Saturday, 27 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Daniel Castro

‘O SBT comprou do Channel Four, conceituado canal de TV britânico, os direitos de produção no Brasil do ‘reality show’ ‘Supernanny’, em que uma ‘superbabá’ tenta domar crianças ‘pestinhas’ sobre as quais os pais alegam não ter mais controle.


O negócio será anunciado pelo Channel Four na L.A. Screenings, feira de televisão que ocorre nesta semana em Los Angeles (EUA). O SBT confirma a transação, mas não tem previsão de início de produção da série, que é considerada educativa, no país.


A série faz sucesso na Inglaterra, onde está na segunda temporada. Já gerou uma versão americana, na ABC, em que é chamada de ‘Nanny 911’ (uma referência ao telefone de emergência).


Na Inglaterra, a ‘supernanny’ é Jo Frost. A cada semana, ela tem a missão de ‘transformar as vidas de diferentes famílias pondo fim ao comportamento desregrado de crianças (problemáticas ou que não comem, não dormem ou não vão para a escola) que estão levando seus pais à loucura’.


De acordo com o site do Channel Four, Frost, descrita como ‘franca e confrontadora’, coloca pais e crianças sob seu ‘microscópio’, usando técnicas psicológicas e ‘disciplina rígida’.


A série também será exibida na TV paga. O canal GNT comprou os direitos de exibição dos 11 episódios da primeira temporada da ‘Supernanny’ britânica. Deve levá-los ao ar a partir de agosto.


OUTRO CANAL


Cartada 1 Antes de anunciar à Globo na semana passada que iria rescindir seu contrato, a jornalista Ana Paula Padrão tentou se emplacar como apresentadora do ‘Jornal Nacional’. A emissora respondeu que não havia a menor chance de ela tomar o lugar de Fátima Bernardes.


Cartada 2 Padrão, segundo colegas dela na Globo, ficou ‘mordida’ por não ter sido escalada para ir a Roma ancorar a cobertura da morte do papa. No ano passado, foi preterida na cobertura diretamente dos EUA das eleições presidenciais _a Globo mandou Fátima Bernardes. Na Copa de 2002, ela foi à Ásia, mas quem ‘brilhou’ foi Bernardes.


Aí tem Ex-presidente da Record, Dennis Munhoz está na mira do SBT. Ontem, ele almoçou na emissora com Guilherme Stoliar, sobrinho e consultor de Silvio Santos.


Influência Em entrevista que o ‘Vídeo Show’ apresenta hoje, o jornalista Zeca Camargo, do ‘Fantástico’, revela que só entra em sua casa após tirar os sapatos. Adquiriu o hábito após entrevistar o roqueiro Lenny Kravitz, adepto da onda.


Conta A exibição de ‘Star Wars: Episódio 2’ anteontem deu 13 pontos à Record. No horário, a Globo marcou 31 (dois a menos do que no domingo anterior) e o SBT, 18 (a mesma do dia 8).’



ANA PAULA NO SBT


Cristina Padiglione e Taíssa Stivanin


‘Aposta do SBT é reação ao avanço da Record ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 18/05/05


‘Ex-SBT e Record, Luiz Gonzaga Mineiro assumiu oficialmente ontem a direção do departamento de Jornalismo do SBT. Ele mandará em tudo, sim, mas seu poder não estará acima do de Ana Paula Padrão, que, em tese, terá carta branca para montar seu noticiário lá.


Há tempos insatisfeitas com o esvaziamento do jornalismo do SBT, as afiliadas que restaram ao império de Silvio Santos e o mercado de informação, de forma geral, de fato esperam que a contratação de Ana Paula represente um chacoalhão no setor. Mas, até que a presença da moça se consume na tela do canal, vale a pressa do SBT em contentar anunciantes. Afinal, a Record, encostando na vice-liderança, fortaleceu seu jornalismo antes de incrementar sua programação de entretenimento.


O mais engraçado desse episódio é que, como raras vezes ocorreu com grandes mudanças na nossa TV, o caso Ana Paula Padrão foi notícia desconhecida até dentro da Globo. Até a véspera, nem a rádio-corredor comentava o assunto. A jornalista e Silvio Santos quase conseguiram manter sigilo sobre suas negociações. Quase. Na edição da revista Flash de 20 de abril, uma nota assinada por Flávio Ricco, da agência de notícias TV Canal 1, dava conta de que Silvio, há muito tempo interessado no passe da moça, acabara de lhe apresentar uma gorda proposta. Mas, como há muito se fala na ressurreição do jornalismo do SBT, só vendo para crer.


Agora, apesar da contratação ser pública e notória, nos bastidores do SBT ainda não se sabe ao certo o que vem por aí. O novo telejornal deverá ir ao ar entre 19h e 20h30. Hermano Henning, então, continuaria no fim de noite. Na redação, o clima é de suspense porque a nova contratada deve trazer gente de sua confiança. Mas não há bem o que cortar por ali. Desde a saída de Boris Casoy, o setor foi sucateado e a cobertura de jornalismo da casa tem sido precária.


Em tempo: o Jornal da Globo ainda não tem substituto oficial definido. As apostas internas estão voltadas para William Waack. Mas a boa notícia é que, com a saída de Ana Paula, acaba aquela bobagem de se anunciar ‘Jornal da Globo, hoje, com William Waack’ ou ‘Hoje, com Chico Pinheiro’. O ‘hoje’ era exigência da titular do telejornal para endossar que a cadeira lhe pertencia; qualquer outro que lá sentasse era só um interino.’



Daniel Castro


‘Padrão estréia em agosto; Globo vai à Justiça’, copyright Folha de S. Paulo, 18/05/05


‘A jornalista Ana Paula Padrão estréia em agosto no SBT com um telejornal que pode confrontar com o ‘Jornal Nacional’ durante pelo menos 15 minutos por dia.


O contrato, assinado na quinta, prevê que ela entrará no ar entre 18h e 21h. ‘Prefiro apresentar antes das 21h. [Concorrer com o ‘JN’] Não é descartável. É mais difícil concorrer com novela do que com jornal’, disse Padrão à Folha, já como funcionária do SBT.


Anteontem, um procurador da jornalista oficializou à Globo o pedido de rescisão de contrato. Ela teria pelo menos mais um ano a cumprir com a emissora. Padrão diz que tentou entregar à Globo um cheque do SBT pagando a multa rescisória, de R$ 3,729 milhões, que é a soma de tudo o que ela recebeu desde julho de 2002 e receberia até junho de 2006.


A Globo nega ter recebido o cheque e diz que irá à Justiça exigir que Padrão cumpra seu contrato, que, diz a emissora, ‘não prevê rescisão unilateral’. ‘É mentira. Não receberam porque não quiseram’, reage Padrão.


Para trocar 18 anos de Globo pelo incerto SBT pelos próximos quatro anos, Padrão se apoiou em um contrato bem ‘amarrado’, mas afirma que incluiu cláusula ‘antigeladeira’. Além de um salário de cerca de R$ 250 mil (três vezes o que ela ganhava), o documento prevê até o quanto ela terá para gastar para montar equipe e com viagens. ‘Tenho um orçamento legal no contrato e carta branca para montar a estrutura.’


Padrão já monta seu time no SBT. O primeiro nome é o de Guta Nascimento, do ‘Jornal Hoje’. Ela será editora-executiva e a acompanhará em um ‘tour’ por afiliadas. O telejornal terá núcleos em São Paulo, Brasília e Rio. ‘O formato será o de notícia de forma coloquial. Algumas pessoas que estão na minha cabeça podem ser o diferencial’, conta.


Padrão nega que tenha saído da Globo porque não lhe deram a bancada do ‘JN’. ‘Que vantagem eu teria de fazer aquele jornal sem personalidade?’, provoca. ‘Eu queria o meu jornal em outro horário. Não quero mais chegar em casa às 2h da manhã’, diz. Conta que tenta há dois anos engravidar, sem sucesso: ‘Os médicos dizem que tem a ver com o horário’.


OUTRO CANAL


Pressa 1 A Rede TV! está pressionando o elenco do ‘Pânico na TV’ a assinar novo contrato, por mais dois anos, com medo do assédio do SBT e da Globo _que no início do ano fez uma proposta a eles.


Pressa 2 O novo contrato está pronto e já vem sendo cumprido pela Rede TV!. Há dois meses, ela paga o salário dos humoristas (antes era a Jovem Pan). Os valores foram triplicados.


Ironia A apresentadora do programa do PL, anteontem, Daliléia Ayala, foi atriz de pegadinhas do ‘Topa Tudo por Dinheiro’ (SBT), que usava câmeras escondidas, equipamento agora em alta no noticiário político.’



TV PAGA


Esther Hamburger


‘Animação na madrugada é novo nicho da TV’, copyright Folha de S. Paulo, 18/05/05


‘Entre um seriado dramático e outro, há uma curiosa presença na madrugada do canal Fox: os desenhos animados.


Em ‘Uma Família da Pesada’, um menino pequeno lê, compenetrado, ‘O Príncipe’, de Maquiavel. Chocada com o que considera uma conduta inadequada do filho, a mãe, dona-de-casa convencional, em uma série de movimentos autoritários decididos, arranca o livro das mãos da criança, liga a TV e ordena ao menino que veja ‘Teletubbies’.


Já ‘Futurama’, um desenho de ficção científica, satiriza a banalização da TV contemporânea.


O sucesso dos canais infantis é conhecido. Cartoon Network, Nickelodeon e Fox Kids se afirmaram na liderança de audiência da TV fechada graças à exibição contínua de desenhos animados, clássicos, antigos e contemporâneos.


Do insubstituível ‘Tom e Jerry’ ao já quarentão ‘Scooby Doo’, passando pelas recentes sagas japonesas, hits entre as crianças do planeta, para não falar dos convencionais super-heróis e das mais corretas ‘As Meninas Superpoderosas’, a exibição contínua de cartuns 24 horas por dia faz a cabeça do público televisivo. Tudo bem.


O interessante é que um canal adulto, que procura explicitamente a identificação com o público masculino, entre um comercial de programa de sacanagem e outro, exibe uma série de animações, entre cépticas, cínicas e entediantes.


Na linha pioneira consagrada por ‘Os Simpsons’, surgiu uma série de desenhos sarcásticos. O humor negro bem-sucedido de ‘South Park’ talvez seja o mais célebre. Mas, na madrugada do canal americano, há outros exemplos sofríveis.


Uns mais, outros menos, esses desenhos operam curiosas inversões. O uso da linguagem não realista da animação permite vôos sugestivos. A abertura desse nicho para produções independentes brasileiras seria promissora… Esther Hamburger é antropóloga e professora da ECA-USP’


QUASE FAMOSOS


Ubiratan Brasil


‘‘Quase Famosos’ traz a marca das comédias sofisticadas ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 18/05/05


‘Em 1996, o filme Jerry Maguire – A Grande Virada conquistava cinco indicações para o Oscar e elevava seu diretor, o americano Cameron Crowe, à elite dos cineastas de Hollywood. Mas, em vez de desfrutar a fama, ele preferiu trabalhar com sua antiga profissão, o jornalismo. Assim, ele se debruçou sobre sua experiência na revista Rolling Stone para escrever o roteiro e dirigir o longa Quase Famosos, que o canal A&E Mundo (TVA, DirecTV) exibe hoje, às 19 horas.


Conta a história do jovem de 17 anos que começa a trabalhar na Rolling Stone e é pautado para acompanhar banda que poderá ser capa da revista de rock mais famosa do mundo. O grande achado do filme é misturar ação, humor e nostalgia na medida certa.


Mostra, também, os tempos heróicos do rock e da mudança de comportamentos. Segundo o diretor, trata-se de uma homenagem às comédias sofisticadas, especialmente de seu grande ídolo, Billy Wilder. Crowe, aliás, conseguiu que o velho diretor assistisse a uma sessão especial do longa. Para seu orgulho, Wilder, então com 94 anos e com dificuldade para andar, gostou e aprovou. Como, então, negar uma opinião do mestre da comédia? Para (velhos e novos) roqueiros, é um programão. Vencedor do Oscar de melhor roteiro original.’



FSP CONTESTADA


Painel do Leitor, FSP


Fazenda‘, copyright Folha de S. Paulo, 17/05/05


‘‘É lamentável que a Folha faça um editorial sobre um documento que não leu (‘A ciência da fazenda’, Opinião, 14/5). Em nenhum momento o documento da Fazenda sobre orçamento social afirma que, apesar do aumento nominal de 31%, a desigualdade não caiu. Aliás, a informação sobre aumento nominal é apenas mencionado em uma linha na nota à imprensa entre várias outras informações adicionais. Porém enfatizo: essa informação sobre variação nominal do orçamento total não aparece em momento nenhum do documento. O professor Marcio Pochmann não faz nenhuma crítica ao documento da Fazenda a não ser afirmar, em uma ou duas linhas da introdução e da conclusão, que discorda de algumas conclusões. Por que discorda e quais são as críticas Pochmann, infelizmente, não diz. Por escrito, em sua nota, não há nenhuma crítica, demonstração de equívoco ou debate sobre qualquer dos argumentos desenvolvidos no documento, como afirmei anteontem em minha nota. Se a Folha estiver interessada nos argumentos do documento, basta lê-lo. Se estiver interessada nas minhas críticas à contabilidade feita por Pochmann, que em nada altera ou corrige os diagnósticos do documento da Fazenda, pode ler minha nota divulgada anteontem. Espero que, da próxima vez, a Folha leia sobre o que comenta.’ Marcos de Barros Lisboa (Rio de Janeiro, RJ)


Nota da Redação – No ‘sumário executivo’ que introduz o referido estudo no site do Ministério da Fazenda, consta que, ‘nos últimos dois anos, o orçamento social do Governo Federal teve um aumento de 31% em relação ao biênio 2001/2002’. O assunto foi tema de reportagens da Folha que apresentaram as considerações do ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda.


Dízimo


‘A reportagem ‘No governo, PT vê dízimo crescer sete vezes’ (Brasil, 16/5) informa incorretamente que a contribuição financeira dos filiados petistas é feita ‘geralmente’ por meio de ‘desconto no contracheque’. O PT esclarece, com pedido de correção, que a contribuição é feita de duas formas: débito em conta corrente, com autorização por escrito do filiado, ou depósito em cheque diretamente na conta do partido.’ Marcelo Sereno, secretário nacional de Comunicação do PT (São Paulo, SP)


Nota da Redação – Leia a seção ‘Erramos’.’