Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Bernard Weinraub

‘Semanas atrás, a TV UPN, ligada à CBS, anunciou uma nova série não ficcional, ‘Amish in the city’ (‘Amish na cidade’), em que adolescentes da seita protestante ortodoxa amish enfrentam o choque das tentações da cidade grande pela primeira vez – os amishes são uma comunidade de cerca de 150 mil pessoas que vivem isoladas e cujos preceitos religiosos rejeitam uso de eletricidade, automóveis e telefone, por exemplo.

A idéia da UPN parece semelhante a um projeto que a CBS tinha no ano passado de lançar a série não ficcional ‘The Real Beverly Hillbillies’ (‘Os verdadeiros caipiras de Beverly Hills’), sobre a vida de uma família que se mudava do campo para uma casa de luxo em Beverly Hills, bairro chique de Los Angeles. O projeto foi por água abaixo depois que grupos rurais protestaram, afirmando que o programa denegriria camponeses pobres.

– Não pudemos fazer ‘Beverly Hillbillies’, mas os amishes não têm um lobby tão forte – disse, em tom de brincadeira, Leslie Moonves, presidente da CBS.

Moonves pode estar enganado. Nas últimas semanas, advogados e representantes dos amishes iniciaram uma campanha para impedir o programa. A oposição desta vez parece até mais forte.

O Centro de Estratégias Rurais, uma organização sem fins lucrativos, tem ajudado a organizar a oposição ao programa sobre os amishes, a pedido de grupos que os representam. Dee Davis, presidente do centro e ex-documentarista, comentou:

– Mais uma vez a Viacom (grupo proprietário da UPN e da CBS) criou um reality show que tem como objeto camponeses. A Viacom tem um monte de outras maneiras de fazer dinheiro sem ridicularizar camponeses.’



TV RECORD
Daniel Castro

‘Record lança pacote de filmes de US$ 6 mi’, copyright Folha de S. Paulo, 4/03/04

‘A Record começa a exibir no final deste mês um pacote de 150 filmes, além de séries e microsséries, no qual irá investir US$ 6 milhões. A lista de filmes tem cerca de 50 títulos inéditos. Os demais, como ‘Quatro Casamentos e um Funeral’, são reprises.

A emissora, que pretendia gastar US$ 8 milhões em filmes neste ano, no que seria o maior investimento em cinema de sua história, dava prioridade à Fox, mas a distribuidora vendeu seus principais títulos para a Globo. Restou à Record a alternativa de garimpar em distribuidoras independentes e comprar produções da Fox e da MGM não-inéditas ou rejeitadas pela Globo ou SBT.

Os principais destaques entre os filmes inéditos são ‘Os Últimos Passos de um Homem’, de 1995, que rendeu o Oscar de melhor atriz a Susan Sarandon, e ‘Fomos Heróis’ (2001), com Mel Gibson.

A lista da Record tem atores medalhões do cinema americano, mas em filmes meia-boca. São os casos de ‘Jogo de Espiões’ (com Brad Pitt, 2001), ‘Inimigo em Casa’ (John Travolta, 2001), ‘O Dom da Premonição’ (Keanu Reeves, 2000) e ‘O Tango e o Assassino’ (Robert Duvall, 2002).

Entre as reprises, destaca-se também ‘Harry & Sally – Feitos Um Para o Outro’ (1989). ‘Malcom’ e ‘Caçador de Relíquias’ são as novas séries adquiridas pela Record, que exibirá no final do ano as microsséries ‘A História de Hitler’ e ‘As Bruxas de Salem’.

OUTRO CANAL

Balanço A TV Globo vai anunciar nos próximos dias os melhores resultados financeiros de sua história. A emissora faturou cerca de R$ 3,2 bilhões em 2003. O lucro operacional ficou próximo de R$ 800 milhões. De cada R$ 100 investidos em publicidade em TV no ano passado, quase R$ 78 foram para a Globo e suas afiliadas.

Triste fim Símbolo de uma parte da história da TV brasileira, um enorme ‘M’ de aço, que reproduzia o logotipo da TV Manchete e se destacava na sede da extinta emissora em São Paulo, foi fatiado, ontem, e levado para uma siderúrgica.

Desculpa José Luís Datena voltou a atacar o Ibope no ‘Brasil Urgente’ de anteontem. ‘Quero que o Ibope vá para o raio que o parta’, bradou, após mostrar monitor com os números de audiência na Grande SP em tempo real. Naquele momento, a Band marcava apenas 1,7 ponto, atrás de Globo, SBT, Record e Rede TV!.

Protesto 1 O Conselho Regional de Farmácia de São Paulo enviou segunda-feira carta à Globo reclamando da exibição de cena na novela das sete, ‘Da Cor do Pecado’, que considerou ofensiva.

Protesto 2 Na cena, exibida em 9 de fevereiro, Bárbara (Giovanna Antonelli), que é uma vilã, subornava um farmacêutico para comprar um sonífero sem receita médica. A Globo não comentou.’



CELEBRIDADE
Leila Reis

‘‘Big brothers tratam atores como colegas, é maluquice’’, copyright O Estado de S. Paulo, 4/03/04

‘Com 32 anos de idade e 12 novelas e minisséries no currículo, só em Celebridade Marcelo Faria conseguiu se livrar do estereótipo de garotão surfista da Zona Sul, adquirido em sua estréia, aos 17 anos, em Top Model.

No papel do ex-bombeiro Wladimir, Marcelo tem participado de cenas emocionantes que, a seu ver, revelam seu talento. Nesta entrevista, o ator diz que seu sonho é fazer uma novela com o pai, Reginaldo Farias, e conta como celebridades fabricadas tentam se enturmar com os artistas.

Estado – Até ‘Celebridade’, você ficou um bom tempo afastado da televisão…

Marcelo Faria – Esperei dois anos e meio por este papel. Depois que terminei Uga Uga, recebi vários convites, mas não quis. Queria fazer uma novela de Gilberto Braga. Valeu a espera porque o bombeiro Wladimir é o melhor personagem da minha carreira.

Estado- Por quê?

Marcelo – Porque é um personagem muito diferente de todos que tenho interpretado. Sempre faço garotão surfista da Zona Sul, meio parecido comigo. Wladimir é muito diferente de mim. A única coisa em que parecemos é não gostar de tirar fotos em público. O legal é que, com o Wladimir, finalmente estão me vendo como ator.

Estado- Como você percebe isso?

Marcelo – Pelo comentário das pessoas na rua, pelas críticas, amigos e pela imprensa.

Estado- A TV estigmatiza atores com só um tipo de papel?

Marcelo – Acontece. Rodrigo Santoro, por exemplo, fica sempre pegando mulher mais velha. Pedro Vasconcelos é sempre drogrado, Selton Mello faz o problemático.

Estado – Como se faz para fugir da sina de sempre interpretar o mesmo tipo?

Marcelo – É fazer coisas diferentes no teatro, no cinema, mostrar trabalho.

Estado – Qual foi o seu melhor papel?

Marcelo – Ralado, que interpretei em Quatro por Quatro, foi o de maior projeção. Até há pouco tempo, muita gente me chamava de Ralado. Wladimir é um trabalho que vai entrar para a minha história como marco da minha passagem de jovem para adulto.

Estado – Pesa o fato de ser filho de Reginaldo Farias?

Marcelo – As pessoas não nos comparam. Eu admiro muito o meu pai e ele me admira. Dá muitos toques profissionais. Meu sonho é fazer uma novela com ele, nos papéis de pai e filho.

Estado – Qual foi o último toque?

Marcelo – Disse para eu prestar atenção no olhar. É pelo olhar que o ator passa a emoção.

Estado – É comum transferir a ficção para a realidade? Seu romance com a Deborah Secco foi decorrência do amor do Wladimir pela Darlene?

Marcelo – Minha história com a Deborah não tem a ver com o trabalho na novela. Já fiz par romântico com muitas atrizes e nem por isso me envolvi com elas.

Estado – Na vida real há mais gente como Wladimir e Darlene?

Marcelo – A maioria das pessoas quer fama e sucesso no trabalho, como a Darlene. O mundo ocidental é capitalista e o sucesso pesa muito. Wladimir é o oposto disso, ele é um herói por acidente.

Estado- A que você atribui a obssessão de ser celebridade?

Marcelo – Reflete a maluquice do mundo de hoje. A mídia elege alguns para brilhar em determinados momentos e depois os descarta. Big Brother faz isso: tira as pessoas do anominato, mas elas desaparecem dali um pouco. Isso confunde. Quando esses big brothers encontram com atores, nos tratam como colegas. Depois que o brilho acaba, as pessoas piram. Quantos dos participantes tornaram-se artistas? Nenhum.

Estado – Qual o destino que escreveria para o Wladimir?

Marcelo – Quero que ele volte a ser bombeiro e se case com a Darlene.’



SBT
Carol Knoploch

‘Ratinho no lugar de SS’, copyright O Estado de S. Paulo, 3/03/04

‘Pode ser que Silvio Santos delegue a um outro nome de seu casting a vaga de apresentador na próxima Casa dos Artistas. Nos bastidores do alto escalão do SBT, a bolsa de apostas mira no alvo de Carlos Massa. Embora ainda se arraste na Justiça o veto à Casa, sob a alegação de plagiar o Big Brother, Silvio quer aproveitar o embalo do BBB 4 para emplacar seu programa. Ratinho também deve ser procurado pelo Paraná, clube de futebol do qual é torcedor, que vive crise financeira.’



Cristina Padiglione


‘SS evita constrangimento no ‘Troféu’’, copyright O Estado de S. Paulo, 8/03/04


‘Espirituoso como ele só, Silvio Santos gravou na sexta-feira a 46.ª edição do Troféu Imprensa, prêmio que contempla os melhores do ano na TV e na música. Ao cumprimentar os jornalistas do júri, no camarim, antes de dar início às gravações, só pediu, em outras palavras, que ninguém fosse grosseiro com grandes personalidades: ‘Vocês podem opiniar como quiserem, só não podem dizer que a Xuxa é feia e gorda, coisas assim. Eu não sou o Ibope, mas também gosto de fazer média’, brincou o animador.


O diálogo mais surreal do programa se deu entre ele e o jornalista Boris Casoy, que compareceu ao estúdio para receber um troféu que lhe foi atribuído no ano passado. O ex-patrão foi quem puxou a provocação, dizendo que Boris conseguia ser um sucesso na TV, ‘mesmo sem ter pernas torneadas e um rostinho bonito’. O jornalista rebateu com bom humor: ‘Não tenho pernas torneadas, mas o rostinho é bonito, como não?’, brincou o jornalista, que logo explicou à platéia o contexto daquela conversa. ‘É que um jornalista me ligou para saber como eu enfrentaria o novo jornal do SBT. ‘Não posso fazer nada, não tenho pernas torneadas’, respondeu Boris, em referência a Analice Nicolau e Chyntia Benini, apresentadoras do noticiário que estava estreando na época e que exibiam suas pernas no ar. ‘É que você nunca mostrou suas pernas, Boris’, disse o ex-patrão. ‘Eu vou tentar’, respondeu o jornalista.


Foi dentro desse contexto que os dois trocaram confetes sem pudor, relembrando que Boris se descobriu na TV via SBT e que Silvio bancou, desde o início, que o jornalista teria sucesso no vídeo.


Saia-justa foi a reação contida do júri à presença de Gugu Liberato, que também entrou em cena para receber troféu referente a premiações de anos anteriores. Protagonista do episódio mais grave que a TV enfrentou no ano passado – a farsa do PCC no Domingo Legal – Gugu já ia dizendo que ‘faz parte do ser humano errar e, quando a gente erra, a gente sofre’, quando Silvio o interrompeu para entregar-lhe a estatueta.


A categoria de apresentador/animador, aliás, não constou da lista deste ano.


O item, que tem Faustão, Gugu e Hebe entre os finalistas mais freqüentes, fatalmente reacenderia, dentro de casa, o debate sobre a mesma farsa do PCC.


Isso é que seria um constrangimento e tanto.


A reação dos jornalistas à presença de Gugu foi ainda mais contida se comparada à calorosa receptividade do mesmo time a Hebe Camargo, que estivera naquele palco poucos minutos antes de seu colega e quase arrancou um selinho de um dos jurados.


And the Oscar goes to – Pela primeira vez, Silvio resolveu dividir o júri em dois grupos, revezando a votação nas categorias.


Mulheres Apaixonadas foi eleita a melhor novela do ano, claro, e emplacou também os melhores atores (Giulia Gam e Dan Stulbach). O Sítio do Picapau Amarelo foi o melhor infantil; Ana Paula Padrão e Fátima Bernardes empataram como melhor apresentador(a) de telejornal e, também na base do empate, Galvão Bueno e Cléber Machado levaram a melhor como locutores esportivos. A Casa das Sete Mulheres foi o melhor programa do ano; o Fantástico, o melhor jornalístico, e a campanha da Nova Schin, o melhor comercial. Detalhe:


Silvio puxou da platéia um coro de ‘experimenta!’ que, como diria aquele outro comercial, ‘não tem preço’ como merchandising. A Fischer, agência responsável pela campanha, jura que nada estava programado e que a ação não foi paga. Resta saber se vai ao ar ou se será cortada na edição.


Em tempo: o programa ainda não tem data definida para ir ao ar.’




REALITY SHOWS
Keila Jimenez

‘Globo vende os direitos da revista ‘Big Brother Brasil’’, copyright O Estado de S. Paulo, 3/03/04

‘A quarta edição do Big Brother Brasil volta a render frutos editoriais. A editora Ediouro lança na sexta-feira uma revista totalmente dedicada ao reality show da Globo. Big Brother Brasil terá edições semanais com cerca de 30 páginas sobre o BBB.

A publicação terá reportagens sobre o programa, entrevistas com os eliminados, fotos inéditas da casa – outras fornecidas pelo site Paparazzo – além de notícias sobre os bastidores da produção, fofocas e detalhes das provas. Uma sessão de passatempos (palavra-cruzada, jogo dos erros) sobre a atração foi desenvolvida pelas revistas Coquetel especialmente para a publicação sobre o BBB.

A revista custará R$ 3,50 e é um negócio acertado entre a Ediouro e a Globo Marcas, braço das Organizações Globo que cuida do licenciamento de produtos do canal.

A editora pagou pelo direito de explorar o programa em uma publicação.

A emissora já tinha sentido o ‘gostinho’ de quanto um programa como BBB pode render frutos. Antes da estréia desta quarta edição, a Globo lançou uma publicação que encabeçava a promoção Quero Ser um Big Brother. Era uma revista que trazia cupons para as pessoas que desejavam participar do programa. A diferença, agora, é que a Ediouro não terá esse trunfo.

Lançada pela Editora Globo a R$ 2 o exemplar, as revistas do BBB prometiam ser o passaporte para o programa.

Dois dos 14 participantes da nova edição do reality show foram escolhidos por meio de sorteio dos cupons encartados na revista – esquema similar com o que o SBT já havia feito com o Show do Milhão. O mais curioso é que esses dois participantes sorteados – Cida e Thiago – entraram quando a atração já estava no ar havia uma semana e corriam o risco de serem eliminados em ‘paredões’ rapidamente por falta de entrosamento com o grupo. Cida e Thiago continuam firmes e fortes na casa e estão, no site no BBB, entre os preferidos do público para vencer o programa.

A revista Quero Ser um Big Brother foi vendida entre 26 de outubro e 5 de janeiro. Apesar de a Editora Globo não divulgar números de vendas, nem quanto arrecadou, a estimativa é que as vendas tenham chegado perto dos 3 milhões de exemplares.’