Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Carlos Franco

‘Uma televisão com jogos e entretenimento voltada integralmente ao público jovem, a exemplo da MTV, é a mais nova aposta da família Di Gênio, que controla a rede de ensino Objetivo, a Universidade Paulista (Unip) e o Canal Brasileiro de Informação (CBI). Para isso, o presidente da TV e Rádio Mix FM, empresas de mídia da família, Fernando Di Gênio Barbosa, de 36 anos, sobrinho e herdeiro de João Carlos Di Gênio, anuncia investimento de US$ 50 milhões no projeto até o fim do ano.

O desejo de Fernando é concorrer diretamente com a MTV, se valendo da experiência adquirida com a Rádio Mix FM, que é focada no público de 13 a 29 anos. A partir de hoje, diz ele, a emissora de televisão da família Di Gênio – o canal 16 da televisão aberta na cidade de São Paulo (UHF) e 23 na Net – começa a exibir quatro horas diárias da nova programação, entre as 17 e 21 horas.

‘Será um teste da programação, porque a intenção é tornar uma das duas emissoras que controlamos – além do canal 16, o 14 (ambos UHF) – , exclusiva da programação jovem, com uma grade de 24 horas de entretenimento e jogos’, afirma. Nessa primeira etapa, a MixTV testará a programação, mas já deixará clara, com os programas ‘Top Mix’, ‘No Break’, ‘Game Zone’, ‘Combo’ e ‘Play Hit’, a opção em privilegiar jogos e entretenimento, com destaque para a música e informações. ‘Depois, vamos acoplar esportes radicais, bate-papo e programas de tecnologia, com informação em linha com as tendências internacionais.’

Sob o comando de Fernando, as emissoras terão focos diferentes até dezembro. ‘A criação de um canal voltado ao jovem não nos afastará também do varejo, com programas de ofertas e que abrem espaço para empresas atingirem também, por meio de eventos e experimentação, os 450 mil alunos da nossa rede de ensino.’

O investimento de US$ 50 milhões, diz Fernando, está centrado na compra de equipamentos, retransmissoras e geradoras de sinal (São Paulo, BH e Brasília), além do pessoal – 400 profissionais, diretos e indiretos. Também está previsto investimento de US$ 15 milhões, nos próximos dois anos, para ampliar o alcance do sinal.

Formado em economia pela PUC/SP, Fernando não nega que sua maior aposta está na nova programação do canal. A Game TV, empresa que tem nos quadros André Vaisman, ex-vice-presidente da MTV, é quem desenha a nova grade da MixTV, de olho nas novas tendências internacionais.’



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‘Shop Tour reclama de concorrência desleal’, copyright O Estado de S. Paulo, 25/07/05

‘Durante quase 11 anos, Luiz Antônio Galebe e o seu Shop Tour ficaram abrigados na emissora de televisão da família Di Gênio, o canal 16 da televisão aberta, que é o 23 na Net. Em março, o Shop Tour deixou o canal, indo para o 46 UHF. Em menos de 30 dias, a família Di Gênio colocou no ar uma nova programação de varejo, a Mix TV. Agora, Galebe processa o Canal Brasileiro de Informação (CBI), dos Di Gênio, acusando-o de plágio e concorrência desleal em processo que corre na 37ª Vara Cível de São Paulo.

Galebe alega, na ação, que introduziu o modelo de canal de vendas por TV no País, montou e treinou equipes de vendas, conquistou clientes e consolidou esse formato, que patenteou em seu nome como obra intelectual. Mais: Galebe reclama que a audiência do canal, que estava em poder da família Di Gênio há apenas dois anos antes de firmar o primeiro contrato, foi conquistada por ele, ao apresentar esse modelo de programação.

O Shop Tour alega ter pago à CBI, ao longo dos 11 anos da parceria, cerca de R$ 100 milhões pelas 22 horas diárias alugadas na emissora paulista. ‘Parece-me que foi mais fácil, mais barato e mais certeiro copiar o que está dando certo, do que se aventurar a criar algo novo e sem a garantia de audiência que o Shop Tour já tinha conquistado’, disse Galebe em recente comunicado sobre o caso.

Fernando Di Gênio Barbosa, que comanda os canais de televisão da família, rebate e diz que a programação criada ‘é absolutamente diferente e que o varejo televisivo segue a mesma fórmula em todos os mercados’. Ele garante que não precisaria copiar a fórmula, ao contrário, ‘teria que inovar para trazer novos anunciantes e novos telespectadores. O varejo que está no ar tem a nossa marca, leva a nossa assinatura e o projeto é também abrir espaço para o acesso e a interação com a rede de ensino’.

Além disso, diz o executivo da família Di Gênio, o próprio Galebe anunciou a compra de um canal para transmitir o seu próprio programa. Em abril de 2001, em entrevista ao Estado, Galebe chegou a anunciar que, em menos de três meses, colocaria o canal Shop Tour no ar pelo canal 46 UHF, pois não gostaria de ficar nas mãos de uma emissora da qual não tinha o controle.

O canal da família Di Gênio, que o Shop Tour usava para transmitir sua programação, é a antiga TV Jovem Pan, que foi rebatizada como CBI. Antes, Galebe abrigava o Shop Tour na TV Record e quando se transferiu para o canal 16, acabou fazendo uso do telemarketing para avisar clientes e usuários do canal, hoje uma das suas principais e poderosas armas de venda.’



GLOBOSAT
Keila Jimenez

‘Globosat lança canal de games’, copyright O Estado de S. Paulo, 25/07/05

‘A Globosat está revendo os seus planos para o lançamento de novos canais em pay-per-view. Projetos como o de um canal só de séries e minisséries da Globo e de um canal de reality shows nacionais foram preteridos em detrimento de outras prioridades da empresa.

Uma das meninas dos olhos da Globosat agora é um canal em pay-per-view de games, o Pay-per-play (nome provisório). ‘Já criamos uma personagem virtual que é a Bárbara, que está no Sexy Hot e logo vamos ter games com ela’, conta o diretor dos canais pay-per-view da Globosat, Elton Simões. ‘Vamos tentar disponibilizar um game por mês, e, quando tivermos um estoque bom, o assinante poderá baixar o jogo que quiser. A assinatura do pay-per-play vai custar em média de R$ 5 a R$ 10 por mês.’

Entre os games que estarão disponíveis no pay-per-play está uma linha de jogos futebol, sucesso entre pequenos e marmanjos. ‘Nossa intenção é colocar o canal funcionando nos próximo 90 dias’, diz Simões. ‘Por isso, os canais de reality shows e de minisséries ficarão para depois, mas não foram esquecidos, não.’

Além do canal de games, outro projeto que está tirando o sono dos executivos da Globosat é o pacote de pay-per-view dos rodeios. Depois de muita negociação, o pacote com os principais rodeios do País será lançado só agora, faltando duas etapas para o fim da temporada: São José e Barretos.

A idéia era lançar o pacote logo no início da temporada, aproveitando também o mote da novela América, que trata do tema. ‘Não somos oportunistas… Para fazer bem-feito, só podia ser lançado agora. Como fechamos um contrato de cinco anos para a comercialização desses rodeios, no ano que vêm já venderemos o pacote completo’, fala Simões.’



TV CULTURA
Laura Mattos

‘Cultura lança DVD do ‘Ensaio’ de Tim Maia’, copyright Folha de S. Paulo, 25/07/05

‘A TV Cultura prepara a restauração de som e imagem de mais três edições históricas do programa ‘Ensaio’, a fim de lançá-los em DVD até o final deste ano.

O de Elis Regina (1945-1982), gravado em 1973, foi o primeiro da série a ser comercializado e atingiu a marca de mais de 75 mil cópias vendidas em menos de um ano. É considerado um ‘fenômeno’ pelo mercado de DVDs.

Estão ‘no forno’ os programas com Tim Maia (1942-98), Baden Powell (1937-2000) e Gal Costa, exibidos entre os anos 80 e 90.

Dirigido por Fernando Faro, o ‘Ensaio’ mescla entrevista e música e é uma das mais importantes e duradouras experiências da TV.

O projeto de recuperação, digitalização e venda em DVD do acervo é uma parceria entre a Cultura Marcas, a gravadora Trama e a produtora TeleImage. O contrato prevê o lançamento de 12 edições, sendo quatro por ano.

Esse é mais um dos novos filões explorados pela emissora pública, que recentemente colocou à venda entrevistas do ‘Roda Viva’, além dos produtos infantis.

Os DVDs do ‘Ensaio’ devem ser comercializados com preço em torno de R$ 50.’