Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Dora Kramer


‘Parecem excessivos os gastos com propaganda de um Poder que tem rádio e TV Os números são eloqüentes: de 2003 a 2004, os gastos da Câmara dos Deputados com propaganda, mais especificamente com um contrato à firma do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, somaram R$ 5,9 milhões e R$ 10,5 milhões por ano, respectivamente.


É de se indagar por que, afinal de contas, um Poder que dispõe de televisão, rádio e jornal, gasta tanto com publicidade. Confrontado com esses valores, o presidente da Câmara à época, deputado João Paulo Cunha, alega que a despesa dobrou porque houve ‘divulgação das reformas e leis’ acrescidas, segundo ele, de ‘novos produtos’. Quais, não especifica.


A respeito das relações do agora personagem central das investigações da CPI dos Correios com a Câmara já se sabe um pouco mais.


O publicitário cuidou da campanha – em tese desnecessária, visto tratar-se de candidatura única – de João Paulo à presidência da Câmara, foi contratado para a campanha de Luiz Eduardo Greenhalgh a presidente da Casa no ano passado e, nesse meio tempo, teve a conta de publicidade da Câmara.


Talvez fosse o caso de requisitar cópia do contrato de prestação de serviços publicitários ao Senado, se é que existe, só para estabelecer um parâmetro comparativo de despesas, uma vez que ali também se aprovaram leis e reformas e, quem sabe, até se criaram ‘novos produtos’ igualmente passíveis de divulgação em veículos outros que não os à disposição da Casa, criados para dar ao público informações sem depender da pauta dos meios de comunicação privados.


O exame desses contratos seguiria o procedimento adotado nas investigações em relação aos documentos de natureza semelhante firmados com empresas estatais, em virtude de Marcos Valério ter sido apontado como condutor do trem pagador de suposta mesada a deputados da base aliada ao governo e descobertos 103 saques em dinheiro, num total de R$ 20,9 milhões, feitos por ele no período aproximado de dois anos.


Se pagamento de mesadas houve, foi durante a presidência de João Paulo, sob cuja responsabilidade se abriu também sindicância na corregedoria para apurar a veracidade de informações passadas em 2004 pelo deputado Roberto Jefferson ao deputado Miro Teixeira sobre o que agora se convencionou chamar de ‘mensalão’.


Na ocasião, a corregedoria fez um trabalho relâmpago, ao final do qual arquivou o caso sob o argumento de que não havia pistas. Situação inusitada frente à quantidade de pessoas, deputados entre eles, que se apresenta hoje para afirmar que era ‘voz corrente’ na Câmara a existência de negociações heterodoxas envolvendo partidos cujas bancadas foram infladas no processo de troca-troca de legendas que se estendeu da posse do presidente Luiz Inácio da Silva até as vésperas da eleição de Severino Cavalcanti.


PTB, PL e PP – hoje também na berlinda – foram personagens centrais de todo aquele período. Influentes ao ponto de terem conseguido do então presidente João Paulo o engavetamento da proposta de reforma política na Comissão de Constituição e Justiça em troca do apoio à emenda da reeleição para as presidências da Câmara e do Senado, derrotada por 5 votos.


À luz dos esclarecimentos recentes, convenhamos, poder-se-ia dizer que os trabalhos da corregedoria à época foram, no mínimo, descuidados, mereceriam ser revistos e os envolvidos naquele ensaio de investigação convidados a dar suas impressões.


Segundo ato


A atuação do advogado de Roberto Jefferson ontem no Conselho de Ética da Câmara tentando provar que seu cliente não quebrou o decoro parlamentar ao denunciar a existência do ‘mensalão’ mostra que o deputado não sublimou o mandato como afirmara.


A prestação de contas do petebista com o decoro parlamentar, porém, não diz respeito às acusações feitas por ele, mas às afirmações de Maurício Marinho na gravação da propina, de que agia a soldo de Roberto Jefferson.


Além disso, o deputado do PTB mentiu – e admitiu isso depois no Conselho de Ética – em seu primeiro discurso de defesa na Câmara, quando negou as evidências mostradas na fita e disse ter sido vítima de chantagem.


Sem espetáculo


O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, nega que a Polícia Federal vá fazer ofensivas espetaculares no intuito de mostrar-se adiante dos trabalhos das investigações parlamentares.


Segundo ele, se há uma preocupação na PF hoje é a de agir com prudência e ‘errar o menos possível’.


O preço


O presidente do Senado, Renan Calheiros – partidário da tese ‘o PMDB ou o caos’ -, não soube responder ao presidente do partido, deputado Michel Temer, quando este lhe perguntou por que o PMDB pode garantir a governabilidade com 4 ministérios, mas não pode com os 2 que já ocupa.


Causa própria


Os 20 senadores do PMDB signatários do documento favorável à adesão não deram ponto sem nó. Como pelo menos um ministro será um senador com mandato até 2010 e dois terços não serão candidatos em 2006, legislam em causa própria.’



Mauro Marcelo de Lima e Silva


‘Ora, a culpa é da Abin ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 28/06/05


‘A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) ora tem sido a undécima versão da Geni, de Chico Buarque. Joga pedra na Geni. Joga pedra na Abin. É conveniente, para setores que se dizem politicamente ‘esclarecidos’ – mas jamais esclarecíveis – lembrarem agora da Abin e a apontarem como bode expiatório, para justificar irregularidades, arapongagem ou atos de corrupção. É francamente mais fácil, e politicamente mais cômodo, atribuir tais responsabilidades à Agência. E, assim, nesse processo, tais corifeus se postam na condição de vítimas perante a opinião pública. Isso (para dizer o mínimo) sem disporem de quaisquer provas. Pura insídia.


Esse tem sido o perverso rosário no caso dos Correios. Sim: é possível até que alguém rotule todo o ‘imbróglio’ de conspiração da Abin. Quem sabe com suspeita de ajuda da CIA, ou seria de Cuba? É mais fácil também, e talvez lucrativo, que a história seja repassada ou vendida antes de qualquer verificação cuidadosa. Não podemos esquecer que o senso comum é facilmente influenciável e costuma interagir a partir de enredos de novelas e filmes, notícias de jornais e mesmo livros de ficção, repletos de ‘síndromes de conspiração’. Ingredientes não faltam. Eis, portanto, um rematado roteiro hollywoodiano.


A Abin não é o SNI. Permanece a confusão entre as atividades da Abin e as do antigo SNI. Confusão essa facilitada (ou estimulada) por gestos teatrais e tiradas mirabolantes. Mas a realidade é bem outra. Sejamos mais profissionais. Basta de detetives amadores! Tudo o que tem sido dito e publicado sobre a participação da Abin no caso dos Correios não reproduz com fidelidade nosso trabalho. A atuação do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), tendo a Abin como seu órgão central, tem por finalidade fornecer subsídios ao presidente da República e a outros órgãos do governo nos assuntos de interesse nacional. Desse modo, é realizado amplo e permanente acompanhamento sobre fatos e situações com influência sobre o processo decisório e a ação governamental e sobre a salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado, ou seja, nossas atribuições vêm sendo desempenhadas exclusivamente, repito, exclusivamente na defesa dos interesses do Estado do brasileiro.


O foco, a finalidade, do trabalho da Abin não é obter provas, mas informações de interesse do presidente da República. A prova pode ser uma informação. Mas a informação não é necessariamente uma prova. Essa é a grande diferença entre os trabalhos desenvolvidos pela Abin e os da Polícia Federal. Nós buscamos a informação. Eles, a prova. Na busca dessas informações contatamos fontes, informantes, buscamos o dado negado, trabalhamos no ‘border line’ da legalidade, mas sem ultrapassamos a linha. A Abin estava agora, como sempre esteve, na sua missão legal de coleta de informações, inclusive sigilosas, para a produção de conhecimento e, nesse trabalho, conta com a valiosa sinergia de dezenas de instituições integrantes do Sistema.


Nesse mister, observamos cuidadosamente nosso papel de produzir subsídios para o processo decisório governamental. Assim, toda a coleta e análise de dados pertinentes não implicou, em momento algum, sobreposição a atividades de investigação policial. Ao contrário: buscamos sempre a cooperação e a parceria com outras instituições. Não existe competição entre o trabalho desenvolvido pela Abin e pela PF. O que há são casos pontuais de ignorância explícita sobre o real papel de nossa função, constantemente – e erroneamente – rotulada de arapongagem.


É nesse escopo que as menções do deputado-ator Roberto Jefferson à Abin, em seu discurso-show e entrevistas, não merecem atenção. Trata-se da mais pura e cristalina teoria conspiratória. Forjada, com arroubos teatrais de quem conhece a fina retórica advocatícia, para confundir a opinião pública e, em particular, a mídia. É evidente que jogar a culpa na Abin é uma boa saída. Tudo não passa de armação da Agência: eis o eixo do mal prodigalizado pelo ator-advogado-deputado em seu teratológico depoimento.


De fato, eis uma saída engenhosa, um ardil agudo, para desviar a atenção. O que a mídia e os demais formadores de opinião de nosso país devem se atentar é em não serem atraídos pelo canto da sereia, de alguém que, no desespero, se utiliza de acusações levianas e irresponsáveis contra uma instituição séria, que se pauta pela irrestrita observância dos direitos e garantias individuais e dos princípios éticos que regem os interesses e a segurança do Estado.


Mas falta um detalhe importante. Quem é que está tentando desviar a atenção do foco do problema? É a Abin? Certamente não. A Agência busca a verdade. Quem tenta obscurecer a percepção da realidade é aquele que em passado não muito distante se beneficiava de uma situação amplamente condenada pela sociedade brasileira. Apesar do ‘show teatral’, não pactuamos com atitude messiânica utilizada para iludir os incautos sobre a verdade dos fatos.


Ele usou a desinformação, que podemos traduzir por atos de defesa que utilizam dados falsos, mesclados com informações verdadeiras, a fim de dar crédito. São as meias-mentiras e meias-verdades. Ardilosa trama. Mas esse tipo de estratagema não configura novidade. Sabe-se, no mundo do processamento de informações de Inteligência, que uma das mais insinuantes feições da trama farsesca consiste justamente neste ardil: erigir um corpo temático, composto de supostas verdades, todas passíveis de serem checadas, e polvilhar rastilhos de mentira ao meio do construto – quase sempre um discurso repleto de histrionismos e bravatas. O produto final é um prato a ser consumido quente, pela mídia, e um prato a ser servido frio, pelo denunciante, sobretudo porque quase sempre esse tipo de gente resolve abrir a boca porque são sabedores de que, mais cedo ou mais tarde, seriam pespegados metendo os pés pelas mãos.


Esse ato radical de teatro impressiona menos pelo seu artificialismo do que pelos efeitos desastrosos que causa na democracia: um país pode assim ser paralisado, até mesmo nas raias da economia, pela ânsia, convertida em anseio popular, e até popularesco, de ver-se checado exatamente o que o denunciante falou.


Portanto, desconstituir a calúnia é um ato legítimo de investigação e de Inteligência. É assim que o aparato investigatório, de uma CPI ou da própria polícia e sistema judicial, vê-se ora empenhado em medir a real extensão do que tem se falado por aí. Mas tais denunciantes histriônicos conhecem bem o riscado e o balé da coreografia do poder. Basta uma acusação estar sendo investigada para que o ator lance no ar novas dúvidas e acusações ainda mais agudas. Como disse o filósofo, há dois tipos de mentira: a que não chega até a verdade e aquela que ultrapassa a verdade. Embora nada saibam de filosofia, tais denunciantes conhecem, de instinto, o mister de embaralhar a verdade dentre as cartas marcadas pela falsidade.


Converter uma fricção rotineira numa teoria conspiratória foi o quesito mais premiado à mídia pelo deputado. Pouco faltará para que seja, também, o mais condenável pela lei, pela ética e pelos fatos. Qualquer tolo pode dizer a verdade, mas para mentir é preciso muita imaginação. (Mauro Marcelo de Lima e Silva é delegado de polícia em exercício como diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin))’



Lydia Medeiros


‘Na internet, tudo sobre a CPI dos Correios’, copyright O Globo, 28/06/05


‘As investigações sobre as denúncias de corrupção no governo Luiz Inácio Lula da Silva poderão ser acompanhadas em tempo real. A promessa é do presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), que botou no ar ontem uma página na internet com todas as informações sobre os trabalhos da comissão.


No endereço www.cpidoscorreios.org.br é possível encontrar a composição da comissão, a pauta das reuniões, a íntegra dos depoimentos e até fazer denúncias aos deputados e senadores, com garantia de anonimato. Por enquanto, está disponível apenas o depoimento do funcionário dos Correios Maurício Marinho, flagrado recebendo propina.


Na página de apresentação, há uma carta de Delcídio prometendo rigor nas investigações: ‘Dirijo-me a todos os cidadãos brasileiros, principalmente a meus pares no Congresso, integrantes da CPI, para afirmar que, consoante com a expectativa de todos, conduzirei, com o relator, deputado Osmar Serraglio, os trabalhos desta CPI com a lisura, transparência e isenção necessárias, bem como para assegurar que, com todos os parlamentares e técnicos que trabalharão conosco, teremos o equilíbrio esperado para o desempenho dessa importante missão’.


Com a iniciativa, Delcídio tenta mostrar independência em relação ao governo e preservar sua candidatura ao governo de Mato Grosso do Sul. Para isso, também tem adotado um discurso que privilegia os fatos, segundo ele o motor da CPI.


Na carta de abertura do site, o senador afirma esperar que os resultados da CPI, além de estabelecer a verdade, punam os culpados e aperfeiçoem a administração, para evitar a repetição de erros. E termina com uma prece: ‘Que Deus nos ilumine’.


O site traz também a lista dos requerimentos aprovados, boletins sobre os acontecimentos mais recentes e atalhos para as reportagens publicadas sobre o assunto.’



Carlos Marchi


‘Cunhado de Gushiken fatura mais com estatais ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 29/06/05


‘As revistas especializadas Investidor Institucional e Investidor Individual, da Ponto de Vista Editorial, do jornalista Luis Leonel, quase dobraram as receitas decorrentes de propaganda de empresas estatais depois que o cunhado de Leonel, o ministro Luiz Gushiken, assumiu a Secretaria de Comunicação da Presidência, no início de 2003. A editora reconheceu ontem, em nota, que os anúncios de empresas estatais representavam 26% da publicidade total das revistas até fim de 2002; em 2003 e 2004 passaram a representar 47,36%% e 45,45%, respectivamente.


Leonel não quis falar à imprensa ontem e distribuiu uma longa nota para explicar sua relação com Gushiken. A nota não fala nos parentescos que pontuam a relação de Leonel com Gushiken, mas o jornalista disse ao Estado que Renata, a irmã de Gushiken, trabalha na parte administrativa da empresa há 10 anos e que sua irmã, Elizabeth Leonel Ferreira, é casada com o ministro. Mas ele insistiu que ‘o parentesco não tem nada a ver com os anúncios’.


SEM PODER


A Secretaria de Comunicação e Governo, por meio da sua assessoria de imprensa, informou que Gushiken não tem poder de influência nas contas de publicidade das empresas estatais. Os critérios para a escolha das revistas do empresário Luis Leonel, cunhado de Gushiken, como anunciantes dos Correios, Caixa Econômica Federal, Petrobrás e Banco do Brasil teriam sido definidos pelas próprias empresas e agências contratadas.


Ministro nega influência em anúncios de empresas


A Secretaria de Comunicação e Governo, por meio da sua assessoria de imprensa, informou que o ministro Luiz Gushiken não tem poder de influência nas contas de publicidade das empresas estatais. Os critérios para a escolha das revistas do empresário Luis Leonel, cunhado de Gushiken, como anunciantes dos Correios, Caixa Econômica Federal, Petrobrás e Banco do Brasil teriam sido definidos pelas próprias empresas e agências contratadas.


A Secom diz que o fato de os anúncios serem publicados com o selinho ‘Brasil, um país de todos’ – marca difundida pela Secom – não significa que Gushiken tenha controle sobre a publicidade das estatais. Luis Leonel já tinha empresas estatais como anunciantes desde 2000, segundo a Secom.


A secretaria informou que nunca repassou direta ou indiretamente dinheiro às revistas e descartou qualquer vinculação do ministro com os anúncios das estatais. A pessoas próximas, Gushiken avalia que está sendo alvo de denúncias ‘sem consistência’, que atingem empresas com ‘credibilidade’. As revistas Investidor Individual já contava com estatais na carta de anunciantes antes de Gushiken ocupar o posto de ministro.’



Juliano Barreto


‘Internet vira fonte para notícias políticas ‘, copyright Folha de S. Paulo, 29/06/05


‘Além de provocar uma crise em Brasília, as recentes acusações de corrupção contra o governo federal também serviram para mostrar que os brasileiros estão se informando de maneiras diferentes.


Nas últimas semanas, os diários virtuais (blogs) de jornalistas especializados em política receberam milhares de novos visitantes.


O blog do jornalista Ricardo Noblat (noblat.ultimosegundo.ig.com.br) bateu seu recorde de acessos. Cerca de 72 mil pessoas leram os textos sobre as declarações do deputado Roberto Jefferson (PTB) à Comissão de Ética da Câmara, no último dia 14.


‘O recorde anterior era de 51 mil visitas. Foi durante aquele caso do Chico Buarque com uma morena na praia’, afirma Noblat.


Outro blog que serviu como fonte alternativa de informações foi o do colunista Jorge Bastos Moreno (oglobo.globo.com/online/blogs/moreno/default.asp), do diário carioca ‘O Globo’.


Para Moreno, o período conturbado em Brasília ajudou a mostrar a importância dos blogs.


‘Nas transmissões de TV dos depoimentos não existem comentaristas, como nas transmissões esportivas. Por isso, a pessoa procura nos blogs detalhes não relatados’, diz Moreno.


As transmissões ao vivo de vídeo pela internet também viram sua audiência crescer durante as declarações do deputado Roberto Jefferson à Comissão.


O UOL (www.uol.com.br) teve 96.838 usuários assistindo à transmissão em vídeo do episódio.


‘O depoimento do deputado provocou uma corrida à internet. Como houve transmissão ao vivo em horário comercial, muitos interessados no rumo da política brasileira foram à rede para se informar’, diz a diretora de conteúdo do site, Márion Strecker.


A versão on-line da Folha também registrou o aumento do interesse dos internautas pela política. A editoria Brasil, da Folha Online, recebeu 6,7 milhões de visitas na primeira quinzena de junho. Um mês antes, havia recebido 2,7 milhões de visitas no mesmo número de dias.


Guia político


Textos de outros jornalistas, como Alberto Dines e Mino Carta, podem ser vistos no site Observatório da Imprensa (observatorio.ultimosegundo.ig.com.br).


Em sua versão on-line, o jornal ‘O Globo’ abriga blogs dos colunistas Tereza Cruvinel e Ilimar Franco, no endereço oglobo.globo.com/online/blogs.


O site de notícias No mínimo (www.nominimo.com.br) também conta com vários blogs de especialistas em política.


Para encontrar novos blogs, é possível usar engenhos de busca como o Blogdigger (www.blogdigger.com) e o Technorati (www.technorati.com). Esse último possui um sistema que encontra diários por meio de etiquetas.’



***


‘Diários políticos e sociais são premiados ‘, copyright Folha de S. Paulo, 29/06/05


‘A organização internacional Repórteres Sem Fronteiras (www.rsf.org), que defende a liberdade de expressão, premiou os melhores blogs sobre questões políticas e sociais.


Foram escolhidos sete, entre 60 inscritos, de nacionalidades diferentes. O diário afegão Shared Pains (kabul2.blogsky.com), que traz comentários sobre o cotidiano daquela região, foi um dos eleitos. O blog iraniano 8mdr8. blogspot.com, escrito por Mojtaba Sminejad, foi outro vencedor. O autor, de 25 anos, foi condenado a dois anos de prisão, por insultar ‘normas supremas’.


O blogueiro Jeff Ooi, da Malásia, também sofreu represálias por causa de seu site, www.jeffooi.com. Ele foi ameaçado porque, segundo autoridades, teria insultado o Islã.


Os outros premiados foram o marroquino www.aljinane.com, o italiano www.ictlex.net, o alemão www.netzpolitik.org e o americano journalism.nyu.edu/pubzone/weblogs/pressthink.


Essa foi a primeira edição do evento, que a organização pretende tornar anual. Para eles, os blogs são o único serviço verdadeiramente jornalístico nos países dominados por regimes autoritários, e a facilidade das ferramentas permite que qualquer um possa se manifestar.’



Eliane Cantanhêde


‘Cadê a mentira?’, copyright Folha de S. Paulo, 28/06/05


‘Quando li ou vi as entrevistas de Roberto Jefferson à Folha, ao ‘Roda Viva’ e ao ‘Jogo do Poder’, da rede CNT, tive a forte sensação de que, apesar do passado, apesar da fama e apesar dos pesares, ele não estava mentindo. Tudo fazia sentido.


Um detalhe, sobretudo, chamou a atenção: quando lhe perguntaram sobre o empresário Henrique Brandão, seu amigo e financiador, Jefferson parou, refletiu e fez uma careta de quem iria falar uma verdade doída. E falou. Sim, o amigo tinha dado dinheiro para suas campanhas ‘por dentro e por fora’. Foi como um teste para saber até onde diria a verdade.


Até aqui, tudo o que tem surgido nas investigações da CPI e da imprensa conferem credibilidade às denúncias do deputado petebista.


Primeiro, Jefferson provocou José Dirceu, conclamando o ministro a cair fora do Planalto. E Dirceu caiu.


Depois, Jefferson jogou na fogueira o publicitário Marcos Valério, até então desconhecido da imprensa e do público. E a secretária confirmou.


Simultaneamente, Jefferson falou que eram malas e milhões. E a Coaf (que controla atividades financeiras) comprovou os saques milionários.


Por fim, Jefferson falou da tal ‘salinha’ próxima à do presidente. E agora é o próprio Valério quem admite que freqüentava o Planalto.


No escândalo que derrubou Collor, o principal algoz foi seu irmão, confirmado depois por uma secretária e um motorista. No que feriu Pitta de morte, as denúncias vieram da ex-mulher. Na compra de votos para a reeleição de FHC, os ‘aliados’ botaram a boca no trombone.


Ou seja: não adianta desqualificar o denunciante pelo que ele é ou pelas motivações, por mais torpes, que o movem. O que importa é sua excelência, o fato. E são eles, os fatos, que se estão impondo e criando um caminho sem volta para a CPI e para a compreensão de todo o processo.


Triste? Tristíssimo. Perigoso? Perigosíssimo. Mas é assim, com dor, que se furam os tumores e se fazem pessoas e instituições saudáveis.’



Folha de S. Paulo


‘DNA não é a agência que mais cresceu, afirma Ibope’, copyright Folha de S. Paulo, 28/06/05


‘O Ibope errou. A DNA Propaganda não foi a agência de publicidade que mais cresceu entre 2003 e 2004, como o jornal ‘Meio & Mensagem’ havia divulgado há duas semanas -a Folha reproduziu a tabela errada no último dia 14. Nela, a agência que tem Marcos Valério de Souza entre seus sócios aparecia com um aumento de faturamento de 203%.


Nova tabela, divulgada ontem pelo ‘Meio & Mensagem’, coloca a Casablanca no topo do ranking -a agência cresceu 2.263%, segundo o Ibope. O Ibope estima o faturamento das agências a partir da contagem dos anúncios veiculados nos meios. Sobre o valor é aplicado o desconto médio de cada mídia sobre o preço de tabela (de 50% em revista e de 74% em jornal, por exemplo).


No novo ranking, a DNA caiu da primeira para a 22ª posição. A SMPB, outra agência de que Marcos Valério é sócio, aparece na nova tabela em sétimo lugar -no ranking anterior, ela figurava, mas não dava para saber em que lugar no ranking.


Critérios diferentes


O Ibope errou porque comparou valores obtidos com critérios diferentes, segundo Dora Câmara, diretora comercial da empresa. Em 2004, o faturamento das agências incluía anunciantes que dividiam seus investimentos para mais de uma agência (o valor era dividido igualmente). Em 2003, não foram contabilizadas contas que elas dividiam.


No caso da DNA, não havia sido contabilizado em 2003 o faturamento que obtivera, por exemplo, com o Banco do Brasil. A agência atende o BB, o maior anunciante público do país, junto com a agência D+. O faturamento da DNA em 2003, que havia sido estimado pelo Ibope em R$ 23,263 milhões, passou para R$ 52,625 milhões com a contabilização dos gastos dos anunciantes que têm mais de uma agência.


A SNPB, que atende a Caixa Econômica Federal, aparece com o segundo maior crescimento na nova tabela (1.318%). A Matisse, agência de Campinas contratada pela Petrobras, ocupa a terceira posição (crescimento de 378%).


Distorções


O novo ranking também está errado, segundo Juliano Sales, sócio da Casablanca. ‘Essa tabela está completamente distorcida. Crescemos 20%, e não mais de 2.000%. É irresponsabilidade o Ibope divulgar esses dados.’


O erro, segundo ele, deve ter sido causado pelos anúncios do Ministério da Educação, um de seus clientes. Por conta de um convênio com a Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão, o MEC tem direito a veicular gratuitamente 15 minutos por semana em rádio e TV. A Sales ganha pela produção do anúncio, mas não pela veiculação. Se ganhasse por isso, a agência teria direito a 15% do valor que custou o anúncio nos dois meios.


Dora Câmara diz que o Ibope ‘não tem condições’ de saber se o MEC veicula anúncios de graça. ‘Claro que isso provoca distorção. Nunca dissemos que somos donos da verdade.’ A diretora diz que o Ibope preferia não divulgar esse ranking. ‘Mas nossos clientes estavam usando essas informações, cada um com um critério diferente’, afirma.


O ideal, de acordo com ela, seria elaborar o ranking a partir do faturamento das agências, mas esse dado não é público.’



IMPRENSA & PODER


O Globo


‘Evento discutirá relação entre imprensa e poder’, copyright O Globo, 28/06/05


‘A relação entre imprensa e poder foi o tema escolhido para o primeiro evento da série ‘Encontros O GLOBO Especial 80 anos’, em comemoração ao aniversário do jornal. O seminário, que será realizado nesta quinta-feira, às 18h, no auditório do GLOBO, reunirá alguns dos mais importantes nomes do jornalismo brasileiro, como o ex-assessor de imprensa do presidente Lula Ricardo Kotscho e jornalistas do GLOBO, como o colunista Merval Pereira, o diretor da Infoglobo Comunicações em Brasília, Jorge Bastos Moreno, e o articulista Luiz Garcia. O editor executivo do jornal Luiz Antônio Novaes, o Mineiro, será o mediador. A entrada é franca.


O debate sobre imprensa e poder é o primeiro de quatro eventos da série ‘Encontros O GLOBO Especial 80 anos’, em que serão discutidos temas ligados ao jornalismo. Os outros três seminários serão dedicados, na ordem, ao colunismo, às grandes reportagens e à evolução da publicidade no jornalismo impresso.


Encontros discutirão temas relacionados ao jornalismo


A gerente da Agência O GLOBO, Regina Eleutério, fala sobre a importância da série de eventos especiais programada para o aniversário do jornal:


– O objetivo desses encontros é, no ano dos 80 anos do GLOBO, discutir diferentes temas relacionados ao jornalismo que estão cada vez mais próximos dos leitores. São questões já levantadas com freqüência por eles na seção diária de cartas do jornal – afirma Regina.


Mineiro, que será mediador do primeiro encontro, considera o tema ‘A imprensa e o poder’ especialmente atual no cenário de crise política vivido pelo país.


– O relacionamento entre a imprensa e o poder é sempre um tema fascinante, mais ainda diante da crise atual. A qualidade dos participantes, entre eles um ex-assessor de imprensa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva , é garantia de um bom debate – diz o editor-executivo.


Em discussão estarão os desafios do relacionamento da imprensa com o poder, os limites éticos no dia-a-dia com as fontes e as armadilhas a serem evitadas para assegurar, diariamente, informação com qualidade e credibilidade.


‘A crítica é da natureza do jornalismo’, diz Kotscho


O palestrante Ricardo Kotscho deixou o comando da Secretaria de Imprensa e Divulgação da Presidência da República em dezembro do ano passado. Em sua palestra, ele pretende mostrar os dois lados da relação entre a imprensa e o poder. Durante o tempo em que trabalhou no Planalto, teve a certeza de que não era bom negócio brigar com a imprensa.


– É bobagem brigar com a imprensa. No fim, você sempre sai perdendo. É melhor conversar sempre. Se você tratar bem e tiver uma boa relação com a imprensa, o governo vai apanhar do mesmo jeito porque a crítica é da natureza do jornalismo. Agora, se tratar mal, vai apanhar muito mais – defende Ricardo Kotscho.


O ex-assessor do presidente Lula vai mostrar, por outro lado, que diante de crises políticas como a vivida no Planalto atualmente, a imprensa pode cometer injustiças e fazer pré-julgamentos.


Cadernos especiais fazem parte das comemorações


– Estamos assistindo agora à mesma gincana que se repete sempre nestas horas: a partir do primeiro furo, da primeira denúncia, os diferentes veículos de comunicação atiçam os seus melhores profissionais para dar qualquer coisa que mantenha a cobertura na ofensiva – diz Ricardo Kotscho. – Pode-se cometer muitas injustiças, precipitações, pré-julgamentos. Mas a vida é assim. Se conspiração há, trata-se de uma conspiração dos fatos.


O evento será realizado no auditório da sede do jornal O GLOBO, localizado na Rua Irineu Marinho, número 35, no bairro Cidade Nova. Os convites podem ser retirados gratuitamente nas lojas dos Classificados do jornal até as 17h do dia do evento. Há uma loja no térreo da sede do jornal.


A série de debates faz parte das atividades em comemoração aos 80 anos do jornal O GLOBO. Foram preparados cadernos especiais com os fatos mais marcantes noticiados na história do jornal, exposições, entre outros eventos.


Os próximos debates


COLUNISMO: O debate está marcado para a segunda quinzena de julho. Colunistas renomados falarão sobre a evolução do jornalismo de coluna no Brasil – das notas sobre sociedade aos grandes furos jornalísticos.


GRANDES REPORTAGENS: O evento será realizado na segunda quinzena de agosto. Jornalistas falarão sobre os bastidores de grandes reportagens – como são feitas, os obstáculos, as etapas e o trabalho investigativo.


EVOLUÇÃO DA PUBLICIDADE: Debate previsto para a segunda quinzena de setembro. Especialistas discutirão a relação entre a publicidade e a parte editorial do jornal, além da evolução dos anúncios.’



TODA MÍDIA


Nelson de Sá


‘Nos palcos’, copyright Folha de S. Paulo, 29/06/05


‘No enunciado do ‘Jornal Nacional’, ‘governo e oposição batem boca na CPI dos Correios’.


É que a oposição, como o país inteiro, não quer mais saber dos Correios. Quer avançar pelo ‘mensalão’ ou que nome se dê para os milhões do publicitário Marcos Valério.


Assim, no relato da Globo à tarde, ‘a oposição pressionou muito para votar os pedidos de quebra dos sigilos de Valério, mas não conseguiu’ e a votação ficou para hoje.


A disputa em seguida, na CPI, foi em torno da antecipação dos depoimentos de Valério e de Roberto Jefferson. Saiu para o segundo, não o primeiro. ‘Na sessão foi decidido que Jefferson depõe’ amanhã.


Antes da decisão, no ápice do bate-boca, a ex-petista Heloísa Helena e o petista Maurício Rands deram de dedo um no rosto do outro -e reagiram, ambos segurando as mãos um do outro, aos berros diante das câmeras.


O pefelista ACM Neto entrou de juiz, na cena.


Entende-se a exasperação na CPI das Correios.


Ontem na comissão foi ‘o dia do araponga’, segundo a Jovem Pan. Eram três, um nem foi e dois receberam pouca atenção. Os canais de notícias só fizeram entradas rápidas.


E os enunciados, na Folha Online como na Globo, diziam que um deles confirmou que os R$ 3.000 entregues a Maurício Marinho, na fita dos Correios, eram ‘propina’.


Diante dos milhões de Valério, pouco importa a ‘propina’ nos Correios.


E assim os holofotes todos, nos canais de notícias e depois nos telejornais, se voltaram ao Conselho de Ética, que ontem trazia no palco a estrela do dia, Fernanda Karina.


Foram quase cinco horas de transmissão, sob a pressão de parlamentares governistas do PT ao PL, até chegar à manchete da Folha Online:


– Ex-secretária de Marcos Valério nega conhecer origem de suposto mensalão.


Depois, abrindo a escalada de manchetes do ‘JN’:


– Acusações e contradições. A secretária Fernanda Karina desmente explicação de Valério para os saques em bancos, mas mostra dúvidas sobre a origem do dinheiro movimentado pelo empresário.


Ele não viria de estatais, como Fernanda dizia nas primeiras entrevistas.


A PRESSÃO


Do âncora Boris Casoy, ao Portal Imprensa:


– No começo da administração do PT, pressionaram a direção violentamente para me tirar da Record.


Chegaram a ameaçar com corte de publicidade:


– Eles me atacaram muito no caso Banestado. Agora eu entendo o porquê, pelo menos suponho… Queriam que eu não cobrisse mais o caso Celso Daniel.


No ar, Ciro


O neo-socialista Ciro Gomes ressurgiu nos telejornais, rádios e sites, com palavras medidas sobre o ‘mensalão’:


– Eu me recuso a crer. Até hoje continuo não acreditando que seja verdade. O que acho que pode haver é a desagradável crônica do financiamento de campanha no Brasil.


Mesa-redonda


Depois de certo vaivém, Jô Soares entrevistou o ex-petista Fernando Gabeira anteontem de madrugada, na Globo.


E ontem, segundo a Folha Online, abriria seu programa para uma ‘mesa-redonda’ com quatro jornalistas brasilienses, todas elas mulheres, em debate sobre a crise.


‘QUE FOI, MÃE?’


Do blog de Soninha:


– ACM afirmou, em reunião com a Fiesp, que é necessário ‘mudar o rumo moral’. Podem comentar. Eu me abstenho.


Mas ela, que é estrela ascendente no PT (veja ilustração acima), não esconde o problema:


– Júlia, minha filha, me viu triste e perguntou: ‘Que foi, mãe? Vão te expulsar do PT?’. Claro que ela ouve as notícias todas e não entende nada. Sabe que tem alguma coisa aí com o PT que não é boa. Só me ocorreu dizer: ‘Júlia, sabe quando alguém da sua classe faz coisa errada e a classe toda leva a culpa?’.


Outros petistas se mostram ‘tristes’ e perdidos. Na manchete do site Carta Maior, ontem, ‘Crise e discursos contraditórios desorientam militância petista’. Entre as mensagens contraditórias, ‘denúncias de corrupção e golpismo, ofertas de ministérios para PMDB e pedidos de ‘despetização’ do governo’.


Em suma, ‘a esquerda brasileira e a militância petista em particular vivem dias difíceis’.’



***


‘Um e outro PT’, copyright Folha de S. Paulo, 28/06/05


‘Antônio Ermírio de Moraes, domingo em longa entrevista à Rede TV!:


– No passado, os outros partidos não tinham nenhuma expressão diante da correção do PT. E ficou demonstrado que não é bem assim.


Ou ainda:


– O único partido em que existia gente correta era o PT, mais ninguém prestava, e agora se vê que não é bem assim.


Para o empresário, ‘tem muita gente boa no PT’, mas também ‘o outro lado’.


Em Rondônia, mais de um e outro lado do PT.


No destaque do ‘Fantástico’, repisado ontem até o ‘Jornal Nacional’, sobre o desvio de recursos para ‘laranjas’ na Assembléia Legislativa:


– Estão envolvidos 23 dos 24 deputados.


Tem gente, pela ordem de grandeza dos recursos supostamente desviados, do PFL, PTB, PSDB etc.


E ‘apenas um deputado, do PT, não aparece no computador como beneficiário dos pagamentos ilegais’. Bom para o PT, mas segue a locução:


– Mas três deputados do partido receberam R$ 598 mil, R$ 299 mil e R$ 182 mil.


Na Jovem Pan, ontem, a exceção petista se dizia ‘decepcionado com os colegas’ e previa ‘dificuldade para voltar a pisar na Assembléia’.


Ontem na Globo, fim de tarde, entra Fátima Bernardes:


– O presidente Lula cobrou dos ministros resultados no combate à corrupção.


Na reportagem, ‘o ministro da Justiça informou ao presidente que a Polícia Federal abriu inquérito para investigar Marcos Valério’.


É o publicitário de suposta relação com José Dirceu, Delúbio e outros petistas.


Na mesma linha, ecoou pela web a reportagem da Folha com o desabafo de Lula sobre os mesmos dois ou três que ‘não mereceram a confiança’.


Para o Blog do Noblat, o desabafo veio após a PF informar ‘a quem de direito que começam a surgir indícios capazes de comprometer Dirceu’.


Valério, Valério, só se fala dele. Na escalada do ‘JN’:


– A CPI pede a cópia da movimentação bancária de Valério, apontado como operador do ‘mensalão’. O Ministério Público Federal vai investigar saques milionários das contas de agências do publicitário.


E ainda tem a PF.


Mais dos dois lados do PT, ‘cada vez mais dividido’, na avaliação da Globo.


A emissora acompanhou a ‘plenária’ no Oficina, com atenção para os que não querem mais ‘essas alianças’, a começar do PMDB, como Plínio de Arruda Sampaio:


– O governo não precisa. O regime é presidencialista, não há necessidade de maioria. A governabilidade vem da satisfação do povo.


A ‘plenária’, com Aloizio Mercadante, Marta, Soninha, serviu para dar ‘sinal verde’ à candidatura de Eduardo Suplicy ao Senado.


E assim ‘os caciques petistas negaram uma suposta aliança com o PMDB estadual para colocar Orestes Quércia como candidato ao Senado’, no relato da Jovem Pan.


Ato contínuo, a manchete da Folha Online, à tarde:


– PMDB paulista rejeita acordo com governo.


Foi um de muitos enunciados ontem, para todo lado, sobre o insondável PMDB.


A GUERRA


A televisão, inclusive nos canais de notícias antes tão dedicados ao Congresso, redescobriu a violência urbana.


Ecoavam ainda a chacina e o espancamento de pedreiros, em São Paulo, e novas cenas surgiam -como o seqüestro de uma criança, ameaçada diante das câmeras, e a queda de um helicóptero na zona sul do Rio.


Sobreposta a tudo, a nova batalha nos morros cariocas em ‘guerra’, expressão da Band. Dos relatos da Globo ao longo dos telejornais, inclusive ‘JN’, com passagens ‘em tempo real’:


– Tiros, correria, medo. Comerciantes apavorados tentavam se proteger dos tiros… Pânico entre os moradores que saíam de casa. De repente, um homem que saía para o trabalho foi atingido na cabeça… O intenso tiroteio provocou a morte de um estudante de 15 anos.


Propriedade 1


Demorou, mas também o ‘Washington Times’ reagiu em artigo à ameaça do Brasil, ‘país que mais desrespeita a propriedade intelectual nas Américas’, de quebrar a patente de remédio contra a Aids.


E o ‘Wall Street Journal’ voltou ao assunto dizendo que o ‘ultimato’ surge ‘em meio à fricção crescente entre Brasil e EUA em comércio e Aids’.


Propriedade 2


Em ‘vitória da indústria de entretenimento’, a Suprema Corte dos EUA decidiu permitir ações judiciais contra sites de troca de músicas e filmes.


Os sites do ‘New York Times’ e outros jornais não dedicaram atenção. Mas a Globo Online e canais de notícias pelo mundo foram de manchete.’