Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Érica Fraga

‘Para Greg Dyke, 57 anos, a guerra no Iraque teve um custo alto. O ex-diretor-geral da BBC (British Broadcasting Corporation) foi obrigado a renunciar ao seu cargo -um dos mais importantes da mídia mundial- depois que um inquérito judicial concluiu que a emissora havia falhado ao veicular uma reportagem na qual acusava o governo britânico de ter ‘apimentado’ um dossiê sobre armas de destruição em massa no Iraque. Passado um ano, ele não esconde a revolta.

Não poupa críticas ao premiê, Tony Blair, e aos membros do seu gabinete. O magnata do setor de mídia Rupert Murdoch, dono da News Corporation, também é alfinetado. Para Dyke, Blair deveria renunciar. Ele -que publicou recentemente o livro ‘Inside Story’, contando sua versão dos fatos- afirma que os eleitores britânicos podem até reeleger o premiê, ‘mas não confiam mais nele’.

Em relação à polêmica reportagem feita pelo repórter Andrew Gilligan sobre as supostas armas de destruição em massa do Iraque, Dyke diz que os recentes relatórios sobre o assunto -que concluíram que o governo, de fato, exagerou- provam que estava correta a informação passada ao jornalista por David Kelly, cientista do governo que acabou se suicidando depois que foi identificado publicamente como a fonte anônima da matéria.

O único assunto que Dyke evita, limitando-se a dizer que acha que ‘alguns cortes seriam desnecessários’, é a reestruturação anunciada recentemente pela nova direção da BBC que envolverá milhares de demissões.

Leia a seguir trechos da entrevista que Dyke concedeu à Folha.

Folha – Como o sr. avalia a precisão da reportagem de Andrew Gilligan?

Greg Dyke – Agora sabemos que o que o doutor Kelly disse a Gilligan estava certo. Sabemos que, na verdade, eles sabiam que aquele dossiê havia sido exagerado e algum exagero foi feito pelo pessoal de dentro de Downing Street (sede do gabinete de Tony Blair).

Folha – A BBC cometeu erros de avaliação nesse caso?

Dyke – Acho que algumas palavras usadas por Gilligan não eram as ideais. Mas, basicamente, ele achou a história da década.

Folha – Analistas dizem que Blair será reeleito neste ano.

Dyke – Não sabemos quem o eleitorado apoiará. Acho que só saberemos isso na época das eleições. Não acho que o Partido Trabalhista ganhará tão facilmente como pensa e tão facilmente como as pessoas dizem. Mas acho que a falta de uma oposição confiável é um fator significativo.

Não tenho certeza se o público britânico se preocupa muito com as razões para ir à guerra do Iraque agora. Eles acham que isso é ontem. Estão mais propensos a votar pensando em sua situação econômica do que no Iraque. Mas é bastante claro que Tony Blair perdeu a confiança do povo britânico, e permanentemente. Podem elegê-lo, mas não confiam nele.

Blair deveria renunciar. Não digo que ele mentiu, mas, como premiê, não fez as perguntas ao serviço de inteligência que deveria. Quando descobriu que a história que ofereceu à nação não era verdadeira, ele deveria ter feito o que qualquer político responsável faria nessas circunstâncias, que seria renunciar.

Folha – No seu livro, o sr. diz que o governo tentou interferir diretamente na cobertura da BBC da guerra. Como avalia isso?

Dyke – Não se pode avaliar isso. Todos os governos tentarão fazer isso. Os governantes são políticos. O trabalho das redes de televisão é ignorá-los nessas circunstâncias como nós ignoramos Blair.

Folha – Alguns meios de comunicação nos EUA se desculparam recentemente por não terem sido mais críticos em relação à guerra. Como o sr. analisa o papel da mídia nessa cobertura?

Dyke – Sem dúvida, durante a guerra, a mídia americana -as redes de televisão, com certeza- não questionaram suficientemente [o governo]. Aqui os jornais de [Rupert] Murdoch [que controla, no país, os jornais ‘The Sun’, ‘News of the World’, ‘The Times’ e ‘The Sunday Times’] continuam a favor da guerra.

Eu, pessoalmente, não fui contra a guerra. Marginalmente, fui a favor porque acreditei no que Blair nos disse. Agora está claro que o que ele nos disse não era verdade. Está claro que não havia uma política para depois da invasão. Estamos terminando numa situação parecida com a do Vietnã que vai continuar.

Folha – E quais serão as conseqüências políticas disso?

Dyke – O impacto de longo prazo para este país será o renascimento do debate sobre a forma como a democracia opera. Porque agora está bastante claro que nos movemos de um governo de gabinete para um governo presidencialista. E, se é este o caso, precisaremos de mais mecanismos de supervisão dos atos do ‘presidente’. Um dos papéis dos membros do gabinete numa democracia é supervisionar o premiê, e eles falharam.

Folha – Qual foi a lição que a guerra deixou para a mídia?

Dyke – Bem, acho que é claro que os jornais de Murdoch receberam instruções de cima para apoiar a guerra, ponto final. Suspeito que Murdoch faria o mesmo novamente. Isso mostra os perigos, em uma democracia, da concentração de poder em uma mão particular. Em termos das redes de televisão, acho que elas foram bem no Reino Unido, fizeram as perguntas certas. Se a reportagem de Andrew Gilligan tivesse sido transmitida pelo Channel 4 [um dos canais da TV aberta no Reino Unido] ninguém teria notado. O que ocorreu teve a ver com a relação entre a BBC e o Alastair Campbell [ex-diretor de Comunicação de Blair que também renunciou após o suicídio de Kelly]. Ele transformou aquilo em um evento enorme.

Folha – Como o sr. vê as transformações por que as grandes redes de televisão estão passando?

Dyke – Acho que o que vemos nos EUA é o problema de uma sociedade sem uma BBC. É interessante que a BBC ainda é a principal fonte de informação para a maioria da população britânica.

Neste país, não entendemos o que ganhamos com a BBC. Na verdade, deveríamos acordar todo dia e agradecer a Deus que a temos.’



INGLATERRA / TV DIGITAL
Observatório da Comunicação

‘Panorama do sector da televisão digital no Reino Unido’, copyright Observatório da Comunicação, 11/02/2005

‘A penetração da televisão digital atingiu em 2004 mais de metade dos lares do Reino Unido. Todas as plataformas têm registado uma tendência de crescimento, especialmente a plataforma terrestre nos últimos anos. Segundo dados do último relatório da OFCOM, actualmente existem cerca de 310 canais de televisão digital a difundir no Reino Unido. Quase todos estes canais são difundidos na plataforma da Sky, que oferece os seguintes canais (por género):

Oferta de canais da plataforma SKY por género

Geral & Entretenimento 76

Canais de cinema (Excepto PPV) 16

Desporto 24

Música (excepto rádio) 26

Notícias 12

Documentários 21

Juventude 21

Teleshopping 37

Especialistas 19

Étnicos (excepto notícias) 28

Adultos 30

Fonte: OFCOM

O lançamento da ITV3 teve um impacto imediato no cenário dos multi-canais.

Na sua primeira meia hora de transmissão, teve um share de audiência médio de 3.5% nos lares multi-canais. Na sua primeira semana, o share médio do canal foi de 1.1%, tornando-se o sexto canal digital mais visto. Na plataforma de TDT (Televisão Digital Terrestre) só foi superado pelos principais canais terrestres e pela ITV2.

No final de Setembro de 2004, a penetração da televisão digital atingiu quase 56% dos lares – face a 54% no final de Junho.

No final deste mês, havia mais de 14 milhões de lares multi-canais no Reino Unido. A Freeview, o serviço de televisão digital terrestre free-to-view, foi de novo o maior contribuidor para o crescimento no terceiro trimestre. De acordo com a OFCOM, a Freeview adicionou cerca de 430,000 lares neste trimestre, comparado com cerca de 89,000 novos lares de Pay TV (incluindo cabo digital e satélite digital). Inicialmente, o crescimento das plataformas digitais no Reino Unido foi liderado inteiramente pelos serviços de satélite digital. Contudo, a TDT tem vindo a crescer mais rapidamente do que o satélite digital nos últimos 12 meses. O cabo digital também tem crescido, mas lentamente. Para mais informações consulte o relatório ‘The Communications Market – January 2005 Quarterly Update’ da OFCOM.’

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‘Retrato do sector da televisão no Reino Unido em 2004’, copyright Observatório da Comunicação, 11/02/2005

‘Os canais de televisão digital registaram ao longo de 2004 um crescimento acentuado. As plataformas e os radiodifusores têm impulsionado este cenário através do lançamento de novos serviços, novos canais e reforço do investimento.

De acordo com o último relatório divulgado pela OFCOM, quase 56% dos lares no Reino Unido tinham televisão digital no final de Setembro de 2004. Os canais digitais contribuíram em 28% para o total de visionamento em Setembro de 2004. Mais de metade de todos os telespectadores assistiram, no mínimo, 15 minutos de canais digitais numa média semanal.

Os radiodifusores e plataformas líderes no Reino Unido procuraram de várias formas responder aos desafios e oportunidades trazidas pelo crescimento digital nos últimos meses. Os canais digitais continuam a contar para uma proporção cada vez maior de visionamento.

A ITV plc lançou o ITV3 e comunicou o seu interesse em desenvolver mais canais nos próximos anos, possivelmente começando com um canal de jogos. Anunciou também mais investimentos nos seus serviços interactivos. As subscrições da Sky continuam a crescer, mas este crescimento abrandou em 2004 quando comparado com os anos anteriores.

Os operadores de cabo NTL e Telewest anunciaram em Janeiro de 2005 novos serviços de VoD (Video-on-Demand) – o primeiro lançamento em massa de serviços nesta área fora dos Estados Unidos.

A concorrência continua agressiva no sector dos canais digitais (especialmente nas plataformas cabo e satélite). Existem agora mais de 310 canais a difundir no Reino Unido. O crescimento da televisão digital continua a afectar os hábitos de visionamento. Quase 28% do total de visionamento referem-se aos canais digitais, em Setembro de 2004. O share da ITV1 aumentou no terceiro trimestre de 2004 (nas plataformas terrestres), depois de uma forte performance da grelha de Setembro, enquanto a BBC e o Channel 4 sofreram uma quebra. Para mais informações consulte o relatório ‘The Communications Market – January 2005 Quarterly Update’ da OFCOM.’



OPRAH NO BRASIL
Flávia Guerra

‘Fenômeno Oprah Winfrey estréia hoje no Brasil’, copyright O Estado de S. Paulo, 14/02/2005

‘Ela é uma das personalidades mais influentes dos Estados Unidos e, conseqüentemente, do mundo. Além de figurar no terceiro lugar na lista da revista norte-americana Fortune sobre as ‘100 Personalidades mais influentes do Mundo’, Oprah Winfrey possui uma revista que leva o seu nome, foi a primeira mulher negra americana a se tornar bilionária, primeira a produzir seu próprio talk show, é dona de um canal a cabo e já ganhou 35 prêmios Emmy. Para completar, The Oprah Winfrey Show, exibido nos EUA pela ABC e distribuído para 110 países, possui uma audiência semanal de mais de 20 milhões de telespectadores americanos e se mantém no topo há 18 anos. Oprah é praticamente uma entidade. Todos vão ao seu programa, os livros que ela recomenda se tornam best sellers garantidos, as donas de casa, os profissionais liberais, caretas, moderninhos, todos assistem a Oprah.

Hoje, no melhor estilo ‘chá das cinco’, os brasileiros vão poder conferir e tentar entender o fenômeno Oprah. O entrevistado de estréia é o reservado Leonardo DiCaprio, que há dez anos não concedia entrevistas em programas de auditório. O que reconfirma o prestígio de Oprah. DiCaprio é o ator da vez na América. Ele pode não levar o Oscar por O Aviador, mas foi apontado recentemente pela Variety como um dos maiores astros da história.

Letícia Muhana, diretora do GNT, acredita que, apesar da distância geográfica e cultural, o público brasileiro também vai se encantar com Oprah. ‘Impossível ficar indiferente a ela e aos temas de seu programa. Não só seu carisma, mas os assuntos abordados também são do interesse do brasileiro. A combinação desses fatores, somada ao formato talk show, será um grande atrativo.’

O programa tem produção impecável. Além de levantar imagens e fatos da vida de DiCaprio, a produção faz uma surpresa e leva a mãe do ator ao auditório. No segundo bloco, Oprah abre espaço para as perguntas da platéia. A primeira é, digamos, capciosa. Uma fã diz: ‘Leo, agora que você já conquistou sucesso na carreira, pensa em se casar, ter filhos, formar uma família?’ O ator dá um show de discrição, que parece mais um pacto de silêncio entre ele e Gisele Bündchen, e diz: ‘Estou feliz com meu trabalho atual. No futuro sim, mas, por enquanto, não pretendo me casar.’

Nos blocos seguintes, Oprah recebe Martin Scorsese e a atriz Kate Beckinsale, que interpreta Ava Gardner em O Aviador. O diretor parece muito à vontade com Oprah e faz brincadeiras sobre sua experiência como dublador em O Espanta Tubarões, no qual ‘vive’ um baiacu. Todos amam Oprah.

EMPATIA

The Oprah Winfrey Show que, numa primeira análise pode parecer ‘só mais um talk show’, ganha peso quando o telespectador passa a conhecer a história da apresentadora. A americana, nascida no Mississippi, alcançou tamanha empatia com seu público que chegou a dividir experiências particulares em pleno ar. Sobre passagens como essa, ela comenta, em seu website, que foi entrevistando uma mulher que havia sido molestada sexualmente na infância que se deu conta do que essa experiência tinha representado para sua vida. ‘E foi assim, no ar, como tantas outras coisas na minha vida, que eu descobri que não tinha culpa, que realmente processei tudo aquilo. Pensei que ia ter um ataque no ar, pedi para que desligassem as câmeras, mas eles não o fizeram. Então, eu passei por tudo isso ao vivo. Foi muito traumático.’

Sua história de vida provavelmente ainda vai ser transformada em longa-metragem no melhor estilo self-made woman. A saga da menina negra e pobre que se torna o símbolo do ‘espírito americano’ renderia até mesmo uma minissérie na TV. Oprah nasceu em Kosciusko, no Mississippi. Até os 6 anos, foi criada pela avó materna, que lhe ensinou a ler aos 3 anos. Pouco tempo depois, a menina já viajava pelas igrejas da região fazendo recitais de partes da Bíblia e poemas. Aos 6, foi morar com a mãe, que havia migrado para Milwaukee. Levando uma vida conturbada, Oprah foi estuprada por um primo aos 9 anos. Tempos depois, foi molestada sexualmente por um amigo da família e, mais tarde, por um tio. Como ela costuma relatar, passou a achar que a vida seria sempre assim. ‘Levei 35 anos para perceber que eu não sabia dizer não às pessoas, que a culpa não era minha, eu queria ser amada, queria atenção e houve pessoas que se aproveitaram disso.’

Partilhar esses relatos com sua platéia a tornou praticamente uma pessoa da família. Oprah não entrevista só astros como DiCaprio, recebe mães que não sabem como lidar com seus filhos, avós preocupados, traidores, traídos, gênios, portadores de deficiência. Apesar de atrair um público variado, são as mulheres suas principais fãs. Esse detalhe pesou na escolha do GNT. ‘A identificação com o público feminino foi fundamental. O programa fala diretamente com essa audiência (mulheres, classe AB, 25-49 anos), que é o público-alvo principal do GNT. Mas os assuntos tratados por Oprah certamente atrairão os homens’, comenta Letícia.

A lista de convidados é prova disso. Nos próximos programas, Oprah entrevista John Travolta, a equipe do seriado Seinfeld, e traz reportagens sobre comportamento. ‘Uma delas, mostra pessoas que durante anos tiveram uma vida dupla’, adianta Letícia.’



Denise Mota

‘Quem é esta mulher?’, copyright Folha de S. Paulo, 13/02/2005

Bill Clinton comenta infidelidade, fraquezas e o poder de ter sido presidente da maior potência do mundo. Julia Roberts fala da alegria de ser mãe. Aplausos! Donald Trump reencontra seus ‘demitidos’, Tom Cruise dá uma receita de espaguete à carbonara. Suspiros! Um debate sobre mudança de sexo ganha corpo, segredos familiares vêm à tona. Tensão! Foco na platéia: a título de presente de um patrocinador, 276 carros são distribuídos como se fossem bombons, as chaves dos automóveis espalhadas, dentro de caixinhas, entre o auditório. Euforia!

Esse é o mundo de Oprah Winfrey, 51, em que informações exclusivas se mesclam a bizarrices e a surpresas, e dicas de moda e bem-estar figuram ao lado de dramas diários e risadas compartilhadas com astros hollywoodianos. Esse glamouroso ‘circo eletrônico’, o ‘The Oprah Winfrey Show’, se apresenta para espectadores de 110 países e passa a ser exibido também no Brasil a partir de amanhã, pelo canal de TV paga GNT.

A atração estréia no país com uma entrevista de Leonardo DiCaprio, a primeira aparição do ator no programa depois de dez anos. Visto por cerca de 30 milhões de americanos, o ‘talk show’ é líder de audiência na TV a cabo dos EUA há 18 temporadas. O lucro semanal do programa, criado em 1985, é de aproximadamente US$ 300 milhões por ano (cerca de R$ 782 milhões). Um anúncio de 30 segundos no intervalo do ‘The Oprah Winfrey Show’ custa cerca de US$ 75 mil (R$ 196 mil).

A mágica da mestre-de-cerimônias é fazer de suas entrevistas momentos para a troca de intimidades, numa estratégia que rende dividendos hoje avaliados em US$ 1,1 bilhão (R$ 2,9 bilhões), valor estimado do patrimônio de Winfrey, a apresentadora de televisão mais bem paga dos EUA.

O tom de confidência que assume na relação entre entrevistado, entrevistador e telespectador, somado a doses diárias de aconselhamentos e atitudes benéficas para o cotidiano, seja na TV, num artigo de revista ou em roupões de banho, são as armas, tornadas infalíveis, desse Midas nascido pobre, negro e mulher, que ganhou o primeiro sapato aos seis anos, tornou-se mãe aos 14 (mas o bebê morreria duas semanas depois), sofreu abuso sexual de tios e primos e hoje está entre as pessoas mais ricas do mundo.

Em sua revista ‘O’ deste mês, por exemplo, conta às leitoras que, arrumando gavetas, encontrara uma carta de amor nunca enviada para uma paixão que teve aos 29 anos. A apaixonada missiva, 12 páginas ‘patéticas onde eu não me reconhecia’, foi a senha para Winfrey discorrer sobre o amor que vale a pena e ‘que não causa ansiedade’.

Marca registrada

Guru de milhões de espectadores e orgulho das ‘afro-americanas’, a apresentadora também se reveza nas funções de produtora e surpreende como atriz (foi indicada ao Oscar de coadjuvante, em 1986, por sua atuação em ‘A Cor Púrpura’), mas mostra habilidades notáveis sobretudo como empresária. Dá nome a revista, clube de compra e discussão de livros -passagem garantida para uma obra virar best-seller-, rede de ajuda a países pobres e vítimas de catástrofes (a Oprah’s Angel Network), dieta de emagrecimento, ursinho de pelúcia, camiseta, vela, boné, jaqueta, meia, pijama e, acredite, até roupinha de bebê.

Movimenta-se de uma entrevista com Laura Bush a uma longa conversa com o bispo Desmond Tutu, passando por uma participação na série ‘Desperate Housewives’, como se tudo fosse não trabalho, mas extensão de sua vida, momentos de privacidade divididos com os espectadores/leitores que acompanham os projetos, lançamentos e produtos de sua Harpo Inc., holding de onde saem filmes e programas de TV (inclusive o seu ‘talk show’), publicações, investimentos em canal de TV a cabo, negócios imobiliários e artigos de consumo.

Para a diretora do GNT, Letícia Muhana, ‘o carisma de Oprah e os assuntos abordados são os principais pontos fortes do programa’. ‘O que nos orienta na decisão de apostarmos numa atração é a sua adequação ao foco do canal e os potenciais de retorno comercial e de audiência. ‘The Oprah Winfrey Show’ preenche esses três requisitos.’

THE OPRAH WINFREY SHOW. Quando: a partir de amanhã; de segunda a sexta, às 17h (horários alternativos: às 7h30 e às 13h30, de segunda a sexta), no canal pago GNT.’