Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Artur Xexéo

‘Não é o assunto que dá mais ibope com leitores, tenho certeza. Mas é o que mais rende e-mails. Quando se escreve sobre política cultural, sempre tem alguém com algo a acrescentar, corrigir, contestar. Na semana passada, o colunista tocou em três assuntos sensíveis: a falta de grana do Ministério da Cultura, que está tirando de cena o projeto Pixinguinha; o silêncio do Teatro Municipal em relação à programação do segundo semestre; a inflação que chegou ao preço dos ingressos na Rede Municipal de Teatros. Entrego a coluna para os diretamente atingidos pelos comentários. Por ordem de importância, começo com o secretário executivo do Ministério da Cultura, Juca Ferreira, que, nestes tempos de Ano do Brasil na França, é o ministro interino:


‘Li sua coluna ‘Arauto da moralidade expõe seus podres’ e quero lhe agradecer por sua solidariedade com a nossa demanda pela valorização e ampliação do orçamento do Ministério da Cultura. Só gostaria de fazer uma ressalva sobre o texto.


Na entrevista que cedi ao GLOBO, toda minha fala se referiu ao corte drástico de 57% das verbas do ministério, o que significa, na prática, que o MinC tem recursos apenas para despesas fixas (pessoal, luz, água e manutenção em geral) e dívidas do ano passado que foram repassadas pelo Ministério do Planejamento para este ano. Ou seja, nenhum tostão para as atividades finalísticas.


A frase ‘Do jeito que está, a existência do ministério não se justifica’ não significa que ‘o Ministério da Cultura chega à conclusão que sua existência não se justifica’, como está no subtítulo da sua coluna. A expressão ‘do jeito que está’ faz toda a diferença, é o que dá sentido a minha declaração. Ali me referia claramente ao corte de mais da metade das nossas verbas, que hoje inviabiliza nossas ações. O MinC não pode existir em função de si mesmo e toda nossa negociação com o governo para o descontingenciamento do orçamento da pasta é a prova maior de que justificamos não só a existência, mas a ampliação e o redimensionamento do Ministério da Cultura entre as prioridades do Governo.


A situação do Projeto Pixinguinha e dos demais projetos que correm o risco de sofrer atrasos ou cortes está totalmente associada ao corte que sofremos em nosso orçamento, a uma pressão estrutural, e não a uma vontade política.


Já os museus estão parados devido à greve dos servidores, que encontram em suas demandas total apoio do ministro Gilberto Gil e do Ministério da Cultura. A solução da greve depende das negociações com a área econômica do Governo.’


Só tenho uma questão: por que executivos da cultura falam tanto em demanda?


Passo a palavra agora à presidenta da Fundação Theatro Municipal, Helena Severo:


‘A respeito de nota publicada em sua coluna de 22 de junho, solicito sejam prestados os seguintes esclarecimentos aos seus leitores:


1. Dia 28 de junho, a direção do Theatro Municipal estará anunciando a programação do segundo semestre de 2005;


2. Adianto que, ao contrário do que supõe o colunista, dia 29 de julho estaremos estreando uma nova produção – ‘Os pescadores de pérolas’, de Bizet, ópera que não é encenada no Rio há mais de 50 anos – com direção e cenários de William Pereira, iluminação de Caetano Vilela e figurinos de Fábio Namatame. Também no mês de julho, dia 14, o Theatro Municipal abre suas portas, gratuitamente e durante todo o dia, para comemorar seu aniversário. Orquestra, coro e balé do Theatro e convidados estarão se apresentando, aqui, das 9 da manhã às 9 da noite;


3. Esclareço, finalmente que, no primeiro semestre de 2005, o Theatro registrou um recorde de público (aproximadamente 90% de ocupação) em produções próprias.’


Dito e feito. Ontem, dia 28, a programação foi anunciada. Em cima do laço.


Enfim, fecho a tampa com a palavra de Sílvia de Andrade Rezende, produtora teatral:


‘Sou produtora do espetáculo ‘Os adoráveis sem-vergonha’ citado na matéria, cujo ingresso custava (a temporada já acabou!!) R$ 25 no Teatro Café Pequeno.


Concordo plenamente que o ideal seria praticar um preço mais popular como o Sesc e o CCBB. Lembro, porém, que estas instituições subsidiam o valor do ingresso com patrocínios disputados por artistas de todo o país. São instituições realmente preocupadas com a cultura e formação de platéias. Iniciativas louváveis!!!!!!!!!!


Não é o caso da Prefeitura, que cobra 15% do valor arrecadado na bilheteria em troca do aluguel do teatro e dos operadores de som e luz. Só por curiosidade, gostaria de lhes contar que no Domingo a R$ 1 recebemos por apresentação um pouco menos de R$ 120, pois neste dia não temos convidados e nem pagamos o teatro, mas mesmo assim não ficamos livre do custo da impressão dos ingressos. No caso dos ‘Sem-vergonha’, remuneramo-nos com a venda de ingressos (seis atores, equipes de produção, criação e técnica), pois não temos patrocínios (ainda!!). Nosso espetáculo começou na Lapa em um velho casarão e a montagem foi feita com dinheiro emprestado e alguns valiosos apoios de quem sabe como é viver de teatro por aqui.


O Café Pequeno tem 120 lugares e, contando que 90% do público paga meia entrada (R$ 120), o total arrecadado é muito pouco para tantos trabalhadores envolvidos. É por isso que, apesar de casa cheia e fila na porta, paramos mais uma vez com o espetáculo à espera de dias melhores.’’



João Leiva Filho


‘Revelações sobre a suposta crise do cinema ‘, copyright Folha de S. Paulo, 28/06/05


‘A discussão em torno da suposta crise do cinema brasileiro tem se pautado por uma polarização maniqueísta e pela cobertura descuidada da imprensa. Jornais e revistas têm dado voz aos produtores, o que é fundamental. Falta, porém, apresentar os números do mercado com atenção, o que permitiria um diagnóstico mais claro da situação e a necessária contextualização dos diferentes pontos de vista.


Quem lê as reclamações dos produtores pode achar que os recursos estão minguando. O que ocorre, porém, é justamente o contrário. Nunca, no passado recente, houve tanto dinheiro destinado ao cinema no Brasil.


Depois de baixar de R$ 91 milhões (2001) para R$ 83 milhões (2002), o investimento só cresceu: foram R$ 118 milhões em 2003 e R$ 129 milhões no ano passado. O resultado disso está no número de filmes lançados, que explodiu em 2004, chegando a 51, contra uma média de 35 de 1999 a 2003 e de 18 de 1994 a 1998. O indicador negativo estaria, porém, no público dos filmes brasileiros, que caiu de 22 milhões (2003) para 16 milhões (2004), e deve ficar em 10 milhões neste ano. O recuo afetou também o market share, que foi de 21% (2003) para 14% (2004), e deve bater em 10% em 2005.


Mas será que esse é um cenário tão ruim? Se olharmos para 2003, sim, mas se observarmos a série que vem de 1995, certamente não. A explosão de 2003, quando foram lançados 30 filmes (menor número em cinco anos) e o público saltou de 7 milhões para 22 milhões, gerou a ilusão de que a alta se prolongaria indefinidamente. Foi um ponto fora da curva. Olhando mais para trás veremos que mesmo as previsões para 2005 estão acima da curva ascendente que vai de 1996 a 2002. Bilheteria de 10 milhões neste ano, cifra similar em 2006 e a retomada do crescimento a partir daí está longe de ser uma perspectiva ruim. Um market share entre 10% e 15% nos próximos cinco anos também é razoável para um país que chegou a produzir míseros três filmes em 1993.


Base para isso existe. Os investimentos crescem desde 2002, o que significa disponibilidade de produto (cerca de 40 filmes por ano) para os próximos três ou quatro anos, no mínimo. Não é pouca coisa (o boom de 2003 foi atingido com 30 filmes).


Governo e iniciativa privada precisam agora estar mais concentrados em encontrar a divisão ideal de recursos entre produção e distribuição e a melhor forma de alocar os investimentos na produção. É isso que vai definir o resultado dos próximos anos. Quantos e quais filmes devem ser produzidos não são perguntas fáceis de serem respondidas.


A imprensa simplificou a questão, apresentando duas alternativas: concentração (privilegiaria filmes mais caros e com potencial de público) ou pulverização (produções baratas e de caráter autoral). Demorou a atentar para o fato de que por trás da discussão dos produtores estava a proximidade da divulgação do resultado do edital da Petrobras (sai dia 30!), que destinará R$ 19 milhões aos vencedores, com verbas que vão de R$ 600 mil a R$ 1 milhão.


O Ministério da Cultura emite sinais contraditórios. O ministro fala em ‘choque de capitalismo’. Seus auxiliares dizem que devem ser privilegiados filmes de até R$ 2 milhões…


A retomada do cinema nacional a partir de 1995 e sua rápida trajetória ascendente nesses dez anos mostraram alguns pontos importantes.


Mercado é um bicho que tem altos e baixos, regras e exceções, apostas certas que viram fracassos e boas surpresas. Faz parte do jogo. É assim em todo canto, e não apenas no Brasil ou no cinema.


Bilheteria não se atinge só com muitos filmes. Volume é importante, garante diversidade e induz qualidade. Deve ser um objetivo, mas sujeito a ajustes.


Público vem com investimento. Filme barato e de grande bilheteria não é regra, é exceção. Não adianta alimentar ilusões.


Precisamos de uma divisão de recursos que permita equilibrar filmes com potencial de bilheteria com obras mais autorais, que garantam a diversidade de expressão. Não precisamos de visões dogmáticas ou desinformadas. Não se trata de optar por A ou B, mas de procurar o balanço ideal para cada momento.


Não é algo simples de ser feito, mas está longe de ser impossível. Sem muita ciência, o cinema brasileiro chegou a ótimos resultados. A tarefa pode ser facilitada a partir do importante trabalho de coleta de informações que a Ancine e o Filme B têm feito.


A imprensa tem como levantar o histórico de um diretor ou produtor, avaliar seu resultado de bilheteria, crítica, premiações e comparar isso com o valor investido em seu filme. Basta querer. Também pode ter acesso aos investimentos, número de filmes lançados, salas abertas, bilheteria etc.


É fundamental que esse cenário seja transmitido sem distorções à sociedade. Evitaria a desinformação, ajudaria a entender o momento pelo qual passa o cinema e seria de grande utilidade para a comissão que definirá o destino dos recursos da Petrobras.


Seus integrantes têm uma enorme responsabilidade pela frente. Podem tomar suas decisões com base em uma visão puramente estética ou de mercado. Podem procurar um equilíbrio longe dos extremos. O que não podem e não devem é imaginar que suas escolhas não terão conseqüências para o cinema brasileiro. Terão. Culturais e de mercado.


João Oswaldo Leiva Filho, 39 , economista, mestre em cinema pela USP, é consultor de marketing cultural e colaborador do Guia da Folha.’



CENSURA NAS ARTES


Ana Wambier


‘Artistas que vão expor no Sérgio Porto ficam em situação embaraçosa’, copyright O Globo, 28/06/05


‘Os artistas que vão expor nas galerias do Espaço Cultural Sérgio Porto estão numa ‘sinuca de bico’. Selecionados para as exibições pelo novo curador das mostras, eles não podem aproveitar o momento porque parte da classe artística os acusa de compactuar com o secretário das Culturas, Ricardo Macieira, que decidiu nomear Luís Cancel para o cargo depois que a antiga curadoria, formada por Cláudia Saldanha, Anna Bella Geiger e Fernando Cocchiarale, já havia chegado a um resultado, que foi invalidado.


– Eu acho que é assim que acontece: as pessoas mandam seus portfólios para os salões podendo ou não serem escolhidos. Os artistas têm é que fazer os projetos comprometidos com seu trabalho. Agora vai questionar porque não foi selecionado? – defendeu a artista plástica Sandra Schechtman, uma das escolhidas por Luís Cancel e que não constava na lista de Cláudia Saldanha, Anna Bella e Cocchiarale.


Artistas se manifestam em fórum na internet


A discussão a respeito da troca de curadorias começou a ser comentada por artistas em abril no site Canal Contemporâneo, onde a mediadora Patrícia Canetti colocou a questão para que todas as partes se manifestassem a respeito do que ocorria no Sérgio Porto.


Os mais revoltados com a troca dos jurados no meio do processo curatorial comentaram que os artistas selecionados por Luís Cancel deveriam unir-se a eles e protestar também. Do contrário, alegaram, estariam rachando o movimento e deixando de exercer a civilidade.


Como escreveu a própria Patrícia, ‘ao descartar a seleção anterior, Cancel passa por cima dos curadores e dos artistas, rejeitando um compromisso institucional, como se nada houvesse antes da sua presença. Compartilham desta condição os artistas selecionados por ele, que, dizendo que não podem mudar esta situação, passam a contribuir para o tratamento de gado dispensado a eles mesmos’.


No site, um dos artistas escolhidos por Cancel, Cézar Migliorin, questiona se o fato de o curador fazer a sua própria escolha deve ser mesmo considerado um absurdo. ‘A não ser que participar de uma concorrência seja uma forma de compactuar’, respondeu ele.


– Eu penso que as pessoas deveriam sentar para resolver a coisa de forma mais adulta. Do contrário, ficaremos todos à mercê de uma coisa mal resolvida, não declarada. Não estou defendendo apenas um dos lados, mas acho que também estou no meu direito de poder expor. O que acontece é que somos extremamente desunidos. Eu apenas lamento tudo isso – disse Clarisse Tarran, também escolhida pela segunda seleção.


Embora o projeto de sua obra já estivesse definido antes de toda a confusão gerada em torno da seleção do Sérgio Porto, a obra de Clarisse é, por assim dizer, eloqüente para o momento: chama-se ‘Eu falo’ e trata dos diversos tipos de fundamentalismo. Serão três instalações, sendo uma delas em vídeo. Em uma das peças que serão apresentadas pela artista na galeria do Sérgio Porto, há uma estátua coberta por um tecido que se parece com uma burca.


Outra obra que parece estar em sintonia com a discussão formada é a do artista Mauro Espíndola, que também vai expor nas galerias este ano. Sua obra consiste em grandes prateleiras cheias de recipientes de vidro semelhantes àqueles de farmácias antigas. Nessas vasilhas, os rótulos indicam antídotos para diversos males sociais. Em um dos vidros, há a inscrição: Antifóbico coletivo para fuxico.


– O Luís Cancel foi escolhido para o cargo e tem todo o direito de querer fazer a seleção ao gosto dele. É legítimo. Além disso, ele tem um ótimo currículo, já foi secretário de cultura de Nova York e é uma pessoa extremamente competente. Acho que a comunidade artística do Rio ganha com gente como ele trabalhando aqui. É um novo olhar para o meio. Isso pode ser muito rico – afirmou Sandra Schechtman.’



IDIOTICE SEGUNDO CHICO


Priscila Guilayn


‘Chico: ‘A idiotice nos rodeia’’, copyright O Globo, 28/06/05


‘Na Espanha para lançar seu livro ‘Budapeste’, Chico Buarque disse ao jornal catalão ‘La Vanguardia’ que vivemos, nas últimas duas décadas, um ‘movimento de idiotice globalizada’. Mas no Brasil, de 15 anos para cá, essa idiotice vem crescendo perigosamente, na opinião dele, que afirma não gostar de ser considerado um ícone da música brasileira, que se aterroriza ao ser chamado de ‘monstro sagrado’ e acha ridículo que, em sua idade, esteja na lista dos homens mais sexy do Brasil.


– A idiotice nos rodeia. Eu mesmo tenho medo de virar um idiota – diz.


Contaminar-se desta idiotice faria que tudo fosse mais fácil, que nada mais lhe surpreendesse e que, inclusive, pudesse viver de dar entrevistas sem escrever livros:


– Eu digo que vou escrever um novo livro e passo dois anos dando entrevistas. Depois falo do livro que não saiu? e assim passa a vida. Hoje é possível viver de feira literária em feira literária. Há festivais a cada semana em alguma parte do mundo. Agora me consideram escritor e posso viver como turista literário. Certamente conseguiria ser muito mais conhecido como escritor do que sou hoje sem a necessidade de escrever mais livros.


Chico reconhece que sempre buscou reconhecimento no seu trabalho, mas critica a ‘fama boba, vazia’, que ele define como a sombra do reconhecimento, que é o interesse pela forma física de um artista ou por suas amantes.


– Há 40 anos não era assim. Estávamos todos bêbados em Ipanema dizendo coisas absurdas, mas nada disso saía na imprensa. Hoje, um artista vai ver um jogo de futebol e vem um jornalista e pergunta o que você achou do jogo. Não gosto disso.


Chico diz que a era da idiotice começou na década passada:


– Não gosto de recordar dos anos 60 nem dos 70. Dos anos 80 não me lembro e nos 90 começou a idiotice. Gosto de estar vivo, fazer as coisas no meu ritmo, sem pressões.


Ele disse ainda que as mulheres sempre o surpreendem e que as opiniões femininas lhe interessam mais que as masculinas, e que ter três filhas foi formidável.


– Elas são melhores do que o pai. Se cada um de nós pudesse dizer isso, se Bush dissesse isso, em 30 anos teríamos um mundo melhor.’



TV CULTURA


Laura Mattos


‘Cultura bate Globo no Ibope’, copyright Folha de S. Paulo, 28/06/05


‘Um resultado que a própria TV Cultura considera sem precedentes em sua história: a emissora ficou em primeiro lugar no Ibope.


A façanha ocorreu anteontem, na transmissão do jogo Argentina x México, pela semifinal da Copa das Confederações. O jogo, que definiu os argentinos como adversários do Brasil na final do campeonato, foi veiculado com exclusividade pela Cultura na TV aberta. Os direitos de transmissão no país pertencem à Globo e foram cedidos à Cultura, que está veiculando todas as partidas. Já a Globo, só as da seleção brasileira.


No domingo, no horário da semifinal (das 13h às 15h42), exibiu ‘Daylight’ _um filme de 1996 com Sylvester Stallone_ e a primeira parte do ‘Domingão do Faustão’ (a partir das 15h).


A Cultura permaneceu à frente no Ibope por seis minutos, das 15h35 às 15h41, quando ocorria a disputa por pênaltis. O pico de audiência foi às 15h40, com 14,2 para a Cultura contra 12,1 da Globo.


Na média, a TV pública registrou 8,2 pontos contra 16,1 da comercial (os dados são preliminares, e cada ponto equivale a 52,3 mil domicílios na Grande SP).


De acordo com a Central Globo de Comunicação, o contrato com a Fifa prevê que todos os jogos sejam exibidos em um ou mais ca nais abertos. Como não iria mudar a programação normal para dar espaço a todos, a Globo afirmou à Folha ter colocado o campeonato à venda para todas as redes e fechado com a Cultura.


Marcos Mendonça, presidente da Fundação Padre Anchieta (que administra a Cultura), diz que ‘houve pagamento de um valor que não pode ser revelado por força contratual’. ‘Obtivemos lucro com patrocinadores.’ Para Mendonça, a vitória no Ibope ‘foi episódica, mas ajuda a alavancar o conjunto da programação’.


Oswaldo Martins, ombudsman da Cultura, diz que existe uma discussão interna para definir se é função do canal veicular futebol. ‘Ainda é preciso discutir a função da TV pública. Ela pode ser boa dando preferência ao esporte. O enfoque da Cultura mostra uma busca por inovar o público.’’