Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Terra Magazine

TELEVISÃO
Márcio Alemão

Últimos capítulos, 3/07/06

‘Sou patife em ‘últimos capítulos’. Fico sempre emocionado e por vezes chego às lágrimas. Posso nem ter acompanhado a novela, mas ver aquele casal que tanto sofreu, que se amou, que foi separado pelas manobras do destino ou da audiência, se reencontrando para viver feliz para sempre, me comove.

O casal de velhos japoneses que finalmente decide contar ao filho de 40 anos, afro-descendente, que não são seus pais biológicos, me comove, mesmo que a cena, claro, tenha seus momentos de fúria, inconformismo, negação por parte do filho. Sabemos que depois do ultimo break comercial o amor irá triunfar e o filho adotado irá perdoá-los.

Ocorre também em seriados, esses da TV paga.

No último capítulo da série The O.C., Marissa morre nos braços de Ryan. Ó, destino cruel! Jovens amantes que enfrentaram as piores agruras, que se amaram, se odiaram, foram e voltaram dezenas de vezes, terminarem assim. Ao fundo, em chamas, a pick-up que a mãe de Ryan acabara de lhe dar de presente de formatura. Marissa tenta falar algo, uma última palavra. Por um momento cheguei a pensar que ela poderia dizer: ‘Rosebud’ e se tornar imortal como aquele cidadão, o Kane.

Will and Grace também chegou ao fim. E não só ao final da temporada. Não será mais produzido. Muito bem escrito e dosado, fez rir e emocionou. Genial a cena em que Beverly, o amante anão de Jack vai ao terraço e sai literalmente voando, carregado pelo vento. Jack herda sua fortuna e passa viver com Karen. Os dois fazem um duo de piano e voz, interpretando Unforgetable. Divertido e emocionante, como só os americanos sabem fazer.

Invasion chegou ao final de sua temporada como começou: prometendo muito e oferecendo muito pouco em troca. Notável a cena em que meia dúzia de soldados obrigam uma multidão de centenas de pessoas a mergulharem na água repleta de gotas douradas alienígenas.

Nunca vi turba tão comportada. Gritavam, urravam de medo e desepero, mas seguiam na fila e caiam na água.

E depois de 7 temporadas, termina a serie The West Wing. 7 temporadas é algo a se louvar. Emmys e Globos de Ouro foram muitos e foram poucos. Não me lembro de outra série tão bem escrita, produzida, dirigida e interpretada.

Um dos melhores exemplos do clássico ‘The show must go on’ aconteceu quando John Spencer, que interpretava Leo, faleceu no meio da última temporada. Ele, que fora o ‘chief of staff’ do presidente Bartlet – Martin Sheen – agora era o vice do novo candidato Matt Santos.

A solucão encontrada pelos roteiristas e o episódio entitulado Requiem, no qual acompanhamos o funeral de Leo é coisa para se ver e rever e concluir: eles, os americanos, são simplesmente imbatíveis para escrever séries.

Mas a maior surpresa dos finais de temporada veio de Grisson, o chefe dos C.S.I. Durante anos levaram-nos a crer que ele, Grisson, apenas e tão somente se realizava afetivamente com suas larvas e insetos. E não é que o danadinho, na última cena, revela aos telespectadores que está tendo um affair com sua colega de trabalho, Sara? Nesse caso eu ri.

E pôs-se a fábula em ata.’



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