Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Comunique-se


JORNALISMO ECONÔMICO
Eleno Mendonça


Por que a gasolina é tão cara no Brasil?, 17/04/06


‘Já vi dezenas de vezes as pessoas comentarem isso. O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, na sua não-oficial campanha para reeleição, vai aproveitar o fato
para faturar: o anúncio da auto-suficiência do Brasil em petróleo é sim mais um
elemento de campanha. Mas, convenhamos, que político não usaria um fato tão
importante para se promover? Lógico que a auto-suficiência é algo que se procura
há vários anos e governos, sorte de Lula que aconteceu no seu. Mas, voltando ao
fato de termos todo o petróleo que precisamos, por que a gasolina é tão cara? Ao
noticiar esses assuntos a mídia deveria se dar conta de explicar os motivos.


Além do fato de a Petrobras ser uma empresa aberta, com sócios, muitos deles
internacionais, o que a obriga a zelar pelo patrimônio comum, há a situação de
que concorre no mercado internacional de petróleo e, portanto, está sujeita às
leis de mercado. Agora mesmo, com o Irã e Estados Unidos nessa briga que pode
levar a mais uma guerra, o barril voltou a explodir nas cotações e de novo
poderá interferir no preço interno do petróleo no País da auto-suficiência. Quem
quiser competir e se for multinacional está sujeita a essas situações. Da mesma
forma que, se a Petrobras amanhã elevar o preço além da medida, poderá permitir
que haja importação de gasolina a preços menores.


Lógico que aqui e acolá os governos podem usar a estatal segurando um
reajuste, adiando outro e, quando conveniente, empurrando uma correção no preço
do álcool, já que a Petrobras é quem controla também o preço do álcool. Mas não
pode fazer isso de forma a permitir que o acionista perceba o uso político.
Apesar de tentador, é difícil querer controlar essas situações no governo. Além
disso, ao menor sinal de manipulação, poderia haver corrida de investidores. Há
ainda a fiscalização de órgãos que regulam o mercado acionário e evitam esse
tipo de manipulação.


A pulverização de ações com a permissão de uso do FGTS deu ao público também
um conhecimento maior sobre a Estatal. A empresa se tornou mais democrática.
Hoje, muitas pessoas procuram notícias sobre a Petrobras, acompanham os preços
das ações. Mesmo os que reclamam dos preços na bomba certamente não têm o mesmo
comportamento quando olham a curva de valorização de um FGTS que dava apenas 3%
ao ano, com correção monetária e tudo. Esse assunto, também, é uma pauta
interessante: mostrar nesses últimos anos como se comportaram os saldos de FGTS
em relação às ações de Petrobras e Vale.


De todo modo, apesar dessa ampliação na base de acionistas e da transparência
cada vez maior dos negócios da estatal para com seu público, é bom lembrar que o
comando é sempre de quem está no governo. Outra coisa que o acionista deve
considerar é que, como toda empresa, a Petrobras também está sujeita a riscos em
seus investimentos. A recente decisão de Evo Morales de renacionalizar a
atividade de gás na Bolívia, a despeito de se ter comprometido a não fazer isso,
é um caso típico. Isso dará enorme prejuízo à estatal brasileira, que por sua
vez tem de estrategicamente se sujeitar porque depende muito do gás boliviano,
pelo menos até que não consiga a auto-suficiência também nesse segmento.


O Brasil é elogiado lá fora por seu programa de álcool, o mesmo que já deu
tanta dor de cabeça a governos passados. Agora mesmo, com o surgimento dos
carros flex, voltou a ter problema de abastecimento. A gasolina tem de seguir
modelo de preço internacional e nos falta gás em relação à demanda. Está aí,
portanto, uma oportunidade de se discutir mais a matriz energética. Tentar achar
um modelo realmente auto-suficiente. Do contrário, o Brasil estará sempre
sujeito aos riscos de outros governos, de guerras, de
mercado.’




ECOS DE MAOMÉ
Comunique-se


Ilustração sobre Maomé em revista católica gera série de críticas, 17/04/06


‘Roma, 16 abr (EFE) – Uma ilustração em uma revista católica italiana que se
refere a Maomé e à política local gerou forte polêmica e foi criticada por
cristãos e muçulmanos, obrigando o diretor do semanário, que é membro do Opus
Dei, a pedir ‘perdão cristão’ a todos os muçulmanos ofendidos.


O novo escândalo sobre Maomé foi gerado por Cesare Cavalleri, diretor da
revista Studi Cattolici, que, em sua mais recente edição, lançou mão do Cântico
XXVIII de ‘A Divina Comédia’, no qual Dante manda Maomé ao inferno, para incluir
uma gravura crítica ao Islã e à política nacional.


A ilustração não mostra a cara de Maomé (os muçulmanos consideram uma
blasfêmia a representação do rosto de Maomé) e é muito difícil identificar como
Dante e Virgilio os dois homenzinhos desenhados com poucos traços.


A identificação só é possível graças ao diálogo entre os dois personagens e
porque, no alto da figura, aparece escrito ‘Cântico XXVIII’ e, abaixo, é
representado o inferno.


Na charge, um homem pergunta ao outro: ‘Aquele que está ali, partido ao meio
de cima a baixo, não é Maomé?’. O outro responde: ‘Sim, está partido assim
porque foi dividido pela sociedade’. A réplica do outro é: ‘E aquela que se vê
ali, com a calcinha arriada, é a política italiana sobre o Islã’.


Segundo o diretor da revista, a intenção da ilustração era fazer uma crítica
‘não ao Islã, mas à fraqueza de identidade da Europa e da Itália e à perda de
identidade do Ocidente’.


No entanto, o desenho gerou duras críticas, a começar pelo Opus Dei, como
ficou claro no pronunciamento de seu porta-voz em Roma, Giuseppe Corigliano.
Este disse que São Josemaría Escrivá, o fundador da ordem, ‘teria dado a vida em
respeito à liberdade religiosa de qualquer pessoa’.


Corigliano esclareceu que a Studi Cattolici não faz parte das publicações
oficiais ou oficiosas do Opus Dei, embora Cavalleri seja membro da ordem.


O espanhol Justo Lacunza Balda, reitor do Instituto Pontifício de Estudos
Árabes, disse não ter entendido a atitude, e defendeu que isto ‘não é espírito
cristão’ e que ‘Maomé não pode ser ridicularizado desta forma. Ele é figura
central para a fé de mais de um bilhão de pessoas no mundo’.


Diante do burburinho criado, Cavalleri frisou neste domingo (16/04) que só
pretendia denunciar a crise de identidade cultural no Ocidente e pediu perdão
novamente.


(c) Agencia EFE’




MERCADO EDITORIAL
Milton Coelho da Graça


IstoÉ no caminho das amenidades, 13/04/06


‘Há indícios fortes de que a empresa de IstoÉ começa a sentir dificuldades
com os sucessivos episódios de violação da ética profissional e pretende
encaminhá-la para o rumo das amenidades; Mais um jornalista de primeira linha –
Mino Pedrosa, que tem em sua biografia a entrevista com o motorista Eriberto,
início da desmontagem das mentiras de Collor – está dizendo adeus, como também
Sônia Filgueiras, ambos da sucursal de Brasília e seguindo o caminho de Luiz
Cláudio Cunha.


Um dos principais responsáveis pela publicidade do governo Fernando Henrique
me revelou que, todas as quartas-feiras, se assustava com a aparição do ‘contato
de publicidade’ da IstoÉ, cuja conversa era sempre a mesma: ‘a revista tem uma
bomba’ e só depois perguntava se havia algum anúncio previsto para ela.


IstoÉ chegou a ter (não sei se continua porque ele nunca figurou no
expediente como ‘diretor de operações especiais’) o mesmo sujeito que, na época
da ditadura, tomava anúncios para a revista Cruzeiro, exibindo carteira do
Serviço Nacional de Informações. E não se esqueçam que até hoje ninguém sabe
como morreu Alexandre Baumgarten, que era o diretor da Cruzeiro e realmente
agente do SNI.


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E por falar em técnicas de venda…


A coluna social mais famosa do mundo, a ‘Page Six’ do tablóide New York Post,
está na berlinda depois que o repórter Jared Paul Stern foi filmado na tentativa
de tomar 200 mil dólares de um também famoso bilionário colunável.


Nosso colunismo social nunca sofreu acusações fundamentadas como essa. Mas
certas práticas condenáveis são comuns. Freqüentemente responsáveis pelas
colunas são também corretores de publicidade e há informações de que essa
prática é oficial no Jornal do Brasil e em muitos outros diários menores pelo
País afora.


Durante meus cinco meses como diretor editorial da Gazeta de Alagoas,
procurei, sem sucesso, convencer Pedro Collor a não manter como responsável pela
coluna o diretor comercial do jornal, que ia aos eventos sociais com uma máquina
fotográfica. No dia seguinte, visitava diretores de empresas e pedia, explícita
ou implicitamente, um anuncinho. Eficiente, mas péssimo para a imagem editorial
do jornal.


Uma colunista social pediu a seus personagens que, em vez de presentes, lhe
mandassem dólares para uma viagem de lua-de-mel à Europa. Dizem que o dinheiro
recebido deu para 20 viagens.


Nos maiores jornais brasileiros, o colunismo social tem hoje uma postura
digna e mais ampla. Os dois principais exemplos são Monica Bergamo, na Folha,
uma das maiores usinas de ‘furos’ na política, na economia e na cultura, e
Joaquim Ferreira dos Santos, com sua ‘Gente Boa’, no Globo. Sua coluna mudou o
enfoque do colunismo social do jornal, deixando de lado a alta sociedade e
buscando notícias em todas as classes sociais e em toda a cidade. Deu certo:
Joaquim tem o maior índice de leitura do jornal.’


Eduardo Ribeiro


BBC Brasil define equipe da sucursal em SP, 12/4/06


‘A BBC Brasil definiu na última semana os nomes dos profissionais que irão
integrar a equipe de sua nova sucursal em São Paulo, encerrando o ciclo de
reestruturação pelo qual o serviço vinha passando há alguns meses. Fernando
Soares, correspondente deste Jornalistas&Cia, em Londres, conversou com
Américo Martins, diretor do serviço, conferindo, uma a uma, todas as mudanças
definidas nos últimos dias.


Américo contou que o escritório da BBC Brasil em São Paulo deverá abrir
oficialmente as portas em julho. Ocupará um espaço dentro do Centro Britânico
Brasileiro, no bairro de Pinheiros, e será o primeiro com porte de sucursal da
BBC na América Latina.


A equipe será integrada predominantemente por profissionais que estão hoje em
Londres e voltarão ao Brasil para a nova missão. Asdrúbal Figueiró, que está
desde o ano 2000 na BBC Brasil, será o coordenador do escritório, deixando,
desse modo, as responsabilidades que tem hoje como editor da área de Internet.
Além dele, voltam para o Brasil os repórteres Rafael Gomes, Flávia Nogueira,
Carolina Glycerio (que era correspondente da BBC Brasil em Miami) e Denise
Bacoccina (que estava em Washington e agora troca a capital norte americana pela
brasileira, passando a atuar como correspondente em Brasília). Com isso, a BBC
optou por fechar a sucursal em Miami, mas deverá anunciar em breve um novo nome
para a de Washington.


Farão parte também da equipe brasileira da BBC os repórteres Diego Toledo
(que já era correspondente em São Paulo) e Steve Kingstone, que atualmente é o
correspondente do serviço em inglês da BBC, além do sub Édson Porto, que se
integrará à equipe apenas em dezembro.


Mônica Villela, que integrava o grupo de subeditores da BBC Brasil,
despediu-se antes, há aproximadamente dois meses, para assumir um novo
compromisso profissional. Ela trocou Londres por Nova York e lá assumiu o
serviço de rádio em português da ONU, ficando responsavel pelos boletins e
programas produzidos para o Brasil e para os países africanos de língua
portuguesa. Além de chefiar o serviço, ela também apresenta os programas
produzidos especificamente para o Brasil, enquanto o radialista Vladimir
Monteiro, natural de Cabo Verde, apresenta os programas para a África.


Quem também era da BBC e já está de trabalho novo é Isabel Murray. Depois de
quase sete anos como repórter no serviço brasileiro em Londres e de passagens
pelas tevês Cultura, SBT e Band, ela foi trabalhar na Campanha de Mídia contra a
Tuberculose no Brasil, patrocinada pela Organização Mundial da Saúde,
Organização Pan Americana da Saúde e Agência dos Estados Unidos para o
Desenvolvimento Internacional (Usaid).


Outros que saíram, por conta do processo de reestruturação, foram o sub
Rodrigo Onias e os repórteres Marcelo Starobinas, Maria Luisa Abot, Denise
Teles, Rodrigo Amaral e Claudia Gurfinkel (claugurfinkel@uol.com.br), que se
mudou para Madri, na Espanha. A redação, em Londres, ficou mais enxuta, mas
ainda assim integrada por cerca de 20 profissionais. Há ainda duas vagas
abertas, uma para atuar na redação em Londres e outra para integrar a equipe em
São Paulo. Os interessados podem se candidatar pelo site
www.bbc.co.uk/brasil.


Outra notícia enviada por Fernando Soares dá conta de que, depois do
documentário exibido há algumas semanas pela BBC sobre o assassinato do
brasileiro Jean Charles de Menezes, a emissora britânica começou os preparativos
para a produção de um filme sobre a vida do eletricista mineiro. O longa deverá
ser exibido na época em que completar um ano de sua morte (22/7) e contará com a
participação de brasileiros que residem em Londres, atores ou não.]


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Bar Barão da Itararé – Ah, quero aproveitar para enviar congratulações aos
colegas Marco Antônio Araújo, Domingos Fraga e Ramiro Alves pela abertura do bar
Barão da Itararé, localizado na esquina das ruas Peixoto Gomide e Itaré. O nome,
como se vê, é sugestivo. Mais ainda, foi idealizado por Marco Antônio (que vem a
ser o ex-coordenador do Curso de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero) para ser
o último bar da cidade a fechar, já que o horário de funcionamento será das 18h
às 6h da madrugada, no romper do dia. Fraga e Ramiro embora estejam nessa muito
mais como investidores, também merecem os parabéns pois não deixa de ser
alentador ver jornalistas ‘apostando na diversificação do risco’. Fraga
(ex-IstoÉ e Quem) integra o staff de editores do jornalismo da Record desde o
início do ano e Ramiro (ex-IstoÉ), que é carioca, deixou São Paulo no final do
ano passado rumo ao Rio para trabalhar na comunicação de campanhas políticas.


Inaugurado na última sexta-feira (7/4), já nesta terça-feira o Barão da
Itararé foi tomado por amigos de três aniversariantes: o nosso José Paulo Lanyi
(colunista deste Comunique-se), Álvaro Buffarah (da Radiobrás) e Cris Amaral (da
TV Record), numa tripla comemoração. O telefone, para quem quiser marcar
presença, é (11)3237-2047.’




JORNALISMO ESPORTIVO
Marcelo Russio


Daqui a dois meses…, 12/4/06


‘Olá, amigos. É incrível que não aprendamos uma lição recorrente como a que
nos é ensinada a cada Copa do Mundo. Temos sempre o discurso de que os nossos
atletas estão titubeando, que não estão tão bem quanto nós achamos etc…


Pois bem. Desde 1994 falamos isso, e assumo que cada vez menos enfaticamente,
embora desde 1994 chegamos à final da Copa. Em 1994, a imprensa em geral, salvo
alguns poucos, acreditava que o Brasil seria eliminado por Rússia, Camarões e
Suécia. Vencemos os dois primeiros com folga e, no terceiro, como empatamos,
lembro de arautos do apocalipse dizendo que não passaríamos dos EUA nas
oitavas…


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Passamos


Pegamos a Holanda e todos disseram que seria um massacre laranja. Fizemos 2 a
0 e, no empate dos holandeses, vi gente dizendo que a Holanda massacraria.
Ganhamos um com um golaço de falta de Branco. Massacramos a Suécia na semifinal
e ganhamos de uma Itália combalida nos pênaltis. Até hoje vejo colegas dizendo
que torceram contra o Brasil e que preferiam ter perdido jogando bem.


Finjo que não ouço. Foi a primeira Copa que vi o Brasil ganhar, e para mim
ela foi inesquecível.


Em 1998, a mesma coisa. Só tínhamos Ronaldo, Romário fora era sinônimo de
derrota na competição, Zagallo era ultrapassado. Pois bem. Treinamos um mês
antes da Copa e fomos à final, perdendo para uma França inspirada e que mereceu
o título.


Em 2002, o coro por Romário era comparável ao de 1994. Felipão peitou quase
todo mundo, treinou o time um mês e armou a Seleção de forma que não perderia
para ninguém, usando basicamente a fórmula que Parreira utilizou em 1994,
mudando apenas o esquema de jogo e tendo um homem a mais de criação (Ronaldinho
Gaúcho). A dupla de ataque, com Ronaldo e Rivaldo, lembrava a formada por Bebeto
e Romário, e os cuidados defensivos foram similares aos adotados por Parreira e
Zagallo nos EUA.


Hoje, tememos a má-fase de Ronaldo e Adriano e pedimos Nilmar e Rogério Ceni.
Melhoramos, claro, pois agora assumimos que há um time titular e brigamos por
reservas. Mas ainda há gente que acha que seremos massacrados por Itália ou
República Tcheca, que desmerece a vitória por 4 a 1 sobre a Argentina na Copa
das Confederações (diz-se que os hermanos atuaram com o time reserva) e
critica-se a defesa (me incluo entre os críticos).


Faço, portanto, uma previsão: chegaremos, no mínimo, à semifinal. E aceito
apostas com os arautos do apocalipse de plantão.’




JORNAL DA IMPRENÇA
Moacir Japiassu


Profecia de Nostradamus, 13/4/06


‘O poeta viu/a boca seca


do índio/a boca seca


do negro/a boca seca


de fome


(Talis Andrade in Sertões de Dentro e de Fora)


Profecia de Nostradamus


O considerado Camilo Viana, diretor de nossa sucursal mineira, que não come
carne na Semana Santa, como bom cristão, despacha de Belo Horizonte, no vagão de
um expresso noturno conduzido pelos Quatro Cavaleiros do Apocalipse, este
fragmento de um texto de Nostradamus localizado recentemente em Dublin:


‘(…) e próximo do terceiro ano do terceiro milênio uma besta barbuda
descerá triunfante sobre um condado do hemisfério sul espalhando a desgraça e a
miséria. Será reconhecido por não possuir seus membros superiores totalmente
completos. Trará com ele uma horda que dominará e exterminará as aves bicudas de
bem e implantará a barbárie por muitas datas sobre um povo tolo e
leviano…’


(Para quem quiser conferir, o livro de Nostradamus, editado pela Record,
intitula-se Visão das Trevas — grandes catástrofes da humanidade e o excerto
acima referido abriga-se à página 102.)


Janistraquis, que já estava perplexo com a notícia da candidatura de Itamar à
presidência da República, ficou definitivamente em estado de choque:


‘Considerado, se Nostradamus acertou mesmo na tarraqueta, tanto Itamar quanto
nós estamos lascados, porque aquele que nada sabe e nada viu já ganhou as
eleições!!!’


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Primeira vez


O considerado Roldão Simas Filho, diretor de nossa sucursal no Planalto, de
onde se avista a Sagrada Família a preparar o estômago para o almoço da Paixão,
pois nosso diretor lia o Correio Braziliense quando deparou com o seguinte texto
desfalecido sob o título Sangue em Copacabana:


(…) O policial morto, lotado no 19º Batalhão da PM de Copacabana, foi
identificado como Augusto Alexandre Pinheiro Júnior, 23 anos. Ele foi baleado na
cabeça e, segundo a assessoria do Hospital Copa D’Or, para onde foi levado, está
em estado grave.


Roldão, que nesta vida já testemunhou episódios de que até o Tinhoso duvida,
exalou o seguinte comentário:


Com mil demônios!!! Confesso que jamais tinha encontrado um morto em estado
grave, mas, como recomenda a experiência, há sempre uma primeira vez…


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Mostra o pau


O considerado Giulio Sanmartini, nosso correspondente europeu ora em final de
férias no Rio de Janeiro, ficou dois dias preso em casa por causa dos tiroteios
em Copacabana e aproveitou para se ilustrar nas páginas da revista Nossa
História (ano 3, no 26), nas quais a memória do Imperador Pedro II foi
assassinada sem dó nem piedade.


‘Segundo a revista, Dom Pedro teria dito àqueles que pediam pressa em sua
partida para o exílio: ‘Não sou nenhum fugido’. O imperador não pronunciou tal
frase e sabem disso os que leram a História verdadeira’, diz o jornalista,
escritor, pesquisador e historiador Giulio, que mata a cobra e mostra o pau no
Blogstraquis.


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Tudo mentira


Deu na capa do UOL: Macaca Chita, que na verdade é macho, faz 74 anos em
Hollywood. Janistraquis ficou revoltado:


‘Tá vendo, considerado? Depois dizem que é má-vontade, mas não se pode
confiar em nada do que os americanos falam, escrevem e divulgam; é tudo mentira,
como a invasão da Terra pelos marcianos, irradiada por Orson Welles, as armas de
destruição em massa do Saddam Hussein e, agora, o sexo da Chita. Só falta aquele
grito do Tarzan ser apenas veadagem!’


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Efeito Jamanta


Depois de ingente análise da cena política brasileira, com base em
reportagens, artigos, fofocas, editoriais, colunas variadas e pesquisas de
intenção de votos, o atilado leitor Felipe José de Queirós Júnior, de São Paulo,
chegou a esta conclusão tanto curiosa quanto verdadeira:


‘À moda de Janistraquis: considerado, nosso presidente Lula mantém a
dianteira graças ao que se pode chamar de ‘Efeito Jamanta’; afinal, este
personagem de novela é adorado pelos telespectadores justamente porque não vê
nada, não escuta nada…


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Ética dos tribunais


Agora autodenominado ‘último escudo do presidente’, esse brilhantíssimo
ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, prova e comprova diariamente que não
se pode mesmo bobear com advogados criminalistas, pelo menos na opinião de
Janistraquis, velho crítico da ética dos tribunais:


‘Considerado, o bom defensor de bandidos (e Marcio Thomaz se destacou nessa
cristianíssima missão) é aquele que não apenas prepara a defesa, segundo os
autos do processo; é, principalmente, o elemento que veste a camisa do cliente e
age como seu cúmplice. Para reforçar a tese, taí o comportamento do advogado da
mocinha que planejou a morte dos pais.’


Janistraquis tem razão. Quando jovem na Belo Horizonte dos anos 50, o
colunista assistiu a inúmeros embates no Forum Lafaiete e eram particularmente
espetaculares os confrontos entre Pedro Aleixo e Pimenta da Veiga. A platéia
babava diante de tanta inteligência, habilidade, matreirice.


Justiça? Isso era coisa secundária, pois um pretendia apenas condenar o réu a
qualquer preço enquanto o outro esgoelava-se para devolver às ruas um assassino
perigoso. E em todos os casos, sem exceção, o defensor conquistava a simpatia da
platéia. A classe média adora a bandidagem.


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Justíssima


Deu na coluna do sempre bem-informado Ancelmo Gois:


Poder masculino — Censo inédito do Legislativo no Brasil, feito pelo
Interlegis, revela que só 12% de vereadores, deputados (estaduais e federais) e
senadores são mulheres. O poder ainda é masculino. Os dados completos serão
divulgados em conferência no início do mês no Senado


Janistraquis, que anda escaldadíssimo com esse tipo de estatística, coçou a
fronte vã e resmungou:


‘Considerado, aguardemos pois as feministas vão aparecer no pedaço a exigir
cota para mulheres no legislativo. E o diabo é que se a candidata for negra ou
índia, nem precisará disputar eleição; apresenta-se e assume o posto.’


Ao contrário de meu preconceituoso secretário, acho tal medida justíssima.


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Confusão


Enérgico título da Folha de S. Paulo:


Latino diz que não vai rotular transgênicos.


Como não existe nenhum empresário com este nome, nem cientista e muito menos
político, Janistraquis se deu o direito de raciocinar:


‘Considerado, o que tem a ver transgênicos com esse cantorzinho medíocre que
circula por aí? Só mesmo no Brasil…’


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Palavras e vírgulas


O considerado leitor Silvestre Péricles de Souza Dantas, do Rio, enviou esta
notinha publicada na Folha de S. Paulo:


Jornal atribui má fase de Ronaldo a dívida


Segundo divulgou o espanhol ADN, o Real Madrid deve cerca de R$ 10 milhões ao
atacante brasileiro desde agosto de 2002, quando o jogador deixou a Inter de
Milão (Itália). Ronaldo, que perdeu até pênalti na última rodada do Campeonato
Espanhol, por meio de sua assessoria de imprensa, negou a dívida.


Silvestre Péricles, que tem nome de chefe político dos confins alagoanos,
acha que redatores devem ter voz ativa contra vírgulas e palavras mal
colocadas:


Do jeito que está, temos a impressão de que o pênalti foi perdido pela
assessoria de imprensa! Acho que seria melhor escrever assim: ‘Ronaldo, que
perdeu até pênalti na última rodada do Campeonato Espanhol, negou a dívida por
meio de sua assessoria de imprensa.’


Você está coberto de razão, ó Silvestre Péricles!


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Nova série


Em despacho já antigo mas ainda viçoso, o considerado Elenílton de Assis
Barreiras, do Rio, sugere a criação, aqui, da série A Crase Não Foi Feita Para
Humilhar Ninguém:


O que tem de crase mal colocada é uma grandeza, gente! Neste exato momento (9
da manhã de 8/3), uma chamada do Meio&Mensagem Online diz esta barbaridade:
Prêmio Abril vai levar ganhadores à Cannes. Por que à Cannes? Esse povo adora
complicar, né não?


Adora, Elenílton, adora. E tanto que Janistraquis acabou de escutar esta
inacreditável arenga de uma apresentadora do noticiário Em Cima da Hora, da
GloboNews:


(…) e ele corre risco de vida… perdão, risco de morte.


A repetir besteiras criadas pelos ‘filólogos’ da moda a moça corre sério
risco de analfabetizar-se em pleno ar.


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Nota dez


O considerado Roberto Pompeu de Toledo conquista a láurea com seu ensaio em
Veja, intitulado Flutua, astronauta, flutua, cujo ‘olho’ arregalado denuncia:


O simpático Marcos Pontes estrelou um show caipira e fraudulento ao custo de
10 milhões de dólares


Leia a íntegra do texto no Blogstraquis, por especial deferência do autor e
do considerado Roberto Civita.


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Errei, sim!


‘DIÁRIO SACANEOU? – Janistraquis folheava o Diário Popular, de São Paulo, e
chamou minha atenção para a reportagem intitulada Prostituta reclama contra
greve. Uma fotografia da prefeita de Santos ilustrava a matéria com a seguinte
legenda: ‘Telma de Souza vai resistir’. Meu secretário comentou: ‘Considerado, a
gente fica sem saber se o jornal fracassou na edição do material ou quis mesmo
sacanear a prefeita’. Argumentei que um bom e responsável jornal jamais se
valeria desses expedientes para denegrir quem quer que seja. ‘Foi um tropeço do
Diário Popular’, garanti. Janistraquis aceitou a ponderação.’ (outubro de
1991)’




TELEVISÃO
Antonio Brasil


O fim do pior telejornal da TV brasileira, 10/4/06


‘Calma! Antes que atirem a primeira pedra, é importante dizer que a avaliação
acima não é minha. Além de pedir o fim do telejornal, Oswaldo Martins, ombudsman
da TV Cultura, declara no site da emissora que ‘o JC, o Jornal da Cultura,
atualmente, é o pior telejornal da TV brasileira’. (ver aqui).


Talvez seja um exagero. Afinal, outros telejornais de emissoras comerciais e
certamente o jornal da TVE da Rede Brasil também concorrem ao título de pior
telejornal da TV brasileira. São todos muito ruins. Mas é muito triste ver que
os dois principais telejornais de emissoras públicas brasileiras certamente
estariam entre os piores no gênero. Tudo a ver.


‘Quem tiver a pachorra de conferir lerá que não prego a extinção do
jornalismo, mas de telejornais inúteis como o atual Jornal da Cultura. E
ofereço, como alternativa, uma completa reformulação – tese que defendo desde
setembro de 2004’.


De qualquer maneira, o ombudsman da TV Cultura teve a coragem de colocar o
dedo na ferida, abrir o debate e dizer ao público e, principalmente aos
contribuintes paulistas, que o ‘rei está nu’. Procurei fazer uma seleção das
declarações mais explosivas do ombudsman divulgadas na Internet nos últimos
meses. Ele bem que tentou. No início, constatamos um otimismo, vontade de
acertar com recomendações preciosas para a divulgação da emissora. Com o passar
do tempo, em meio a tantas decepções e frustrações, as críticas se tornam mais
amargas e contundentes. A solução final, propor o fim dos telejornais da TV
Cultura, já era previsível.


‘Hoje começa uma nova etapa nesta experiência pioneira na televisão
brasileira que é a função de ombudsman criada há um ano na TV Cultura. Como já
havia informado em comentário anterior, meu foco agora está fechado
exclusivamente na programação de jornalismo’.


‘Tudo indica que o Jornal da Cultura, o principal noticiário da emissora,
está finalmente no rumo certo. Fico à vontade, e feliz, com os progressos que
observo, após mais de um ano de críticas à ausência de uma identidade própria e
à letargia que parecia dominar o ânimo da equipe’.


‘O JC segue sua vidinha medíocre na mesma pasmaceira de sempre. Para quebrar
a monotonia daquela solidão melancólica naquele cenário modorrento, vez por
outra os apresentadores fazem caras e bocas, se divertem entre eles com as
preferências futebolísticas de cada um, dão boas risadas e acham que isso é ser
‘informal’.


‘O Jornal da Cultura continua arrastado, repetitivo, desinteressante. Nada
acrescenta ao que os demais telejornais já informaram antes dele’.


De lá pra cá, o jornal da Cultura assim como o país pioraram ainda mais.


‘Após dezessete meses de comentários neste espaço, estou convencido de que a
direção da Cultura não sabe o que fazer com o seu telejornalismo. Pior: na única
ocasião em que tentou fazer algumas modificações (setembro de 2005), suas
orientações foram solenemente ignoradas. Tudo indica que o marasmo dos últimos
dez anos veio para ficar’.


‘Não é por falta de liberdade, portanto, que o comando do jornalismo da TV
Cultura vai mal. Ao contrário, o seu problema é o excesso de liberdade.
Liberdade para criar o rótulo do ‘jornalismo público’ sem precisar explicar do
que se trata. Liberdade para cometer erros imperdoáveis, com a certeza do
perdão. Liberdade para reincidir diariamente nos erros, com a certeza da
impunidade. Liberdade para acomodar-se no mínimo, já que ninguém lhe exige o
máximo’.


‘A Cultura e seu jornalismo deveriam investir na subversão do meio e – por
que não? – tentar surpreender o mercado na virada do novo tempo’.


Afinal, quem, para que serve e o que quer o ombudsman da TV Cultura?


‘O ombudsman da TV Cultura emite suas opiniões sobre o jornalismo da TV
Cultura no site da emissora. Seu único compromisso é com os telespectadores e
seu dever é defender a qualidade da programação de jornalismo a que o público
tem direito’.


‘Eu não sou crítico de cinema e, portanto, não devo me estender sobre o
filme. O que interessa, aqui, é o telejornalismo – e este, lamentavelmente, por
preguiça ou por desinformação, ficou a reboque da fita’.


O que é esse tal de Jornalismo público? Qual é o seu diferencial em relação
às demais emissoras comerciais?


‘O tal do jornalismo público é uma ficção ou, no máximo, uma estratégia de
marketing’.


‘ …o jornalismo da casa (o dos telejornais) continua sem imaginação, sem
agilidade, sem garra. Vez por outra dá sinais de que vai trilhar o rumo certo,
mas no dia seguinte volta à rotina de repartição pública que parece ser a sua
marca permanente’.


‘…não se faz bom jornalismo sem bons jornalistas. A TV Cultura os tem, mas
ou eles não estão no comando ou o comando não comanda. Ou, as duas coisas
juntas’.


‘…o quesito qualidade diz respeito antes de tudo à boa informação. Sem ela
não há bom jornalismo e sem ele não há o diferencial prometido’.


Falta de verbas?


A questão mais importante, no entanto, é a seguinte: Por que uma televisão
pública deveria gastar 25 por cento de todo o seu enorme orçamento para fazer um
telejornal diário tão ruim? Produzir telejornais pode não ser a única forma de
produzir jornalismo nas TVs. Este dinheiro não poderia ser melhor aplicado em
outras formas de jornalismo de TV?


Talvez, a velha fórmula dos telejornais preguiçosos pode estar acabando.


Telejornal chato é…


Outro dia, ao conversar com o editor do meu próximo livro, o ‘Antimanual de
Comunicação’, fui indagado ou criticado – não estou bem certo – sobre um
conceito que costumo utilizar para definir os telejornais: são todos muito
chatos. Então, explico.


Não consigo acreditar ou aceitar que um programa de um meio tão dinâmico como
a televisão, mesmo que seja um telejornal, seja sempre o mesmo e sempre tão
previsível. A fórmula não muda nunca: ritmo alucinante para disfarçar o tédio da
cobertura; escalada com as notícias do dia, cenários futurísticos, vinhetas
apoteóticas, apresentadores bonitos, porem sempre a beira de um ataque de
nervos. O telejornal prossegue com matérias previsíveis apresentadas pelos
mesmos repórteres de sempre com matérias que seguem o mesmo formato. Texto em
Off, passagem do repórter, entrevista meteórica, mais texto em off, povo fala
confirmando a proposta e assinatura final. Ufa!


O formato, sempre o mesmo, é preguiçoso, está mais do que velho e desgastado.
É muito chato. Na falta de apuração e reportagem, os telejornais produzem sempre
as mesmas pautas impostas pelas assessorias de imprensa. Principalmente, pelas
assessorias de governo. É mais barato, cômodo e menos arriscado. As pesquisas
sempre comprovam qualquer coisa.


Outra questão fundamental é o tempo dedicado ao telejornal: sempre o mesmo.
Não interessa se naquele dia não houve nada de importante e se não foram
produzidas boas ‘matérias de gaveta’, matérias de apoio produzidas com
antecedência recomendável e necessária, por exemplo. Matérias com tempos
diversos. Algumas bem mais longas, outras, nem tanto. Nem pensar! A fórmula de
sucesso do telejornal não permite mudanças ou riscos.


E o pior: apesar das TVs serem diferentes e terem públicos diversos, todos os
telejornais se parecem muito. Todos os telejornais fazem uma clonagem apressada
e mal adaptada dos telejornais da Globo, ou seja, dos telejornais americanos.
Não há estímulo à experimentação de novas linguagens, estilos e utilização de
novas tecnologias. Evitam-se as mudanças no conteúdo e o formato é sagrado. A
desculpa é sempre a mesma: telejornal é coisa séria e não se pode arriscar.
Sempre foi assim e sempre será A ditadura da audiência impede alternativas.


Os telejornais vivem e sobrevivem das glórias repentinas de dias
excepcionais. Aqueles dias em que as notícias falam por si e superam todas as
deficiências do formato tão desgastado e decadente. No dia-a-dia, no entanto, o
público insatisfeito se afasta dos telejornais e busca novas fontes e formatos
mais criativos e participativos de se relacionar com a notícia. Primeiro, acaba
o jornal da Cultura. Depois? Os outros telejornais. Mera questão de tempo! Ou
seja, o ombudsman da TV Cultura está certo. E não adianta culpar o público ou os
donos do poder:


‘A falta de competência, a falta de disposição para o trabalho e a falta de
respeito pelo telespectador são capazes de produzir efeitos muito mais nocivos
que a falta de liberdade’.


Viagens à França e tiro na cabeça


Hoje, com tantos problemas e opções, deveríamos repensar nossas prioridades.
Talvez a sugestão do Ombudsman da TV Cultura de privilegiar a produção de
‘documentários mais bem acabados’ ou programas especiais não seja uma má idéia.
Pode ser uma opção muito mais inteligente e realista para a decadência
inevitável dos telejornais. De todos os telejornais.


Produzir bons telejornais diários custa caro, requer grande estrutura e não é
fundamental e sequer essencial. Há outras formas de se fazer bom jornalismo. A
legislação sobre as telecomunicações não obriga as redes de TV brasileiras de
produzir telejornais diários. Obriga, sim, a produzir jornalismo.


Mas deveria haver uma lei que monitorasse e punisse as televisões,
principalmente, as redes públicas que produzem telejornais ruins ou inúteis.


De qualquer maneira, pelo menos na TV Cultura há lugar para um ombudsman e
garante-se o espaço para a autocrítica. Isso pode não ser suficiente para salvar
os telejornais ruins. Mas é uma atitude corajosa e louvável. Mesmo que, para a
diretoria da TV Cultura, ‘sua opinião não expressa nem reflete a opinião da TV
Cultura’. Não é à toa! Segundo matéria publicada pelo Estadão:


‘Procurado pela reportagem, o presidente da Fundação Padre Anchieta,
mantenedora da Cultura, não foi localizado. Ele está em Cannes, para a Mip, uma
das principais feiras anuais da TV mundial’.


Perceberam? Não há crise ou falta de verbas para viagens presidenciais à
França e congêneres. Pelo jeito, somente o próprio presidente de TV pública
brasileira tem a competência para exibir, negociar e vender sua programação para
TVs estrangeiras. Nesse pacote, ele talvez inclua a fórmula mágica para produzir
os bons telejornais da emissora.


Por outro lado, ele deve seguir o exemplo do atual ministro das Comunicações,
o polêmico senador Hélio Costa. Esta semana, ele e sua comitiva de ministros
também precisam embarcar para a Coréia do Sul e Japão para ‘ver de perto’ e
decidir com ‘sabedoria’ o futuro padrão da TV digital brasileira. As despesas,
obviamente, são pagas pela viúva.


Pelo jeito, sobra dinheiro nos ministérios, nas TVs públicas e nos
telejornais brasileiros.


O ombudsman tem toda a razão. Se não estão dispostos a mudar e melhorar os
telejornais, é preferível acabar com eles. É muito melhor do que vê-los piorando
a cada dia.


Como dizia o grande diretor de TV Fernando Barbosa Lima, ‘cavalo de raça,
assim como um bom programa de TV, não se deixa definhar. Mata-se com um tiro na
cabeça’.’




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