Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Carlos Franco

‘A Alemanha está investindo cerca de 1,5 bilhão para construir e reformar estádios de futebol e alojamentos para jogadores que vão participar da Copa do Mundo de 2006. Um investimento que o país, que sediou a mesma competição em 1974, espera ver revertido em dobro, por meio do turismo e da publicidade, que estimularam empresas a investir na competição. A cerimônia de abertura, por exemplo, será no recém-inaugurado Allianz de Munique, com capacidade para 66 mil espectadores. O estádio custou o equivalente a R$ 1 bilhão e tem uma novidade arquitetônica que encanta: uma cobertura que muda de cor conforme as cores dos times em campo.

Para o Brasil, pentacampeão mundial – 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002 -, a Copa deve representar investimento de mais de R$ 1,5 bilhão em publicidade durante o torneio, segundo estimativas do diretor de Mídia da DPZ, Daniel Barbará. Desse total, cerca de R$ 400 milhões devem seguir direto para os cofres da TV Globo, que detém os direitos de transmissão para TV aberta no Brasil.

Nesse total, Barbará não contabiliza o que ganham empresas que fabricam apitos ou bandeiras nem investimentos regionais em torno da Copa, a exemplo de supermercados de vizinhança.

PROMOÇÕES

A operadora de celular Vivo e a líder brasileira do mercado de bebidas AmBev, por exemplo, já demonstraram interesse em ser patrocinadoras oficiais da transmissão dos jogos. A estimativa do mercado é que cada uma das seis cotas de transmissão seja vendida por cerca de R$ 70 milhões. Só que, neste momento, a TV Globo aguarda a posição dos patrocinadores internacionais da Fifa, a federação que organiza o torneio, quanto ao exercício do direito internacional de preferência nas transmissões dos jogos que, em várias ocasiões, não é exercido. Coca-Cola, Adidas, Continental Airlines, Budweiser, Fly Emirates, Gillette, Mastercard, McDonald’s, Deutsche Telekom, Fuji Films, Toshiba e Yahoo! estão entre os patrocinadores que têm esse direito. A ESPN Brasil, entre as TVs a cabo, também oferece ao mercado seis cotas para a transmissão dos jogos.

Paralelamente às emissoras, muitas empresas começam a intensificar promoções para ligar a marca ou serviço ao futebol, uma das maiores paixões do brasileiro. A Embratel, por exemplo, sorteou passagens na última quarta-feira para um usuário e 21 amigos e familiares para levá-los à Copa na Alemanha. O vencedor foi um mineiro de Juiz de Fora.

Com a promoção, a operadora de telefonia de longa distância pretendeu estimular o uso do código 21 nas ligações DDD e DDI. Mais de 2 milhões de clientes se inscreveram na promoção, que sorteou ainda passagens para os jogos das eliminatórias e aparelhos celulares com créditos até o final de 2006.

No Brasil, a empresa alemã Nivea escalou a modelo Gisele Bündchen para convidar os consumidores a participar de sorteios que também levarão torcedores para a Copa. Com a ‘Copa no País da Nivea’, desenvolvida pela agência de publicidade Africa, a fabricante de cosméticos levará 30 pessoas, com acompanhantes, para assistir ao primeiro jogo do Brasil. A rede de supermercados Pão de Açúcar também vestiu as cores da Seleção Brasileira e vai levar 31 clientes com acompanhantes e todas as despesas pagas, durante uma semana, para assistir aos dois primeiros jogos do Brasil na Alemanha. A promoção é parte da campanha ‘No aniversário do Pão de Açúcar você ganha de todos os jeitos’ em comemoração ao 57.º aniversário da rede. Até 31 de agosto, cada R$ 50 em compras pagas com cartões da bandeira MasterCard ou MasterCard Maestro dão direito a um cupom. O sorteio será realizado dia 20 de setembro. Além da viagem, a rede dará também aparelhos de televisão.

DIVERSIFICAÇÃO

Segundo Barbará, as promoções vão crescer no próximo ano, com ingresso de fabricantes de eletroeletrônicos e operadoras de telefonia celular e fixa, mais o varejo e o setor de bebidas. ‘É uma movimentação que motiva outros setores e abre espaço para um investimento que se eleva a cada etapa classificatória vencida pelo País.’ Uma empolgação que também estimula os informais, com a vendas de bandeiras e apitos para as torcidas.

Os patrocinadores da Seleção Brasileira, a exemplo da AmBev, com o Guaraná Antarctica, também investem mais para ligar a marca ao torneio. Isso tudo, diz Barbará, sem falar no segmento de material esportivo que tem na Copa um forte efeito. A alemã Adidas, ao anunciar a compra da americana Reebok, já fez um gol na concorrente Nike.’



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‘Propaganda deve invadir telas e mensagens de voz dos celulares’, copyright O Estado de S. Paulo, 22/08/05

‘Celulares com máquina fotográfica digital, cartão de crédito, walkman, televisão, lanterna, palmtop. A indústria todos os dias lança um novo aparelho no mercado e testa outros com as mais diferentes finalidades. Algumas supérfluas, mas que ajudam a estimular a troca.

Na cidade alemã de Munique, onde a Siemens mantém um escritório de pesquisa e desenvolvimento de aparelhos, a impressão que se tem, quando se entra nesse espaço, é a de estar num parque de diversões para adultos. Muitos objetos inusitados – brinquedos, partes de carros, frascos de perfume, óculos, chaveiros – e cartazes com colagens de artigos de consumo e ícones de gerações, como bandas musicais e artistas, ajudam os profissionais de designer a classificar os consumidores e definir cores e acessórios para os aparelhos. A mesma impressão se repete nos centros de desenvolvimento de outros fabricantes, como Motorola, LG, Sony Ericsson, Samsung.

Esse movimento que transforma o celular individual num faz-tudo atrai também a publicidade. Ela está a um passo de entrar para a tela dos aparelhos e as mensagens de voz. Por enquanto, apenas as próprias operadoras de telefonia fazem uso desse meio, alertando para promoções e novos serviços. Mas há quem aposte que, em breve, isso poderá se propagar.

A certeza dessa propagação de conteúdo publicitário por meio dos aparelhos, diz o diretor-geral da agência Tribo Interactive, Raul Orfão, tem a ver com os investimentos que os fabricantes têm feito para mostrar o potencial dos produtos. ‘São opções de serviços sofisticados de conteúdo, que acabam envolvendo parcerias e interesses no produto como mídia. Hoje, por exemplo, já é possível guardar uma imagem e esta pode vir com uma propaganda, que paga o direito autoral da mesma.’ Nos ringtones, os sons dos aparelhos, a propaganda já entrou firme. No ano passado, um dos mais baixados da internet foi o da campanha da Brahma, do ‘nha-nha-nhããã’.

O publicitário Nizan Guanaes, da agência Africa, espera repetir o feito com o novo mote da Brahma, o ‘olé’, que tem tudo a ver com a paixão do brasileiro pelo futebol. Outros anunciantes oferecem seus jingles gratuitamente para empresas de telefonia, para dar eco às suas campanhas de publicidade.

As inovações ajudam a comunicação da propaganda com esse público, diz Orgão, que pode ser selecionado por faixa etária e renda. A Sony Ericsson, por exemplo, está lançando este mês o W800, o primeiro celular walkman do mercado. O aparelho permite ouvir música, atender chamadas, tirar fotos e produzir um vídeo. ‘É o primeiro aparelho a combinar um celular, um walkman para tocar música digital com qualidade, incluindo bateria com duração de até 30 horas, e uma câmara de 2 megapixels’, diz Silvio Stagni, vice-presidente da Sony Ericsson. Esse tipo de lançamento acaba abrindo espaço para parcerias com gravadoras.

A Samsung, por sua vez, está oferecendo games digitais, produzidos integralmente no Brasil em parceria com o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (C.E.S.A.R), que criou três jogos – Mobies, Dragon Wrath e Rota 66 – que podem ser baixados gratuitamente pelos usuários de celulares GSM da Samsung pelo site www.samsungmobile.com.br.

‘A Samsung iniciou esse projeto no final de 2004, e a escolha do C.E.S.A.R como parceiro deu-se pela experiência em desenvolvimento de softwares para telefonia móvel que o instituto acumulou durante quatro anos’, conta Vera Bier, gerente-executiva do centro de pesquisa e desenvolvimento da Samsung. Os jogos criados no Brasil também poderão ser acessados por usuários dos aparelhos em outros países do mundo.

Já a Siemens vai exibir nas telas dos aparelhos 10 curtas-metragens brasileiros, que vão participar do 16º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, entre os dias 25 de agosto e 3 de setembro, quando será revelado o melhor microfilme nacional para celular. O Siemens MicroMovie Award promove a produção de filmes de até 90 segundos. De um total de 50 microfilmes produzidos por estudantes universitários, dez foram selecionados e um ganhará um prêmio de 1 mil. São novas janelas que esses aparelhos abrem para o consumidor e a publicidade está de olho no filão que já explora imagens de jogos e até cenas curtas.

Antes de deixar o comando da News Corporation no início do mês, Lachlan Murdoch havia antecipado em junho, no Festival Internacional de Publicidade de Cannes, que a publicidade caminha com rapidez para telas digitais e que a mídia deveria fazer o mesmo. O conteúdo, como demonstram Siemens e Samsung, cada vez mais será diferencial no mercado.’



MEMÓRIA / JANETE CLAIR
Elizabete Antunes

‘O mapa dos sucessos de Janete Clair’, copyright O Globo, 21/08/05

‘Um dos maiores sucessos de Janete Clair – que em abril de 2005 completaria 80 anos – a novela ‘O astro’ se chamava ‘O bruxo’ em sua sinopse original. Simples curiosidade? Não. O título do folhetim, que parou o país em 1978 com a pergunta ‘quem matou Salomão Hayala?’, era uma homenagem da autora mineira ao seu guru. Entre 1975 e 76, Janete Clair conheceu esse conselheiro que fez seu mapa astral. A consulta foi dada na Rua das Laranjeiras. As informações foram garimpadas pelo grupo do Instituto Janete Clair, em São Paulo, do qual o pesquisador Márcio Tavolari é coordenador.

Tavolari conta que foi esse mentor que orientou a ‘dama das oito’, como a autora ficou conhecida, a ter sempre uma rosa branca ao seu lado na hora de escrever uma trama.

– Nem os filhos da Janete sabiam da existência desse mapa astral. O guru previu que a próxima novela dela, naquela época, seria um sucesso absoluto. E ‘O astro’ foi mesmo – conta Tavolari. – Até o Ernesto Geisel perguntou ao Daniel Filho (diretor) , que estava em Brasília para um encontro da classe artística, quem tinha matado Salomão Hayala. E o Daniel Filho respondeu: ‘Presidente, esse é o nosso segredo de estado’.

Em 150 caixas, folhetim inédito com 90 capítulos

Autora de mais 18 novelas – pelo menos exibidas na Rede Globo – Janete Clair continua mais atual do que nunca. Com quase 300 itens, guardados em 150 caixas, o grande achado do patrimônio da autora, até agora, é a trama inédita ‘Estrada do pecado’.

– Ela já estava escrita em linguagem televisiva e tem 90 capítulos. Não sabemos se foi feita como exercício ou por encomenda. É uma obra atual, parecida com o que se vê em ‘América’, em que mãe e filha gostam do mesmo homem. Claro que a Glória Perez não tinha conhecimento algum disso, não se baseou em nada. Em ‘Estrada do pecado’ existe também a questão da posse de terras, que se passa no Sul do país – diz Tavolari. – Isso tudo mostra ainda mais a força de suas abordagens.

‘Estrada do pecado’ pode valer mais de R$ 1 milhão

O trabalho de Janete Clair, que morreu de câncer em 1983, estava na mira da Rede Bandeirantes. Entretanto, Herval Rossano, diretor de dramaturgia da emissora, diz que o valor pedido por Tavolari e o produtor Luque Daltrozo, dupla que representa os herdeiros da autora, foi muito alto. Especula-se que ‘Estrada do pecado’, escrita em 1966/67, ultrapasse a cifra de R$ 1 milhão.

– Tive um contato com a direção da Band há dois meses. Houve um grande interesse por parte deles de levar ao ar ‘Vende-se um véu de noiva’, que é originalmente uma radionovela (que iria se tornar a revolucionária ‘Véu de noiva’, que foi exibida na Globo e rotulada de ‘novela-verdade’) . Eles queriam fazer também algo no formato do ‘Brava gente’. Fizemos um levantamento de 30 títulos de radionovelas que podiam ser adaptados para a TV. Mas acho que a empresa está numa fase de reestruturação – diz Daltrozo, que garante não ter conversado sobre valores com o canal.

Talvez, pelo alto preço, a ‘herança’ da escritora vá parar nos Estados Unidos. Ou na Argentina e em Portugal, países que estão de olho no ‘mito das telenovelas’.

– Estamos comercializando ‘Estrada do pecado’ ou um remake de ‘Véu de noiva’ para um canal de Los Angeles. O elenco não seria brasileiro. É lastimável uma obra dela, ainda por cima inédita, não ficar no seu país – diz Daltrozo.

Jogada de marketing? Talvez. Mas Tavolari conta que a Rede Globo tem o interesse de apresentar um remake de ‘Fogo sobre terra’ (74/75).

– Foi uma das novelas mais censuradas da Janete Clair. Vinte capítulos foram cortados na íntegra. Isso porque a trama contava a história do povo de um um vilarejo que perderia um grande lago que daria lugar à construção de uma reserva. Na época o governo Médici achou que era uma crítica à construção da Hidrelétrica de Itaipu – explica Tavolari. – Ela teve de ir a Brasília se explicar. A Janete ficou muito frustrada.

O Instituto Janete Clair encontra-se hoje num escritório no bairro paulista de Bela Vista. A intenção de Daltrozo e Tavolari é buscar verbas para construir uma sede própria.

– Com o tempo, nossa intenção é abrigar obras de outros – diz Tavolari.

Obras do acervo

‘UMA ESCADA PARA O CÉU’ (ou ‘PÉROLAS DE FOGO’): 104 capítulos (obra completa). Na versão ‘Pérolas de fogo’ faltam os primeiros cinco capítulos

‘A SULTANA DO GRANDE LAGO’: 77 capítulos

‘A INOCENTE PECADORA’: 39 capítulos existentes dos 40 escritos (obra praticamente completa, falta o capítulo 36). Porém, este projeto necessita ser restaurado urgentemente. Encontra-se num estado de difícil leitura

‘A MENINA DOS CABELOS AZUIS’: 30 capítulos. A obra está completa, incluindo o primeiro capítulo já adaptado para a televisão

‘PERDÃO, MEU FILHO’: 44 capítulos. Obra praticamente completa

‘A GATINHA MIMI’: Janete Clair também escreveu oito textos, entre 63 e 66, para a TV Tupi/Rio, com duração de 50 minutos, para o teatro infantil (Teatrinho Trol)’



O APRENDIZ 2
Carol Knoploch

‘Final de ‘O Aprendiz’ bate ‘Jornal da Globo’’, copyright O Estado de S. Paulo, 20/08/05

‘A decisão do Aprendiz 2 bateu a Globo por 44 minutos, anteontem, das 23h45 à 0h29, justamente na parte final, quando Roberto Justus contratou o bem-humorado Porcel. Nesse período, a Record registrou cerca de 20 pontos e a Globo, com o Jornal da Globo, 15 (no restante, 54 minutos, ficou em segundo). A média consolidada na Grande São Paulo foi de 16 pontos – a edição 1 marcou 11 pontos no último capítulo. E mais: Show do Tom, com a sátira O Infeliz, que entrou no ar na seqüência do reality show, manteve a boa audiência. Empatou com a Globo (Programa do Jô) em 11 pontos por 13 minutos. A média foi de 9.

A terceira edição de O Aprendiz está confirmada para o início de 2006. Será a última de Justus – assim como Donald Trump que fez três. O atrativo na nova versão será o emprego na Wunderman de Nova York, com salário de R$ 500 mil/ano. Porcel ganhará R$ 250 mil/ano. ‘Vou ajudar o meu pai com este primeiro salário’, disse o campeão, que assim como Viviane Ventura, da edição 1, ganhou um carro (Stillo) e viajará para os EUA para uma extensão curricular.

Apesar do sucesso de audiência, os aprendizes eram mais fracos do que os da primeira versão. Isabel Arias, que estará no próximo reality show – não sabe ao lado de qual conselheiro -, comentou que os candidatos terão de ser melhores. ‘Gostei da troca de produtoras (TV7 pela Casablanca) e acho que devemos manter o time para O Aprendiz 3’, declarou Justus, que foi muito bem no comando ao vivo.

No lugar do programa, às terças e quintas, às 22h15, a Record exibirá a primeira temporada de CSI. Não é novidade: no fim de O Aprendiz 1, fez o mesmo. Mas a série americana não foi bem de ibope: concorreu com Big Brother e alcançou 4 pontos de média geral.’



SÔNIA E VOCÊ
Keila Jimenez

‘MPF pede fita de ‘Sônia e Você’ para averiguação’, copyright O Estado de S. Paulo, 20/08/05

‘O procurador regional dos Direitos do Cidadão, Sérgio Suiama, encaminhou na quinta-feira à Record ofício pedindo cópia do programa Sônia e Você de terça-feira. Suiama, que é integranre do grupo de Comunicação Social do Ministério Público Federal, quer analisar imagem exibida na atração de uma criança, portadora de câncer, tendo o seu cabelo raspado ao som da mesma trilha sonora da personagem Camila (Carolina Dieckmann) em Laços de Família. O Ministério promete tomar as medidas cabíveis, caso os direitos do cidadão tenham sido violados.’