Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Comunique-se

CRISE
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Infoglobo tenta reduzir custos para ‘evitar medidas mais drásticas’

‘A Infoglobo, que publica os jornais O Globo e Extra, investe desde o final do ano no Projeto Agenda Positiva, uma série de medidas para reduzir o impacto da crise econômica em seus negócios. Embora um informe interno peça a ajuda de todos para ‘evitar medidas mais drásticas’, fontes contam que o clima na redação, principalmente a do Globo, é tenso e fala-se em demissões na próxima semana.

O informe enviado aos funcionários ao qual o Comunique-se teve acesso lembra que o aumento do papel em dólar e a cotação da moeda americana afetaram os custos dos insumos do mercado jornalístico impresso. O documento lembra também a queda da receita de setores anunciantes – segundo o Projeto Inter-Meios, o faturamento dos jornais foi 13,1% menor em dezembro de 2008 que no mesmo mês do ano anterior.

Os cortes na Infoglobo incluem redução de 10% na energia elétrica e água, em 20% na telefonia fixa e móvel, 30% com viagens, entre outros.

‘Todas as vagas estão congeladas. Se alguém pedir demissão, não terá substituto. Os aumentos também foram cancelados durante o ano’, disse um jornalista.

Apesar da preocupação com as despesas, a Infoglobo não deixou de pagar o PAR, a participação de lucros, foi depositada na quinta-feira (19/02).

Mas as redações temem que haja demissões logo depois do carnaval. ‘As notícias que chegaram até agora dão conta de que na quarta-feira de cinzas haverá demissões sim. Falaram em 350 em toda a Infoglobo. Só a redação do Globo seria reduzida em 20%’, destacou outro profissional, que contou ter havido uma auditoria em toda a empresa.

O diretor de redação do Globo, Rodolfo Fernandes, lembra que medidas como as tomadas através do Projeto Agenda Positiva são comuns em todas as empresas que querem sobreviver ao momento turbulento pelo qual está passando a economia mundial. ‘A Infoglobo também está buscando oportunidades de ajuste interno para fazer frente à crise econômica’.

Quanto à auditoria, ele confirmou que a Booz & Co está realizando um trabalho na Infoglobo. ‘Isso se insere dentro do quadro que te mandei na resposta anterior e faz parte do projeto agenda positiva – identificar oportunidades de economia num quadro de crise. Nada que nenhuma outra empresa do mundo não esteja fazendo’.

Sobre demissões, Fernandes respondeu que ‘nem foi concluída auditoria alguma e nem houve demissões na Infoglobo, muito menos o delirante número de 20% da redação’.’

 

 

NA JUSTIÇA
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Roberto Justus diz que ação de Milton Neves é injusta

‘Em nota de esclarecimento, o apresentador e publicitário Roberto Justus declarou ser injusta a ação movida por Milton Neves na Justiça de São Paulo por danos morais que teria sofrido pelo descumprimento de um acordo com ele. O jornalista pede R$ 70 milhões de indenização.

‘O cancelamento do projeto ocorreu por inviabilidade financeira e operacional’, justificou Justus.

Leia a nota na íntegra:

‘Em respeito à opinião pública, às autoridades e à mídia a propósito de noticiário sobre ação judicial contra mim movida pelo apresentador Milton Neves, desejo esclarecer:

1. A ação é injusta porque não tenho nenhum débito com o apresentador em questão.

2. O cancelamento do projeto ocorreu por inviabilidade financeira e operacional, não tendo eu nenhuma responsabilidade pela saída do apresentador da Rede Record para a TV Bandeirantes.

3. O procedimento de liquidação da Brainers, empresa da qual eu era sócio-administrador, ocorreu dentro da mais absoluta legalidade, não havendo nenhuma pendência, como aponta o noticiário, citando o apresentador.

4. Clodoaldo Araújo, vencedor de ‘O Aprendiz 5’ e meu sócio em outro projeto, não teve nenhum envolvimento com a produtora nem na decisão de liquidá-la. Daí carecer de algum fundamento a acusação constante no noticiário, também tendo como fonte o apresentador.

5. Embora não tenha sido oficialmente notificado pela justiça, decidi fazer este esclarecimento público em defesa da restauração da verdade dos fatos, que é o alicerce maior do julgamento tanto da justiça como da opinião pública. Se há uma evidência histórica que marca a minha carreira de mais de três décadas, é que sempre respeitei os contratos firmados e jamais o meu nome esteve envolvido em nenhum episódio desabonador.

Como tenho a consciência de que a verdade está ao meu lado, estou convicto de que os fatos falarão mais alto na imprensa e na justiça e que o tempo, senhor da razão, irá iluminar a face real deste triste episódio.

Roberto Justus’’

 

 

CASO PAULA OLIVEIRA
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Promotoria investiga jornalista suíço por suposto vazamento de informações

‘A Promotoria de Zurique investiga o jornalista da revista Die Weltwoche Alex Baur por suposto vazamento de informações sigilosas sobre o depoimento de Paula Oliveira dado à polícia suíça em 13/02, quando ela teria admitido que mentiu sobre a agressão que disse ter sofrido por neonazistas. A reportagem obrigou a polícia e a Promotoria a falarem do caso – na Suíça é prática a polícia só se pronunciar no final das investigações.

Em comunicado oficial, a Promotoria informa que ‘abriu um procedimento de instrução penal com o foco, entre outros, na questão se houve ruptura do segredo de ofício’. Ainda não é certo que houve vazamento.

Baur confirmou à Folha de S. Paulo que está sendo investigado. A Promotoria não sabe se a investigação vai conduzir a um indiciamento, já que não há provas de que o autor do vazamento foi um policial.

Se for confirmado o envolvimento de uma autoridade pública, esta pode responder por violação de sigilo de Justiça.

Baur contou que durante a confissão de Paula estavam presentes policiais e a cônsul do Brasil em Zurique, Vitoria Cleaver.’

 

 

CONTEÚDO NA REDE
Bruno Rodrigues

Comunicação interna – e digital

‘‘Lidar com gente é procurar problema’, já dizia um professor dos tempos de colégio. Mas, se nada puder ser feito, conheça sem titubear a cor dos olhos de cada um de seus problemas’. Embora não ache nada nobre uma declaração deste tipo – ainda mais vinda de um mestre -, fato é que a ambas as frases dizem muito sobre comunicação interna, por mais que relutemos em admitir.

Não à toa o velho ‘olho no olho’, visto há décadas como ‘a’ solução de problemas de comunicação com os empregados de uma empresa – saída que, às vezes, chegava a irritar – ganhou estofo, credibilidade, saiu do terreno do subjetivo e se transformou em comunicação face a face.

É fascinante, sem nenhuma demagogia, perceber que uma faceta da Comunicação Interna como a face a face tomou força ao mesmo tempo em que outra vertente, inesperada, surgia com força no horizonte: a comunicação digital a serviço da comunicação interna.

Basta olhar mais de perto, contudo, para perceber que estas duas vertentes, tão aparentemente diversas, tem o mesmo propósito, de olhar nos olhos do funcionário e dele pedir o que há de mais precioso para a eficácia de uma estratégia de comunicação: a interação.

Seja cara a cara com os funcionários ou oferecendo meios deles participarem, ambas são, de longe, o futuro da comunicação interna. A percepção de que a força de trabalho não apenas pede, mas exige participação, é um dos sinais de que a comunicação interna avançou nos últimos dez anos como há muito não se via.

Tanto a comunicação digital como a face a face pretendem evitar o grande mal que sempre se colocou, historicamente, entre o emissor e o receptor da mensagem: o ruído. Criar condições para que a informação chegue intacta a quem se destina é tarefa árdua, e não são todas as ações de comunicação que conseguem executar esta tarefa. A digital e a face a face conseguem.

Da mesma forma que a comunicação face a face é olho no olho, a digital é one to one; as duas tem o propósito de fazer da expressão individual seu maior objetivo; a missão de fazer com que cada componente da força de trabalho de uma empresa perceba que é direito e dever de cada um emitir sua opinião e expressá-la das mais diversas formas, seja oralmente ou por escrito, próximo de quem deve ouvi-lo ou mesmo a distância, sem que isso seja um impeditivo.

Na próxima coluna, vou pontuar lições que a comunicação digital interna já aprendeu, ao longo de uma década, com as suas ‘irmãs’ de mercado, e exemplificar o que há de novo nesta nova vertente – a ‘caçula’ da família – e o que ela já nos trouxe de soluções.

Ao longo do Carnaval nos falamos!

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1. Para quem não conhece meu blog, dê uma checada no http://bruno-rodrigues.blog.uol.com.br.

2. Gostaria de me seguir no Twitter? Espero você em twitter.com/brunorodrigues.

(*) É autor do primeiro livro em português e terceiro no mundo sobre conteúdo online, ‘Webwriting – Pensando o texto para mídia digital’, e de sua continuação, ‘Webwriting – Redação e Informação para a web’. Ministra treinamentos em Webwriting e Arquitetura da Informação no Brasil e no exterior. Em sete anos, seus cursos formaram 1.300 alunos. É Consultor de Informação para a Mídia Digital do website Petrobras, um dos maiores da internet brasileira, e é citado no verbete ‘Webwriting’ do ‘Dicionário de Comunicação’, há três décadas uma das principais referências na área de Comunicação Social no Brasil.’

 

 

JORNAL DA IMPRENÇA
Moacir Japiassu

Nota dez para o poeta Ferreira Gullar

‘Sou como o vento: roubei

o coração de alguém

que desconheço

(Nei Duclós in Olhos de Lata)

Nota dez para o poeta Ferreira Gullar

Doze entre treze leitores da coluna votaram no artigo que o considerado Ferreira Gullar, jornalista e poeta-maior, escreveu na Folha de S. Paulo, o qual abriga frases como estas:

MINHA GENTE, estou a cada dia mais perplexo com a performance do nosso presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não que ele tenha mudado essencialmente; nada disso, ele se comporta assim desde o primeiro dia de governo: não desce do palanque.

Ele não se comporta como chefe de Estado. Fala sempre em termos pessoais, ou louvando-se a si mesmo sem qualquer constrangimento ou acusando alguém, seja a imprensa, seja a oposição, sejam as classes ricas, sejam os países ricos.

Estão todos contra os pobres, menos ele que, felizmente, assumiu o governo do Brasil para salvá-los, após quatro séculos de implacável perseguição. Do Descobrimento até 2003, ninguém sabe como o Brasil conseguiu sobreviver, crescer, chegar a ser a oitava economia do mundo, sem o Lula! Só pode ter sido por milagre ou qualquer outro fator inexplicável.

Leia no Blogstraquis a íntegra do artigo que deve ter provocado sesquipedal azia no presidente, se é que um assessor mais letrado o soletrou para Sua Excelência.

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Grande idéia

Como o considerado leitor está careca de saber, tem um promotor público (?) a vagar por aí, cujo propósito é ver os estádios de futebol livres das torcidas visitantes, para evitar brigas. Se jogarem São Paulo e Corinthians no Pacaembu, por exemplo, somente a torcida deste poderia assistir ao jogo.

Janistraquis considerou a idéia a coisa mais inteligente do mundo em todos os tempos, porém observou:

‘Considerado, o que impediria os são-paulinos de cercar o estádio e esperar o final do jogo para o pau quebrar nas imediações?’.

É mesmo, nisso o tal promotor não pensou.

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?????????????????

Janistraquis lavava uns pratos a escutar o noticiário da GloboNews, às 12h20 da terça, 17/2, quando escutou a apresentadora se referir a um ‘Centro de Interrogação’; aí virou-se para mim, que estava de cerca-lourenço para encarar umas aranhas:

‘Considerado, não seria ‘Centro de Interrogatório’?’.

É, ficaria mais apropriado, creio.

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Ivo viu a bunda

O considerado Wander Cincarolli, professor aposentado em São Paulo, envia notícia segundo a qual tramita na Câmara um projeto de lei cujo objetivo é ‘proibir o uso de imagens eróticas, pornográficas ou obscenas no material escolar’. Wander não deixou barato:

‘Que imagens são essas que o deputado mineiro Miguel Martini (PHS) viu? Isso ele não disse.

Esses políticos, à falta do que fazer, ficam procurando besteiras capazes de lhes garantir alguma exposição na mídia.’

Segundo Janistraquis, ó professor, as escolas deveriam simplesmente ensinar a meninada a ler e escrever, não importa se o material escolar se refira àquele Ivo que viu a uva ou a dona Raimunda que mostrou a bunda…’

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Cueca e lingerie

O considerado Roldão Simas Filho, diretor de nossa sucursal no Planalto, de cujo banheiro, em trepando-se nas bordas do vaso sanitário, dá pra ver o ensaio do Bloco dos Puxa-sacos para o desfile de amanhã, com todos os foliões fantasiados de Lula, pois o Mestre Roldão despacha do seu bem-aparelhado escritório:

A revista Brasília em Dia da semana de 14 a 20 de fevereiro publica uma notícia na seção Empresas & Negócios (p. 33) sobre a terceira edição em Brasília, no próximo dia 17, do ‘Dia Nacional da Roupa de Baixo’ (The Brazilian Underwear Day), inspirado em evento similar que se realiza em agosto em Nova York, na Times Square desde 2003 . Trata-se de um desfile de moda destinado a valorizar a roupa de baixo feminina. Os modelos brasilienses vão desfilar pela cidade vestindo apenas cueca e lingerie, diz o texto.

O redator da matéria deve ser português e não entende nada de roupas íntimas das mulheres. Só em Portugal é que as calcinhas femininas também são chamadas de cuecas, aqui exclusivamente roupa masculina. E lingerie é o termo francês para toda a roupa de baixo usada pelas mulheres. A peça superior é o sutiã, antigamente chamada de porta-seios.

Janistraquis acha que o redator também não entende de mulher.

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Inhaca, bodum

O considerado Fábio José de Mello procurava luzes na internet, para melhor desempenhar seu trabalho na prefeitura de Descalvado (SP), quando encontrou este arremedo de lamparina travestido em manchetinha do Terra:

Vitor Belfort quer melhor de três com Fedor.

Fábio, porém, logo se recuperou do susto:

Fedor, considerado, não é aquele cheirinho catinguento; trata-se de Fedor Emilianenko, brutamontes russo que vai lutar com o brasileiro.

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Consumo pessoal

O considerado José Truda Júnior, que de seu minarete em Santa Teresa divisaria todas as chaminés do Rio, se o Rio tivesse as chaminés de Paris, e o minarete dominasse a paisagem de lá, se Montmartre tivesse minaretes, pois Truda esquivou-se dessa confusão dos diabos e enviou o seguinte título que veio do Blog do Noblat e se enfumou de repente no Globo Online:

FH quer descriminalizar maconha para consumo pessoal

É claro que todos os leitores inteligentes deram boas gargalhadas e Truda legendou a sua:

‘Dá pra imaginar a gritaria da base de apoio se, no lugar de FH, estivesse a palavra Lula, né não?’

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Otimismo é isso

Depois do jogo de ontem em Teresina, Janistraquis fez questão de comemorar e até abriu uma garrafa de sidra de São Roque, tremendo exagero nestes tempos difíceis:

‘Considerado, há anos não ganhávamos de 4 a 1 do Flamengo!!!’

Observei que se tratava do Flamengo do Piauí, mas ele nem se tocou:

‘Flamengo é sempre Flamengo, como diz o hino deles; ganhamos de goleada e ponto final!’

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Licitação Brasileira

A piadinha percorre a internet, embora Janistraquis tenha certeza de que conhece o tal prefeito:

Um prefeito queria construir uma ponte e chamou três empreiteiros: um

japonês, um americano e um brasileiro.

– Faço por US$ 3 milhões – disse o japonês:

– Um pela mão-de-obra.

– Um pelo material.

– E um para meu lucro.

– Faço por US$ 6 milhões – propôs o americano:

– Dois pela mão-de-obra.

– Dois pelo material.

– E dois para mim… mas o serviço é de primeira!

– Faço por US$ 9 milhões – disse o brasileiro.

– Nove paus? Espantou-se o prefeito. Demais! Por quê?

– Três para mim.

– Três para você.

– E três para o japonês fazer a obra.

– Negócio fechado! Respondeu o prefeito.

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Sem vaselina…

A propósito daquele cordel de Miguezim de Princesa, intitulado ‘Bolsa-vaselina’ e enviado por um leitor de Várzea Grande (MT), cuja publicação foi aqui tão festejada, a coluna recebeu esta mensagem do considerado Claudio Humberto:

Saiu originalmente, caro amigo, no site www.claudiohumberto.com.br, em 23/jan/2009.

Janistraquis acusou o golpe:

‘Pois é, considerado, e esta foi sem vaselina, hein?’

Sem vaselina nem KY.

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Nei Duclós

Na hora de cruzar o deserto, dobrado ao peso do alforge, e no instante em que cascavéis armam o bote na fronteira da carne, ásperos cenários inspiram o poeta nascido e criado na liça de todos os dias. Leia no Blogstraquis a íntegra do poema que integra o livro Partimos de Manhã e cujo fragmento é a epígrafe da coluna.

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Decisão

Se a licenciosidade partir definitivamente pra ignorância, Janistraquis pretende sair às ruas enfiado numa burka, para fugir dos credores.

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O ano da reforma

O considerado artista mineiro José Romualdo Quintão envia estas sugestivas mudanças para 2009, que é o Ano da Reforma Ortográfica:

— Em casos como AUTOESTIMA o hífen cai. Mas a sua é que não pode cair.

— Em algumas palavras, o acento desaparece, como em FEIURA. Aliás, poderia desaparecer a palavra toda.

— O acento também cai em IDEIA, só que dela a gente precisa. E muito!

— O trema sumiu em todas as palavras, como em INCONSEQUÊNCIA, que também poderia sumir do mapa; assim, a gente ia viver com mais TRANQUILIDADE.

— Mas nem tudo vai mudar. ABRAÇO continua igual. E quanto mais apertado, melhor. AMIZADE ainda é com ‘Z’, como VIZINHO, FUTEBOLZINHO, BARZINHO.

— Expressões como ‘EU TE AMO’ , continuam precisando de ponto. Se for de exclamação, é PAIXÃO, que continua com ‘X’, como ABACAXI, que, gostando ou não, a gente ainda vai ter alguns pra descascar.

— SOLITÁRIO ainda tem acento, como SOLIDÁRIO, que muda só uma letra, mas faz enorme diferença.

— CONSCIÊNCIA ainda é com SC, como SANTA CATARINA, que precisa tocar a VIDA para a frente.

— E por falar em VIDA, essa muda o tempo todo e é por isso que emociona tanto!!!

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Cobras, cobrões

Um grupo de cobrões da biologia, que atua na Universidade da Pensilvânia (EUA), garante que uma reles minhoca de 10 centímetros de comprimento, encontrada em Barbados, aquela ilha do Caribe, é, na verdade, a menor serpente do mundo; a Associated Press, que espalhou a notícia mundo afora, não informou se é venenosa.

Janistraquis, que sempre mostrou o pau depois de matar a cobra, não acreditou; para ele, a menor cobra do mundo, e venenosa, ainda atende pelo nome de ACM Neto, agora corregedor da Câmara.

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Ah!, quello paese…

Num daqueles admiráveis filmes italianos do pós-guerra, apelidados de ‘neo-realistas’ por quem entende de cinema, o ator de tantas e tantas comédias, Alberto Sordi, grita, depois dalguns tropeços na vida ordinária: ‘Paese di merda!!!’

Ignoro o motivo pelo qual Janistraquis se lembrou da cena; certamente porque é inesquecível.

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Errei, sim!

‘CRUZEIROS ETERNOS – Capa do caderno de Turismo da Folha de S. Paulo estampou esta manchete: Cruzeiros são quase perfeitos, mas acabam. Depois da leitura, Janistraquis era a imagem da decepção: ‘Considerado, sempre pensei que os cruzeiros durassem eternamente’, declarou, mais cabisbaixo do que o PC Farias.’ (dezembro de 1992/janeiro de 1993)

Colaborem com a coluna, que é atualizada às quintas-feiras: Caixa Postal 067 – CEP 12530-970, Cunha (SP), ou japi.coluna@gmail.com.

(*) Paraibano, 66 anos de idade e 46 de profissão, é jornalista, escritor e torcedor do Vasco. Trabalhou, entre outros, no Correio de Minas, Última Hora, Jornal do Brasil, Pais&Filhos, Jornal da Tarde, Istoé, Veja, Placar, Elle. E foi editor-chefe do Fantástico. Criou os prêmios Líbero Badaró e Claudio Abramo. Também escreveu nove livros (dos quais três romances) e o mais recente é a seleção de crônicas intitulada ‘Carta a Uma Paixão Definitiva’.’

 

 

PODER DE SÍNTESE
Milton Coelho da Graça

Quanto mais curto, melhor

‘Uma seleção de 25 conselhos para escrever com o mínimo de palavras. Eu já estava preparando minha coluna quando me apareceu esta lista em www.poynter.com, preparada pelo coleguinha Roy Clark. Resolvi simplesmente transcrevê-la (em tradução mais ou menos livre) porque a achei mais inspirada e útil aos leitores mais jovens do que aquilo que eu ia escrever sobre a crise dos jornais. Em um ou outro ponto faço um esclarecimento em grifo.

1. Mantenha um diário para praticar o básico princípio ‘quanto mais curto melhor’.

2. Pratique a técnica de escrever o mais curto possível, mesmo em pequenas superfícies: lenços de papel, palma da mão, guardanapos etc.

3. Uma lista de 25 NÃO é um bom exemplo de escrita curta. É apenas uma escrita longa formada por 25 pequenas partes. (N.A. Isso é óbvio, mas resolvi deixar em respeito à idéia do autor).

4. Trechos curtos tornam mais legível uma longa lista, em parte porque geram espaços em branco, o que agrada a visão.

5. Siga o conselho: ‘Omita palavras desnecessárias’ (N.A. Na verdade isso é exatamente o que Carlos Drummond de Andrade nos ensinou há muitos anos: ‘Escrever bem é cortar palavras.’)

6. Cuidado: O espaço infinito na internet cria prosa arejada.

7. Quanto mais curta a frase, maior o valor de cada frase.

8. Deixe de lado as suas palavras favoritas.

9. Cada passagem curta deve ter uma moeda de ouro, um prêmio para o leitor.

10. A brevidade nasce da seleção, não da compressão.

11. Foco, foco, foco.

12. Imagine um texto curto desde a idéia. Conceba um soneto, não um poema épico.

13. Corte os elementos mais fracos: advérbios, verbos na voz passiva etc.

14. Quanto mais curta a frase, mais poderosa: ‘Jesus chorou’.

15. Não ‘mande em frente’ os períodos curtos. Revise, dê polimento, confira tudo.

16. Experimente formas literárias curtas, como o haiku ou o couplet. (Vão Gogo, por exemplo, é o nosso rei do haiku; o couplet é um verso de apenas duas linhas.)

17. Leia, estude e colecione bons exemplos de escrita curta.

18. O melhor lugar para uma importante palavra num período curto está no FIM.

19. Comece a história o mais perto possível do fim.

20. Estude a prosa em biscoitos da sorte chineses e em pensamentos concisos de famosos filósofos.

21. Comece cortando muito, depois aos pouquinhos. Corte os galhos mortos, depois balance a árvore para caírem as folhas mortas.

22. Obedeça Mark Twain: ‘Você precisa de mais tempo, não menos, para escrever algo bom e curto’.

23. Estude e discuta este trecho de um editorial: ‘Dizem que apenas os bons morrem cedo. O ditador espanhol Francisco Franco morreu na noite passada aos 83 anos. A afirmação parece correta.’

24. Escreva uma declaração de princípios sobre por que escrever em poucas palavras. E faça isso em poucas palavras.

25. Trate todas as formas curtas de jornalismo – manchetes, antetítulos, subtítulos, olhos, textos para blogs etc. – como gêneros literários.

(*) Milton Coelho da Graça, 78, jornalista desde 1959. Foi editor-chefe de O Globo e outros jornais (inclusive os clandestinos Notícias Censuradas e Resistência), das revistas Realidade, IstoÉ, 4 Rodas, Placar, Intervalo e deste Comunique-se.’

 

 

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O Estado de S. Paulo

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