Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Diploma de jornalismo pode voltar a ser obrigatório


Leia abaixo a seleção de quinta-feira para a seção Entre Aspas.


 


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Folha de S. Paulo


Quinta-feira, 15 de julho de 2010


 


CANUDO


Comissão aprova volta do diploma para jornalistas


A volta da obrigatoriedade do diploma para jornalistas foi aprovada ontem pela comissão especial da Câmara dos Deputados que analisou o assunto. Em votação simbólica, os parlamentares ratificaram o parecer do relator Hugo Leal (PSC-RJ).


A PEC (proposta de emenda constitucional), do deputado Paulo Pimenta (PT-RS), é uma resposta à decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de junho de 2009 que revogou a exigência do diploma para jornalistas.


O STF considerou que o decreto-lei 972 de 1969, que exige o documento, é incompatível com a Constituição, que garante a liberdade de expressão e de comunicação.


O relatório aprovado ontem acrescenta um parágrafo ao artigo 220 da Constituição. Pelo novo texto, a necessidade do diploma em jornalismo e do registro profissional nos órgãos competentes não representa uma restrição às liberdades de pensamento e informação jornalística.


A proposta aprovada diz que profissionais que tiraram registro entre junho de 2009 e a futura promulgação da PEC poderão atuar na área.


O texto aprovado ontem ainda terá de ser votado em dois turnos pelo plenário da Câmara e, depois, pelo Senado. Caso seja alterado, retorna para a análise dos deputados. Como é PEC, não passa por sanção presidencial.


A aprovação da proposta foi criticada pelo diretor-executivo da ANJ (Associação Nacional de Jornais), Ricardo Pedreira. ‘Entendemos que a decisão do STF foi adequada. Precisamos de boas escolas de jornalismo, não de regulamentação da profissão.’


Pedreira disse que, caso o projeto seja promulgado, a entidade acionará o STF.


O presidente da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), Sérgio Murillo, elogiou o resultado. ‘Hoje não há critérios para o exercício da profissão, é uma situação absurda. Agora adequamos o texto da Constituição à decisão do Supremo’, afirmou.


Há outro projeto, em tramitação no Senado, que restabelece a volta do diploma. Proposto pelo senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), o projeto aguarda para ser votado pelo plenário.


 


 


ELEIÇÕES


Mercadante, Maluf e João Paulo Cunha são multados em SP


O candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, e os deputados federais João Paulo Cunha (PT-SP) e Paulo Maluf (PP-SP) foram multados na primeira instância da Justiça Eleitoral paulista por propaganda antecipada. Em todos os casos cabe recurso.


Sobre Mercadante, o juiz auxiliar Mário Devienne Ferraz entendeu que, no horário da propaganda partidária do PT de 12 de março, o senador enalteceu as atividades do governo Lula e perguntou se não seria a hora de dar ao PT a chance de governar o Estado. A multa foi de R$ 10 mil.


O deputados João Paulo Cunha e Paulo Maluf foram multados em R$ 5.000 cada um por propaganda na internet.


 


 


Breno Costa


Dilma é produto de marqueteiro, diz Serra


Em mais um capítulo do tiroteio verbal entre os candidatos à Presidência José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), o tucano afirmou ontem que sua adversária ‘não consegue andar sobre suas próprias pernas’ e que a candidatura da petista é ‘produto de marqueteiros’.


As declarações foram dadas em reação ao fato de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter enaltecido Dilma, anteontem, durante evento oficial do governo federal, ao dizer que ela ‘assumiu a responsabilidade de fazer esse TAV [trem-bala]’.


‘Para suprir essa dificuldade [de Dilma] de andar pelas próprias pernas, entra a máquina governamental’, afirmou o tucano, depois de encontro com sindicalistas, em São Paulo.


Serra disse que o uso da ‘máquina governamental do jeito que está sendo usada fere o senso de Justiça do povo brasileiro’.


O próprio Lula, antes de citar o nome da ministra, admitiu que estava infringindo a legislação eleitoral. Ontem, pediu ‘desculpas’, caso tenha cometido um ‘erro político’. O presidente já recebeu seis multas, num total de R$ 42,5 mil, por fazer campanha antecipada para Dilma.


O candidato tucano também citou a existência de ‘profissionais da mentira’ a serviço de Dilma que, segundo ele, distorcem os fatos. Serra negou, por exemplo, que tenha afirmado que irá acabar com o Ministério do Desenvolvimento Agrário.


Mesmo assim, não deixou de atacar o órgão, responsável pela execução da reforma agrária no país.


‘Na verdade, [o ministério] hoje é um cabide de empregos para o pessoal do MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra]’, disse.


RECEITA


Ao comentar o anúncio, pela Receita Federal, de que já foram identificados os servidores que tiveram acesso indevido a dados sigilosos do vice-presidente-executivo do PSDB, Eduardo Jorge, Serra defendeu a divulgação dos nomes dos servidores.


‘O secretário da Receita foi honesto ao admitir isso, mas é insuficiente admitir, agora tem que dar o nome’, disse.


Sem citar o nome do PT, Serra acabou responsabilizando o partido pelo acesso aos dados de Eduardo Jorge, que seriam usados num dossiê contra os tucanos.


‘[Não é a primeira vez que] um partido pega informações, que são sigilosas, e usa na política, desrespeitando os direitos dos cidadãos.’


 


 


Ranier Bragon


Presidente do PT critica a ‘parcialidade’ da mídia


O presidente do PT, José Eduardo Dutra, defendeu na noite de anteontem o ponto do programa de governo de Dilma Rousseff que afirma que as cadeias de rádio e TV, em geral, são ‘pouco afeitas’ à qualidade, ao pluralismo e ao debate democrático.


‘É uma constatação’, disse Dutra, coordenador da campanha de Dilma. Questionado a quais órgãos se referia, ele não citou TVs ou rádios, mas sim a revista ‘Veja’, da Editora Abril.


‘Isso [a crítica à mídia] não se refere a programa de governo, é uma constatação. Estamos vendo isso. Basta analisar se a postura de alguns órgãos de imprensa tem sido plural. Minha avaliação é de que não tem sido’, afirmou após o jantar em que Dilma se reuniu com mais de 200 deputados e senadores no Lago Sul de Brasília.


‘Por exemplo, a revista ‘Veja’. Minha visão é a de que eles não têm sido plurais’, disse. Dutra negou que a avaliação embasará alguma ação de Dilma, caso eleita.


‘O que vamos fazer, vamos censurar? Claro que não, mas tenho também a liberdade de poder expressar a minha opinião. O fato é que a liberdade de imprensa é irrevogável, ponto.’ Procurada pela Folha, a ‘Veja’ informou que não iria se manifestar a respeito das críticas.


A primeira versão do programa de governo de Dilma, protocolada no TSE na manhã do dia 5, tinha reivindicações de alas radicais do PT, como medidas para ‘combater o monopólio dos meios eletrônicos de informação, cultura e entretenimento’.


Após reação de aliados, o PT recuou e enviou ao TSE, no final do mesmo dia, uma ‘errata’ em que suprimia alguns dos pontos polêmicos, mas mantinha a crítica à mídia e a avaliação de que há ‘monopólio e concentração dos meios de comunicação’.


O partido argumentou ter havido um mero erro administrativo, embora as rubricas de Dilma constassem apenas na primeira versão. Dutra não disse se a avaliação sobre a imprensa permanecerá na nova versão do plano que será apresentada.


 


 


Fernando Rodrigues


Em biografia na web, Dilma aparece como precursora do laptop na política


Ela era ‘a única que tinha laptop’, conta uma amiga do Rio Grande do Sul da década de 80. Em 2002, preparando-se para assumir o Palácio do Planalto, Lula se recorda da mulher que entrou em sua sala ‘com um laptop na mão’. Naquele momento o presidente eleito decidiu quem seria sua ministra de Minas e Energia.


Essas são cenas e depoimentos do filme de 9 minutos e 54 segundos divulgados nesta semana sobre a vida de Dilma Rousseff (endereço na web ao final deste texto). Dilma aparece como administradora. Em uma cena, circunspecta, analisa a tela de um laptop Sony Vaio ao lado do presidente Lula. O tom do programa busca enfatizar o que seria a capacidade empreendedora da petista.


Ela não teria sido apenas a precursora do uso do laptop na política, mas também de outras ideias. Por exemplo, diz o locutor, foi Dilma a primeira a falar e a defender o uso de energia eólica quando era responsável por essa área no governo gaúcho.


Como se trata de propaganda, e não de uma biografia propriamente, a petista é enaltecida do início ao fim. Repete-se a cena do programa partidário do PT, de maio, no qual Lula comparou sua candidata ao sulafricano Nelson Mandela. ‘Uma parte da história da Dilma me lembra muito a do Mandela’, diz o presidente brasileiro.


Nota-se que é uma produção trabalhada ao longo de vários meses. Dilma dá depoimentos aparecendo ainda com seu cabelo antigo, antes do novo estilo criado pelo cabeleireiro Celso Kamura. A nova imagem só surge no final, quando o jingle da campanha martela o refrão e frase-síntese da candidata oficial: ‘O Lula tá com ela, eu também tô’.


Junto da biografia em vídeo, a página da petista também oferece um texto de 2.113 palavras. Está aí o trecho citado ontem pela coluna ‘Painel’, da Folha, no qual a menina Dilma protagoniza a seguinte história: ‘Certo dia, bateu à porta um menino tão magro e de olhos tão tristes que ela rasgou ao meio a única nota que tinha. Ficou com metade da cédula e deu a outra metade ao menino. Dilma não sabia que meio dinheiro não valia nada. Mas já sabia dividir.’


Na biografia autorizada de Dilma Rousseff, o ‘Brasil’ é citado 13 vezes. Uma a menos do que a palavra ‘Lula’, com 14 menções no texto.


Veja o vídeo de Dilma


folha.com.br/po766994


 


 


TODA MÍDIA


Nelson de Sá


O declínio do Ocidente


O título acima saiu na capa do ‘Financial Times’, abaixo do logo, chamando para coluna de Martin Wolf, com a ilustração abaixo. Diz que ‘o terremoto dos últimos três anos destruiu o prestígio ocidental’, acabando com os dois séculos de domínio econômico e intelectual. ‘O Ocidente nunca mais terá a palavra definitiva. A ascensão das economias mais avançadas do G20 reflete nova realidade de poder e autoridade.’ Em quadro, contrasta a queda na produção de EUA, Japão e Alemanha ao salto dos Brics.


Também no ‘FT’, Edward Luce escreve sobre a ‘crise de credibilidade de Obama’, que pode perder a maioria no Congresso, apesar das reformas financeira e da saúde. O texto termina ouvindo, de um consultor, ‘ainda é a economia, estúpido’.


O MODELO CHINÊS


O chanceler de Cingapura, George Yeo, falou na universidade de Cambridge sobre ‘Como a China vai -e não vai- mudar o mundo’, com eco em jornais americanos. Focou três pontos, ao tratar da ‘incorporação à governança global’.


O primeiro é que, ao contrário dos EUA, ‘os chineses não têm o desejo de converter os não-chineses’ ao seu sistema. Segundo, a urbanização ‘colossal’ por que passa o país terá efeitos ainda desconhecidos. Terceiro, ‘a China experimenta com democracia em níveis baixos de governo’, mas não vai além daí, buscando só ‘democracia com características chinesas’. Porém ‘os países em desenvolvimento estudam o sistema chinês’ e, ‘pela primeira vez, o modelo ocidental tem concorrente’.


China & AL O americano Eric Farnsworth, do Inter-American Dialogue, de Washington, escreveu no ‘Los Angeles Times’ sob o título ‘A China é boa para a América Latina?’. Diz que já é a maior parceira de Brasil e Chile -e, ao contrário dos EUA, ‘promete relação comercial sem interferência política ou de políticas’. Mas busca ‘seus próprios interesses, não necessariamente os da região’ e precisaria ser questionada pelos efeitos ‘de longo prazo’.


À espera Na manchete do Valor Online no fim do dia, ‘Bovespa fecha em queda, à espera dos dados da China’. Segundo ‘analista’, ‘se vierem bons, podem gerar mais medidas contracionistas; e, se forem fracos, a China não puxará tanto o crescimento mundial’. Como adiantou o ‘FT’ no final de semana, ‘todos os olhos estarão na China’, que hoje vai divulgar os números do PIB e da inflação -e também estrear o estatal AgBank na Bolsa de Xangai.


A TARIFA CONTINUA


A ‘Foreign Policy’ adiantou ontem que os democratas, em reunião informal na Câmara de Representantes, devem decidir pela manutenção da tarifa de 54 centavos por galão, sobre o etanol brasileiro, e também do subsídio de 45 centavos por galão, para o etanol de milho produzido pelos EUA. Ouve, do representante no país da Unica, lobby brasileiro de etanol, que ‘afronta a inteligência e a carteira’ dos americanos.


O ‘FT’, citado pela ‘FP’, relaciona a resistência ao etanol à ascensão do protecionismo nos EUA.


BRASIL E TURQUIA, NÃO


A Reuters noticia que a chanceler da União Europeia aceitou a proposta do Irã de retomar o diálogo com as potências, mas que ‘deve focar o programa nuclear’. E o chanceler da Rússia declarou que a participação de Brasil e Turquia no diálogo, pedida pelo Irã, não foi cogitada, segundo a agência RIA Novosti.


Na ‘Foreign Policy’, o diplomata britânico Alastair Crooke, ex-assessor da União Europeia, escreveu que as sanções ao Irã, pelo Conselho de Segurança e depois pelos EUA, ‘expressaram os temores americanos diante da evaporação do respeito pela liderança dos EUA e sua preocupação com a ascensão das novas potências’. Em suma, elas ‘visaram a tratar rudemente [stiff] duas dessas novas potências, Brasil e Turquia’, que precisavam ser ‘colocadas na linha’.


Inovação 1 Deu no blog TechCrunch e ecoou por ‘NYT’ e ‘FT’ a ‘mudança na expectativa da indústria de capital de risco para os emergentes’. Pesquisa com 500 ‘capitalistas de risco’ (venture capitalists) mostrou previsão de retração nos EUA e na Europa e de expansão nos Brics. Para o autor do levantamento, ‘o palco está armado para que China, Índia e Brasil se ergam como condutores de inovação’.


Inovação 2 No indiano ‘Economic Times’, com eco na ‘Information Week’, o diretor de globalização da Cisco, empresa americana de tecnologia e serviços, selecionou o Brasil como ‘a próxima fronteira’ -como ‘centro de inovação’ para onde deve ‘transferir o que foi aprendido na Índia’. Antes, na Folha, o presidente da Sony declarou que o Brasil ‘está prestes a se converter em outro colosso’.


 


 


LIBERDADE


Em documento, mídia defende liberdade


As principais entidades representativas dos meios de comunicação encaminharam um documento de seis páginas para o ministro Samuel Pinheiro Guimarães, da Secretaria de Assuntos Estratégicos, defendendo que ‘a liberdade de pensar e externar opiniões e informações, sem controle de quem quer que seja, é da própria essência da democracia’.


O texto foi enviado em resposta a um ofício de Pinheiro Guimarães a diversos dirigentes de empresas associadas às entidades, pedindo-lhes suas avaliações sobre como deverá ser o setor no Brasil em 2022.


As empresas decidiram unificar o seu posicionamento, assinado pela Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), pela ANJ (Associação Nacional de Jornais) e pela Aner (Associação Nacional de Editores de Revistas).


Essas entidades defendem o modelo democrático criado pela Constituição Federal de 1988 e argumentam: ‘Com a ampla e livre difusão de informações e a permanente promoção do debate, os meios de comunicação possibilitam que a nação fale consigo mesma e forme os consensos necessários para os avanços sociais, políticos e econômicos’.


Acrescentam: ‘Esperamos que floresça, nos próximos anos, uma exuberante cultura de autorregulação nos meios de comunicação brasileiros como consequência necessária do princípio segundo o qual ‘o Estado não fiscaliza a imprensa, e, sim, a imprensa fiscaliza o Estado’, como prega o ministro Carlos Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal.


Após citarem o artigo da Declaração dos Direitos Humanos sobre a liberdade de opinião e de expressão e de enumerarem dez enunciados internacionais subscritos pelos presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006, os representantes do setor defendem vários princípios de não intervenção, inclusive o de que o exercício da profissão de jornalista não seja regulado pelo Estado.


COMBATE À IMPUNIDADE


As entidades defendem ainda que o poder público combata a impunidade dos crimes contra jornalistas, a aprovação de uma lei de acesso à informação pública, a liberdade de informação comercial e os direitos autorais de jornalistas e empresas jornalísticas no uso de suas informações na internet.


O texto foi enviado em 24 de junho, justamente quando aumentam as dúvidas quanto às intenções do PT em relação à liberdade de imprensa no país.


Conforme o próprio ministro Pinheiro Guimarães já disse à Folha, o seu projeto ‘Brasil 2022’ pode ‘ser útil’ para o programa da candidata do partido à Presidência, Dilma Rousseff.


 


 


IRÃ


Chanceler nega que pena de ‘adúltera’ tenha sido suspensa


O chanceler do Irã, Manouchehr Mottaki, negou ao ‘El País’ que a Justiça tenha suspendido a sentença de morte por apedrejamento da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, 43, acusada de adultério, como anunciado no domingo.


O governo brasileiro negou ter se somado à campanha internacional contra a execução.


Também ontem, o cientista nuclear iraniano que disse ter passado um ano como refém dos EUA ao reaparecer, anteontem, em Washington, embarcou de volta ao seu país.


 


 


TELEVISÃO


Audrey Furlaneto


Com Copa, não-esportivos da Globo perdem anúncios


Se a Globo arrecadou mais de R$ 607 milhões com patrocínios da Copa, programas alheios ao esporte não tiveram a mesma sorte.


‘TV Xuxa’ e ‘S.O.S. Emergência’ viram seus intervalos comerciais serem quase todos preenchidos por chamadas da própria emissora.


O chamado ‘calhau’ no jargão publicitário, usado para preencher espaços não comercializados, dobrou na série. As propagandas (com patrocinadores) caíram 30%.


Em 30 de maio, ‘S.O.S.’ teve oito propagandas e três chamadas para a programação da Globo. Em 11 de julho, dia da final da Copa, foram quatro anúncios e cinco chamadas. ‘TV Xuxa’ passou de 11 anunciantes para cinco (em 29 de maio e 10 de julho).


Para Fábio Wajngarten, diretor do Controle da Concorrência, os dados mostram que, ‘em gêneros alheios à Copa, houve dificuldade de comercializar publicidade.’


A Globo afirma que os intervalos são destinados à ‘comercialização, promoção da grade de programação e às campanhas sociais da emissora ou apoiadas por ela.’ Já o uso de chamadas da casa ‘é decisão estratégica da Rede Globo’.


Distorção 1 A Globo admite que deu uma ‘maquiada’ na versão online da reportagem do ‘Fantástico’ que, sem querer, deixou passar os nomes de Richarlyson e Ronaldo em frases eróticas no e-mail de uma cafetina.


Distorção 2 Dois dias depois de o programa ir ao ar com a gafe (ou como disse a emissora: ‘depois que o assunto veio à tona’), resolveu-se ‘aumentar ainda mais a distorção’ no trecho do vídeo online. Agora, os nomes estão embaçados.


É comigo? E Ronaldo seguiu alheio à saia justa que virou hit virtual anteontem. No Twitter, deixou só um ‘Fala, galera. Hoje, dia de treino em dois períodos e amanhã tem nosso Timão de volta’.


Malu é Malu Depois de Rodrigo Santoro ganhar papel de si mesmo em série da Globo, é a vez de Malu Mader se ‘autointerpretar’. Na série ‘Na Lama e na Fama’, do Multishow, ela será Malu Mader num comercial de margarina com Erika Mader, sua sobrinha e protagonista do seriado.


Só Silvio sabe Está concluído o piloto de ‘Quem Não Viu Vai Ver’, o ‘Vídeo Show’ do SBT, mas não há previsão de estreia. Falta a parte mais difícil: Silvio Santos deve ver e aprovar o produto.


Navalha na carne Às custas de bisturis e bizarrices de plásticas, ‘Dr. Hollywood’ chegou ao segundo lugar na Rede TV!, atrás apenas do ‘Pânico’. De janeiro para junho, a audiência cresceu 72%.


 


 


Vitor Moreno


Episódios de ‘Greek’ narram aventuras após noite de ressaca


Se ‘Greek’ fosse à universidade, teria dificuldades em entrar em uma fraternidade, normalmente reservadas a alunos endinheirados, atraentes e populares.


A série não se esforça em fugir dos estereótipos e, embora trate de uma faixa etária mais elevada, não passa longe de ser mais um besteirol colegial americano.


Zeta Beta Zetas, Omega Chi Deltas, Kappa Tau Gammas e afins parecem só se preocupar com festas e relacionamentos amorosos. A terceira temporada, que terminou em março nos EUA, chega por aqui amanhã. O episódio de estreia começa no dia seguinte à festa do fim do mundo, que encerrou o segundo ano.


Todos têm que lidar com a ressaca e com as consequências da noite anterior.


Rusty (Jacob Zachar), que deixou de lado um projeto de química para ir à festa, ganha a ajuda de Casey (Spencer Grammer) e Cappie (Scott Michael Foster) para entrar no laboratório e terminar o trabalho à tempo.


Mesmo com a baixa audiência, a série foi renovada para uma quarta temporada. O criador já anunciou, contudo, que será a última.


NA TV


Greek – 3ª temporada


QUANDO sex., às 23h, na Universal


CLASSIFICAÇÃO Não informada


 


 


JORNAL DO BRASIL


Elvira Lobato


Presidente do ‘Jornal do Brasil’ se opõe ao fim do jornal impresso


O presidente do ‘Jornal do Brasil’, Pedro Grossi Jr., pediu licença do cargo, por tempo indeterminado, porque discorda da extinção do jornal impresso decidida pelo empresário Nelson Tanure, que tem o direito de uso da marca por 60 anos.


A partir do dia 1º de setembro, o conteúdo do ‘JB’ ficará disponível apenas pela internet, com custo de assinatura mensal de R$ 9,90. O jornal informou a mudança a seus leitores ontem, em anúncio de duas páginas.


Grossi afirma que parte dos problemas financeiros do ‘JB’ vinha de falhas de gestão e que, em três meses, tinha reduzido o custo da folha de pagamentos de R$ 1,35 milhão para R$ 790 mil mensais; economizado R$ 200 mil por mês em custos administrativos de gráfica e baixado o consumo de papel com igual tiragem.


Para ele, o jornalismo na internet ainda depende da credibilidade do jornal impresso, e a migração para o meio eletrônico representa riscos.


O ‘JB’ tem 119 anos e vem de longa crise financeira. Nelson Tanure arrendou a marca em 2001, quando a tiragem diária era de 76 mil exemplares. A atual é de 20 mil.


O Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro convocou para a próxima semana manifestação em frente à sede do jornal, em protesto contra o fim do impresso. O editor-chefe da publicação, Fernando Santana, disse que a Redação trabalhou normalmente ontem e que não espera demissões.


 


 


MERCADO


Sul-africana Naspers compra parte de grupo de tecnologia russo


O grupo sul-africano Naspers comprou parte da empresa russa DST (Digital Sky Technologies), intensificando as suas aquisições nos mercados emergentes, prioridade da companhia.


Para adquirir 28,7% da DST, a Naspers pagou US$ 388 milhões e ainda cedeu 39,3% da participação da unidade russa Mail.ru, que ela já dividia com a DST. Com o acordo, a DST agora é dona de 99,9% da Mail.ru.


A DST é uma das maiores empresas de internet da Rússia e, em abril, comprou por US$ 188 milhões o ICQ, programa de mensagens instantâneas muito famoso na década passada. Além disso, é investidor do site de relacionamento Facebook e do Zynga (fabricante de games on-line como ‘Mafia Wars’ e ‘FarmVille’).


A Naspers, que é dona de canais de TV na África do Sul e em outros países do continente, tornou prioridade a expansão nos mercados emergentes. Ela comprou 35% da chinesa Tencent e tem ativos no Brasil, na Índia, na Tailândia e em países do Leste Europeu.


Há cerca de duas semanas, ela disse que vai continuar a crescer por meio de aquisições, especialmente no mercado de internet, que tem mostrado ‘vigoroso crescimento’ nos mercados de países em desenvolvimento.


No Brasil, ela, que detém 30% da Editora Abril, adquiriu em setembro do ano passado 91% do site BuscaPé, de comparação de preços. Para isso, pagou US$ 342 milhões.


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Quinta-feira, 15 de julho de 2010


 


CANUDO


Felipe Recondo


Comissão da Câmara aprova volta da obrigatoriedade do diploma para jornalista


Uma proposta aprovada hoje por uma comissão especial da Câmara retoma a obrigatoriedade do diploma universitário para o exercício da profissão de jornalista. O texto ainda precisa da aprovação do plenário da Câmara para depois ser remetido ao Senado.


Ao contrário do que julgou o Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado, a proposta votada pelos deputados diz que a exigência de diploma não viola os princípios da liberdade de pensamento e de informação jornalística. A aprovação do texto é uma reação ao julgamento do STF, que desregulamentou a profissão.


Em 2009, os ministros do STF julgaram, por 9 votos a 1, ser inconstitucional a exigência do diploma e registro profissional no Ministério do Trabalho para o exercício da profissão de jornalista. A exigência do diploma estava expressa num decreto-lei que entrou em vigor durante a ditadura militar (decreto-lei 972, de 1969). O texto votado pela Câmara coloca na Constituição a necessidade do diploma para o exercício da profissão.


‘A exigência de graduação em jornalismo e de registro do respectivo diploma nos órgãos competentes para o exercício da atividade profissional, em atendimento ao disposto no inciso XIII do art. 5º, não constitui restrição às liberdades de pensamento e de informação jornalística de que trata este artigo’, determina a proposta de emenda à Constituição. O inciso XIII do art. 5º a que faz referência a proposta diz que ‘é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer’.


O relator do processo no Supremo, ministro Gilmar Mendes, afirmou, após aquele julgamento, que qualquer tentativa de retomar a obrigatoriedade do diploma de jornalista seria inconstitucional. ‘Não há possibilidade do Congresso regular isso, porque a matéria decorre de uma interpretação do texto constitucional. Não há solução para isso. Na verdade, esta é uma decisão que vai repercutir inclusive sobre outras profissões. Em verdade, a regra da profissão regulamentada é excepcional no mundo todo e também no modelo brasileiro’, afirmou.


O atual presidente do Supremo, ministro Cezar Peluso, disse naquele julgamento que o exercício da profissão de jornalista dispensa o diploma, pois não haveria ‘nenhum conjunto de verdades científicas cujo conhecimento seja indispensável para o exercício da profissão’.


 


 


JORNAL DO BRASIL


Glauber Gonçalves


‘JB’ deixa de ter versão impressa em setembro


O Jornal do Brasil, um dos mais antigos jornais do País – é publicado há 119 anos -, anunciou ontem que deixará de circular em 1.º de setembro, quando passará a ter apenas uma versão online. Entretanto, a controladora do JB, a Docas Investimento, do empresário Nelson Tanure, não desistiu de passar adiante a marca arrendada da família Nascimento Brito. Segundo o diretor de operação da Docas, Eduardo Jácome, o grupo estuda a possibilidade de ficar apenas com a versão online e transferir o direito sobre a edição impressa a possíveis interessados.


Segundo Jácome, a Docas Investimentos foi procurada anteontem por um investidor interessado em ficar com o título. ‘O que pudermos fazer para facilitar a transferência, nós vamos fazer’, disse. ‘Pode-se criar um modelo em que a rádio fique com um, o jornal com outro e o online com um outro. Hoje, por exemplo, você tem a rádio JB, que não está conosco. E se alguém quiser ficaram com tudo, também temos interesse.’


Apesar da possibilidade de negociação da marca, Jácome informou que o JB deve começar nas próximas semanas o planejamento da edição online. ‘Não será apenas a manutenção do site que já temos. Um dos planos em estudo é a implantação de uma Web TV’, disse. Ele informou, ainda, que deve haver ajustes no quadro de funcionários da redação e do comercial. ‘Devemos adequar o número de funcionários à nova realidade.’


Descontente com a mudança para a internet, o presidente do JB, Pedro Grossi, declarou que permanece no jornal somente enquanto circular a edição impressa. ‘Enquanto houver jornal sendo vendido nas bancas, eu fico’, disse. Ele acredita, no entanto, que possa haver uma alternativa, mas não deu detalhes. ‘É preciso ver o que vai acontecer em 1º de setembro. Eu busco uma alternativa. Se até lá houver outro impresso, eu sigo.’


O Jornal do Brasil, editado há 119 anos no Rio, é o segundo jornal que deixa de circular depois de ser assumido por Nelson Tanure. Há pouco mais de um ano, a Gazeta Mercantil, que também foi arrendada pelo empresário, parou de circular por problemas financeiros.


 


 


TELEVISÃO


Keila Jimenez


Globo e 02 podem fazer série racial


Um romance que passeia pela história da formação racial do povo brasileiro pode virar minissérie na Globo. Trata-se do livro Um Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves, que a 02 Filmes pretende transformar em obra televisiva. O projeto, ainda em fase embrionária, está sob o comando do diretor Paulo Morelli. Seu andamento depende da negociação dos direitos do livro, e da aprovação da Globo. Um Defeito de Cor conta a história de uma senhora africana, cega e à beira da morte, que viaja da África para o Brasil em busca do filho desaparecido há anos. Ao longo da travessia, ela reconta sua vida, marcada por mortes, violência e escravidão. Procurada, a 02 não fala sobre o projeto.


42 capítulos de Ti-Ti-Ti, da Globo, já estão na mão da produção da trama. A autora, Maria Adelaide Amaral, quer estrear com uma grande frente capítulos escritos


‘Espíritos obsessores influenciam viciados na cracolândia!’ ‘Constatação’ de especialistas em debate espírita, anteontem, no Superpop, da RedeTV!.


Marcelo Adnet apresentará novamente este ano o VMB, premiação promovida pela MTV, que será no dia 16 de setembro.


Já o debate com presidenciáveis, que a emissora musical fará no dia 10 de agosto, às 22h30, será comandado por Cazé. Dos quatro principais candidatos, apenas Dilma Rousseff (PT) ainda não confirmou a presença.


Pop Corn dobrou sua audiência no segundo dia de exibição na Band: registrou na terça 2 pontos de ibope.


A Globo terá de providenciar outros figurinos – que têm toques de toureiro – para o estilista Victor Valentim em Ti-Ti-Ti. Tudo porque seu protagonista, Murilo Benício, seguiu adiante com a dieta, e as roupas, confeccionadas no início das gravações, estão enormes.


O ator, que engordou para viver o tenente Wilson em Força Tarefa, perdeu 10 quilos em dois meses e quer emagrecer mais.


Sucesso na internet o vídeo batizado de Legendários Fail (fracasso). A edição coloca o líder do programa, Marcos Mion, o tempo todo em contradição e acusa a atração de ser um plágio total. O vídeo, por sinal, estava no Facebook de um dos legendários, Felipe Solari.


Além da dispensa de três integrantes, o clima entre os Legendários não anda nada bom, principalmente entre João Gordo e Marcos Mion. Procurado, Mion não se manifestou.


Quente também estão os bastidores do Programa do Gugu, na Record. Dias atrás, o diretor do programa, Homero Salles se desentendeu com o secretário pessoal do apresentador, Gustavo Coimbra, e chegou a chamar os seguranças da emissora para colocar o rapaz para fora da gravação. Gugu interveio e exigiu que Gustavo seguisse acompanhando os programas.


 


 


 


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