Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Elvira Lobato

‘A Net (maior concessionária de televisão por assinatura do país, controlada pelas Organizações Globo) quer parceria com as quase 200 operações clandestinas de TVs a cabo existentes nas favelas e bairros pobres da preferia do Rio de Janeiro, para regularizar o serviço e obter parte da receita.

A negociação, no entanto, está mais difícil do que previam a empresa e a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

O caminho para o acerto foi aberto em julho, quando a Anatel criou metas de qualidades inferiores para o serviço em áreas geográficas carentes de infra-estrutura. Na ocasião, a agência anunciou a previsão de 15 de outubro para a assinatura dos primeiros contratos da Net no Rio de Janeiro, o que não se confirmou. Ainda não há sequer minuta do contrato.

Co-responsabilidade

Segundo o diretor de Relações Institucionais da Net, Fernando Mousinho, vários problemas dificultam o acerto. Quando assinar o contrato, a Net ficará co-responsável pelo serviço prestado nas favelas, e terá de garantir a continuidade do atendimento, no caso de o parceiro vender ou desistir do negócio.

A empresa diz que precisa encontrar uma forma jurídica de obter essa garantia. Uma saída seria transferir a propriedade das redes para as comunidades, mas o problema reside na forma de viabilizar tal medida.

Conhecidas como ‘TV a gato’ e ‘gato Net’, as redes clandestinas somam pelo menos 600 mil usuários na capital fluminense, o que daria dois assinantes informais para cada assinante formal. Elas crescem à sombra da concessionária oficial, que não chega às favelas e regiões carentes. Outro fator de proliferação é a má qualidade da recepção dos sinais das televisões abertas.

Algumas operações clandestinas surgiram com a justificativa de melhorar a qualidade de transmissão dos sinais abertos. Outras operações, como uma alternativa mais barata de acesso aos canais pagos.

Distribuição

A Net começou a aproximação com os clandestinos há cerca de dois anos, a partir da Abetelmim (Associação Brasileira de Empresas de Telecomunicações e Melhoramento de Imagens e Atividades Afins). A entidade afirma representar 45 sistemas de retransmissão de canais abertos, com um total de 60 mil usuários.

O superintendente de Serviços de Comunicação de Massa da Anatel, Ara Minassian, disse à Folha que não acredita que esses sistemas distribuam apenas canais abertos. ‘Com toda a franqueza, os canais abertos são só a fachada para a distribuição dos canais fechados’, afirmou.

Não é o que pensa a Net. Fernando Mousinho disse que os primeiros contratos serão firmados com os associados da Abetelmim, e só retransmitirão canais abertos (como Globo, SBT, TV Senado, e outros). A estimativa é de que o serviço seja fornecido por algo entre R$ 15 e R$ 20 por mês.

A Net levaria os sinais até a entrada da favela ou bairro carente e se responsabilizaria pelo pagamento dos impostos e com o relacionamento com o governo. O operador local se responsabilizaria por todo o relacionamento com o usuário: instalação, manutenção e cobrança. A Net ficaria com um quarto da assinatura.

Anatel

O superintendente da Anatel Ara Minassian afirmou que a Net precisará oferecer algo mais na programação, além dos canais que estão disponíveis gratuitamente nos satélites. Ele disse que agência tem sido informada de que as partes estão em negociação, mas que não tem detalhes das discussões.

Minassian afirmou que a Anatel não deverá interferir nas negociações entre a Net e as operações clandestinas, e que trata do assunto com cautela. Como as concessionárias não oferecem o serviço nas favelas, a agência hesita em lacrar operações informais nessas regiões, para que a população não seja privada do serviço.’



Marcelo Bartolomei

‘Decoração ganha safra brasileira na TV paga’, copyright Folha de S. Paulo, 23/10/05

‘Programa de decoração na TV paga nem é mais novidade. Porém, uma safra com pitadas brasileiras nas atrações chega à programação em novembro para regionalizar as produções e tentar aproximá-las dos espectadores.

Serão duas estréias -uma no Discovery Home & Health e outra no canal 605 da DirecTV-, além de episódios latinos e brasileiros do ‘reality show’ ‘Enquanto Você Não Vem’ (exibidos às quartas no People+Arts).

Os episódios latinos foram gravados em julho, um no México e outro na Colômbia. Já o nacional traz Lucélia Santos, 48, atriz-símbolo da novela ‘Escrava Isaura’, que promove uma surpresa na sala da casa onde vive sua irmã Maria Cristina, 44, em Cotia.

‘Eu nunca havia assistido a esse programa por causa da correria que é minha carreira. Consegui que minha irmã saísse para passar um final de semana em Campos do Jordão para que fossem feitas a reforma e as gravações’, afirma a atriz, que não participou do projeto, tampouco ficou sabendo antes o que seria feito no ambiente.

No programa ‘Enquanto Você Não Vem’ é assim: vale o elemento surpresa. Enquanto uma pessoa da família é convidada a sair numa viagem rápida de dois ou três dias, a equipe monta o projeto e reforma o cômodo escolhido para surpreender a dona da casa.

‘Minha irmã adorou. Era uma incógnita até mesmo para mim. Eu tentei de todas as maneiras seduzir a produtora para me contar como ficaria a sala da Cristina, mas não consegui. Só entrei lá depois de pronto e quando começaram as gravações’, conta Santos, que também não sabe precisar o custo da obra.

A temporada latina estréia no dia 2 de novembro, sempre às quartas, às 22h. Os episódios com Lucélia Santos serão exibidos nos dias 16 e 23 de novembro.

Já ‘Lar e Lugar’, estréia do próximo dia 17 no Discovery Home & Health, será exibido às quintas, às 20h, em 12 episódios que mostram como melhorar o aspecto das casas visitadas. ‘Viver com estilo’ é o lema da atração, que será apresentada por três especialistas das áreas de design de interiores, paisagismo e gastronomia.

História

Mas nem todos os programas pregam a possibilidade do ‘faça você mesmo’. A nova safra sugere a consulta a um profissional e o resgate do artesanato e da história da arquitetura local.

Assim será o documentário de Izabel Jaguaribe, 37, para a DirecTV, que começará a ser gravado terça-feira no interior do Rio. ‘A Cor da Casa – Um Acervo de Casas e Gente do Brasil’ surgiu a partir de documentários produzidos para a operadora, em São Paulo e no Rio, sobre a construção dos ambientes da Casa Cor, tradicional evento de decoração realizado em 14 cidades do país.

‘Não vamos fazer mais uma revista eletrônica na TV. Será um programa sobre lições pessoais e vivências em suas casas, com aspectos que transformaram a moradia brasileira nos últimos anos, com o lado histórico e sociológico também’, diz a cineasta, cuja credencial foi o documentário ‘Paulinho da Viola – Meu Tempo É Hoje’ (2003).

Assim ela justifica o interesse pela casa de um pedreiro que mora na Cidade de Deus, subúrbio da zona oeste do Rio, que adapta o que constrói para seus clientes em sua própria casa.

A série será dividida em três, com exibições marcadas para dezembro, janeiro e fevereiro. ‘Dentro’ quer mostrar a influência brasileira na decoração de interiores, com o uso de objetos antigos e artesanato genuinamente nacional. ‘Fora’, o segundo episódio, quer mostrar como o design internacional influencia na decoração praticada no país.

Já o terceiro, ‘No Meio’, vai mostrar uma mistura de estilos e soluções criativas encontradas numa pesquisa que ocorre há cerca de dois meses.

As imagens serão intercaladas com depoimentos de profissionais da arquitetura e decoração no país. A designer Patrícia Quentel, 49, uma das organizadoras da Casa Cor Rio e produtora da série, disse que interessante é lançar outro olhar sobre a decoração. ‘Queremos ver como é o comportamento de quem vive na casa e como a pessoa interage com a decoração’, diz.’



TELESPECTADOR RECLAMA
Bia Abramo

‘Com a palavra: leitores-telespectadores’, copyright Folha de S. Paulo, 23/10/05

‘E a coluna hoje é sobre… os leitores. Semana passada, falei sobre o excesso de reprises e a programação relapsa da TV paga, o que motivou muitos e-mails. Aparentemente, a coluna conseguiu dar voz a uma insatisfação enorme dos consumidores de TV por assinatura.

Mesmo depois de um tempo razoável assinando uma coluna com espaço e universo fixos, escolher o assunto da semana é sempre uma dificuldade. Afinal, a coluna não tem, a rigor, nenhum outro propósito a não ser pensar um pouco sobre o que vai pela TV. Então optar por um ou outro tema obedece a alguns critérios jornalísticos de atualidade etc. mas também a outros tantos que pertencem ao terreno do acaso. E, nessa combinação, juntar uma aposta no que vai, de fato, interessar aos leitores está para além da categoria do difícil: é mesmo um mistério.

Assim, quando os leitores se manifestam é uma grande satisfação; quando, ainda por cima, o fazem em quantidade e qualidade torna-se mesmo uma alegria. Além disso, as mensagens dos leitores abordaram outros aspectos da mesma questão que escaparam à coluna; passo então a palavra a eles.

Uma leitora de Belo Horizonte, com uma lógica cristalina e irrefutável, se pergunta: ‘Se vamos pagar, não haverá propaganda, certo? Na TV aberta, quem paga o que vemos são as propagandas dos intervalos, na outra, eu pago e pronto’. Claro, a leitora já se deu conta que não é bem assim: apesar de o raciocínio fazer todo o sentido, continuamos pagando duplamente.

Uma outra, de São Paulo, faz uma lista de 21 reclamações justíssimas e engraçadíssimas, entre as quais destaco (e reproduzo) duas, por supor que seja também a de vários outros leitores. Na de nº 6, ela chama a atenção para a (grande) variação na altura do áudio entre filmes e publicidade. ‘O filme fala, a publicidade GRITA. A Polishop GRITA MAIS ALTO AINDA.’

Na de nº 13, ela comenta o descuido com as traduções: ‘collarbone’, a popular clavícula, é traduzida como colar de ossos. ‘Vietnam vet’ é in-va-ria-vel-men-te traduzido como veterinário do Vietnã, e não com veterano do Vietnã. Afinal, havia grande demanda por veterinários no Vietnã, uma vez que a divisão de cavalaria teve um papel fundamental nos combates, certo?’. Um leitor mais esperançoso (e corajoso) relata que tentou interpelar o serviço de atendimento ao cliente e obteve como explicação (?) o fato de a programação ser decidida na Flórida e não em São Paulo, ao que o leitor, acabrunhado, calou: ‘Nada mais disse e me recolhi à minha insignificância’.

São apenas alguns excertos; mas dão (ou deveriam dar) a exata dimensão de que o telespectador não é o tolo passivo que imagina a TV, aberta ou fechada. Convidado a opinar, ele o faz. E deveria ser não apenas ouvido mas também atendido.’



MANDRAKE
Lilian Fernandes

‘À moda da casa’, copyright O Globo, 23/10/05

‘Na obra de Rubem Fonseca, prostitutas, gigolôs, travestis, traficantes e outros representantes do que se convencionou chamar de escória da sociedade dialogam diretamente, e de uma maneira toda própria, com burgueses decadentes. ‘Mandrake’, primeira produção do HBO no Brasil, inteiramente rodada no Rio, vai reproduzir este universo. Inspirada num personagem recorrente do escritor, a série de oito episódios promete ser fiel ao seu estilo ácido e polêmico. A assinatura de José Henrique Fonseca, filho de Rubem, na direção geral do projeto parece ser garantia disso. Tanto quanto o fato de a Conspiração Filmes, sua produtora, e o HBO, dono dos quase US$ 7 milhões investidos, não terem medo de cenas fortes.

– ‘Mandrake’ fica entre o Rio de Janeiro glamouroso e o do bas-fonds, mas tem uma realidade transcodificada: não tem a cidade da favela, da violência crua, nem muito tiro. Não é um policial, mas uma comédia de costumes com pitadas de thriller – diz José Henrique.

Laboratório em boates e conselhos do criador

A série vai estrear em toda a América Latina no próximo domingo (aqui, às 23h). Mandrake, advogado acostumado a transitar entre aristocratas e marginais, aparece em dois romances e seis contos de Rubem Fonseca. Como explica José Henrique, na primeira história, ‘O caso de F.A.’, lançada no fim da década de 60, ele ainda é jovem, despreocupado, fã de Jorge Ben. Mas chega aos anos 90, no livro ‘E do meio do mundo prostituto só amores guardei ao meu charuto’, introspectivo, filosófico. O programa resgata o primeiro Mandrake, e, para garantir elementos dramatúrgicos suficientes, transforma-o em filho de outro Mandrake, já falecido, que lhe legou o escritório, a secretária (Ilka Soares) e o sócio Wexler (Miele), um septuagenário paternal e corretíssimo.

Marcos Palmeira, o protagonista, apostou alto no trabalho. Cogitado desde o início para o projeto, inicialmente recusou o convite por causa do seu contrato de exclusividade com a Rede Globo. Quis o destino, porém, que seu vínculo com a emissora estivesse prestes a ser renovado quando as filmagens de ‘Mandrake’ iam começar. Por decisão do HBO, a equipe atrasou o cronograma em quatro meses para esperar por ele. E o ator, por sua vez, abriu mão do emprego estável para se lançar na aventura.

– ( A novela) ‘Celebridade’ estava acabando, e a Globo não tinha planos imediatos para mim. Preferi não renovar e aceitar esse convite irrecusável. Talvez este seja o meu personagem de maior peso artístico, criado por um autor nacional, polêmico – conta Palmeira.

Amigo de infância de quase todos os sócios da Conspiração, Palmeira tinha um desafio extra: convencer Rubem Fonseca de que era um ator maduro o suficiente para dar vida a Mandrake. Durante a preparação para o trabalho, o ator visitou prostíbulos no Centro da cidade trajando terno, como seu personagem e os clientes habituais desses lugares. Pediu orientação a um advogado criminalista, circulou pela noite de Copacabana e foi levado por José Henrique Fonseca a cafés freqüentados por cultuadores de charutos, como Mandrake. Coroou o processo com uma tarde de conversa com Rubem.

– Ele me aturou muito em sua casa quando eu era moleque, mas eu não queria que ficasse aquela coisa do Marquinhos-nosso-amigo-chamado-para-fazer-o-trabalho. A maior preocupação dele foi com que eu conseguisse abandonar meu lado mais doce. O Mandrake é um cara que não tem paciência para a burguesia, que não gosta de dormir com as mulheres com quem faz amor, não acredita em nada. Sou fascinado pelo submundo onde ele transita; acho que é onde as pessoas são mais autênticas – conta Palmeira.

Para José Henrique, a mensagem do escritor foi a mesma:

– Meu pai sempre reforçava: ‘Mandrake é um cético’. E eu dizia: ‘Ele é um cínico!’- diverte-se o diretor.

Por contrato, Rubem teve o direito de aprovar os episódios. Acompanhou as leituras dos roteiros, esteve três ou quatro vezes no set de filmagens, viu trechos gravados. O mesmo fez o executivo venezuelano Luís Peraza, vice-presidente sênior de produção e aquisições do HBO Latin America. Que pouco interferiu no processo, salvo pela escolha do elenco.

– Tivemos total liberdade de criação. E olha que temos cenas de sexo fortes, como uma orgia já no primeiro capítulo. Nunca nos pediram para cortar nada – afirma José Henrique Fonseca.’



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‘Chance de uma segunda temporada’, copyright O Globo, 23/10/05

‘José Henrique Fonseca teve a idéia de adaptar os livros do pai há oito anos. Houve uma negociação com a Rede Globo para fazer um episódio do ‘Brava gente’, mas o diretor já tinha em mente uma série. Só em 2004, quando o HBO anunciou sua intenção de fazer parceria com produtores independentes brasileiros, a coisa andou:

– Mostramos vários projetos a eles, mas o ‘Mandrake’ estava mais adiantado. Eles só pediram para seguirmos o seu padrão, passando de quatro para oito episódios e produzindo capítulos de 45, 50 minutos.

José Henrique dirigiu dois episódios, incluindo o primeiro, ‘A vida não é o que se vê do Pão de Açúcar’, inspirado no conto ‘O caso de F.A.’. Os outros ganharam diferentes diretores: Carolina Jabor, Toni Vanzolini, Cláudio Torres, Arthur Fontes, Lula Buarque de Holanda. Os roteiros são de José Henrique, Tony Bellotto e Felipe Braga.

Além do elenco fixo, formado por Palmeira, Miele, Maria Luísa Mendonça, Érika Mader e Marcelo Serrado, a série tem dezenas de participações: da ‘Tiazinha’ Susana Alves à modelo Gianne Albertoni, do argentino Jean-Philippe Noher ao venezuelano Roque Valero.

‘Mandrake’ tornou-se possível graças ao artigo 39 da lei do Ancine, que garante incentivos fiscais aos canais estrangeiros dispostos a investir em produção nacional. O HBO co-produz mais duas séries no Brasil: ‘Carnaval’, com a O2, que combina jogo do bicho e carnaval, e ‘Na moda’, da Gullane Filmes, sobre a noite paulista. Sente-se entre os responsáveis que ninguém acredita em aceitação unânime de ‘Mandrake’, sendo Rubem o autor controverso que é, mas todos apostam em sua continuidade: se for bem, a série poderá ter uma segunda temporada.

– Mandrake é dos meus personagens mais maduros, mas ainda teria muito o que crescer – diz Marcos Palmeira. – Torço para que isso aconteça, porque, embora seja de um canal estrangeiro, a série é genuinamente brasileira.’



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‘Seguindo os passos da tia Malu’, copyright O Globo, 23/10/05

‘O olhar, o sorriso, a voz, o andar. Érika Mader em tudo lembra a tia famosa, Malu. Mas a jovem de 19 anos, que se lança como atriz profissional integrando o elenco fixo de ‘Mandrake’, tem personalidade de sobra para ser ela mesma. Quer ver? Se a gente pergunta como se preparou para ser uma das namoradas do protagonista, responde:

– Havia uma certa insegurança da parte deles, por ser meu primeiro trabalho profissional. Daí eu li ‘A grande arte’ ( livro de Rubem em que aparece Mandrake ) e eles me sugeriram trabalhar com a Camila Amado ( atriz que faz preparação de elenco ).

E ela, não estava insegura?

– Bom, qualquer trabalho dá uma insegurança, né ? Mas eu estava determinada, sentia que ia segurar a onda.

Érika será Bebel, a namorada adolescente de Mandrake. Dividirá suas atenções com a sofisticada Berta (Maria Luísa Mendonça) e mais uma penca de mulheres com quem o advogado tem relacionamentos furtivos. Dado o contexto, não teve jeito: Érika gravou cenas tórridas com Marcos Palmeira. Mas não se intimidou.

– Quando li o roteiro, já estava apaixonada pela série, e não achei nenhuma cena gratuita. Dá um pouco de vergonha ficar nua diante de um monte de gente no estúdio, e saber que depois milhões de pessoas vão assistir àquilo, mas no final foi tranqüilo.

José Henrique aprovou a ousadia e a coragem da moça:

– Ela vai ser uma grande atriz. Esta é uma personagem difícil, mas a Érika teve uma entrega muito grande. É uma menina bem abusada, sexual.

Érika faz teatro desde os 12 anos. Chegou a entrar na faculdade de desenho industrial, mas trancou-a, no ano passado, disposta a investir na carreira de atriz. A tia Malu falou-lhe de ‘Mandrake’ e ela se prontificou a fazer teste. Enquanto aguarda a estréia da série, aproveita para estudar. Está fazendo dois cursos de teatro simultaneamente (com Amir Haddad e com Hamilton Vaz Pereira), ingressou na faculdade de história e acaba de fazer participação no novo longa de Cacá Diegues, ‘O maior amor do mundo’. Fora as aulas de pilates, o futebol (é isso aí) e, brevemente, a capoeira. Se o fato de ter uma tia atriz influenciou sua escolha profissional?

– Esta é uma opção muito pessoal, mas facilita você ver que tem chance de dar certo. Além disso, por eu não ser a primeira atriz da família, a pressão diminui.’



Daniel Castro

‘Sobrinha de Malu Mader estréia nua na TV’, copyright Folha de S. Paulo, 22/10/05

‘Aos 19 anos, Érika Mader estréia como atriz no próximo dia 30 interpretando um dos personagens centrais de ‘Mandrake’, série de oito episódios realizada pela Conspiração para a HBO. Inspirada em personagem de Rubem Fonseca, ‘Mandrake’ é a primeira co-produção brasileira da HBO. Custou quase R$ 6 milhões e teve direção-geral de José Henrique Fonseca, filho de Rubem.

Apesar de ser sobrinha de Malu Mader, que é casada com Tony Belotto, um dos roteiristas da série, Érika diz que não precisou usar o nome da tia (que é irmã de sua mãe) para conseguir o papel de Bebel, um dos cinco personagens fixos de ‘Mandrake’.

‘Fiquei sabendo do projeto, mandei meu currículo, fiz teste e passei’, conta Érica, que estuda teatro há sete anos.

Na série, Babel é uma garota carioca que se envolve com o protagonista, Mandrake (Marcos Paulo), mistura de advogado com detetive. ‘Ela vive uma grande paixão pelo Mandrake’, diz.

‘A série tem muitas cenas de sexo, drogas e violência [será exibida às 23h]. Mandrake é um grande amante e eu apareço nua, fizemos cenas quentes’, diz.

Érika fará participação em um longa de Cacá Diegues. Ainda não recebeu convite da Globo. Diz que tem ótimo relacionamento com Malu Mader. ‘Ela não me dá dicas de interpretação, porque acha isso muito pessoal. Ela faz o papel de tia mesmo’, conta.

OUTRO CANAL

Humor A Globo contratou Antonio Pedro Tadet, editor do blog Kibeloco, que muitas vezes já tirou sarro da própria TV (exibiu vídeo em que William Bonner imita Clodovil). Tadet será redator do ‘Caldeirão do Huck’ e terá um quadro, ‘Kibe Loco, o Repórter’.

Invenção 1 Assinantes da Net em São Paulo que compraram o ‘pay-per-view’ avulso de Corinthians x Palmeiras, domingo passado, só assistiram ao segundo tempo do jogo, devido a uma falha técnica. Quem reclamou foi informado de que a operadora, generosamente, só iria cobrar metade do valor, R$ 25.

Invenção 2 A direção da Net se deu conta do absurdo. Diz que está entrando em contato com cada um dos clientes que não puderam ver o jogo na íntegra e que irá ressarcir, integralmente, o pagamento.

Memória Namorado de Islene (Paula Burlamaqui), Arnaldo (Eduardo Lago) apareceu em ‘América’ anteontem dizendo que nunca tinha visto ‘É Preciso Saber Viver’, programa que (ainda bem) só existe na novela. Como não? Ele é pai na ficção do real Gabrielzinho de Irajá, que já apareceu no ‘show’ de Dudu Braga.

Príncipe Ex-ator da Globo, Mário Frias (que fez um deputado em ‘Senhora do Destino’) foi contratado pela Band. Fará par com a protagonista Juliana Silveira na segunda temporada da novelinha ‘Floribella’, em 2006.’