Thursday, 18 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1283

Debate sobre a Televisão
Digital chega às ONGs

O destaque desta terça-feira é um artigo do colunista da Folha de S. Paulo Luís Nassif sobre o processo de debate envolvendo a TV Digital no Brasil, que está na reta final, embora possa sofrer um atraso devido à falta de consenso sobre o assunto no governo federal. Nassif tem estudado o assunto e publicado o ponto de vista de vários dos interessados no assunto. Na edição desta terça-feira, o colunista abre espaço para a análise das Organizações Não-Governamentais que participam da discussão, trazendo a opinião do jornalista Gustavo Gindre, da Intervozes, uma espécie de consórcio das ONGs interessadas no problema.


Outro destaque desta terça-feira é a permanência de textos sobre os 50 anos da posse de Juscelino Kubistcheck e também da minissérie sobre a vida do falecido presidente brasileiro na rede Globo. Dois textos sobre o assunto estão na edição de terça do Estadão.


Leia abaixo os textos desta terça-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Terça-feira, 31 de janeiro de 2006


TV DIGITAL
Luís Nassif


O operador e as TVs abertas


‘Na discussão sobre TV digital, pela primeira vez há uma presença -ainda que simbólica- de ONGs (organizações não-governamentais). São personagens desse jogo alguns atores que já existem -como TVs educativas e rádios comunitárias-, e outros que ainda não entraram no jogo: como produtores independentes, promotores de eventos, federações esportivas etc. Esse grupo de ONGs se reuniu em torno da Intervozes e tem como principal analista o jornalista Gustavo Gindre.


O pecado original brasileiro, diz Gindre, foi ter criado uma Lei Geral de Telecomunicações em um momento em que, em todo o mundo, se unificavam as legislações de telecomunicações e radiodifusão.


Agora, se está em uma sinuca. A União Européia criou o serviço de licença universal. Tem-se o espectro eletroeletrônico, a empresa paga pelo uso e coloca o que quiser. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) tende a adotar esse conceito, só que não pode radicalizar porque a legislação impede. Recentemente, pegou 23 outorgas da Marinha Mercante, serviços de pager, e unificou todas em um SCM (Serviços de Comunicações Multimídia) em regime privado (isto é, disponível para públicos com acesso restrito).


Hoje em dia o espectro de VHF e UHF só serve para a TV aberta. Cada emissora possui 6 mHz para o canal analógico. Se der outra janela de 6 mHz para o digital, dobra o latifúndio, diz Gindre. E aí não haverá como entrarem novos canais no Rio, na Grande São Paulo, na Baixada Santista e em Porto Alegre.


Para contornar esse problema, a Intervozes propõe a figura do operador de rede, separado da figura do programador. A legislação diz que não existe direito adquirido sobre espectro, que é bem público. O operador de rede quebraria o paradigma atual, de a TV ser conhecida pelo canal. Na era digital, a TV será conhecida pela programação. O que diferenciará a TV aberta dos demais serviços será a grade de programação.


Por isso mesmo, a Intervozes é favorável ao padrão europeu, que permite quatro transmissões simultâneas em um mesmo espectro. As emissoras abertas defendem o padrão japonês, que permite a imagem em alta definição, mas que ocupa todo o espectro de freqüência. Gendri sustenta que poucos aparelhos teriam condição de captar toda a sua qualidade. A imagem estendida, do padrão europeu, além de ocupar muito menos espectro, teria mais qualidade do que a dos DVDs atuais e liberaria espectro para outros usos.


Outra das vantagens do operador é que ele arcaria com o custo das torres de transmissão. Se cada emissora bancar a sua estrutura, as mais fortes prevalecerão sobre as mais fracas, criando diferenciais importantes na cobertura nacional.


Gendri reconhece que, com o novo modelo, haverá dispersão das verbas publicitárias o maior temor das emissoras abertas. Mas acredita que elas possam se reinventar. Com a TV digital, seria possível às emissoras criarem seus serviços de e-mail e outras maneiras de rentabilizar o negócio.


Mas ainda não está claro o que seria essa ‘reinvenção’ da TV aberta.’


TODA MÍDIA
Continente perdido


Nelson de Sá


‘Nada de BRIC, de Brasil, Rússia, Índia e China, tão celebrados até o ano passado. Agora é ‘Chíndia’, na expressão grotesca que se lia em sites de jornais da Ásia e outras partes, ontem.


No título do despacho da agência americana Associated Press, no domingo, resumindo para todo o mundo o Fórum Econômico da Suíça, ‘Índia e China dominam o diz-que-diz em Davos’. Foram o ‘buzz’ do seminário.


Quanto ao Brasil e à América Latina, ganharam para abril um fórum regional, em São Paulo. Segundo o ‘Valor’, para que ‘os homens de negócios’, aqueles mesmos de Davos, ‘capitalizem as oportunidades econômicas da região’.


Que não são muitas, ao menos para Moises Naim, o editor da revista ‘Foreign Policy’ e uma das estrelas para São Paulo. Ele comparou a América Latina a uma ‘Atlântida, o continente perdido’.


Falando ao ‘Valor’, apontou a ‘falência de idéias na região, deixando um vazio ocupado por idéias fracassadas do passado, como Chávez na Venezuela e Morales na Bolívia’.


Ao longo de toda a cobertura de Davos, ontem, do argentino ‘La Nación’ aos brasileiros, foi o tom geral.


E vem mais idéia fracassada por aí.


O americano ‘Wall Street Journal’ e o britânico ‘Financial Times’ dedicaram longos textos ontem às perspectivas para a América Latina pós-’mudança esquerdista’, na expressão do primeiro.


Curiosamente, foi o ‘WSJ’ o mais otimista, sempre tomando como exemplos Chile e o Brasil de Lula -que ‘vem mantendo as fundações de mercado’ e que seria um modelo antipopulista para a onda esquerdista latino-americana.


O ‘FT’, que se concentrou no setor de petróleo e energia, apontou uma ‘deterioração das condições de investimento na região’ e também mencionou o Brasil como exceção, ao lado da Colômbia.


O problema, avaliaram ‘WSJ’ e ‘FT’, é que o próximo da fila, depois de Evo Morales, já tem nome. É Ollanta Humala, que vai ganhando ares de favorito para a eleição presidencial do Peru, em abril.


Ontem mesmo a Telesur, de Chávez, anunciava entrevista com Humala.


Ao menos um participante de Davos, o ex-economista-chefe do FMI Kenneth Rogoff, avaliou na Folha que parte da ‘falta de visibilidade [do Brasil no fórum deste ano] se deveu à ausência de Lula’.


Mas o ministro Gilberto Gil foi em seu lugar, como trombeteou a Agência Brasil.


Gil deu longa entrevista à agência britânica Reuters; aplaudiu teatralmente o atual diretor-gerente do FMI quando ele afirmou que ‘os pobres [da região] perderam a paciência’; ganhou até prêmio, ao lado de Bono Vox, Michael Douglas, Angelina Jolie.


DO MAL


Avança a campanha de internet contra a decisão da Google de aceitar a censura chinesa. Do site Media Guardian, do jornal britânico de mesmo nome, ao blog do brasileiro Tiago Dória, no iG, passando pela reunião de blogs Hyperlinkopotamus, espalham-se as versões do logotipo criticando a concessão da gigante de busca. No início de tudo, o blog de Michele Malkin, que abriu a campanha visual.


Até ‘New York Times’ e Congresso americano, ao que parece, querem entrar no jogo. O primeiro deu longo texto explicando o que se deve fazer -quais as saídas técnicas- para escapar da censura do Google.cn. Já os congressistas chamaram audiências públicas com as empresas, sobre suas relações com a ditadura chinesa. Segundo a agência AFP, Google e Yahoo não aceitaram nem recusaram o convite, ainda. A Microsoft, que cedeu antes, já recusou.


Duas versões do logotipo da Google, contra a censura; o da direita retrata o jovem chinês que tentou conter o avanço dos tanques em Pequim, na imagem de 1989


SEM CIDADÃO


O americano Dan Gillmor, autor de ‘We the Media’, a bíblia dos blogs e do ‘jornalismo cidadão’ incorporado por sites do mundo todo, jogou a toalha. Ele mergulhou há um ano no projeto Bayosphere, em San Francisco, e dias atrás divulgou que desistia do site, agora à venda. Postou várias ‘lições’ em seu blog, como a de que os ‘jornalistas cidadãos’ também merecem apoio técnico e dinheiro, mas sobretudo que um empreendedor requer ‘pele grossa’ -o que ele não tem.


Sombra


E estreou o ‘Jornal da Record’ clonado do ‘Jornal Nacional’. Atento às suspeitas, destacou na escalada um enunciado sobre o ‘mensalão’, citando Lula pelo nome. Mas investiu sobretudo na manchete exclusiva obtida junto ao Ministério Público de São Paulo, com gravações de Paulo Maluf.


O ‘JR’ fustigou o ‘JN’ ontem e, parece, pode fustigar mais.


Azar


Geraldo Alckmin não anda com sorte. Estava para anunciar bons números em segurança e o empresário Antônio Ermírio de Moraes foi assaltado -e ontem até o ‘SPTV’ priorizou a alta nos seqüestros sobre a queda nos homicídios.


Pior, ao vivo com José Luiz Datena na Band, para falar dos homicídios, foi atropelado pela enchente e quase não tratou de outra coisa.’


DINAMARCA
Folha de S. Paulo


Charge causa ira no mundo islâmico


‘Da queima de sua bandeira ao boicote contra suas populares marcas de manteiga e biscoito, a Dinamarca sente o impacto da revolta islâmica contra charges de um jornal local sobre o profeta Muhammad.


Ontem, mascarados palestinos ocuparam brevemente o escritório da União Européia na faixa de Gaza. Muçulmanos em Bahrein convocaram protestos. A Síria exige a punição dos autores. Uma empresa saudita pagou milhares de dólares por um anúncio elogiando o boicote contra a Dinamarca.


‘Se falharmos em dizer a verdade e em defender a verdade do profeta, devemos ser enterrados ao invés de viver na superfície’, dizia um anúncio patrocinado pelo Sindicato dos Petroleiros do Kuait.


A revolta em todo o Oriente Médio tem sido comparada ao que ocorreu em 1989, por causa do livro ‘Os Versos Satânicos’, de Salman Rushdie, sentenciado à morte pelo aiatolá iraniano Ruhollah Khomeini.


O governo dinamarquês aconselhou os seus cidadãos a não viajar à Arábia Saudita. Já o jornal ‘Jyllands-Posten’, que publicou as charges, divulgou nota de desculpas na qual diz: ‘Os desenhos não são contra a lei dinamarquesa, mas sem dúvida ofenderam muitos muçulmanos, motivo pelo qual nos desculpamos’.’


TELEVISÃO
Daniel Castro


Na Net, HBO cresce e encosta no Telecine


‘A entrada da HBO nas operadoras Net e Sky, embora ainda parcial, mexeu com o ‘mercado’ de canais premium de filmes. Em 2005, a audiência da HBO cresceu e a do Telecine Premium (TCP), das Organizações Globo, caiu. O TCP, que até 2004 liderava a audiência no segmento, empatou com a HBO no ano passado.


Numa projeção da medição feita pelo Ibope em São Paulo e Rio para o total estimado de telespectadores de TV paga no Brasil (cerca de 13,5 milhões), o TCP teve uma média de 32,5 mil telespectadores por minuto no horário nobre da TV paga (19h/1h) ao longo de 2005, apenas 300 pessoas a mais do que a HBO.


No ranking dos canais pagos, o TCP aparece em 14º em 2005, apenas uma posição acima da HBO. Em 2004, o TCP foi o 10º canal mais visto, e a HBO, o 16º.


A HBO passou a ser veiculada pela Net e Sky, respectivamente maior e segunda maior operadoras do país, em março de 2005. Na Net, só está disponível na tecnologia digital. Só é vendida para quem já tem os Telecines.


Outra novidade em 2005 foi a liderança do TNT (da Turner) no horário nobre, batendo o Cartoon (que continua líder no total do dia, das 6h às 5h59).


Os canais pagos, no entanto, representam apenas 25% da audiência de quem assina operadora de TV paga. A Globo, sozinha, detém 43% da audiência de quem paga para ver TV.


OUTRO CANAL


Infidelidade A Record está tentando engatar um namoro sério com a Fox, com quem já co-produz a série ‘Avassaladoras’. O objetivo do bispo Honorilton Gonçalves, superintendente da Record, é tirar os filmes da Fox da Globo. O problema é que a Globo tem prioridade na renovação de contratos anuais com a Fox.


Histórico Domingo já não é mais dia de Silvio Santos. Anteontem, o dono do SBT só apareceu na tela para apresentar o ‘Sorteio da Telessena’, uma coisa de cinco minutos.


Goleada Com jogo do Corinthians, a Globo marcou anteontem 25 pontos de média, nove a mais do que nas duas primeiras rodadas dominicais do Campeonato Paulista na TV (Palmeiras e Santos).


Drible A Band também foi bem. Com Raul Gil e Campeonato Espanhol (Real Madrid), ficou em terceiro no Ibope. Das 15h às 20h, deu oito pontos de média, contra seis da Record.


Maquiagem Foi muito tosco o ‘envelhecimento’ de personagens da segunda para a terceira fase da minissérie ‘JK’, da Globo. Por exemplo: Eva Wilma é apenas dez anos mais velha do que Marília Pêra. Então não dá para a primeira interpretar a mãe da segunda.


Sotaque Só tem médico carioca no Hospital das Clínicas da São Paulo de ‘Belíssima’.’


Talita Figueredo


Atores da novela ‘Prova de Amor’ sofrem agressão violenta no Rio de Janeiro


‘Dois atores da TV Record foram agredidos por um homem ontem à tarde no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio. Eles saíam de uma gravação da novela ‘Prova de Amor’.


Segundo afirmaram à polícia, André Segatti, Leonardo Vieira e Marcelo Serrado saíam da praia em direção ao ônibus da emissora, quando um homem quase os atropelou com um Audi. Ele dirigia na contramão.


Segundo a assessoria de imprensa da TV Record, os atores reclamaram e o homem voltou com o carro em direção a eles. O carro bateu em André Segatti, que sofreu luxações em uma das pernas. Segundo os atores, o homem saiu do carro e agrediu, com um soco, Leonardo Vieira, que levou dois pontos na boca. Marcelo Serrado nada sofreu.


Os atores foram levados para o hospital Rio Mar, no Recreio.


O homem foi levado para a 16ª DP. Até a conclusão desta edição, ele ainda prestava depoimento. Os atores seguiriam para a delegacia e, posteriormente, fariam exame no IML (Instituto Médico Legal).’


Laura Mattos


Novo ‘Jornal da Record’ dobra ibope da rede


‘O projeto ‘clonagem’ do ‘Jornal da Record’ estreou bem. Ontem, com a nova ‘roupagem’, uma cópia do ‘Jornal Nacional’, dobrou a audiência da rede no horário. Até sexta, o jornalístico registrava sete pontos de média. Ontem, com a apresentação dos ex-globais Celso Freitas e Adriana Araújo, teve média de 14, com picos de 24, na exibição de reportagem exclusiva sobre Paulo Maluf. A Globo (‘JN’ e ‘Belíssima’) marcou 40. Os números são da prévia do Ibope.’


TECNOLOGIA
Andrew Gumbel


Caem barreiras entre cinema, TV e DVD


‘DO ‘INDEPENDENT’ – Para qualquer pessoa envolvida no negócio de produzir e vender filmes, o amanhã é um dia a ser abordado com cautela, se não pavor escancarado.


Os pessimistas e alarmistas que abundam em Hollywood dizem que pode ser o começo do fim para a indústria cinematográfica tal qual a conhecemos. Ou, se acreditarmos nos visionários e sonhadores da capital do cinema, talvez esteja chegando o momento da partida para um futuro de entretenimento digital quase ilimitado.


O premiado diretor Steven Soderbergh, que realizou ‘Traffic’ e ‘sexo, mentiras e videotape’, entre outros, lança seu novo filme, uma produção experimental de baixo orçamento chamada ‘Bubble’, que transcorre em uma fábrica de bonecas no Ohio.


Soderbergh, apesar de bem-sucedido em Hollywood, já realizou outras incursões experimentais. Mas ‘Bubble’ não será lançado apenas em cinemas de arte, como no caso de ‘Full Frontal’, outro de seus trabalhos alternativos. O novo filme será lançado quase simultaneamente nos cinemas, em TV paga e em DVD, o primeiro longa a dar esse arriscado salto comercial para o desconhecido.


O raciocínio convencional em Hollywood sempre foi o de que os filmes precisam de tempo para maximizar os retornos de sua exibição nas salas de cinema, antes que sejam lançados em outros formatos. E a exibição nas salas de cinema representa uma fonte real de receita, com cerca de US$ 10 bilhões anuais arrecadados nas bilheterias dos EUA e do Canadá.


O intervalo entre o lançamento de um filme nos cinemas e em DVD está se reduzindo, mas até agora ninguém havia ousado reduzi-lo a zero.


John Fithian, diretor da Associação Nacional das Salas de Exibição dos Estados Unidos, acredita que ‘Bubble’ represente uma ‘ameaça mortal’ ao conceito de exibição em cinema. O diretor M. Night Shyamalan, que realizou, entre outros, ‘O Sexto Sentido’, disse que preferiria abandonar o cinema a ter de se resignar a um mundo no qual as pessoas possam optar por assistir aos seus filmes na TV desde o lançamento.


Diretores consultados pelo ‘Los Angeles Times’ na semana passada expressaram sentimentos contraditórios, que variam de raiva -Jonathan Demme acusou o setor de se ‘autodevorar’ em nome das receitas propiciadas pelos DVDs- à negação -Tim Burton, que classificou como ‘absurda’ a idéia de lançamento simultâneo em diversas mídias.


‘Bubble’, na verdade, é apenas um de seis filmes de baixo orçamento que ele planeja filmar digitalmente e lançar da mesma maneira. Todos serão lançados pela 2929 Entertainment, dirigida por uma dupla de ex-empresários de internet que entraram de cara no entretenimento digital. Todd Wagner e Mark Cuban não só consideram inevitável o final da separação entre cinemas e DVDs como acham que essa mudança possa ser um desdobramento positivo. Há alguns atrativos. A transição do filme de celulóide para a mídia digital também elimina dificuldades de distribuição. Sob o sistema atual, diz Wagner, os distribuidores têm custos de reprodução e transporte de cerca de US$ 2.000 por cópia, ‘dinheiro gasto para nada’, segundo Wagner, dadas as novas tecnologias.


Tradução Paulo Migliacci’


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O Estado de S. Paulo


Terça-feira, 31 de janeiro de 2006


JK NA GLOBO
Fazendeiro JK


Xico Graziano


‘Chegou uma onda. Despertados na TV, os anos JK acalentam, após 50 anos, as conversas sobre a política nacional. Revisita-se uma época marcante, na qual a agricultura acaba suplantada pela indústria. A cidade vence o campo.


O desenvolvimentismo dos anos 1950 representou, sem dúvida, a virada da economia brasileira. Desde 1930, com a ascensão de Getúlio Vargas, a política ‘café-com-leite’ manipulada pelas oligarquias paulista e mineira perdera o jogo do poder. Começava a industrialização, comandada pelo Estado a serviço da nascente burguesia.


‘50 anos em 5’, o famoso slogan do Plano de Metas de JK, mostrava pressa em romper com o passado. Na economia, a ordem era substituir importações pela produção local. Exportador bruto de matérias-primas agrícolas – café, açúcar, fumo, cacau -, o País precisava urgentemente construir seu parque industrial. Chegou lá.


Em contraposição, é importante ressaltar que a verdadeira obsessão pela indústria, criada naquele período, promoveu um desprezo pela produção rural. As luzes brilhavam todas na cidade. A terra restou esquecida.


Surgiu o fenômeno do êxodo rural, revelando um monstro de duas caras. De um lado, sorridente, estampava a felicidade do emprego, do conforto urbano, da liberdade humana. Representava o Brasil livrando-se de seu passado, da opressão latifundiária. Velhos coronéis do sertão substituídos pelos novos patrões capitalistas.


De outro lado, espelhava a face triste do retiro, as agruras da incerteza, o caminhão pau-de-arara, a família arrebentada. Atraídas pela urbanização, ou expulsas pela mecanização agrícola, estima-se que, entre 1960 e 1980, 27 milhões de pessoas tenham deixado o campo e buscado a sorte na cidade grande.


A humanidade vingou exigindo a migração campo-cidade. Estranha, portanto, não foi a existência do processo, mas sim sua fúria. Nas nações desenvolvidas, a transição populacional e a industrialização se fizeram paulatinamente. Aqui, ocorreu num piscar de olhos. Em duas décadas se cumpriram dois séculos de História.


Em 1950, o Brasil contava 60 milhões de habitantes, dos quais a maioria (63,8%) morava na zona rural. Em 1970, segundo o IBGE, a população rural atingiu seu máximo, somando 41 milhões de pessoas. Mas a inversão já havia ocorrido: os urbanos já eram majoritários, com 55,9% da população.


Na década de 50, início da forte desruralização, quase a metade (46,3%) dos migrantes rurais, estimados em 11 milhões de pessoas, vinha do Nordeste. Na década seguinte, porém, o maior fluxo migratório teve origem no Sudeste. As colônias das fazendas de café foram literalmente esvaziadas durante os anos 60.


Bolsões de miséria nas periferias urbanas incharam terrivelmente. O crescimento e a geração de empregos jamais suportaram a oferta descabida de mão-de-obra causada pelo êxodo rural. Elevadas taxas de crescimento populacional engrossavam o fluxo. Milhões chegaram ao mercado de trabalho e deram com a porta fechada. Viaduto virou lar.


Houve fome. O grande problema residia nas deficiências do abastecimento. O consumo de subsistência nas fazendas precisou, em pouco tempo, ser substituído pelo comércio varejista. Redes de distribuição inexistiam. Surgiram os Ceasas; mais tarde, os sacolões. Uma corrida contra a escassez.


Uma coisa puxou a outra. A demanda urbana exigia elevação da produtividade rural. Por outro lado, a falta de braços na roça estimulou a mecanização. Assim, o capitalismo penetrou no campo, desencadeando um extraordinário movimento de modernização tecnológica.


Quando JK tomou posse na Presidência da República, a área cultivada no Brasil mal ultrapassava 20 milhões de hectares, um quinto dos quais ocupado com café. Hoje, a área cultivada atinge 62 milhões de hectares, sendo 70% com lavouras temporárias de cereais e grãos.


Na pecuária, apenas 15 milhões de hectares advinham, em 1950, de pastagens plantadas; o resto era natural. Agora, as pastagens artificiais, cultivadas com gramíneas selecionadas, somam 120 milhões de hectares. O rebanho bovino pulou de 70 milhões para 200 milhões de cabeças.


JK promoveu a indústria automobilística. No campo ainda imperavam a carroça e a tração animal. Somente em 1959 o País produziu o primeiro trator, na fábrica da CBT-Cia. Brasileira de Tratores. Antes disso, as máquinas agrícolas vinham do exterior. Em 2005, a frota de tratores ultrapassou 1 milhão de unidades.


Muita coisa mudou, para melhor, neste meio século desde JK. É bem verdade que a transição para a sociedade urbana poderia ter ocorrido de forma mais planejada, sem tanto trauma. Mas não adianta choramingar o passado. A História não dá marcha à ré.


Vale o aprendizado para o futuro. A ânsia da rápida industrialização gerou uma ilusão na sociedade brasileira. Supôs, como num sonho, que mudar de casa e pisar no asfalto seria passaporte para a felicidade. Triste engano. A pobreza, característica da sociedade agrária se imiscuiu nas entranhas da metrópole.


No final da vida, JK virou fazendeiro. Provavelmente ele já tinha ciência de que o fosso entre campo e cidade, subproduto cultural da onda desenvolvimentista dos anos 50, havia gerado o caipira, terrível caricatura do trabalhador rural. Chapéu na cabeça, mineiro de fala arrastada, caiu ele próprio, sem o perceber, na armadilha ideológica do progresso, que costuma negar o passado.


Nenhuma nação se desenvolve deixando para trás seus agricultores. Essa foi a grande lição dos anos JK.


Xico Graziano, agrônomo, foi presidente do Incra (1995) e secretário da Agricultura de São Paulo (1996-98).


E-mail: xico@xicograziano.com.br.


Site: www.xicograziano.com.br


Beatriz Coelho Silva


Minissérie aproxima atores de personagens reais


‘Pode não ser inédito, mas é inusitado uma atriz ficar amiga da personagem que representa. Foi o que ocorreu na minissérie JK, biografia de Juscelino Kubitschek em exibição na Rede Globo. A filha dele, Maria Estela, e a atriz Samara Filippo, que será ela a partir da adolescência, ficaram tão amigas que já foram confundidas como mãe e filha. As duas são realmente parecidas fisicamente e a afinidade foi imediata.


‘Quando a vi no lançamento de JK, em Brasília, já dei um abraço antes de ser apresentada’, conta Samara, que começou a gravar na semana passada, no Palácio do Catete, a cena da posse do presidente. ‘Foi amor à primeira vista. Samara é tão bacana que quero me parecer com ela’, completa Maria Estela. As duas trocam e-mails desde então e, na sexta-feira, Maria Estela mostrou-lhe seus álbuns de fotos da juventude, ao lado da irmã, Márcia, que já morreu (e será vivida pela atriz Andréia Horta), dos pais e das amigas Beatriz, Diana Mariana e Maria Eliza, inseparáveis até hoje.


Todas assistem à minissérie contendo a emoção. ‘Tento ver JK como todo mundo, abstraindo que é a minha história’, conta Maria Estela, lembrando que o pai era fã de novelas. ‘Ele gostou muito de Irmãos Coragem e ficou fã do José Wilker. Nem imaginava que, anos depois, Wilker ia interpretá-lo na televisão.’


Samara nunca tinha feito personagem real, ainda mais uma pessoa de quem tornou-se íntima. ‘Espero que ela me diga se estou direito, me dê toques para eu vivê-la o melhor possível’, pediu na sexta, enquanto observava como e o que Maria Estela falava e anotava tudo num caderno.


Para Maria Estela, JK emociona mais pelo lado político que por contar a história de pessoas tão queridas. ‘A minissérie mostra que ser político é bom, que é preciso não ter medo de assumir posições e compromissos’, filosofa.


A família de Juscelino está gostando muito da mudança de fase da trama, e o público também. Apesar de a audiência ter caído um pouco por conta do horário – JK foi para mais tarde por causa do BBB6 -, a minissérie registrou na quinta-feira 29 pontos de ibope, e na sexta, 25, dias em que foram ao ar as primeiras cenas da segunda fase.’


TV DIGITAL
Renata Veríssimo


Governo adia estréia da TV digital para 7 de setembro


‘O governo espera fazer em 7 de setembro deste ano a primeira transmissão comercial de TV digital no Brasil. Com isso, as discussões sobre a definição da tecnologia que será adotada pelo País devem se arrastar pelo primeiro semestre, como defendem parlamentares e alguns ministros.


Até agora, o governo falava em fazer a primeira transmissão já na Copa da Alemanha, em junho ou julho. Mas os ministros, coordenados pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, já trabalham com a nova data, sugerida pelo presidente Lula.


Eles não concordam com a posição do ministro das Comunicações, Hélio Costa, que tem insistido no prazo de 10 de fevereiro para que o governo defina qual padrão de TV digital será adotado no País, entre os modelos americano, japonês e europeu.’


INTERNET
Renato Cruz


Google estuda investir no Brasil


‘Em sua primeira visita ao País, os fundadores do Google, Larry Page e Sergey Brin, vestiam ontem, em São Paulo, camisetas verde e amarelas, imitando o uniforme da seleção brasileira, mas com o nome da empresa na parte da frente. ‘Existe um potencial muito grande aqui’, afirmou Larry Page, o que menos fala da dupla. ‘Estamos muito animados com o investimento.’ Depois de comprar a mineira Akwan no ano passado, o Google estuda novas oportunidades de aquisições no País.


Porém não foram os negócios que trouxeram os executivos ao Brasil. Pelo menos foi isso que eles disseram. Page e Brin chegaram no domingo e, ontem pela manhã, visitaram a Cosan, produtora de açúcar e álcool. Os fundadores do Google ficaram entusiasmados com o que o Brasil conseguiu até agora na área de energia sustentável, com o uso de automóveis flex fuel. Um dos objetivos da viagem foi conhecer a operação local, criada em 2005. ‘Era para ficarmos pouco, mas estamos vendo se estendemos a viagem’, disse Brin.


Atualmente, muita gente tem medo do Google. Eles disseram que ficam surpresos quando sai este tipo de reportagem. ‘Somos uma empresa que gosta de fechar parcerias’, afirmou Brin. ‘Trabalhamos com parceiros pequenos e grandes. Até com competidores, como Ask Jeeves. Por muito tempo, fornecemos busca para o Yahoo.’


A principal fonte de receita do Google são os anúncios. Jakob Nielsen, guru da usabilidade na internet, acusou recentemente, em sua newsletter Alertbox, os serviços de busca de serem ‘sanguessugas da internet’, ganhando receita publicitária com o conteúdo dos outros. O Google é apontado algumas vezes como ameaça ao setor de jornais e revistas.


Esta não é a visão de Brin. ‘Acho que revistas e jornais, especialmente os que criam conteúdo original, irão muito bem no futuro’, afirmou o executivo.


‘Mais pessoas conseguirão encontrá-los e acessar seu conteúdo. No mundo da internet, muita gente prefere a fonte original, no lugar de uma cópia.’ Larry Page acrescentou: ‘Estamos trabalhando para colocar mais informação online, como os arquivos históricos de alguns jornais e de revistas também’.


Os fundadores do Google compararam o Brasil favoravelmente a outros países emergentes, como a Índia e a China. ‘O Brasil não tem os problemas de outras economias’, disse Brin. ‘Não precisamos nos preocupar com um regulamento ou outro para crescer.’ Ele rebateu críticas que o Google recebeu recentemente por limitar as páginas buscadas pelo serviço na China. ‘A China é muito complicada. Por muitos anos, soube que precisava operar naquele país. Nasci em Moscou em 1973 e me lembro como era. Controle do governo não é uma coisa de que eu goste. A China é um mercado de rápido crescimento, mas não é somente por isso que estamos lá. Conversamos com grupos de direitos humanos e chegamos à conclusão de que seria melhor participar, para que as pessoas tenham mais informação e mais comunicação e, eventualmente, as barreiras possam cair.’


Page e Brin não souberam explicar o motivo do sucesso no Brasil do Orkut, seu site de relacionamento. ‘O que vocês acham?’, devolveu a pergunta Brin, ao ser questionado. Ele destacou que muitos dos novos serviços do Google nascem dos 20% de tempo que os funcionários dedicam na empresa a projetos pessoais. ‘Com o Orkut foi assim.’ Segundo os executivos, a geração de receitas é apenas um dos motivos para a empresa lançar novos serviços. Quando o Google foi lançado, ficou mais de um ano sem gerar receita. ‘Não se deve ter pressa em relação à receita’, afirmou Brin.’


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Companhia faz mistério antes da entrevista


‘O Google convidou a imprensa para falar com seus fundadores na manhã de ontem. O local e o horário exato da entrevista foram confirmados somente uma hora e meia antes. A razão do mistério foi a preocupação com a segurança da dupla de bilionários, Larry Page e Sergey Brin. Os repórteres fotográficos foram avisados de que teriam somente cinco minutos, antes da entrevista. Apesar disso, houve tempo no final para mais uma sessão de fotos. De camiseta e calça jeans, Page e Brin tomaram um lanche depois da conversa de uma hora, e falaram mais um pouco com a imprensa. Mas preferiram ser vagos quanto às próximas paradas de sua viagem pelo Brasil, primeira vez que visitam a América do Sul. Eles preferiram não dizer quanto tempo ficariam por aqui, e nem se visitariam outras cidades.’


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Expansão da empresa leva a rota de colisão com o setor


‘Com sua meta de ‘organizar a informação do mundo’, o Google cresce tão rápido e se lança a tantas novas áreas que deixa muita gente com medo. Como destacou a revista Wired, a forma de expansão do Google o colocou em rota de colisão com quase todo o setor de tecnologia da informação, incluindo empresas como Amazon, Comcast, eBay, Yahoo! e Microsoft. Isso sem contar setores inteiros da economia tradicional, como televisão, imprensa, telecomunicações e até o varejo. Há algumas semanas, comprou briga com o governo americano, ao se recusar a liberar informações comerciais de milhões de usuários, como parte de uma iniciativa para restringir a pornografia na internet.


Num momento em que Bill Gates, fundador da Microsoft, recebe cada vez mais reconhecimento por suas atividades filantrópicas, ao doar bilhões de dólares para combater doenças e diminuir a pobreza no mundo, o setor de tecnologia se mostra ávido por encontrar uma nova empresa para odiar. Para reduzir o medo do mercado, o site de busca lançou o Google.org, com mais de US$ 1 bilhão para dedicar a causas sociais.


Um artigo na última edição da London Review of Books destacou que o Google é a única empresa multibilionária que também é um erro de ortografia. Em 1997, seus fundadores, Larry Page e Sergey Brin, então estudantes da Universidade de Stanford, procuravam um nome para seu novo mecanismo de busca. Um colega sugeriu o nome do número que corresponde a 1 seguido de 100 zeros. Eles verificaram que o nome ainda não estava em uso e registraram google.com, já pensando em transformar o projeto de pesquisa em empresa. No dia seguinte, descobriram o motivo da disponibilidade: a palavra certa era googol, e o endereço googol.com já estava em uso.


Entre janeiro e setembro de 2005 a companhia faturou US$ 4,219 bilhões, e a publicidade respondeu por 98% do total. A grande arma da empresa são os chamados links patrocinados, anúncios de texto que aparecem ao lado dos resultados de buscas e de notícias. O Google tem cerca de 40 funcionários no Brasil, entre o escritório em São Paulo e o centro de pesquisas em Belo Horizonte.’


Richard Siklos


Executivo de Hollywood recupera o Yahoo


‘DO THE NEW YORK TIMES – Quando o Yahoo anunciou, em abril de 2001, que Terry S. Semel, um ex-diretor do estúdio cinematográfico Warner Brothers, se tornaria seu presidente e executivo-chefe, a reação, fora e dentro da empresa, não foi exatamente animada.


Apesar da carreira de grande sucesso no comando de companhias que fazem filmes, programas de TV e música, Semel foi imediatamente rotulado como um homem da ‘velha mídia’. Pior: ele era um homem de Hollywood, e mal tocara num computador durante as quase duas décadas em que dirigira a Warner Brothers ao lado de Robert A. Daly.


Semel vinha fazendo investimentos privados na internet desde a saída da Warner, dois anos antes. Mas era mais fácil as pessoas pensarem, ao associar Semel ao Yahoo, num cômico australiano chamado Yahoo Serious, que estrelou em 1988 o filme O Jovem Einstein, um fiasco da Warner. O ex-chefe de Semel na Time Warner, Gerald M. Levin, que acabara de concluir a fusão com a America Online, deu risada, incrédulo, quando soube de seu novo emprego, segundo um executivo que estava com ele na ocasião.


No Yahoo, onde o colapso da ‘bolha’ pontocom e a evaporação da publicidade online haviam ajudado a afundar o valor de mercado da companhia, de um pico de US$ 127 bilhões para apenas US$ 12,6 bilhões quando Semel chegou, a recepção não foi muito calorosa. Semel, então com 58 anos, não tinha credenciais tecnológicas como as dos co-fundadores do Yahoo, Jerry Yang e David Filo, nem a pose dos investidores do Vale do Silício. Semel parecia um homem confiante, mas despretensioso, vindo de Nova York – o que era verdade. Espalhou-se rapidamente na sede do Yahoo, em Sunnyvale, Califórnia, a notícia de que ele – que horror! – usava até mesmo uma corrente de ouro no pulso (o que também era verdade, mas a pulseira não é um item de moda; é um bracelete médico contra alergia a mariscos).


A história no Yahoo é muito diferente hoje. Tendo perdido US$ 98 milhões numa receita de US$ 717 milhões no ano em que Semel chegou, a companhia lucrou US$ 1,2 bilhão em vendas de US$ 5,3 bilhões em 2005. Com uma capitalização de mercado beirando os US$ 50 bilhões, a empresa vale praticamente o mesmo que a Walt Disney (que comprou a Pixar) ou a soma das recém-separadas Viacom e CBS.


Dólares à parte, o Yahoo tem o maior alcance global da internet. Conta com mais de 420 milhões de usuários registrados e possui os websites de e-mail, mensagens instantâneas e música mais usados do mundo. Só nos EUA, o Yahoo atraiu 103 milhões de visitantes únicos em dezembro, o que o transforma no destino mais visitado da internet no país, segundo a Nielsen NetRatings.


‘É uma companhia de mídia do século 21’, afirmou Semel numa entrevista na qual discutiu sua transição do velho para o novo. ‘A diferença entre as companhias de mídia mais tradicionais e as companhias como a Yahoo resume-se à tecnologia, e as duas coisas – tecnologia e mídia – se casam perfeitamente.’ Nem todos os casamentos saem como planejado, é claro.


É altamente simbólico o fato de Semel ter visitado recentemente o escritório do executivo-chefe da Timer Warner, Richard D. Parsons, propondo que o Yahoo efetivamente tirasse a AOL das mãos da Time Warner, embora Parsons não estivesse interessado. Dependendo de como lidar com a rápida e ameaçadora ascensão do Google – para não mencionar a nova determinação da Microsoft de dominar a internet -, o Yahoo tem a chance de ser líder entre as companhias de mídia digital.’


Alexandre Barbosa


3Com instala, de graça, equipamentos para rede sem fio e telefonia IP


‘Com o programa 3Com Rescue, a fabricante de produtos de networking e comunicações criou uma promoção para empresas de pequeno e médio porte pela qual fará a instalação gratuita de equipamentos para redes Wi-Fi (sem fio) e telefonia IP (via internet) no valor de R$ 50 mil.


De acordo com a empresa, a ação baseou-se em reality shows como Extreme Makeover ou Fashion Emergency, que têm a proposta de mudar completamente a aparência das pessoas. Seria feita com os premiados uma mudança tecnológica radical. A telefonia IP permitiria reduzir os custos de interurbanos a praticamente zero, já que as ligações passariam a ser feitas pela internet. O sorteio acontece no próximo dia 17 de março. É claro que além de promover sua marca, o sorteio foi uma forma relativamente barata para a 3Com conseguir levantar um cadastro espontâneo de clientes potenciais no chamado mercado SMB (Small and Medium Business, de pequenas e médias empresas), segmento que está na alça de mira de vários fornecedores de tecnologia.


As empresas podem se inscrever no endereço http://lat.3com.com/br/rescue. Os requisitos para as companhias candidatas são: devem ter entre 15 e 50 funcionários; existir há pelo menos cinco anos; estarem situadas no estado de São Paulo; devem possuir ao menos uma filial fora do estado de São Paulo e não podem ser usuárias de nenhum sistema de telefonia IP ou de redes sem fio.’


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