Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Estadão condena o coronelismo eletrônico


Leia abaixo os textos de terça-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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O Estado de S. Paulo


Terça-feira, 4 de julho de 2006


CONCESSÕES SUSPEITAS
Editorial


O poder dos políticos na mídia


‘O descalabro é antigo e era conhecido nos seus termos gerais. Diretamente, ou acobertados por familiares, laranjas e testas-de-ferro, os políticos figuram entre os principais donos das mais de 4 mil emissoras de rádio e televisão. O artigo 54 da Constituição proíbe expressamente que deputados e senadores tenham vínculo com empresas concessionárias de serviço público – o que é o caso da mídia eletrônica. O artigo seguinte prevê a perda do mandato dos infratores. Embora a transgressão por atacado do dispositivo constitucional de há muito fosse um segredo de polichinelo, só recentemente foi possível ter uma noção aproximada da dimensão do chamado coronelismo eletrônico – a versão contemporânea e mais eficaz dessa velha chaga da política nacional.


Até 1988, a outorga e renovação de concessões do gênero era atribuição do Executivo. Desde então, cabe ao Congresso referendar ou não as concessões. Trocou-se um mal por outro, como se não existisse um conflito congênito de interesses entre os políticos sempre prontos a usar a mídia a serviço de suas ambições de poder e a sociedade detentora do direito constitucional de se informar por meios de comunicação isentos e independentes. O pior é que antes de novembro de 2003 os brasileiros não tinham como saber quais eram os concessionários de rádio e TV no País – só então o Ministério das Comunicações colocou na internet o respectivo cadastro, embora com limitações: nem sempre nele aparecem os nomes dos verdadeiros controladores das emissoras.


De todo modo, isso permitiu que se pesquisasse pela primeira vez os nexos espúrios entre os políticos e a mídia audiovisual. O Instituto Projor, que mantém o site Observatório da Imprensa, encomendou a uma equipe da Universidade de Brasília, dirigida pelo professor Venício A. Lima, um levantamento que revelou um quadro vergonhoso. Cruzando os nomes dos sócios e diretores de empresas de comunicação com os dos atuais deputados, o estudo descobriu que 51 deles – ou 1 em 10 – detêm ilegalmente concessões de rádio ou TV. O número real é decerto bem maior, dado o ‘fator laranja’. De seu lado, o Instituto de Estudos e Pesquisas em Comunicação, com base em outra fonte de dados do Ministério, verificou que 25 senadores – ou mais de 1/4 do total – têm, direta ou indiretamente, empresas de difusão. O Estado publicou ontem a relação completa.


Isso ainda não é tudo. Não bastasse a afronta à Constituição, os políticos concessionários ainda legislam em causa própria. Em 2004 (último ano examinado), dos 33 membros titulares da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara, 15 são sócios ou diretores de 26 emissoras de rádio e 3 de televisão. Assim como a Comissão de Educação do Senado, ela tem a prerrogativa de homologar novas concessões, aprovar a renovação das já existentes e se pronunciar sobre projetos relativos ao setor. Depois de acompanhar a tramitação de 762 processos, o professor Venício apurou que, ‘até hoje (agosto de 2005), não se tem notícia de qualquer pedido de outorga ou renovação que não tenha sido aprovado pelo Congresso Nacional’.


A pesquisa suscitou o que decerto há de ter sido a primeira iniciativa de dar combate, por via legal, ao escândalo das autoconcessões. Em 25 de outubro do ano passado, o Instituto Projor encaminhou à Procuradoria-Geral da República a documentação para servir de base a uma representação contra a deslavada inconstitucionalidade que se faz presente, à luz do sol, no sistema de concessões de rádio e TV – e que tem papel central no nefasto processo de concentração da mídia eletrônica. Em março, o Ministério Público solicitou ao Ministério das Comunicações que se manifestasse a respeito. O prazo terminou ontem.


Enquanto isso, veio à tona outra lambança. No começo da semana passada, numa atitude inédita, o Planalto pediu de volta ao Congresso 225 processos de renovação de concessões vencidas, algumas há 15 anos, ameaçadas de rejeição na CCTCI. Segundo se divulgou, o presidente Lula agiu por instigação do seu aliado Jader Barbalho, que corria o risco de perder duas estações de rádio e uma de televisão. Outros políticos interessados são os ex-presidentes José Sarney e Fernando Collor. Não faltam, como se vê, parcerias indecentes no forró das concessões de mídia.’


COTAS EM DEBATE
Rodrigo Pereira


Manifesto reage a críticos das cotas


‘Intelectuais, representantes de movimentos negros e da sociedade civil entregam hoje aos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), manifesto assinado por 330 pessoas favorável ao projeto de Lei das Cotas e ao Estatuto da Igualdade Racial, que tramitam no Congresso.


Eles repetem o gesto de intelectuais e artistas que na semana passada se encontraram com os parlamentares para entregar documento com veemente oposição à implementação da lei e do estatuto (leia os manifestos nesta página). ‘É uma reação à carta da semana passada e a formalização de um documento que sintetiza os argumentos para a aprovação das leis. Já que os congressistas vão votar, é importante que tenham isso em mãos ‘, disse José Jorge de Carvalho, professor de Antropologia da Universidade de Brasília (UnB) e um dos autores do manifesto.


‘A carta da semana passada teve o grande mérito de suscitar a militância da comunidade negra’, frisou frei David Raimundo dos Santos, diretor-executivo da Educafro. ‘Esperávamos ter 200 assinaturas e, ao meio-dia de hoje (ontem), já contávamos com 300’, comemorava. Frei David disse que um dos cuidados do manifesto foi garantir que a maioria das assinaturas fosse de brancos, ‘para mostrar que o problema racial não é um problema dos negros, mas uma questão da sociedade brasileira’.


Para Carvalho, a entrega do documento na semana passada ‘surpreendeu pela falta de alternativas e fragilidade de argumentos’. ‘A expectativa era de que fizessem uma coisa mais densa’, provocou o professor, criticando ‘o imobilismo que eles propõem’. ‘Apenas dizem que as cotas são perigosas e que se deve deixar as coisas como estão.’


Entre os argumentos que foram apresentados no documento a ser entregue hoje estão a histórica exclusão dos negros no Brasil, a adoção de incentivo à imigração de europeus no início do século passado, o resultado de pesquisas mostrando o desempenho dos já beneficiados pelas cotas, dados comparando a exclusão racial em outros países e a lembrança de que o Brasil aderiu a tratados internacionais para combater a discriminação.


A proposta do estatuto é destinar 20% das vagas para negros nos cargos em comissão e assessoramento de nível superior da administração pública – meta aumentada para próximo de 50% no governo federal.


Na área da educação, reserva 50% das vagas nas universidades federais para alunos que cursaram todo o ensino médio em escolas públicas. Nos meios de comunicação e nas peças publicitárias, para valorizar a herança cultural e a história do País, impõe a apresentação de imagens de afro-brasileiros em proporção não inferior a 20% dos figurantes.’


TELEVISÃO
Keila Jimenez


Sem Lula ou Alckmin


‘A trupe do Casseta & Planeta não terá de resolver a curto prazo a questão da paródia do presidente Lula, missão vaga desde a morte de Bussunda. Outros personagens vividos pelo humorista, como Marrentinho e Ronaldo, podem ser deixados de lado nas piadas do dia-a-dia, mas o presidente da República, não.


Isso poderia representar um problema para a trupe em ano de eleições, mas é justamente a campanha pré-eleitoral que abre uma brecha de solução. Os rapazes só tocarão no assunto brincando com candidatos fictícios, como fizeram em outros anos. Portanto, nem paródias de Lula nem de Alckmin serão vistas na atração nos próximos meses.


Com isso, os cassetas não tocam no nome do presidente nem dos outros candidatos reais, livrando-se das restrições da Lei Eleitoral. Pela lei, nem em piadas os candidatos podem ser citados para não prejudicar nem favorecer nenhum dos concorrentes com a exposição.


Apelar para a candidatura de Seu Creysson parece ser uma das saídas do programa no momento. Só após as eleições, os cassetas resolverão o que farão com a paródia de Lula.


De volta


Diretor de teledramaturgia do SBT, Herval Rossano era esperado ontem na sede da emissora, após afastamento por pneumonia. A novela Cristal, aliás, com Bárbara Paz e Dado Dolabella, ganhou novo horário ontem (19h30), para tentar reverter a baixa audiência.


entre- linhas


Chega ao fim hoje no canal pago Sony a série That’ 70S Show. A comédia, que tem Ashton Kutcher no elenco, se despede definitivamente do público após oito temporadas.


Colecionador de processos judiciais, Jorge Kajuru não se intimida. Anteontem, em seu programa no SBT, o comentarista amaldiçoou Parreira e Ronaldos. Sobrou até para suas colegas de emissora, Hebe e Adriane Galisteu, que, segundo ele, não entendem nada de futebol e acham Parreira ‘uma gracinha’. Boa lavagem de alma para o torcedor.


Só para variar, o SBT, por ‘motivos estratégicos’ resolveu adiar a estréia das novas temporadas de O.C. e Smallive no último domingo, após anunciar diversas vezes na programação a novidade.


Ecos da derrota do Brasil na Copa: domingo, a audiência da concorrência da Globo ressurgiu das cinzas, mostrando alguma reação. O programa Tudo É Possível, de Eliana, na Record alcançou sua maior média desde a estréia (agosto de 2005), com 12 pontos de média. No horário, das 13h32 às 15h57, a Globo teve 19 e o SBT, 16.


Brasil x França rendeu à Globo 64 pontos de audiência e 92% de alcance entre os televisores ligados. Vê-se que a torcida acreditou até o último segundo.


Além de Foguinho, um outro personagem aparece entre os mais queridos pelo público em grupo de discussão sobre Cobras & Lagartos, Silvana (Totia Meirelles).’


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O Globo


Terça-feira, 4 de julho de 2006


COPA 2006
Maria Fernanda Delmas, Mirelle de França, Aguinaldo Novo e Ronaldo D’Ercole


Na propaganda, o jogo continua


‘Ronaldinho Gaúcho sorridente navegando no site de banco. Torcedores eufóricos vestindo a camisa do Brasil e enaltecendo celulares ou cartões de outra instituição financeira. Ronaldinho Gaúcho (ele de novo) deixando seu celular tocar ‘Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor…’ – no meio de um restaurante francês e de um show de tango. Maradona sonhando que veste o uniforme brasileiro e acordando do ‘pesadelo’. Se o torcedor não estava em estado de choque demais para notar, tudo isso foi ao ar na noite de sábado, entremeado às mesas redondas e telejornais que discutiam a derrota do Brasil para a França. Não foi apenas para a seleção brasileira que faltou um plano B nesta Copa do Mundo. Para a maioria das agências de publicidade, também.


Comerciais usando os jogadores que estão com o cartaz em baixa entre os brasileiros continuavam no ar até ontem, num descasamento entre a publicidade e o sentimento do torcedor. Alguns anunciantes começaram a repensar a estratégia no domingo. Outros ainda vão discutir. A exceção foi a cerveja Brahma, marca da AmBev. Logo após o fatídico Brasil X França nas quartas-de-final, a marca trocou seus comerciais otimistas por um com Zeca Pagodinho fazendo malabarismos com a bola, enquanto um locutor dizia: ‘A gente sabe o show de bola que o brasileiro é capaz de dar. Bola pra frente, Brasil’.


A gerente de marketing da marca, Paula Lindenberg, credita a agilidade ao planejamento – que considerava a possibilidade do imprevisto – e conta que o filme, feito pela agência Africa, estava pronto desde antes das oitavas-de-final. Dentro de casa, duas estratégias diferentes. A Duda Propaganda, agência do Guaraná Antarctica, somente hoje discutirá a estratégia com os executivos da AmBev, e informou que, como o espaço na mídia já estava comprado, era preciso deixá-lo preenchido.


Especialistas em comunicação explicam que há apenas dois caminhos para empresas que investem em eventos esportivos como a Copa e vêem seu patrocinado sair da competição: suspender os anúncios ou criar um plano B para o caso de derrota.


– Talvez ninguém tenha esperado a derrota. O ideal é suspender os anúncios ou saber responder ao resultado negativo. Se a empresa continua insistindo, o efeito pode ser negativo – disse o diretor da Faculdade de Comunicação da ESPM no Rio, Carlos Alberto Messeder.


Para o presidente da Associação Brasileira de Propaganda (ABP), Adilson Xavier, os jogadores titulares da seleção – principais estrelas dos comerciais que foram ao ar durante a Copa – saem perdendo com a derrota do Brasil:


– Embora esse jogadores não estejam muito preocupados com isso, já que estão num patamar muito alto dentro da publicidade, vão perder dinheiro, ou melhor, vão deixar de ganhar com contratos que poderiam ser fechados em caso de vitória da seleção.


Xavier e Messeder concordam que o grande problema para os patrocinados foi o fato de a derrota ter sido ‘vergonhosa’.


A derrota da seleção brasileira vai estancar, por exemplo, a megacampanha do Santander Banespa, que investiu algo em torno em US$ 100 milhões para reunir seis dos 11 titulares do time escalado pelo técnico Carlos Alberto Parreira. Na mídia desde o fim de janeiro, anúncios mostravam os dois Ronaldos (o Fenômeno e o Gaúcho), Robinho, Kaká, Roberto Carlos e Cafu divulgando os serviços da instituição. O banco não comentou o assunto, mas a ordem para a retirada do material – criado pela agência McCann Erikson – já foi dada e começou a ser cumprida.


Na Nike, Ronaldo é ‘homem-maravilha’


Tradicional patrocinador da seleção masculina de vôlei, o Banco do Brasil (BB) pegou carona na Copa para promover a venda de seus cartões Ourocard. O filme em que pessoas se levantavam para cantar o hino nacional, criado pela Ogilvy, ainda foi veiculado no sábado, mas já saiu do ar. Um filme novo estréia amanhã.


– O novo filme fala de férias, do uso de cartões de crédito e da promoção em si – disse o diretor geral da agência D+, Duílio Malfatti, que divide a conta do BB com a Ogilvy.


A Nike, que fornece o material esportivo para a seleção, começou a veicular um anúncio com Ronaldo na véspera do Brasil X França. O locutor apresenta o jogador como ‘homem-maravilha, homem-milagre, terror dos zagueiros… o fenômeno’. As imagens são de antes da contusão que o afastou dos gramados por mais de um ano e quase decretou o fim de sua carreira, em 2001. A Nike informou que a publicidade já havia sido planejada e esperava apenas o atacante se tornar o maior artilheiro de todas as Copas, ultrapassando o alemão Gerd Müller, para colocar o comercial no ar.


No entender de publicitários que criaram comerciais para a Vivo, o problema seria deixar no ar campanhas falando especificamente de vitória na Copa, da busca da sexta estrela. Márcio Santoro, sócio e diretor de Atendimento da Africa, considera o comercial com torcedores uniformizados mais abrangente e não vê problema em tê-lo mantido no ar depois do jogo. Segundo o vice-presidente de Criação da Fischer, Jader Rossetto, Robinho, garoto-propaganda da operadora, só aparecia nas vinhetas de apresentação dos patrocinadores das transmissões na TV Globo:


– Estamos fazendo ajustes, sem perder o ibope da Copa.


A Vivo (que divide sua publicidade entre DPZ, Africa, Fischer América e Young & Rubicam) deve estrear amanhã novos filmes, ainda relacionados à Copa. O filme com Robinho já está fora do ar. Em nota, a Vivo reafirmou o patrocínio à seleção e disse que a campanha agora será focada em serviços e benefícios aos clientes.’


PUBLICIDADE
Ronaldo D’Ercole


Grupo de Nizan cria ‘holding’ de serviços


‘SÃO PAULO. O grupo YPY, do publicitário Nizan Guanaes, associou-se à B/Ferraz, uma das maiores empresas de marketing promocional do país, para a criação da B/YPY, holding que reunirá agências de serviços especializados em comunicação (marketing, relações públicas, design e promoções). A B/YPY será dirigida pelo empresário Bazinho Ferraz, dono da B/Ferraz. Os recursos envolvidos na transação não foram revelados, bem como a participação dos sócios no negócio.


– Queríamos um sócio com a mesma filosofia e interessado em expandir os negócios – disse Ferraz.


A meta da holding é ter 12 empresas especializadas em diferentes segmentos de marketing e promoções até 2008. Além da B/Ferraz, a B/YPY nasce com uma segunda empresa, a Garage, especializada em marketing interativo via telefone celular, TV digital, games e outras mídias. Até o fim do ano, está prevista a criação de uma terceira agência, de trade marketing, para comunicação em pontos de venda.


– Com a nova holding , respondemos a uma expectativa dos clientes – afirmou Nizan. – Estamos fazendo o que as multinacionais de publicidade já fazem. É uma tendência mundial e o YPY se consolida como um grupo de comunicação.


Segundo Guga Valente, do YPY, o grupo está fazendo aportes de recursos para a criação da B/YPY, mas não deu valores. O grupo YPY, que reúne as agências Africa, DM9DDB, Loducca, Eugênio e Tudo, faturou mais de R$ 1 bilhão em 2005.


Com sete anos no mercado, o faturamento bruto da B/Ferraz – que ficou conhecida por criar eventos como a Super Casas Bahia e o Skol Beats, e tem ainda entre seus clientes Philips, Samsung, Disney, Telefônica e AmBev – cresceu 43% no ano passado e chegou a R$ 65 milhões.’


VIDA DE JORNALISTA
Isabel Braga


Jornalista preso dentro da Câmara por aliciamento


‘BRASÍLIA. A Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados prendeu em flagrante o jornalista fotográfico Fábio Henrique Rocha por aliciar pessoas, nas dependências da Casa, para trabalhar no exterior, com promessa de emprego, mas sem garantias. A prisão ocorreu na última quarta-feira.


Logo depois do flagrante, a polícia da Câmara abriu inquérito, lavrou o auto do flagrante e enviou o caso para a Justiça Federal. O jornalista foi encaminhado para o Departamento de Polícia Especializada da Polícia Civil do Distrito Federal, onde estava preso até ontem. No processo que corre contra Fábio Henrique, na 10 Vara Federal da Justiça Federal, a acusação é de tentativa de estelionato e aliciamento para fins de imigração.


Polícia investiga se há deputados envolvidos


A Polícia Legislativa também abriu inquérito para investigar o possível envolvimento de Fábio Henrique num esquema de tráfico internacional de mulheres. As pessoas aliciadas eram convidadas para trabalhar na Ilha de Ischia, na Itália, uma das rotas de tráfico de mulheres. Os agentes obtiveram a informação de que ele usaria a estrutura de gabinetes de deputados. Investigam ainda se há autoridades envolvidas no esquema.


O jornalista circulava livremente pela Câmara, embora não tivesse credencial fornecida pela Casa. À Polícia Legislativa, apresentou uma credencial da Presidência da República conseguida em nome do jornal ‘O Tempo’, de Minas Gerais, carteira expedida pelo Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal e carteira internacional de jornalista.


Em seu currículo, anexado ao processo, Fábio Henrique afirma que trabalhou em várias campanhas políticas e no gabinete do então ministro do Trabalho, Jaques Wagner (PT), nos anos de 2003 e 2004. Segundo assessores de Wagner, Fábio apenas fez, durante um mês, um trabalho como freelancer (sem ser contratado) para o ministério. Como referências pessoais, o jornalista cita os nomes do deputado Maurício Rands (PT-PE) e do ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT-PE).


Para atrair interessados, Fábio Henrique publicou um anúncio num jornal do Distrito Federal prometendo um salário de mil euros por mês e dando seu telefone celular como contato. Ele então marcou encontro numa lanchonete que funciona no 10 andar do Anexo IV da Câmara para selecionar as pessoas.


Gasto de R$ 5 mil para conseguir emprego na Itália


Atraídas pela oferta, nove mulheres, além de um homem, foram à lanchonete. Segundo informações da Polícia Legislativa, Fábio Henrique entregou um roteiro com os gastos com traslado, que chegariam a cerca de R$ 5 mil. Ele disse que trabalharia como intermediário para obter os empregos prometidos, que encontrava em sites italianos ou com amigos que são donos de bar no país. Disse que cobraria outros R$ 1 mil por cada emprego obtido.


Fábio Henrique disse que agia por razões humanitárias porque conseguira uma chance de trabalho na Itália e queria ajudar outras pessoas. A Câmara nega que tenha havido falha na segurança e alega que diariamente a Casa recebe, em média, entre 15 mil e 20 mil visitantes.’


TELEVISÃO
O Globo


‘É o holocausto em 2006’


‘No fim de março, sem fazer qualquer divulgação, Jayme Monjardim e Marcos Paulo fizeram uma viagem que certamente ficará marcada como uma das mais importantes páginas de suas vidas. Na África, mais precisamente num campo de refugiados em Burundi, eles gravaram algumas das cenas que prometem ser as mais fortes da novela das 21h, de Manoel Carlos, que estréia segunda-feira e, não à toa, chama-se ‘Páginas da vida’. Durante dez dias, o diretor de núcleo e Marcos Paulo, que interpretará um infectologista na trama, tiveram o apoio do Acnur, braço da ONU responsável pelos refugiados do mundo todo. Jayme Monjardim conta um pouco sobre essa experiência.


Elena Corrêa


Como surgiu a idéia de gravar cenas da novela na África?


JAYME MONJARDIM: Como o personagem do Marcos Paulo é um médico infectologista que vai lidar com Aids, com soropositivos, surgiu a idéia de levá-lo ao lugar onde existe o maior índice de infecção do mundo. A África é o continente onde existem os maiores índices de pessoas infectadas. E dentro da África chegamos ao Quênia e ao Burundi. O Chade seria o lugar mais terrível, mas, como estavam em guerra civil e na semana em que íamos tinha acabado de acontecer um ataque no campo de refugiados de lá, a Acnur nos indicou o Quênia. Ficamos lá três dias, mas não era ainda um campo de refugiados, então nos deslocamos para Burundi, terceiro país mais pobre do mundo, que está em guerra civil e com toque de recolher.


Vocês contaram com que tipo de segurança?


MONJARDIM: Tivemos uma escolta armada, um caminhão de soldados seguindo a gente, atravessamos as montanhas e fomos até o campo de refugiados sempre acompanhados do Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) . São milhares de pessoas que, pelo fato de seus países estarem em guerra, procuram refúgio em Burundi. Essas pessoas não podem voltar, nem entrar no país, então a ONU monta campos de refugiados para elas. São milhares de crianças abandonadas, ou porque os pais morreram ou estão doentes. Na média, a cada mil pessoas, 700 morrem de doenças infecciosas.


As cenas mostradas na coletiva que houve no Projac são chocantes (são imagens de crianças correndo atrás do carro onde está Diogo, personagem de Marcos Paulo)…


MONJARDIM: Aquelas crianças estavam correndo atrás do carro porque, para elas, o Marcos era um médico de verdade. Não é uma corrida falsa, é de verdade. Oitenta por cento daquelas crianças não têm pai nem mãe. E as forças da ONU saem dali em dezembro. O país não vai mais ter apoio por vários motivos, problemas políticos. E o que vai acontecer? O país vai entrar em guerra civil total e aquele lugar onde estivemos vai implodir, porque é guerra de tribos e eles se matam mesmo.


Eles não estranhavam ou se constrangiam diante da câmera?


MONJARDIM: Eles não têm reação, já estão anestesiados. Ninguém olha para a câmera. Você tem noção do que é não comer, não beber água, não tomar banho, sair do seu país, abandonar sua casa e ir para uma tenda? As pessoas morrem na rua e ninguém toca, porque o corpo pode estar infectado. Qualquer acidente na estrada, qualquer situação, até se uma criança cai, não tem luva para mexer, não tem seringa. Tudo depende de um avião chegar e jogar mantimentos…


As imagens estão com um colorido lindo. Como conseguiram?


MONJARDIM: Foi feito na raça. Eu levei uma câmera em HD, porque é impossível entrar lá com uma equipe. A imagem é trabalhada depois, com equipamentos que ajudam a dar uma realçada na cor.


Essa transformação, com certeza, vai influenciar nas novelas…


MONJARDIM: O que vai acontecer com o tempo é que as novelas, minisséries vão sofrer uma grande evolução. Primeiro vão ter que mudar a qualidade de tudo, cenário, figurinos, por causa do HD. Segundo, por causa da agilidade com os equipamentos. Esse nosso exemplo da África abre possibilidades incríveis: posso ir a um lugar a custos baixíssimos e fazer coisas incríveis.


Que outros lugares você gostaria de escolher como locação?


MONJARDIM: Sempre quis fazer algo no Iêmen, é um país difícil por ser muçulmano, tem as construções mais antigas do mundo, os anciãos mais estranhos… Os países da América Latina, os centrais, onde tem um índice de guerrilha grande, seriam interessantes para uma novela ou minissérie. Sempre tive vontade também de ir para a Antártida. É outro lugar onde uma câmera dessas se permite. Lógico que tem que ter um sistema de blindagem por causa das baixas temperaturas. Existem muitos lugares, e a novela tem uma tendência de ser cada vez mais ousada nesse sentido.


A Rede Globo comprou os direitos de ‘Pantanal’, que foi um de seus maiores sucessos. Você acha viável fazê-la de novo?


MONJARDIM: Eu acho difícil a Globo fazer ‘Pantanal’ porque é um projeto que pertenceu à TV Manchete. É de um momento específico que o país viveu, um momento em que ninguém conhecia o Pantanal, em que a gente estava descobrindo o sensualismo na TV. Acharia estranho a Globo refazer, mas é um pensamento meu. Não reflete o pensamento da Globo.


Mas, se botassem o projeto nas suas mãos, você faria?


MONJARDIM: Jamais faria. É um projeto que acabou no dia em que entreguei para a TV Manchete. Considero que foi um dos momentos mais importantes e felizes da minha vida. Eu jamais tentaria trazer de volta um momento que está imortalizado dentro de mim e dentro do brasileiro. Eu jamais faria ‘Pantanal’ de novo, por nenhuma condição desse mundo.


A Record vem aí com ‘Bicho do mato’, gravada no Pantanal. Você se incomoda que façam comparações?


MONJARDIM: Estou torcendo pela Record, pelo SBT, pela Bandeirantes. É importante ter outros projetos de novela, faz bem para todo o mundo, abre mercado de trabalho para novos autores, atores, fotógrafos… Acho natural fazerem comparações. Tenho o maior orgulho de ‘Pantanal’, é um dos maiores presentes que tive na vida e sempre que for comparado acharei ótimo.


Você está estreando uma dupla com Manoel Carlos. E não há como não lembrar que em ‘América’ você saiu porque não deu certo a parceria com Glória Perez…


MONJARDIM: Todo casamento chega a uma hora que, por algum motivo, se o parceiro e a parceira não se entendem, é normal que se desfaça. O mais importante é que a novela é feita de autor e diretor, se eles não coincidem em algum assunto, é normal que um passe o bastão. E o autor é peça-chave, insubstituível, então tem que ter uma relação sadia e realista. É uma relação de trabalho aberta, não existem rancores, não deu bem aquela hora, acabou. Cada um está fazendo seu trabalho bacaninha, um dia quem sabe a gente se encontre em outros trabalhos, faz parte do processo. Fizeram um barulho desnecessário. Não foi a primeira nem a última vez que isso aconteceu.


Na segunda fase, a novela tratará de síndrome de Down. Você já está se preparando para fazer estas cenas?


MONJARDIM: Temos conversado com especialistas, mães de crianças com síndrome, vivendo esse processo. Inicialmente dói bastante, depois a gente vai tentando aprender a lidar com isso, está fazendo parte do meu dia-a-dia. Essa novela será um grande aprendizado em muitas coisas, já foi na África, está sendo neste de como lidar com filho com Down.


Você pensa em voltar à África?


MONJARDIM: Penso em voltar trabalhando em alguma causa. Acho que temos sempre que abraçar uma causa. Queria usar minha arte, minha profissão para alertar as pessoas da dificuldade normal do que é real. Porque aquilo é o holocausto em 2006.’


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Folha de S. Paulo


Terça-feira, 4 de julho de 2006


CONCESSÕES SUSPEITAS
Elvira Lobato


Câmara questiona ministro sobre ajuda a TVs sob risco


‘A deputada Luiza Erundina (PSB-SP) disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desautorizou o Congresso ao requisitar a devolução, para o Executivo, de 225 processos de renovação de outorgas de rádio e de televisão que estavam ameaçados de rejeição pela Comissão de Ciência,Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara. Erundina preside a subcomissão encarregada de reavaliar os procedimentos da Câmara para aprovação de novas concessões e da renovação das outorgas já existentes.


Ela disse que apresentará requerimento amanhã à Comissão de Constituição e Justiça para que o ministro das Comunicações, Hélio Costa, e seus antecessores no governo Lula, Miro Teixeira e Eunício Oliveira, sejam ouvidos em audiência pública sobre os critérios de renovação das concessões.


A Folha revelou que várias emissoras de políticos estão entre os processos requisitados pelo presidente. Alguns processos estavam parados na Câmara por falta de documentação havia mais de 15 anos.


No final de maio, o presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Vic Pires Franco (PFL-PA), chamou para si a relatoria dos processos e deu 30 dias às emissoras para que regularizassem a documentação. O prazo venceria esta semana.


A devolução dos processos, porém, torna nulo o ato de Pires Franco. A medida de Lula, inédita, evitou o fechamento de emissoras que estão com as concessões vencidas.


Ontem, Hélio Costa mostrou documentos para afirmar que Lula não teve alternativa. Segundo ele, era obrigação da Comissão de Ciência e Tecnologia devolver a papelada ao governo e não o fez: ‘Existe essa corrida para imputar ao presidente a culpa pelo que ele não fez’.


‘São processos antigos, todos eles antes de eu chegar aqui, mais de 90% antes de o presidente Lula assumir o governo’, disse. Em entrevista coletiva, Costa também narrou os movimentos do governo. No dia 7 de junho, protocolou um ofício na comissão solicitando que fosse respeitado o Ato Normativo no 1, de 1999. Segundo esta regra, a comissão deve devolver ao ministério os processos incompletos. Sem resposta, pediu a Lula sua intervenção.


Colaborou a Sucursal de Brasília’


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


A realidade


‘Sem a seleção, anunciou o apresentador José Luiz Datena no ‘Brasil Urgente’, telejornal policial da Band, ‘passamos a viver a nossa dura realidade, de ataques do PCC’.


Era manchete nos sites, ‘Mais um agente é morto, e governo diz que a situação é normal’.


E abrindo a escalada do ‘Jornal Nacional’, ‘Mais um carcereiro é assassinado em São Paulo, no sexto ataque em uma semana’.


No domingo, um dos agentes ‘foi morto perto de casa, logo após falar no orelhão’. No sábado, ‘outro agente foi morto quando levava a TV para consertar’.


Um policial militar, também no domingo, ‘foi morto em plena rua’. Ele ‘voltava a pé para casa, usava botas e um cinto da PM’:


– Os moradores ouviram três tiros.


Ainda segundo a Globo, ‘em protesto, os agentes impediram as visitas no domingo e os parentes dos presos não conseguiram entregar os alimentos’:


– E um novo tumulto foi registrado à noite no presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes.


Do ‘Bom Dia Brasil’, telejornal da Globo editado do Rio de Janeiro:


– A polícia de São Paulo está em alerta. De novo… A onda de violência não dá trégua.


As rádios foram ouvir o governador e o secretário de Segurança, Saulo Abreu, em meio às ameaças de greve dos agentes.


Na Bandeirantes, ‘governador diz que Estado ainda está vulnerável a novos ataques do crime organizado’.


Para o secretário, ‘caso a greve se confirme, o governo estadual tem um plano para que a segurança dos presídios não seja afetada’.


E o Congresso quer ribalta. Segundo a Jovem Pan, ‘o ex-secretário de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo depõe nesta terça à CPI das Armas’.


DE 0 A 20 MILHÕES


O Blue Bus remeteu ontem para o Emarketer.com, que fez as contas com a ‘audiência’ on-line do site de vídeos You Tube, medida por comScore e Nielsen/NetRatings. No título do site americano:


– You Tube: de 0 a 20 milhões em menos de um ano.


Para ser mais preciso, o You Tube saltou de 58 mil usuários únicos em agosto de 2005, no comScore, para 20 milhões em maio de 2006, pelo NetRatings.


Daí o ‘Wall Street Journal’ dizer que o You Tube anda com ‘ambições em escala Google’.


A MUSA


O impacto do You Tube e outros é tal que o NYT.com acaba de lançar o Screens, blog voltado apenas aos vídeos. Mas a cobertura começa mal, lançando Paris Hilton para musa da explosão da imagem na internet -como Mary Pickford foi antes, do cinema.


A reação começou nos EUA e já chegou ao Brasil, com ataques à ‘celebridade’ e louvores a Amanda Congdon, no ar desde 2004 com o videoblog ou vlog Rocketboom -que fez dela, aliás, também celebridade.


CHAPÉU


Ronaldinho pode ser capa da ‘Vanity Fair’, mas na rede a notícia da Copa é, no título da Folha Online, ‘Chapéu de Zidane em Ronaldo é febre no You Tube’.


Tem mais. Como destacou o francês ‘Le Monde’, ‘O Brasil celebra ‘gênio’ de Zidane’. Ou melhor, ‘as mídias’ do Brasil celebram.


BELÍSSIMA


Nem Copa nem PCC. Na liderança dos ‘+ lidos’ da Folha Online, ontem, uma notícia do jornal ‘Agora’:


– Vitória é filha de Bia Falcão em ‘Belíssima’.


É o último capítulo da novela das oito ‘que está circulando nos bastidores da Globo’. Bia Falcão é a vilã de Fernanda Montenegro.’


TELEVISÃO
Daniel Castro


Audiência dos jogos da Copa cresce 62,2%


‘A audiência dos jogos do Brasil nesta Copa foi 22,4% maior do que em 2002 em número absoluto de telespectadores na Globo. Na média de todos os jogos da primeira fase do Mundial, o crescimento de público foi ainda maior, de 62,2%.


Segundo dados inéditos do Ibope, os jogos foram vistos em média por 18,243 milhões de pessoas entre as 55 milhões que compõem o PNT (Painel Nacional de Televisão), a amostra mais abrangente do instituto.


Como o PNT representa um terço da população brasileira, pode-se dizer que a audiência dos jogos foi de no mínimo 56,1 milhões de telespectadores no país _cerca de 6 milhões a mais do que final de novela das oito.


Na verdade, a audiência do Brasil na Copa é bem maior. Os dados do Ibope não consideram quem assiste aos jogos em locais públicos ou na casa dos amigos, mas apenas os moradores do domicílio medido.


Em 2002, os jogos do Brasil foram vistos por 29% dos brasileiros. Neste ano, a audiência subiu para 33%. Na média de todos os jogos, a audiência subiu de 8% (2002) para 12%. Entre 2002 e 2006, a população representada na medição do Ibope subiu só 7%.


Para Dora Câmara, diretora comercial do Ibope, o crescimento real de público se deve ao fato de a Copa de 2002, de madrugada, ‘ter sido vista solitariamente’. ‘Nesta Copa, temos um número maior de pessoas por domicílio’, afirma.


CASA CARIOCA


‘Amores Proibidos’, novela que a Band realizará em parceria com uma produtora portuguesa, será gravada no Rio. A emissora, que havia cogitado produzi-la em SP, fechou a locação dos Estúdios da Barra _onde foram rodados ‘Central do Brasil’ e ‘Cidade de Deus’.


EXPORTA BRASIL


O governo do Rio Grande do Norte concluiu sexta-feira negociação para que a novela ‘Morangos com Açúcar’, a ‘Malhação’ de Portugal, tenha gravações no Estado. Espera aumentar em 50% os turistas portugueses em suas dunas.


CROSS MEDIA


O canal pago GNT lança em agosto uma estação de rádio na internet, a ser transmitida em streaming. A Rádio GNT tocará MPB e música lounge.


LEITURA LABIAL


O SBT já tem estudo pronto para colocar no ar diariamente o esportivo ‘Jogo Duro’. O programa de Jorge Kajuru iria ao ar às 12h. A decisão será tomada na semana que vem por Silvio Santos. Anteontem, ao descer a lenha na fracassada seleção brasileira de 2006, o programa deu 12 pontos, um recorde para mesas-redondas fora da Globo.


BRINCADEIRINHA 1


O SBT anunciou durante toda a semana passada estréias de novas temporadas de ‘The O.C.’ e ‘Smallville’, mas os fãs das séries só viram reprises _e ficaram se sentindo vítimas de propaganda enganosa.


BRINCADEIRINHA 2


O SBT diz que houve um adiamento ‘estratégico’. As estréias só ocorrerão em agosto, quando a rede faz 25 anos.’


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