Thursday, 18 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Comunique-se


AGRESSÃO
Comunique-se


Advogado agride três jornalistas e diz que a classe não possui ‘sequer diploma’


‘O advogado Francisco Rogério Del Corsi, que faz a defesa de Camila Dolabella, acusada pela morte de Aline Silveira Soares em um ritual envolvendo um jogo de RPG, ocorrido há oito anos, agrediu três jornalistas do jornais Estado de Minas, O Tempo e de uma emissora de TV de Ouro Preto.


As agressões ocorreram em dois dias. Na chegada ao Fórum de Ouro Preto, na última quarta-feira (01/07), Del Corsi quase atropelou uma repórter. Na discussão o advogado chamou os jornalistas de ‘vagabundos’ e ‘despreparados’. ‘Vocês sequer têm diploma’, disse Del Corsi, se referindo ao fim da exigência de curso superior de jornalismo para o exercício da profissão.


Na quinta-feira (02/07), na porta do Fórum, o advogado deu um soco no fotógrafo do Estado de Minas, Emmanuel Pinheiro. O soco acertou a máquina do jornalista, que bateu em seu rosto. Del Corsi ainda fez uma ameaça: ‘Depois, encontro com o senhor na hora que o senhor quiser’. Após ameaçar Emmanuel, o advogado xingou o fotógrafo do jornal O Tempo, Bruno Figueiredo.’E você é um F.D.P’, disse Del Corsi apontando para o fotográfo.


Os três jornalistas registraram um boletim de ocorrência contra o advogado. Os profissionais também pretendem protocolar uma reclamação formal à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção Minas Gerais.


Os jornalistas acreditam que as confusões provocadas por Del Corsi não passam de uma estratégia dele para adiar o júri.


Com informações da Band e do portal UAI, do jornal Estado de Minas.’


 


CÓPIA
Sérgio Matsuura


Jornal de São Paulo comete plágio em editorial


‘No dia 27/06, o jornal Imprensa Livre, que circula em cidades do litoral norte de São Paulo, publicou o editorial ‘Caixa de Pandora do Senado’. O problema é que o texto, que normalmente reflete a opinião do veículo, é um plágio. Escrito originalmente por Claudio Schamis, o artigo foi publicado anteriormente em alguns sites, como o Paraná Online.


Do artigo original, quase tudo foi publicado. Apenas o ‘pé’ foi cortado, talvez por falta de espaço. Avisada pelo autor, a redação do Imprensa Livre publicou, no dia 01/07, uma pequena nota de retratação, na qual afirma que por ‘um erro no fechamento da edição, deixou de fora o nome do autor’.


‘Por se tratar de um texto ótimo, bem escrito e que se assemelha a opinião editorialista do jornal, ele foi publicado em nosso diário’, diz a nota.


Autor deve acionar jornal judicialmente


Não satisfeito com o pedido de desculpas, Schamis pretende entrar com uma ação contra o veículo: ‘Se gostaram do texto, que paguem por ele’.


‘Se me pedissem para publicar, eu ficaria extremamente feliz. Mas sem o meu consentimento, no surrupio, não. Se tivessem ao menos posto o meu nome, o problema era menor. O editorial saiu sem assinatura. Como um editorial sai sem assinatura?’, questiona Schamis.


‘Não é só pedir desculpa’, explica diretor da Apijor


O diretor da Associação Brasileira da Propriedade Intelectual dos Jornalistas Profissionais (Apijor) Frederico Ghedini afirma que o jornalista que se sentir lesado deve procurar a Justiça. Explica ainda que uma retratação pode até servir de atenuante, mas não desqualifica o delito.


‘Eles cometem um delito e pedem desculpa, mas o problema é que o delito já foi cometido. Se essa obra tem um valor, eles têm que pagar. Não é só pedir desculpa’, diz Ghedini.


O editor responsável pelo Imprensa Livre está de férias e o seu substituto não quis dar declarações ao Comunique-se sobre o caso.’


 


POLÍTICA
Sérgio Matsuura


Deputado diz que governo do Maranhão privilegia jornal da família Sarney


‘O deputado estadual do Maranhão Edivaldo Holanda afirmou, na última quinta-feira (02/07), que o governo do estado privilegia o jornal O Estado do Maranhão nos repasses de publicidade oficial. Para o deputado, o agravante no caso é que o veículo é de propriedade da família da governadora, Roseana Sarney.


‘A governadora paga de um lado do balcão, entra para o lado de lá, e ela mesma recebe esse recurso e ainda discrimina todos os demais veículos de comunicação da nossa cidade. Isto é uma vergonha’, declarou Holanda.


Como medida para coibir tal ação, o deputado adiantou que irá apresentar, na próxima segunda-feira (06/07), um requerimento solicitado ao Poder Executivo informações sobre as regras para a distribuição das verbas de publicidade do governo, mais especificamente sobre os editais.


‘Qual critério de escolha dos veículos para a publicação de editais? Há processo de licitação para selecionar empresas de publicidade? Em caso positivo, qual a empresa vencedora e qual o valor do contrato?’, questionou.


A assessoria do governo do Maranhão informa que as declarações do deputado são inverídicas, pois a atual gestão ainda não realizou gastos publicitários. Sobre a publicação de editais, o governo informa que apenas cumpre a lei. A legislação exige que a divulgação seja em jornais de grande circulação e auditados pelo IVC. Apenas O Estado do Maranhão cumpre os requisitos no estado.


Com informações do site da Assembleia Legislativa do Maranhão.’


 


JORNAL DA IMPRENÇA
Moacir Japiassu


Aprenda a escrever com donairoso estilo


‘Talvez haja ainda fogo…


mas o horror te abate


em surdo baque de fuzil


(Nei Duclós in Novíssimos Poemas)


Aprenda a escrever com donairoso estilo


O considerado Symphronio Veiga, veterano jornalista de Belo Horizonte, velho amigo e companheiro de aventuras no CPOR e ainda personagem do romance Quando Alegre Partiste, envia algumas recomendações importantíssimas para quem deseja escrever em donairoso estilo.


O manual abriga lições como estas:


— Nunca use siglas desconhecidas, conforme recomenda a A.G.O.P.


— Evite mesóclises. Repita comigo: ‘mesóclises: evitá-las-ei!’


Leia a íntegra no Blogstraquis e mude o plano de vôo de sua vida!!!


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Audálio Dantas


Janistraquis tem acompanhado a celeuma acerca da idade do considerado Audálio Dantas e a reprova por improdutiva:


‘Considerado, Audálio não tem 77 anos nem 80; Audálio é uma instituição fundada no Século XX e paira acima das celebrações etáticas como Oscar Niemeyer ou uma criação do próprio.’


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Outras coisas


O considerado Rodrigo Haidar escreveu em sua coluna do indispensável Consultor Jurídico:


Solidariedade acadêmica


Com a sua habitual sensibilidade semântica, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse, em entrevista ao jornal Zero Hora, de Porto Alegre, que a ministra Ellen Gracie não conseguiu a vaga de juíza na Organização Mundial de Comércio por falta de estudo. ‘Ela reconheceu, com muita gentileza, que deveria ter estudado mais’, disse. Solidário, o presidente incentivou a ministra a não perder as esperanças: ‘Ela é muito nova e não faltará oportunidade de estudar outras coisas’.


Janistraquis adorou a última frase:


‘Em que estaria pensando o presidente quando se referiu a ‘outras coisas’?’


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Pesca e…


Sob o título Globo descumpre lei e põe pronunciamento de ministro fora do horário, escreveu o considerado Ricardo Feltrin, colunista de TV da Folha:


Diferentemente de todas as emissoras abertas do país, a Globo descumpriu ontem uma determinação federal e exibiu fora do horário o pronunciamento do ministro da Pesca e Aquicultura, Altemir Gregolin. O discurso do ministro deveria obrigatoriamente ser exibido pelas TV’s entre 20h e 21h. A Globo o exibiu por volta das 19h45.


Sempre muito ponderado, Janistraquis afundou o anzol:


‘Considerado, o ministro da pesca e da aqüicultura deveria falar aos telespectadores nalgum intervalo do Globo Rural, né não? O que Gregolin tem para comunicar aos fãs das novelas?’


É bem pensado.


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Nei Duclós


Leia no Blogstraquis a íntegra de Fuzil, cujo fragmento compõe a epígrafe da coluna. É poema guerreiro de lavra acometida de intensos versos que semeiam passos como sórdidos cereais pela casa desde sempre abandonada.


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Reforma ortográfica


Durante a Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto o considerado professor Pasquale Cipro Neto disse a Manoela Meyer, colaboradora da Livraria da Folha:


‘A reforma ortográfica gerou confusão, textos mal escritos e interpretações diversas. Houve desperdício de dinheiro, água, papel e energia elétrica por um acordo que entrou em vigor precipitadamente, pois nem sequer Portugal ainda o adotou.’


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Nome em vão


A considerada Beatriz Portinari, jornalista em São Paulo, enviou excerto de recuada coluna do não menos considerado Fernando de Barros e Silva, excerto que chegou acompanhado de um enorme ponto de interrogação:


O que querem as mulheres? A clássica pergunta de Freud não vale para José Serra. Todos sabem a resposta: ele só pensa naquilo.. Mas 2010 ainda está longe, felizmente para Serra, porque seu governo começou de forma bastante decepcionante. Ou seria melhor dizer sintomática? A crise da USP é o melhor exemplo.


Beatriz pediu ajuda a Janistraquis:


Por favor, dê uma olhada no abre desse artigo publicado na Folha e me ajude a entender o que o autor quis dizer com a citação de Freud. Devo ser uma pobre mulher muito burra e ignorante, porque não entendi de jeito nenhum!!!


Janistraquis leu e leu e também não entendeu, ó Beatriz, embora tenha garantido que Freud há de explicar por que costumam fazer vão emprego de seu nome.


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Tá tudo certo


Chamadinha na capa do UOL:


Justiça — Em depoimento, Luiz Eduardo Greenhalgh nega existência do mensalão.


Janistraquis examinou, com aquele sorriso que lembra o de Sílvio Santos, e exalou:


‘Tá certo, considerado, tá tudo certo; mas o ‘chapéu’ da chamada está errado, pois em vez de Justiça o redator deveria ter escrito, em maiúsculas: DESFAÇATEZ.


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Chatos fora!!!


A considerada Solange Noronha, jornalista no Rio de Janeiro, oferece instruções para que nos livremos daquele chato sentado ao nosso lado no avião:


Se alguém sentado ao seu lado num avião está perturbando você, siga estas instruções:


1. Silenciosa e calmamente abra o seu notebook;


2. Inicie o sistema;


3. Tenha certeza que o (a) pentelho (a) está de olho na tela;


4. Feche os olhos e mova a cabeça para cima (para o céu), pronunciando


sons árabes incompreensíveis (não esqueça de incluir um alá no meio);


5. então clique no link http://www.thecleverest.com/countdown.swf


(Agora é só chamar a aeromoça e mandar recolher o chato enfartado.)


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Comer bem


O considerado Roldão Simas Filho, diretor de nossa sucursal no Planalto, de cujo varandão debruçado sobre o cinismo oficial observa-se o despudor a dar um amasso na falta de caráter, pois o viajadíssimo Mestre, que conhece as delícias do mundo, torceu mui justamente o nariz para estas ‘informações’ do Correio Braziliense:


Seção Gastronomia


1 — ‘O queijo parmesão Melingue de capa preta é feito na Argentina, mas segue a receita siciliana tradicional’.


O Mestre enviou o seguinte comentário ao diretor de Redação do jornal:


O nome do queijo ‘parmesão’ está dizendo sua origem: Parma, no norte da Itália. Nada de Sicília.


2 — ‘A edição especial da tequila José Corvo é da reserva da família, tem 100% de agave e passou por dupla fermentação’


O mais atento leitor do Correio anotou:


Essa tequila passou por dupla… destilação!


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Inveja mata!


O considerado Laerte Nunes Ramos, funcionário de cartório no Rio de Janeiro, envia esta notinha publicada no UOL:


Projeto de lei proíbe frentistas de usarem roupa curta no RJ


O projeto de lei, criado pela deputada Inês Pandeló, proíbe a exibição do corpo dos funcionários em qualquer estabelecimento comercial. Com isso, as frentistas dos postos de gasolina deverão trocar os tradicionais shorts por calças. Alguns clientes apoiam a iniciativa, outros discordam. Para que a lei entre em vigor, o governador Sérgio Cabral ainda precisa sancioná-lo.


Laerte informa que Pandeló lembra o bolo homônimo: imensamente fofíssima; todavia, muito feia e, claro, invejosa.


Janistraquis também viu foto da indigitada e dá fé e subscreve.


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Bonde errado


A considerada jornalista Lorena Pires Rostirolla envia de sua mesa de trabalho em Londrina:


Fiquei perplexa ao ler no Bonde, jornal online do mesmo grupo da Folha de Londrina, a seguinte chamada principal:


Tiroteio termina com festa na Zona Sul de Londrina


Fiquei curiosa, quis saber que ‘raio’ de festa era aquela e fui ler a matéria: http://www.bonde.com.br/bonde.php?id_bonde=1-3–542-20090619


Li e até agora não sei o que aconteceu com os homens armados; fugiram ou foram detidos? Foram reconhecidos? Atiraram porque estavam felizes? Qual foi o motivo do tiroteio? Quase mataram umas 40 pessoas e o que a polícia fez, afinal?


E, aliás, o que acrescenta saber se as pessoas que levaram tiro estão calmas? Quem acredita nisso? Posso até imaginar a tal Rose (sem nome confirmado) dizendo: Estou tão calma após ter sido quase morta…)


Isso tudo sem contar a sentença ‘celebração empresarial’ como sinônimo para festa de uma empresa, em uma chácara.


Ufa, foi demais para mim.


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Nota dez


O considerado Eduardo Almeida Reis, jornalista e escritor, senhor de terras no Grande Sertão das Gerais e de um texto sempre saborosíssimo, escreveu em sua coluna do Correio Braziliense:


Nada mais divertido na televisão mundial – insisto: mundial –, do que um discurso do senador Mão Santa (PMDB-PI). Nascido na cidade de Parnaíba, batizado Francisco de Assis Moraes Souza, o ilustrado senador é muito mais engraçado e charmeur do que os melhores comediantes das tevês, misturando Clemenceau, Ruy, Shakespeare e Sarney como quem faz massa de bolo.


Segunda-feira passada, sem que alguém se referisse ao nome da genitora do senador Sarney, Mão Santa comparou dona Kyola Ferreira de Araújo Costa a Maria, mãe de Jesus de Nazaré. Na religião do representante do Piauí há várias Marias, do hebraico Maryam, Miriã ou Miriam: a mãe de Deus, a mãe de Sarney e sua própria genetriz, santa senhora que o botou no mundo em 1942.


Leia no Blogstraquis a íntegra desse esquete que extrai algumas lêndeas do Senado, instituição tão insidiosa e presumida quanto dispendiosa e inútil.


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Errei, sim!


‘BLACK & WHITE — Entre tapas e tabefes com as transmissões esportivas da TV, Janistraquis me encurralou no córner: ‘Considerado, por que nas lutas de boxe, quando se enfrentam brancos e negros o locutor da Globo dá as cores


dos calções em vez de dizer que um é preto e o outro é branco?’


Fiz o possível, como Maguila:


– É politicamente incorreto chamar preto de preto, respondi, sem muita convicção.


– E de negro, pode chamar?


– Nem de negro, nem crioulo, negão e, muito menos, tiziu.


– Pra mim é burrice, considerado …


Acusei o golpe:


– O narrador simplesmente traduz as legendas da TV americana que gera as imagens!


– Pra mim é burrice dobrada, considerado …


Joguei a toalha. (agosto de 1996)’


Colaborem com a coluna, que é atualizada às quintas-feiras: Caixa Postal 067 – CEP 12530-970, Cunha (SP), ou japi.coluna@gmail.com.


(*) Paraibano, 67 anos de idade e 47 de profissão, é jornalista, escritor e torcedor do Vasco. Trabalhou, entre outros, no Correio de Minas, Última Hora, Jornal do Brasil, Pais&Filhos, Jornal da Tarde, Istoé, Veja, Placar, Elle. E foi editor-chefe do Fantástico. Criou os prêmios Líbero Badaró e Claudio Abramo. Também escreveu nove livros (dos quais três romances) e o mais recente é a seleção de crônicas intitulada ‘Carta a Uma Paixão Definitiva’.’


 


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