Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Eduardo Ribeiro

‘Um dos e-mails que recebi na semana passada, a propósito do texto intitulado ‘Contratações pipocam pelo mercado’, foi de uma jovem que demonstrou ter ficado ainda mais desesperançada ao ler o artigo, pois achava que ele era uma luz no fim do túnel, mas qual, foi para ela um ledo engano.

Sou sincero: não há fórmula mágica capaz de resolver esse problema na nossa atividade, sabendo-se que as escolas formam anualmente um número absurdamente maior de jornalistas do que o mercado tem capacidade de absorver. Ou seja, efetivamente muitos dos estudantes que se formaram ou estão se formando não conseguirão trabalho como jornalista pelo resto da vida. Foram, sim, lesados em sua esperança, em seus sonhos e, obviamente, em seus bolsos, já que pagaram – e caro – para ter um diploma, sem qualquer garantia de acesso ao mercado de trabalho.

Esse é um lado da questão, mas há também o outro. O lado daqueles que, sim, terão vez e oportunidade nesse cada vez mais competitivo mercado.

Vou reproduzir o diálogo que tive com a Aline, a jovem que me escreveu, no qual dou minha opinião sobre alguns dos caminhos que vislumbro para os que querem entrar para o jornalismo. Não tenho, obviamente, a pretensão de ser o dono da verdade e ficaria até muito feliz se vários outros colegas apontassem caminhos alternativos, com dicas e informações que ajudem os mais novos a se juntarem a nós, nessa estrada.

Vamos ao diálogo.

Aline escreveu:

‘Eduardo, bom dia. Li o seu texto, mas, confesso, estou mais desanimada ainda. É tanta indicação, fulano ‘renomado’ que saiu de um veículo de comunicação porque foi para um melhor e ciclano que foi indicado para ficar no lugar de fulano… enfim estou frustrada.

Quando abri meu e-mail hoje antes das 7h da manhã e vi o título ‘Contratações pipocam pelo mercado’, abri imediatamente, pensando que poderia ser uma porta pra mim também, mas nada… belo título, mas com sentido dúbio. Certamente muitos profissionais desempregados ou recém-formados leram acreditando que poderia ser uma luz no fim do túnel, e não era.

Bem Eduardo, foi só um desabafo, estou te mandando este e-mail para te pedir um auxílio, o que devo fazer para entrar na área. Já tentei quase tudo, mas nada! Me formei em dezembro de 2004, já mandei currículo, mas as portas não se abrem e não conheço ninguém que possa me indicar para uma vaga que valha a pena tentar. Há dias um amigo me ligou, perguntando se eu não queria substituí-lo em uma editora que tem alguns títulos segmentados sobre o meio rural, mas… pra ganhar menos que dois salários mínimos. Fiquei quase maluca desejando ir, mas o salário não daria sequer para pagar as despesas.

Me desculpe, este texto é um desabafo de uma recém-formada apaixonada pela profissão e decepcionada com a falta de chances de fazer parte de uma redação.’

Ficarei imensamente grata, caso você me responda.’

Escrevi:

‘Aline, seu desabafo tem toda a razão de ser, mas não deve ser motivo de desânimo (ao menos na minha modesta opinião).

De uma coisa você pode estar certa: não há, no mercado brasileiro, vagas para tantos jornalistas expelidos (esse é o termo correto) anualmente pelas dezenas, centenas de faculdades existentes. São 5 mil por ano e não morrem 5 mil jornalistas por ano para se abrirem essas vagas. Não surgem jornais todos os dias, nem emissoras de tevê, nem rádios, nem revistas (estas até que surgem em maior número, embora também se saiba que fecham às pencas). Ou seja, o nosso não é um mercado como o dos médicos, por exemplo, ou mesmo dos advogados, cujo mercado tem uma vinculação direta com o número de habitantes (todos nós sabemos que, em algum momento, num país civilizado, o ideal é haver um número x de médicos para outro x de habitantes). Um jornal, uma tevê ou uma rádio, ao contrário, escrevem, se mostram ou falam para uma pessoa ou para um milhão, com os mesmos recursos humanos. Isso quer dizer que o crescimento da população pode até aumentar tiragem e audiência dos veículos, mas não a necessidade de aumentar o número de jornalistas.

Se é assim, cabe perfeitamente a pergunta: por que então não se controlam as vagas nas universidades? Esse é um dos Xs da questão. Considero isso um verdadeiro estelionato educacional, pois essas centenas de faculdades iludem os alunos, ganham o seu polpudo dinheiro e não garantem colocação pra ninguém. Você que pagou, que se vire para fazer valer o seu diploma e ganhar uma oportunidade. Um horror e o MEC tem grande parte da culpa por autorizar tais cursos a continuar funcionando.

Isto posto, digo também o seguinte: não falta trabalho para quem é determinado e tem talento. Posso assegurar isso com a experiência de 30 anos de mercado.

Para os novos, o caminho é obviamente mais longo e tortuoso, sobretudo porque um dia se teve a infeliz idéia de extinguir os estágios obrigatórios, com razões que podem até ser consideradas legítimas (uso de estagiários como mão-de-obra barata), mas que realmente transformaram a vida do estudante num inferno, nesta dura lida em busca de oportunidades. Sem estágio, o elo com o mercado ficou muito difícil e jogou mais um ônus nas costas dos estudantes. Se antes as empresas tinham de se abrir para receber esses estagiários, garantindo-lhes de certo modo oportunidades, hoje é o contrário. Elas até se fecham, impedindo a chegada dos mais jovens. E as que abrem as portas, caso da Abril, do Estadão, da Folha, da Globo, o fazem pelo regime de vestibular, ou seja, poucas vagas para muitos candidatos. Bom para as empresas, que realmente treinam os melhores, com a oportunidade de contratar ainda os melhores dos melhores, bom para quem foi selecionado, mas que em nada ajuda os milhares que não passam na ‘peneira’.

Qual o caminho, então?

Digo sempre o seguinte:

1. Circule. Se mostre, seja chata, se aproxime, mostre interesse, quebre a inibição, constranja com a presença. Quem não é visto não é lembrado. Primeira lição.

2. Nunca peça nada, pois as pessoas ficam extremamente constrangidas com isso. Muito menos um emprego. Como eles estão em falta e há centenas de candidato para cada vaga, imagine como fica a cabeça e o humor de quem tem um cargo de chefia e a missão de contratar. Costumo dizer também esta outra coisa: os editores podem dizer não (e geralmente dizem) para um pedido de emprego, mas dificilmente vão dizer não (a menos que não tenham sensibilidade) para uma pessoa que os procure para oferecer algo. Isso mesmo: ao invés de pedir, o ideal é oferecer. Que editor, em sã consciência, recusaria uma bela pauta, uma boa idéia? Olhe a realidade na sua rua, no seu bairro, na sua cidade, no seu país, nas coisas da vida, e pense em pautas que você gostaria de fazer. Depois tente encontrar um veículo que seja adequado para aquela pauta. Aí ligue para o editor, se apresente e diga que gostaria de marcar um horário com ele para levar uma pauta que pesquisou, estudou etc. Se não der certo com um, tente com outro, e mais outro, e mais outro. Uma hora alguém vai aceitar e nesse movimento você não só ficará mais atenta às pautas da vida como aos caminhos para se chegar às redações. E também começará a ser conhecida. Uma hora surge um frila, depois outro e quem sabe até mesmo a tão sonhada contratação. Esta é a segunda lição que eu daria.

3. Não saia por aí enviando ou entregando currículo. Não adianta absolutamente nada. Irrita, gasta tempo e dinheiro e dificilmente alguém vai olhar. No jornalismo, com raras e honrosas exceções, ninguém contrata profissionais que não conhece ou sobre os quais não tem nenhuma recomendação. Não estou dizendo que isso é bom ou ruim, mas apenas que é assim e quem entender isso terá meio caminho andado para sair na frente. Ao invés de sair por aí amaldiçoando o Q.I. (quem indicou), faça o caminho inverso, buscando conhecer e ser conhecida, prospectando oportunidades onde elas estiverem, freqüente o ambiente profissional (sindicatos, associações, congressos, encontros, cursos etc.) e aproxime-se das pessoas, pondo a timidez de lado. Aí sim, entregue um currículo ou um cartão, fale de suas habilidades, de suas preferências profissionais, de seu desejo de entrar na profissão etc. Isso cativa as pessoas (desde que feito com bom senso e elegância) e é o melhor caminho para a seqüência de indicações que você vai precisar na busca de oportunidades. E não perca os eventuais interlocutores de vista. Ao contrário, procure se fazer sempre presente e lembrada. Essa seria a terceira lição.

4. Fique atenta aos nichos de mercado, às oportunidades que podem se oferecer para alguém que, como você, tem formação no jornalismo. De repente você vislumbra a oportunidade de montar seu próprio negócio, seja no campo do jornalismo, propriamente dito, seja em assessoria de imprensa, ou áreas afins. Quantos, hoje, não vivem de negócios descobertos dessa forma? Eu próprio, com o Jornalistas&Cia, e poderia enumerar dezenas de outros, em áreas como assessoria de imprensa (geral e segmentada), publicações customizadas, agências de notícias, colunas especializadas etc. etc.

5. Se na sua cidade as oportunidades não aparecem, mude. Vá para um centro maior e faça o circuito acima. Ouse e invista em si. Claro, com um mínimo de planejamento para não dar com os burros n’água.

Se você acha tudo isso muito complicado, talvez tenha escolhido a profissão errada. Aí das duas uma: ou torce pela sorte ou é melhor realmente bater em outra freguesia.

Se você é realmente apaixonada pelo jornalismo, e tem o mínimo de preparo para exercer a profissão, tenha certeza de que as oportunidades podem até demorar um pouco, mas chegarão. É apenas um caso de persistência e de paciência.’’



REPÓRTER FERIDA
Comunique-se

‘Ricardo Boechat critica nota do SJPMRJ’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 1/09/2005

‘O diretor de Jornalismo da TV Bandeirantes, Ricardo Boechat, não gostou nada da nota divulgada pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio, em que comenta o caso da repórter da emissora Nadja Haddad, atingida por uma bala de fuzil durante um tiroteio no Morro Dona Marta, em Botafogo, na última segunda-feira (29/08). Para Boechat, a nota foi ‘oportunista, leviana, calhorda e eleitoreira’. ‘Eu repudio o fato de associarem o caso da Nadja às críticas às empresas de que não aceitaram criar comissões de segurança. Nunca ninguém do sindicato me procurou ou falou com Alessandra Martins, editora-chefe aqui, sobre isso. Não sei em que nível a questão foi discutida, mas eu não fui procurado formalmente’, queixou-se.

Inclusive o jornalista ligou ontem para Aziz Filho, presidente do SJPMRJ, para reclamar da nota. ‘Disse a ele que o sindicato não procurou verificar em que circunstâncias Nadja foi atingida. Ele me disse que me telefonou, deixou recado na secretária eletrônica, que tentou cumprir com a checagem. Eles falharam jornalisticamente na nota quando escreveram sobre algo que desconheciam’.

Boechat enfatizou que sempre se preocupou com a questão da segurança da equipe da TV Bandeirantes e que uma de suas ordens é de que os repórteres não coloquem suas vidas em risco por uma matéria. ‘Toda nossa equipe tem colete à prova de bala. Nadja e o cinegrafista tinham coletes à disposição dentro do carro de reportagem. Ela também ligou para uma fonte no Bope para saber se havia alguma restrição de trânsito no local e não havia. O motorista se preparava para estacionar quando Najda foi baleada’, rebateu, informando que o próprio comandante do 2º Batalhão disse ontem que o caso foi uma fatalidade.

Ele afirmou que condena aqueles que pensam que a notícia vale tudo. ‘Não sou favorável, por exemplo, ao uso de microcâmeras como instrumento de espionagem, como fez Tim Lopes. Deploro a forma como ele agiu para produzir a reportagem que precedeu sua morte. Aqui não tem Tim Lopes e nem vai ter’.

Na opinião de Boechat, a nota foi ofensiva a ele, à TV Bandeirantes e à equipe de Jornalismo. ‘Quero que o sindicato aponte um único episódio que represente negligência da empresa’.

Sobre Nadja, o diretor de Jornalismo disse que ela é uma repórter que tem desempenhado bem o seu trabalho e que tem recebido toda a assistência da empresa. ‘A TV Bandeirantes está cumprindo com sua obrigação. Torcemos para que ela volte logo’.

Procurado pelo Comunique-se, Aziz afirmou que não quer ‘polemizar com Boechat’. ‘Ele está vivendo uma situação delicada em função do que aconteceu com a Nadja. É meu amigo de muitos anos. Não critiquei a atuação dele. Lamento que esteja tão alterado. Só não sabia que a nossa conversa pelo telefone seria notícia na rádio e também neste espaço’, disse o presidente do SJPMRJ, referindo-se ao programa que Boechat apresenta na Band News, em que ele criticou hoje a nota da entidade.

Aziz faz questão de dizer que a crítica na nota foi institucional e que a Band deve escolher melhor seu representante na mesa patronal. ‘Os patrões se recusaram a criar as comissões de segurança durante as reuniões para o acordo coletivo. Preferiram deixar essa questão para depois’.

O sindicalista também comentou o fato de a equipe da Band usar coletes à prova de bala. ‘Se isso é verdade, o sindicato parabeniza a emissora, mas insiste que as empresas se reúnam com a gente para elaborar normas de conduta e regras de segurança para seus repórteres’.

O Comunique-se foi informado de que Nadja passa bem e que, até o fechamento desta matéria, ainda estava na Unidade Semi-Intensiva do Hospital Samaritano, em Botafogo.’



CASO PIMENTA NEVES
Maria Fernanda Erdelyi

‘Pimenta Neves pode ir a júri em breve’, copyright Revista Consultor Jurídico (www.conjur.com.br), 30/08/2005

‘O jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves pode ser levado a júri popular em breve. O processo a que ele responde por ter assassinado a também jornalista Sandra Gomide voltou para a primeira instância. O caso vai para as mãos do juiz Davi Capelato, da 1ª Vara Criminal do Fórum de Ibiúna, interior de São Paulo, cidade onde aconteceu o crime. Segundo o juiz, que ainda não analisou o processo, para o caso seguir em frente é preciso ter a acusação do Ministério Público e a defesa apresentar suas razões. Feito isso, em tese, a data do júri já pode ser marcada.

Em tese porque a defesa de Pimenta Neves pode alegar que ainda não foram julgados os Agravos de Instrumento interpostos contra despacho da 2ª vice-presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo para que os Recursos Especial e Extraordinário fossem apreciados pelo Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal, respectivamente.

Contudo, segundo o advogado da família de Sandra, Luiz Fernando Pacheco, os Agravos não têm efeito suspensivo, ou seja, o processo pode seguir em frente antes mesmo que os agravos sejam julgados.

Quando o processo chegar às mãos do juiz Capelato, o Ministério Público terá cinco dias para apresentar a acusação e, depois, o advogado de Pimenta Neves também tem cinco dias para apresentar a defesa.

No dia 20 de agosto deste ano, o assassinato de Sandra Gomide completou cinco anos. Réu confesso, Pimenta Neves continua em liberdade.

O caso

Transtornado desde que fora abandonado pela namorada, Antonio Marcos de Pimenta Neves, 63 anos, matou Sandra Gomide com dois tiros. Pimenta Neves era o diretor de redação e Sandra a editora de Economia do jornal O Estado de S. Paulo.

Em 2000, Pimenta Neves foi pronunciado por homicídio duplamente qualificado. A sentença de primeira instância acatou o pedido do advogado Luiz Fernando Pacheco. A defesa do ex-jornalista entrou com recurso no Tribunal de Justiça de São Paulo, que manteve a sentença de pronúncia. Depois, a defesa entrou com Recurso Especial no STJ e Recurso Extraordinário no STF.

Para que os recursos seguissem para Brasília deveriam passar antes por um despacho de admissibilidade do 2º vice-presidente do TJ paulista. Cabe a ele dizer se o recurso tem condições técnicas de subir ou não aos tribunais superiores. O desembargador não permitiu a subida dos recursos. Contra o despacho, a defesa de Pimenta entrou com dois Agravos de Instrumento.

Segundo Pacheco, o crime de Pimenta não tem chance de prescrever porque a sentença de pronúncia interrompe o prazo de prescrição. Além disso, a prescrição para casos de júri é de 20 anos. No caso do Pimenta, quando ele fizer 70 anos, o prazo cai pela metade. Pacheco calcula que o réu, de 68 anos, pode ser condenado de 12 a 20 anos de prisão. Para o crime qualificado a pena é de 12 a 30.

Outro processo

Pimenta Neves também responde a uma ação de indenização por danos morais, que caminha lentamente. O advogado Floriano de Azevedo Marques, que promove a ação em nome da família de Sandra, afirma que inicialmente enfrentou uma dificuldade prosaica: o juiz queria que a família recolhesse custas processuais absolutamente proibitivas para poder mover a ação.

‘Isso atrasou bastante porque tivemos que ir até o Tribunal de Justiça para conseguir que a ação seguisse sem o recolhimento de custas. O que demorou mais de dois anos’, afirma Marques.

Agora, a ação voltou ao seu curso normal e está na primeira instância. Uma audiência de conciliação está marcada para o próximo dia 16 de setembro para uma tentativa de acordo entre as partes, o que Marques acha improvável que vá acontecer.

‘Ele (Pimenta) já manifestou desinteresse em qualquer conciliação. De nossa parte a única conciliação possível é mediante o pagamento de alguma indenização em função do dano causado por ele’, explica o advogado.

Depois da audiência, se não houver conciliação, a ação vai entrar em fase de conclusão para sentença e a expectativa de Marques é que ainda nesse ano saia uma definição. A defesa da família calcula uma indenização em torno de R$ 80 mil com parâmetros de casos assemelhados.

‘O grande problema nesse caso é que houve uma discussão paralela que atrasou o curso da ação. O Judiciário teve uma visão um pouco equivocada com relação ao que é essencial na prestação da Justiça, que é resolver os conflitos, e não ficar se preocupando com custas judiciais numa ação em que a família sequer tem condições de recolher custas’, lamenta Marques.

Na ação houve pedido de bloqueio dos bens de Pimenta. A primeira instância decretou o bloqueio, mas depois revogou a determinação por conta da questão do recolhimento das custas processuais. A decisão foi revertida em julgamento de um recurso no TJ paulista, que restabeleceu o bloqueio dos bens.’