aficionados por tecnologia que começaram a invadir sistemas pelo desafio de conseguir superar as barreiras de segurança. Com o tempo, essa fase mais romântica ficou para trás e grupos criminosos passaram a se especializar no roubo de informações valiosas, como dados de cartão de crédito, tendo como objetivo ganhar dinheiro com os ataques.

Negação de serviço

Aparentemente, o LulzSecBrasil não quer lucrar com os ataques. “Sinceramente. Nossa causa é apenas derrubar sites ligados ao governo”, tuitou o grupo há alguns dias. Sua conta do Twitter tinha na noite de ontem mais de 12,8 mil seguidores. Os hackers publicam mensagens anticorrupção e reclamam do preço alto dos combustíveis, mas, tanto aqui quanto lá fora, não parecem ter ideologia muito definida.

Outro grupo de hackers, chamado Fail Shell, invadiu o site do IBGE e criticou o LulzSec em sua mensagem: “Não há espaço para grupos sem qualquer ideologia como LulzSec ou Anonymous no Brasil.”

Os grupos que modificam os sites, como o Fail Shell, costumam ser chamados de defacers pelos especialistas em segurança da informação. Aqueles que invadem sistemas e têm acesso a informações sigilosas são conhecidos como crackers. Em sua origem, a palavra hacker designa alguém que conhece muito a tecnologia, mas muitas vezes acaba sendo empregada para denominar quem age de maneira ilegal.

Os ataques do LulzSecBrazil são de negação de serviço. Eles tomam o controle de computadores de terceiros, fazendo com que os sites que são alvo dos ataquem fiquem congestionados com milhares de acessos simultâneos.

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[Da Redação de O Estado de S.Paulo]