Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Carta Capital

MÍDIA E POLÍTICA
Jorge Furtado

Poder e Política

Na última reforma da Folha de S.Paulo o caderno de política, que se chamava ‘Brasil’, virou ‘Poder’. A Política é um substantivo feminino, dizem até que é uma ciência, mas não é um verbo. (O verbo é politicar – ocupar-se de política, fazer política – de pouco uso, não me lembro de nenhum político confessar ter politicado ou prometer, se for eleito, politicar muito). Já o Poder tem a força do verbo e do substantivo, que no caso é macho, os dois usadíssimos e cobiçados, parece que todos querem o substantivo para livremente usar o verbo, quanto mais, melhor.

A impressão é que todos, desde os editores e comentaristas dos jornais mais zezistas (ex-serristas) aos grandes amigos e aliados do Zé, acreditam que a luta pelo poder está terminada: Dilma vai ganhar e, portanto, o Zé vai perder. O resultado da luta pelo poder em Brasília parece mesmo irreversível, em primeiro ou segundo turno, mas a luta política não tem data para terminar, antes ou depois da eleição.

Urgente é melhorar o nível do debate público, expurgar do discurso os adjetivos em excesso, piadinhas, palavrões, preconceitos, grosserias, birras, implicâncias, superficialidade, pontos de exclamação, chutação de números sem fonte, vazamentos seletivos, fontes anônimas usando jornais para fazer negociatas, argumentos tolos exaustivamente desmontados e ainda assim repetidos sem trégua, fichas falsas, bilhetinhos e fofocas que viram dossiês, mentiras grossas, etc.

Os blogs – e seus divulgadores, twitters e tais – já mudaram a lógica da mídia. Seria uma boa idéia que tentassem cada vez mais falar sério (ainda que com bom humor), compartilhando informações e análises e não estados de espírito e picuinhas.

O mais urgente, acho, é eliminar do discurso a falácia ‘envenenar o poço’, desonestidade intelectual que consiste em, num debate, ao invés de debater o argumento, combater o próprio oponente, é o tal ‘assassinato de reputação’, que grassa em diferentes intensidades por blogs, sites, jornais, tevês e rádios.

José diz: ‘Pedro é um ladrão’. Pedro responde: ‘José é um mentiroso’.

Não é um debate, não há contradição, talvez os dois estejam certos. Pedro pode ser um ladrão, como José afirma. Pedro não negou ser ladrão, apenas afirmou ser José um mentiroso. Pedro envenenou o poço sugerindo que, sendo José um mentiroso, tudo o que ele disser é mentira, o que não é verdade: talvez José seja mesmo um mentiroso, mas pode não estar mentindo ao afirmar que Pedro é um ladrão, afinal mesmo os mentirosos não mentem sempre. (‘Não acredite em alguém que sempre diz a verdade’, Elias Canetti.)

Num debate racional, que alimenta a política e não apenas a luta pelo poder, José só pode afirmar publicamente que Pedro é um ladrão se tiver provas para isso, se a sua afirmação vier acompanhada de informações sobre fatos que a sustentem, lembrando que roubar é crime e todos são inocentes até prova em contrário, e que também é um crime acusar alguém de crime que não cometeu. Ao ser acusado de um crime por Pedro, José pode (ou não) defender-se, inclusive recorrendo à justiça, apresentando evidências ou provas de que não o cometeu. Atacar Pedro não é evidência ou prova de nada.

Com a forte possibilidade de derrota de seu candidato nas próximas eleições, a antiga imprensa, acho, finalmente entendeu que a tal ‘formação de consenso’ não está mais em suas mãos. Cabe aos blogueiros e sites independentes ocupar o espaço conquistado com cada vez mais racionalidade. Fazendo política, a blogosfera conquistou um grande poder e ‘grandes poderes geram grande responsabilidade’, como muito bem ensinou o Homem-Aranha.

Onze regras de boas-maneiras para debater política (seriamente) na blogosfera (ou em qualquer outro lugar):

1. Qual é o fato? A verdade factual é o ponto de partida. Certifique-se da veracidade e, se possível, indique a fonte de suas informações. Divulgar mentiras é o mesmo que mentir.

2. Não grite. Reduza ao máximo os adjetivos, os pontos de exclamação, os destaques em maiúsculas.

3. Não insinue, informe. Elimine do seu texto as reticências, as maledicências e outras indecências. Se tiver algo a dizer, diga. Se não tiver, não diga.

4. Mantenha a compostura. Elimine inteiramente os palavrões, preconceitos, grosserias, fofocas e baixarias em geral.

5. Fale sério. Piadas de gosto duvidoso, musiquinhas engraçadas, animações toscas, derrubam qualquer argumento, mesmo que verdadeiro. Demonizar adversários com montagens fotográficas, dedos no nariz ou caras tortas só depõe contra você.

6. A diversidade é a base da democracia. Sem pensamentos contraditórios não há evolução. Quem pensa diferente de você não é, necessariamente, seu inimigo e, mesmo que seja, deve ser tratado com respeito e educação.

7. Ninguém é inteiramente bom ou mau. Encontrar concordâncias entre pessoas que discordam é um bom ponto de partida para qualquer debate. Todos querem o bem estar e a justiça social, desenvolvimento, geração de empregos, saúde, prosperidade e paz. Ou não?

8. Procure saber, saber sempre é bom. Compartilhar informações é a principal utilidade da internet.

9. Mais que dar respostas, faça perguntas. O principal objetivo do jornalismo (e da filosofia) é fazer pensar, formulando perguntas. Deixe o leitor procurar suas próprias respostas.

10.’Se você não está em dúvida é porque foi mal informado’ (do jornal ‘O Pasquim’). Procure saber e entender os que pensam muito diferente de você ou nunca terá a chance de mudar, o que é vital para crescer.

11. Só responda a quem merece. A resposta a um argumento num debate político é uma deferência, só deve ser dada a quem merece, a quem trouxe ao debate algum argumento novo e relevante. Aos provocadores, carentes que só querem marcar espaço e aparecer, a melhor resposta é a indiferença. Não alimente nem amplifique baixarias.

Matéria originalmente publicada no site www.casacinepoa.com.br/o-blog/jorge-furtado

 

HORÁRIO ELEITORAL
Fábio M. Michel

PT decide processar Serra por usar Lula em propaganda na TV

O Partido dos Trabalhadores anunciou nesta sexta-feira (20) que vai entrar com representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra. No programa da noite do horário eleitoral na TV, o candidato oposicionista usou imagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para se promover.

O presidente do PT, José Eduardo Dutra, foi um dos primeiros a se manifestar, com ironia, sobre a tentativa de colar a imagem de Serra à de Lula, por meio do microblog Twitter. ‘De dia o Serra esculhamba o governo, o PT e os petistas. De noite bota o Lula no seu programa. Na minha terra o nome disso é ‘deixa pra lá’.

Mais tarde, ele voltou a carga: ‘Do jeito que a coisa anda, o próximo programa do Serra vai mostrá-lo como o coordenador do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)’, insistiu Dutra.

Até o aliado Roberto Jefferson (PTB), criticou a iniciativa, também pelo Twitter e postou que ‘perder uma eleição e decorrência da disputa. O que não podemos perder é a identidade.’ Esse risco seria maior ainda, segundo o ex-deputado, em um contexto em que Lula entra em evidência e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) é escondido.

‘Não tem oposição mais. Todos são filhos do Lula. E o Lula quer fazer do patriarcado dele um matriarcado para que todos passem a ser filhos de Dilma Rousseff’, criticou Jefferson.

A blogosfera em geral também se manifestou, como o Tijolaço que classificou Serra de ‘cara de pau’ e ‘sem limites’.

Sem saída – Segundo a agência Reuters, fontes do PSDB afirmam que a tentativa de associação ‘veio para ficar’. A estratégia seria mesmo a de apostar em colar Serra em Lula na tentativa de contrapor a participação intensiva do presidente na campanha para eleger Dilma.

A exploração da popularidade do presidente por um nome da oposição reforça a tese de que é personagem central de sua própria sucessão. Na peça publicitária apresentada na noite passada, ele e o tucano apareciam juntos em diferentes ocasiões, numa clara intenção de sugerir proximidade. Um locutor dizia: ‘Serra e Lula, dois homens de história, dois líderes experientes.’

‘Num primeiro momento, pode causar certa espécie, mas, na verdade, Serra é quem melhor pode continuar (o que Lula fez). O Lula deixou o país em uma determinada situação e não há ninguém melhor do que ele para avançar’, disse à Reuters o senador Sérgio Guerra (PE), coordenador geral da campanha e presidente do PSDB.

Outro aliado, José Carlos Aleluia (DEM-BA), foi além. ‘O Lula não está concorrendo nesta eleição e Serra sempre teve com ele uma boa relação. Acho que o Serra agiu certo’, defendeu o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA). ‘Ficaria ruim se eu colocasse o presidente no meu programa, mas o Serra nunca hostilizou Lula. Não vejo problema.’

 

CAMPANHA
Plínio Arruda Sampaio

Plínio: ‘Viva o Twitaço!’

Em artigo exclusivo para o site de CartaCapital, o candidato fala sobre sua participação ‘de bico’ via Twitter no debate Folha/UOL

Esta campanha eleitoral foi devidamente engessada pela burguesia. Embora hegemônica e aparentemente tranquila, ela teme que um debate eleitoral aberto desperte na massa popular emoções perigosas. Legislativo, Judiciário e mídia juntaram-se nesse complô antidemocrático.

A tática para atingir esse objetivo consiste em omitir as candidaturas de esquerda. Não aparecendo na mídia, elas simplesmente deixam de existir. Romper a cortina do silencio é, portanto, a tarefa democrática da hora.

Felizmente, há como fazê-lo. Chama-se Twitter – um novo meio de comunicação, destinado a substituir o peso da televisão como instrumento principal das disputas eleitorais. Não sabemos se já na próxima eleição o Twitter suplantará a televisão, mas, nesta, já demonstrou sua força. E o ‘twitaço’ que promovemos durante o debate dos presidenciáveis chapa branca, promovido pela ‘Folha de S.Paulo’ e o portal UOL demonstrou isso sobejamente.

A ‘festinha’ da Folha/UOL estava armada, quando de repente surgiu no Twitter um debate paralelo, realizado pelo mecanismo Twitcam, no qual o twitador fala na frente de uma câmera e é visto pelos que intervêm no Twitter.

Desse modo, à medida que o debate da Folha/UOL se desenrolava, o candidato do PSOL entrava no mesmo e demonstrava o que estava sendo dito.

Para surpresa geral, o número de pessoas interagindo com o Twitaço do candidato do PSOL pela Twitcam chegou a superar a quantidade de participantes das salas de bate-papo do debate Folha/UOL. O fato foi registrado pelos serviços de informação disponibilizados pela internet. O twitaço do PSOL foi o primeiro colocado entre os assuntos mais comentados no microblog no Brasil e figurou entre os oito mais comentados do mundo – um fato inédito, um sucesso sem precedentes entre os presidenciáveis, que até agora não se dispuseram à se colocar frente a frente com o eleitor da forma direta que o Twitter exige!

As forças democráticas da Nação precisam se debruçar sobre o fenômeno, porque ele pode representar um instrumento poderosíssimo para ajudar a reverter o sombrio panorama da política mundial neste inicio de século.

 

E-BOOK
Amilton Pinheiro, Revista Brasileiros

‘Formar leitor, só no livro de papel’

A 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que acontece até dia 22 na cidade, realizou, antes da abertura do evento, no dia 12, um ciclo de palestras para discutir o livro digital e seu impacto no mercado editorial. A Câmara Brasileira do Livro (CBL) organizou o debate, por meio de sua presidente, Rosely Boschini. Em seu segundo mandado como presidente da CBL, Rosely, que foi primeira mulher a assumir o posto, vem acompanhado de perto a discussão, por saber que é de suma importância para todos os envolvidos com o mercado do livro. Toda a cadeia de produção passará por mudanças drásticas com o advento do livro digital. Rosely já intuiu a tendência desde que organizou o 1º Congresso Internacional do Livro, em março de 2009.

‘Na Europa e nos Estados Unidos, a transição (do livro de papel para o livro digital) está em uma etapa bastante avançada. Nos EUA, no próximo ano, os lançamentos de livros eletrônicos devem superar os lançamentos de livros em papel, o chamado livro físico. Os livreiros (brasileiros) ficaram assustadíssimos com esse cenário. Eles acreditam que a coisa apenas estava começando’, analisou Rosely, em entrevista exclusiva para o site da Brasileiros, no estande da CBL dentro da Bienal. Apesar de acreditar que o livro digital será muito importante para continuidade dos negócios no mercado editorial, ela ainda acredita que o livro de papel não deixará de ser lido e produzido no futuro. E vai mais além, ao afirmar que só o livro de papel é capaz de formar novos leitores. ‘Por acreditar nisso, ainda insisto no livro de papel’. Mas não deixa de ser pragmática ao completar o pensamento: ‘Mas sem abrir mão do livro digital’.

Leia abaixo os principais trechos da entrevista de Rosely Boschini.

Brasileiros – Como a Câmara Brasileira do Livro (CBL) vem acompanhando a entrada e o crescimento do livro eletrônico no mercado editorial brasileiro?

Rosely Boschini – Em março do ano passado, a gente (CBL) fez uma parceria com a Feira de Frankfurt (considerada a maior feira de livros do mundo, realizada anualmente na cidade alemã) e a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo para a realização do 1º Congresso Internacional do Livro. Vieram vários especialistas do livro digital, tanto dos Estados Unidos quanto da Europa, e também do Brasil. Nós fizemos esse evento sem muita expectativa de público. Mas tivemos uma adesão maravilhosa. Agora, dentro da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, realizamos o Fórum Internacional do Livro e trouxemos três especialistas do livro digital, que foram Mike Shatzkin, Jean Paulo Jacob e John Thompson (os temas debatidos pelos palestrantes foram O Futuro do Livro Impresso num mundo digital; Os livros na era digital e O Futuro já não é mais o que era). O que aconteceu durante esse evento? Estimamos um público baixo e vieram em torno de 500 pessoas. Percebemos que os livreiros participantes das palestras ficaram assustados com o cenário descrito pelos palestrantes. Eles pensavam que a presença do livro digital no mercado editorial no mundo ainda era pouco significativa.

Brasileiros – Qual foi o cenário apresentado pelos três palestrantes?

R.B. – Na Europa e nos Estados Unidos, a transição está em uma etapa bastante avançada. Nos EUA, no próximo ano, os lançamentos de livros eletrônicos devem superar os lançamentos de livros em papel, o chamado livro físico. Os livreiros (brasileiros) ficaram assustadíssimos com esse cenário. Eles acreditam que a coisa estava apenas começando.

Brasileiros – A Câmara Brasileira do Livro, quando realizou o 1º Congresso Internacional do Livro, já estava atenta a essas mudanças no mercado editorial de fora?

R.B. – Nesse congresso, estávamos buscando conhecer e entender todas as mudanças que estavam acontecendo lá fora. Queríamos, com isso, o máximo de informações para passar aos profissionais que trabalham com o mercado do livro no Brasil. Com base nessas informações, os editores, por exemplo, tiveram um norte para se adaptarem à nova realidade, que vem chegando a galope. Quando a gente fala de acesso ao livro, o livro digital é mais uma possibilidade desse acesso.

Brasileiros – Muitos defensores do livro digital dizem que a geração atual já nasceu conectada à internet. Basta ver o apego que esses jovens têm com as redes sociais; como Orkut, Twitter, Facebook. Essa geração vai migrar facilmente para o livro digital?

R.B. – Concorda comigo, que essa geração está com hard diferente do nosso? O apego pelo papel é muito menor que a geração passada. Essa geração está conectada de forma diferente. Eles têm valores diferentes do nosso. Temos de aceitar isso.

Brasileiros – Um elemento que ainda não está bem equacionado em relação ao mundo do livro digital é a questão do armazenamento desses livros e do acesso a eles…

R.B. – Tem também o seguinte: o livro digital não é barato ainda. Tem a questão da tecnologia. Depois, tem de ter a plataforma. A plataforma garantiria segurança do arquivo? No primeiro momento, essa tecnologia não barateia o acesso ao livro. Há ainda muitos investimentos a serem realizados. Existem dois tipos de livro digital: o PDF, que é fotografia, e acabou. E tem o verdadeiro livro digital, que usa todos os recursos possíveis.

Brasileiros – Você acredita que o livro em papel vai acabar de ser produzido no futuro?

R.B. – O livro em papel nunca vai acabar. Vai conviver muito tempo com o livro digital. Eu não gosto de ler um texto longo em uma tela de computador. Não consigo ler textos longos em uma máquina eletrônica. No congresso, de que falei anteriormente, nós fizemos uma pesquisa do perfil de comportamento do leitor digital. As pessoas responderam que nunca iriam usar um aparelho eletrônico pare ler um livro. Mas essas mesmas pessoas, ao ter contato com um aparelho de leitura de livro, ficaram encantadas. Falaram: ‘Isso aqui é bárbaro. Tem muitas vantagens’. Elas passaram a achar que valeria a pena ter acesso a essa tecnologia, portanto, a esses tipos de aparelhos.

Brasileiros – Toda tecnologia nova, que traz mudanças na maneira como consumimos um produto, gera muito medo e repulsa no primeiro momento. Mas depois nos acostumamos com essa nova maneira de lidar com o produto. Podemos citar o MP3, que demorou um tempo para ser aceito como uma nova maneira de consumirmos música. Hoje, a maioria consome música pelos iPod’s…

R.B. – O foco principal é o seguinte: tem de conhecer. Você não pode combater nada se você não conhece. Então, tem de conhecer, aceitar ou não aceitar. A segunda questão é a seguinte: essa nova tecnologia é uma oportunidade de consumir o produto de forma diferente. Livro de papel a gente sabe fazer muito bem. O Brasil é exemplar na produção de livros em papel. Na última pesquisa que encomendamos à Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), da USP, nós saímos de uma produção de novos títulos, de 19 mil em 2008 para 22 mil no ano passado. Conclusão: teremos de aprender a fazer livros eletrônicos de forma também eficiente.

Brasileiros – Aproveitando que você falou a respeito dessa pesquisa da FIPE, encomenda pela CBL, saiu o índice de livro lido por habitante/ano, que foi de 4,7, de livros por cada um de nós, brasileiros. Como esse índice pulou de 1,7 para 4,7 nos últimos anos? Nosso índice sempre foi um dos piores no mundo.

R.B. – Essa pesquisa, chamada Retratos da Leitura, nós vamos refazer agora, depois da Bienal. Mas, voltando a sua dúvida, por que aumentou… A gente tinha de seguir o padrão internacional, que contempla a criança. Por contemplar as crianças, entrou o livro didático.

Brasileiros – Recentemente, você disse em uma entrevista que nós somos alfabetizados no livro de papel. Por isso, acredita que ainda é a melhor maneira de formar novos leitores?

R.B. – Eu, por acreditar nisso, ainda insisto no livro de papel. Mas, sem abrir mão do livro digital. Para citar um exemplo do bom uso do livro digital: será que essas engenhocas não vão ajudar os estudantes de Direito a carregar seus livros? Claro que sim! É um absurdo a quantidade de livros que um estudante de Direito tem de ficar carregando, sem falar no peso dos livros. Os livros digitais vão facilitar enormemente o manuseio dos livros de referências, como os livros de direito e os dicionários. Os dicionários passaram a ser mais lidos, pela facilidade do acesso a eles. Agora, formar novos leitores, só no papel.

 

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