Tuesday, 19 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1279

Feliz bicentenário!

O marco inicial de nossos meios de comunicação social foi oficialmente reconhecido como 1º de junho de 1808, quando passou a circular, clandestinamente, o Correio Braziliense, de Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça, aliás Hipólito da Costa, gaúcho da então gaúcha Colônia de Sacramento, hoje território uruguaio. Até 1999, o Dia da Imprensa era comemorado a 10 de setembro, em referência à Gazeta do Rio de Janeiro, jornal da corte portuguesa surgido no mesmo ano. O primeiro veículo de comunicação impresso não-oficial – o Correio – era impresso em Londres, onde Hipólito estava refugiado, escapando da prisão com o auxílio da maçonaria.

Os historiadores registram que se constituiu na mais completa tribuna de análise e crítica dos cenários político e econômico português e brasileiro até 1822, ano em que foi encerrada a sua publicação. A marca voltaria em 1960, em Brasília (DF), intitulando um dos jornais do grupo Diários e Emissoras Associados, então do todo-poderoso paraibano Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, o Chatô.

Mas desde 1808 muito pode ser contado sobre a evolução da imprensa tupiniquim, que engatinhou nos moldes das prensas de Johan Gutenberg, porém registrou um crescimento vertiginoso no período, em especial nas últimas décadas deste bicentenário, ora saudado em inúmeras comemorações. Passou o Império, veio a República, ditaduras, guerras de secessão e revoluções, períodos de democracia e ditadura. E nossos jornais seguiram trilhando o caminho de registro impresso da história.

Informação ágil e qualificada

Para quem já ouviu o vaticínio do fim dos tempos ao jornalismo impresso, em decorrência do surgimento e aperfeiçoamento de outras mídias eletrônicas – rádio, TV e internet, com sua instantaneidade –, o que se comprova é que, no Brasil, a imprensa escrita e, como tal, toda a mídia, segue cada vez mais pujante.

Apesar de apenas 45 em cada mil brasileiros comprarem jornais diariamente, em contraposição aos japoneses, onde há 633 leitores em cada mil habitantes, segundo dados da Associação Mundial de Jornais, o jornalismo impresso não pode se queixar.

A circulação dos 92 jornais filiados ao Instituto de Verificação de Circulação (IVC) aumentou mais de 10% em 2007, chegando à média diária de 4,14 milhões de exemplares distribuídos. Acompanha, pois, o fenômeno mundial de crescimento de 9,95% na circulação mundial dos jornais entre 2000 e 2005.

O desenvolvimento das tecnologias de informação e o aculturamento do povo têm exigido e contribuído para um melhor nível, para a informação ágil e mais qualificada chegando célere aos consumidores e cidadãos. A despeito de ainda padecer com uma legislação retrógrada para o setor e alguns episódios de atentados à liberdade de expressão, permanentemente vigiados, combatidos e denunciados, o bicentenário da imprensa nacional deve, com certeza, ser bem comemorado. Felizes 200 anos, imprensa brasileira!

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Jornalista, diretor da Associação Riograndense de Imprensa, conselheiro da Associação Gaúcha dos Auditores Fiscais