Saturday, 27 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Alberto Dines

‘Pelas estatísticas foi a notícia mais importante de todos os tempos, mais ainda do que o massacre terrorista de 11 de Setembro de 2001. A agonia, morte, velório e enterro de Karol Wojtyla entraram para o rol das datas estelares da história da humanidade. Sua sucessão nas próximas semanas tem todas as condições para encaixar-se neste evento múltiplo e até esticá-lo por muito tempo.


De qualquer forma, descortina-se desde já uma evidência que talvez perturbe os aferrados às periodizações históricas: este início da era pós-industrial, tecnológica e materialista coincide com o fortalecimento das religiões. Das religiões como instituições, não necessariamente como manifestações espirituais.


Esta nova Idade da Razão não se distingue, em certos aspectos, da Idade Média marcada pelos confrontos entre os impérios religiosos. Mesmo que esteja ocorrendo cinco séculos depois da Renascença, quatro depois de René Descartes, três depois do Iluminismo e quase 150 anos depois da publicação da obra básica de Charles Darwin, estamos diante de um inédito revigoramento confessional em todos os cantos do mundo.


A força do catolicismo não está registrada apenas no livro de presença dos quase 200 chefes de Estado e de governo que compareceram aos funerais de João Paulo II. A ausência de um governante chinês como forma de protestar contra a determinação do Vaticano em receber o presidente de Taiwan talvez seja mais representativa da secularização da esfera religiosa do que a formidável galeria de estadistas exibida em Roma nos últimos dias.


Esta aparente politização, no entanto, não pode ser entendida como abrandamento das doutrinas e fundamentos das diversas crenças. Ao contrário: o peso político das religiões é diretamente proporcional à sua disciplina interna – em outras palavras, à sua ortodoxia.


Desde a queda de Constantinopla não teve o Islã tanta força como a partir da ascensão do radicalismo xiita no Irã e a entrada em cena dos fanáticos wahabitas seguidores de Osama bin Laden. Desde as guerras religiosas na Europa dos séculos 16-17 não tiveram os protestantes tanta força como agora, quando os resquícios do calvinismo infiltram-se no processo decisório da superpotência mundial.


Conduzido por João Paulo II, o catolicismo alcançou um novo apogeu (talvez ainda maior do que os anteriores) graças às suas convicções inabaláveis que impediram qualquer desvio dentro das suas fileiras. Estas mesmas inabaláveis convicções, no entanto, levaram-no a pedir perdão pelos males que a Igreja infligiu ao longo dos séculos aos seguidores de outras crenças.


A perfeita combinação de rigor interno e abertura externa foi a responsável pelo respeito – mais do que isso, pela consagração póstuma de Karol Wojtila. Seu pontificado foi um apostolado de ecumenismo sem precedentes na historia da humanidade e na historia das religiões.


Esta mesma dialética será a única força capaz de desativar a dialética do confronto ou o ‘choque das civilizações’, preconizado pelos apocalípticos. Todas as religiões são conservadoras, por isso existem, por isso sobrevivem. E quanto mais enraizadas na tradição, mais fortes ficam. Mudam, mas num ritmo diferente das mudanças na esfera temporal. Se convivem, adaptam-se.


Justamente na hora em que testemunhamos o impressionante espetáculo de fé em Roma, torna-se necessário distinguir aquilo que concerne ao espírito e submete-se às suas leis daquilo que diz respeito à vida terrena onde transcorre nossa existência.


Convém prestar atenção à França, um dos baluartes do cristianismo hoje igualmente comprometido com a sua herança laica e iluminista. A separação entre Igreja e Estado transcende à separação, respeito e convivência entre poderes. Ela diz respeito ao livre-arbítrio, o supremo dom de escolher. Também ele esteve em Roma.’




Carlos Heitor Cony


‘Silêncio e transparência’, copyright Folha de S. Paulo, 11/04/05


‘Estou achando divertida a cobertura do próximo conclave feita pela mídia internacional. Tanto a morte como o funeral do papa foram bem expostos, com exagero em alguns casos, mas a linha geral foi boa. E é de minha obrigação destacar, não por corporativismo ou por amizade pessoal, o trabalho de Clóvis Rossi em Roma. Foi dos melhores que acompanhei em alguns anos de jornalismo


Morto e sepultado o papa, a atenção da mídia concentra-se agora em saber quem será eleito para o lugar de João Paulo 2º: como e por que um dos cardeais será papa e os outros não.


Habituados a coberturas de eleições republicanas, de atos e fatos do universo empresarial, da política internacional, de conflitos e até mesmo de grandes tragédias, naturais ou não, os profissionais da informação sentem-se marginalizados: perdem suas ‘fontes’ e se irritam porque a igreja impõe silêncio não apenas aos participantes do conclave em si mas àqueles que o preparam e o controlam logisticamente.


A irritação é causada por um equívoco pueril. A igreja tem tempo, modo e ritmo próprios -errando ou acertando, ela está na sua. Foi assim que atravessou 20 séculos de história, façanha que nenhuma outra nação, império ou instituição conseguiu no Ocidente.


De uns tempos para cá, a mídia exige dos organismos que de alguma forma dirigem a sociedade ou parte dela duas virtudes essenciais: a credibilidade e a transparência. Os cardeais estão se lixando para as duas. Acertando ou errando, a credibilidade de um conclave é um processo histórico, não depende de seus membros individualmente.


Tampouco estão ligando para a transparência. Nunca houve transparência maior do que a do Severino Cavalcanti. Se ele fosse cardeal, aí, sim, teríamos novidades.’



Vinicius Torres Freire


‘Os dois corpos do papa na mídia’, copyright Folha de S. Paulo, 11/04/05


‘As intervenções políticas, o carisma midiático, as viagens e a estridência do atrito de João Paulo 2º com os hábitos e a ética do cidadão médio de países e cidades avançados projetaram com força a Igreja Católica nas mentes mundializadas.


Mas nem assim o imaginário e a doutrina da igreja projetaram-se na vida dos católicos ou estimularam vocações religiosas. Faltam sacerdotes em toda parte. Os católicos pecam como sempre, mesmo nos aspectos da vida que mereceram a atenção wojtyliana. Pecam na organização da família, na vida sexual e mesmo contra a vida, segundo a igreja, abortando e descartando embriões.


Embora os cardeais estejam muito longe de pensar como um cidadão médio, e a perspectiva da igreja seja a da eternidade, ou ao menos multissecular, é difícil imaginar que pessoas inteligentes, como a maioria dos cardeais, fiquem indiferentes à presença do próximo papa na mídia.


O papado wojtyliano desabrochou em meio à revolução das comunicações: redes mundiais de TV, notícias 24 horas por dia, internet. O papa mundializou-se na era das celebridades e da transformação do cidadão comum em paraprofissional da mídia (seus celulares têm câmeras, e-mail etc.). Há pelo menos 1.700 anos cristãos comuns apegam-se a relíquias, antes lascas da verdadeira cruz, agora telefotos do papa, vivo ou morto, captadas por celular.


Decerto a centralização imperial de Wojtyla é preocupação maior dos cardeais, assim como a tentativa de conciliar, no possível, doutrina e biotecnologia. Ou o diálogo com outras religiões e outros cristãos.


Mas os cardeais elegeriam um homem apagado como Paulo 6º? Uma figura que não faça brilhar na mídia os dois corpos do papa, o pastor e o político? Alguém distante dos grandes confrontos políticos e religiosos (mais no eixos Europa-EUA-Oriente e cristão-judaico-islâmico), como um latino-americano? Alguém que apagasse a presença da igreja por não se posicionar com clareza pelo continuísmo ou pela integração criativa e maior com o mundo moderno?’




Jill Vejnoskaa


‘Notícia à prova de mídia’, copyright O Globo, 11/04/05


‘Não importa o quanto a internet, o celular ou os canais de notícias a cabo façam vigília – em 1978, quando o último Papa foi escolhido, não havia nada disso – existe algo capaz de impedir a invasão da tecnologia moderna no antigo processo de escolha do novo Papa, o conclave. A partir do dia 18, quando 115 cardeais ficarão trancados na Capela Sistina para escolher o sucessor de João Paulo II, nem os mais sofisticados sistemas de satélite ou os mais experientes repórteres conseguirão, segundo um veterano da mídia, romper uma tradição de silêncio auto-imposto.


O véu de segredo tornou-se mais denso anteontem quando os cardeais anunciaram que parariam de falar em público. Um voto unânime sem precedentes, definido pelo porta-voz do Vaticano Joaquín Navarro-Valls como ‘um ato de responsabilidade’. O mesmo sigilo cercou a escolha de João Paulo II. A mídia ficou tão surpresa com a escolha do cardeal polonês Karol Wojtyla em outubro de 1978, que a ABC News tinha apenas um parágrafo sobre o novo Pontífice, lembrou Bill Blakemore, chefe do escritório da ABC em Roma na época.


A mídia tem acompanhado toda a história sem descanso. Quando João Paulo II morreu, a CNN já tinha 52 pessoas em Roma trabalhando 24 horas por dia (no funeral elas subiram para 118). João Paulo II pensou nesta ofensiva dos veículos de informação em 1996 ao criar um documento referindo-se a este conclave. Nele, o Papa da mídia, como é chamado, pediu que a Capela Sistina e anexos fossem protegidos de qualquer escuta telefônica. Baniu telefones, jornais e televisões, estabelecendo ‘graves penalidades’ para os violadores, incluindo a excomunhão.


João Paulo II mandou fechar inclusive as saídas para os cardeais acima de 80 anos. Eles não participam nem votam no conclave mas vão aos encontros e agora também têm que manter sigilo.


– João Paulo II e a aldeia global são da mesma época – diz o correspondente da ABC Blakemore, observando que quando cardeal, o Papa trabalhou multidões de forma brilhante na Polônia, onde o governo comunista baniu o uso da mídia pela Igreja.


No funeral, pela primeira vez foi permitido que o corpo do Papa fosse visto pela televisão. Desde 1978 as coisas mudaram. Segundo Jim Bittermann, correspondente da CNN em Roma, na ocasião, a imprensa jamais receberia comunicados sobre a saúde do Papa como aconteceu.


– Há 25 anos, não se sabia de nada até que o Papa estivesse morto. A assessoria do Vaticano já entende que com a tecnologia e a informação em tempo real você não pode manter as coisas em segredo – afirma Marcy McGinniss, vice-presidente da CBS. JILL VEJNOSKA escreve para o ‘Atlanta Journal-Constitution’’




Cibele Santos


‘O Papa e a Mídia’, copyright MMOnline, 8/04/05


‘‘Não tenham medo! Não tenham medo das novas tecnologias!’ afirmou o Papa em um de seus últimos escritos


A extraordinária repercussão da morte de João Paulo II, na semana passada, refletiu não só a importância da sua atuação na política internacional, mas também a intensidade e eficiência com que utilizou a mídia para divulgar os preceitos (alguns altamente controversos) da Igreja Católica.


Primeiro papa da Era Multimídia, João Paulo II dedicou especial atenção ao tema. Mídia e comunicação foram o objeto de um de seus últimos escritos, publicado em 24 de janeiro para a comemoração da festa de São Francisco de Sales, Padroeiro dos Jornalistas. Veja abaixo alguns trechos, selecionados por Meio & Mensagem, da Carta Apostólica dedicada a ‘todos os responsáveis pelas comunicações’.


(…) ‘Tal é a importância da mídia de massa, que há 15 anos eu considerei inoportuno relegar completamente seu uso às iniciativas de indivíduos ou pequenos grupos, e sugeri que que ela fosse decididamente inserida em programas pastorais. As novas tecnologias, em particular, criam novas oportunidades para a comunicação, entendida como um serviço à organização e ao governo das diferentes tarefas da comunidade cristã. Um claro exemplo de hoje é como a Internet não apenas fornece recursos para maior informação, mas habitua as pessoas à comunicação interativa.


Muitos cristãos já estão usando criativamente esse instrumento, explorando seu potencial para ajudar nas tarefas de evangelização, educação, comunicação interna, administração e governo. Entretanto, juntamente com a internet, outros novos meios de comunicação, assim como os tradicionais, deveriam ser usados. Jornais diários e semanais, publicações de todos os tipos, e televisão e rádio católicos, continuam meios de alta utilidade dentro do panorama completo das comunicações da Igreja.


Apesar da óbvia necessidade de se adaptar o conteúdo comunicado às necessidades de diferentes grupos, o objetivo deve ser, sempre, conscientizar as pessoas da dimensão ética e moral da informação. Da mesma forma, é importante assegurar que os profissionais da mídia recebam a formação e a atenção pastoral necessárias para confrontar as tensões particulares e os dilemas éticos que surgem em seu trabalho diário. Estes homens e mulheres muitas vezes desejam sinceramente saber e praticar o que é ético e moralmente justo, e procurar orientação e apoio na Igreja.


(…) O desenvolvimento positivo da mídia a serviço do bem comum é responsabilidade de todos. Devido às estreitas conexões da mídia com as economias, políticas e culturas, é preciso que haja um sistema de gerenciamento capaz de salvaguardar a centralidade e dignidade da pessoa, a primazia da família como unidade básica da sociedade e o relacionamento adequado entre eles.


(…) Em primeiro lugar, é necessário um vasto trabalho de formação para assegurar que a mídia de massa seja conhecida e usada de forma inteligente e apropriada. O novo vocalulário que ela introduz na sociedade modifica tanto os processos de aprendizado como a qualidade das relações humanas, de forma que, sem formação apropriada, as mídias correm o risco de manipular e pesadamente condicionar, ao invés de servir as pessoas. Isto é especialmente verdade para os jovens, que mostram uma propensão natural para as inovações tecnológicas, e como tal, têm necessidade ainda maior de serem educadas no uso crítico e responsável da mídia.


Em segundo lugar, eu gostaria de chamar a atenção para o tema do acesso à mídia, e da co-participação responsável em sua administração. Se os meios de comunicação são um bem destinado a toda a humanidade, então todos os meios devem ser encontrados – inclusive o recurso de medidas legislativas – para possibilitar uma participação verdadeira em sua administração por todos. A cultura de co-responsabilidade deve ser cultivada.


(…) Aos que trabalham em comunicações, especialmente os crentes envolvidos nesta importante área da sociedade, eu estendo um convite que, desde o começo de meu ministério como Pastor da Igreja Universal, eu desejei expressar ao mundo inteiro – Não tenham medo! Não tenham medo das novas tecnologias! Estas estão entre as coisas maravilhosas que Deus pôs à nossa disposição para descobrir, para usar e para divulgar a verdade, também a verdade sobre nossa dignidade e nosso destino como seus filhos, herdeiros de seu Reino eterno.’’




Rodrigo Martins


‘Tecnologia tornou o papa mais pop’, copyright O Estado de São Paulo, 11/04/05


‘De missas transmitidas online a mensagens via celular, João Paulo II apostava nas mídias digitais para divulgar a doutrina cristã


‘O papa faleceu esta noite, às 21h37, em seu apartamento’, anunciava o e-mail enviado pelo Vaticano aos jornalistas, no último dia 2, quinze minutos depois da morte de João Paulo II. Muitos leram a mensagem em seus micros de mão, já que a Igreja tinha aconselhado à imprensa carregar consigo um computadorzinho. Pouco antes, no entanto, os repórteres já tinham recebido uma mensagem de texto, em seus celulares, informando que um novo pronunciamento estava por vir.


Isso representou uma quebra no tradicional ritual de anúncio da morte de um papa. Antes, o maior sinal de que um pontífice tinha falecido era o fechamento da Porta de Bronze da Basílica de São Pedro. Agora, buscou-se um meio mais veloz: o correio eletrônico.


Toda essa transformação é um reflexo do engajamento que João Paulo II teve na disseminação dos novos meios digitais em prol da divulgação das doutrinas católicas. ‘Elas (as novas tecnologias) incluem-se entre as maravilhas que Deus pôs à nossa disposição paras as descobrirmos, usarmos e fazermos conhecer a verdade’, disse o pontífice, em carta divulgada pela Santa Sé no início deste ano.


Em 1995, quando a maioria das pessoas não tinha a menor idéia do que era navegar na internet, o Vaticano lançava seu site (www.vatican.va). Três anos depois, o endereço passou a transmitir, ao vivo, as missas de domingo feitas pelo papa durante a tradicional oração de Angelus, realizada na Praça de São Pedro.


Atualmente, o website pode ser acessado em seis idiomas: português, inglês, espanhol, francês, italiano e alemão. Ele contém biografias papais e de santos, informações sobre o Museu do Vaticano e, até, uma versão online da Bíblia.


Já no ano de 1998, a Igreja Católica lançou uma versão em chinês de seu portal de notícias, o Fides (www.fides.org). A medida contrariou o governo do país asiático, que só permite o culto cristão em igrejas controladas pelo Estado, impedindo a interferência do Vaticano. ‘O objetivo (do site) é colocar os chineses em contato com as atividades do papa’, explicou o Fides na época.


A comunicação via e-mail também foi adotada por João Paulo II. Mesmo não tendo um endereço eletrônico, em 2001 ele enviou a sua primeira mensagem digital. Era um pedido de desculpas aos aborígines australianos e às etnias minoritárias da Oceania por abusos sexuais cometidos por padres e outros membros do clero.


O e-mail foi enviado a integrantes da Igreja Católica de todo o mundo. ‘Os padres do sínodo querem pedir desculpas, sem reservas, às vítimas, pela dor e desilusão provocadas’, escreveu na mensagem.


Acha que acabou por aí? Pois ainda tem mais. Desde 2003, os dizeres do pontífice podiam ser acompanhados pelo celular. Por US$ 0,30 a mensagem, os usuários de telefonia móvel dos EUA, Irã, Inglaterra e Itália podiam receber, sete dias por semana, o ‘Pensamento do Dia’, escrito pelo Santo Padre.


REPERCUSSÃO VIRTUAL


A morte do papa repercutiu de maneira espantosa na web. Os maiores serviços de notícias online do planeta deram ao fato um espaço dez vezes maior do que o concedido à reeleição do presidente George W. Bush, dos EUA.


De acordo com o Global Language Monitor, durante as 24 primeiras horas da morte de João Paulo II, foram publicados 35 mil artigos sobre o assunto. Já no primeiro dia da reeleição de Bush, foram apenas 3,5 mil matérias.


Os fiéis, por sua vez, encontraram na rede uma forma de acompanhar as informações sobre as últimas horas do pontífice. O site do Vaticano foi o destino de muitos deles. Tanto que, na noite de quinta-feira, dois dias antes da morte, o site não suportou o número de acessos e ficou fora do ar entre 18h e 3h, de acordo com a empresa britânica de internet Netcraft.


Os fóruns e comunidades virtuais também foram o destino de muitos católicos, que deixaram suas mensagens de pesar. Na comunidade Link, o membro Rvinha do EP, escreveu que o pontífice deixará saudades. ‘Que ele interceda sempre a Deus por nós, por nossas famílias e por nosso país.’


‘João Paulo II conquistou o coração do jovem, falando a verdade. Pois o jovem busca saciar a inquietude de seu coração’, postou Érica Benedetti no fórum do Estado.


Já Helder Costa disse, na comunidade Orkut, que o Santo Padre cumpriu a sua missão até o fim. ‘Com tantos problemas, ele se mantinha sereno. E a gente fica reclamando por coisas tão pequenas!’


Manifestações como essas se repetiram em sites do mundo inteiro, inclusive na China, onde a religião cristã é controlada pelo Estado. Lá, no entanto, embora as pessoas estejam livres para fazer comentários virtuais, essas mensagens não podem ser vistas por outros internautas. Isso, possivelmente, é fruto de censura do governo local, que deve estar preocupado com a agitação religiosa que a morte do papa poderá trazer.


Já na Itália, o celular foi a forma escolhida para a comunicação entre os católicos. Um ouvinte ligou para uma rádio e propôs no ar: ‘Vamos enviar mensagens de texto para os telefones de nossos amigos, convidando-os para uma reunião de fiéis em frente à Basílica de São Pedro?’


Parece que a tática surtiu efeito. O número de visitantes ao velório do papa foi tão grande, que o Vaticano teve que limitar a quantidade de pessoas que poderiam dar adeus ao pontífice.’