Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Folha acusa Lula de
gastar com publicidade


Leia abaixo os textos de terça-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Terça-feira, 24 de abril de 2007


FSP vs. LULA
Fernando Rodrigues


Lula bate recorde e gasta mais de R$ 1 bilhão em publicidade


‘O presidente Luiz Inácio Lula da Silva bateu seu próprio recorde e os gastos com propaganda estatal federal passaram de R$ 1 bilhão pela primeira vez na história do Brasil em 2006. O valor consumido pelos órgãos da administração direta e indireta sob o comando do PT chegou a R$ 1.015.773.838.


Essa soma é divulgada pelo governo federal para o setor de publicidade estatal. A contabilidade unificada começou em 1998. Para períodos anteriores não há cifras disponíveis.


Segundo o ministro Franklin Martins (Secretaria de Comunicação Social), os números da publicidade ‘refletem uma presença forte das estatais, pois estão entre as maiores do Brasil e precisam competir no mercado’. A Secom deve divulgar todos os dados referentes a 2006 nesta semana, na internet (www.planalto.gov.br).


As tabelas mostrarão que, nos anos (para os quais há dados disponíveis) em que Fernando Henrique esteve no Palácio do Planalto, o maior gasto do tucano se deu em 2001, com um investimento de R$ 953,7 milhões -a Secom corrigiu essa cifra pelo IGPM, da Fundação Getulio Vargas.


Sob FHC, os valores sobem e descem de um ano para o outro. Com a chegada de Lula ao Planalto, os valores não param de subir. No seu primeiro ano, em 2003, o petista foi modesto. Investiu R$ 667,6 milhões, menos do que em todos os anos anteriores com FHC. Os gastos subiram para R$ 956,1 milhões em 2004. No ano seguinte, quando estourou o esquema do mensalão, o governo usou R$ 963 milhões em propaganda.


Para chegar ao recorde de R$ 1,015 bilhão no ano passado, Lula teve de fazer gastos concentrados no primeiro semestre e nos últimos dois meses do ano passado -pois durante a fase eleitoral há restrições legais à publicidade estatal. É raro um político aumentar seus investimentos publicitários oficiais em anos de eleição.


Valor total é maior


Não é possível saber de maneira completa quanto o governo gasta com propaganda. As cifras divulgadas não incluem o dinheiro usado em publicidade legal (editais e balanços). Também não são conhecidos os custos de produção dos comerciais (pagos à parte para as agências). Além disso, o principal buraco negro na área de marketing estatal são os patrocínios.


A Folha apurou que em 2006 a publicidade legal ficou em torno de R$ 90 milhões para o erário. O custo de produção gira em torno de 20% do total pago pela veiculação dos anúncios. Nesse caso, seriam mais aproximadamente R$ 203 milhões. A conta publicitária de Lula sobe, dessa forma, para R$ 1,308 bilhão em 2006.


Mas fica ainda faltando o valor dos patrocínios -financiamentos que vão para bandinhas do interior até a equipes nacionais de vôlei e outros esportes olímpicos. Todas essas ações têm também um caráter propagandístico. A Folha ouviu no governo, em caráter reservado, estimativas díspares a respeito do patrocínio federal -de R$ 300 milhões até R$ 1 bilhão por ano. O governo se recusa a fornecer esses dados.


A razão para não abrir as informações é que os dados seriam vitais para o funcionamento de estatais que concorrem com a iniciativa privada, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Os bancos concorrentes também não revelam gastos com patrocínio.


As estatais federais são historicamente responsáveis pela maior parte das verbas federais de publicidade. No ano passado, as empresas do governo que disputam o mercado com a iniciativa privada consumiram R$ 775,2 milhões -76,3% da verba lulista total em propaganda.


Esse percentual também é outro recorde de Lula. Nos anos FHC, as estatais chegaram a responder por, no máximo, 65,4% do valor gasto em publicidade (em 1999).’


Fábio Zanini


Agências da Presidência atendem ministérios


‘A Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência) vem utilizando uma brecha legal para incluir publicidade de ministérios no contrato com as duas agências que cuidam da imagem da Presidência.


A última modificação, publicada no ‘Diário Oficial’ em 13 de abril, permitiu o gasto de R$ 6,5 milhões do Ministério do Esporte em propaganda para os Jogos Panamericanos, a serem realizados entre 13 e 29 de julho, no Rio de Janeiro.


É uma espécie de carona que os ministérios pegam na conta da Presidência, por meio de sucessivos aditamentos no contrato que o governo firmou em 2003 com as agências Lew, Lara e Matisse. Esse contrato é institucional e de utilidade pública e não se confunde com a publicidade de outros órgãos da administração direta ou estatais, como a Petrobras.


O contrato da Presidência começou valendo R$ 150 milhões por ano, verba dividida entre as duas agências, e hoje está em R$ 187,5 milhões, após um acréscimo de 25% feito no ano passado.


Segundo o governo, a inclusão de propaganda de ministérios neste contrato é uma ‘descentralização de recursos’. Em outras palavras, o ministério repassa o recurso para a Secom, que paga a agência, sem alteração no valor global do contrato.


O governo diz que o artifício já foi utilizado também para propaganda sobre segurança no trânsito, atendendo a pedido do Ministério das Cidades.


Como justificativa, a Secom afirma que o contrato com as duas agências permite que haja ‘descentralização’ em campanhas que sejam de utilidade pública. Uma vez que o Ministério do Esporte considera que o Pan é de utilidade pública, estaria autorizado a pegar a carona no contrato da Presidência.


Para o professor de direito administrativo Adilson Dallari, da PUC-SP, o governo está se aproveitando de um ‘flanco’ aberto pela lei 8.666/ 93, que trata de licitações públicas.


A Secom informa que cada ministério tem a opção de fazer sua própria licitação para contratar uma agência de publicidade. Porém, o Ministério do Esporte preferiu a carona na conta da Presidência.


A justificativa para isso, segundo a Secom, é a de que ‘as ações publicitárias não constituem propaganda de ministérios, mas de assuntos de governo pertinentes à área de atuação de cada um’. De acordo com a Secom, ‘as ações são sempre de utilidade pública’.


O Ministério do Esporte informou que optou pela carona na conta já existente, no lugar de realizar uma nova licitação, porque o Pan é uma ‘ação de governo’.’


PUBLICIDADE OFICIAL
Marta Salomon


Relatório de auditoria do TCU pede multa de R$ 30 mil para Gushiken


‘Em decorrência de irregularidades em contratos de publicidade da Presidência da República -de orçamentos forjados à falta de controle sobre a veiculação de anúncios-, relatório de auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) propôs multar o ex-ministro Luiz Gushiken em R$ 30 mil.


O voto do ministro Ubiratan Aguiar que impõe multa a Gushiken chegou a entrar na pauta do tribunal na quarta-feira passada, mas teve a votação suspensa por um pedido do procurador do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Furtado.


Furtado disse que pretende devolver o processo até a semana que vem. ‘Alguns procedimentos de contratação só foram fixados pelo tribunal no final do ano passado’, ponderou o procurador, que analisa esse processo.


O relatório rejeita os argumentos apresentados pela defesa do ex-ministro, de que não teria participado diretamente de supostas irregularidades.


‘Ainda que se considere a hipótese de o ex-ministro Luiz Gushiken não ter participado das decisões a respeito do uso dos contratos com as agências (…), o responsável não foi diligente no exercício de supervisão inerente ao cargo que ocupava e, por omissão, falhou no dever de fiscalizar atos de gestão relevantes, repetidos sistematicamente pelos seus subordinados’, conclui o relatório.


Revistas


O documento fala somente de passagem sobre o rumoroso caso das revistas de balanço do governo Lula, objeto de uma outra auditoria que apura suposto prejuízo de R$ 11,7 milhões com pagamento de serviços não-prestados ou serviços superfaturados.


Nesse caso, o relatório afirma que a reimpressão de 600 mil exemplares da revista de balanço de dois anos de governo petista dispensaria a intermediação da agência Duda Mendonça. O serviço saiu por R$ 2,858 milhões, dos quais R$ 236 mil foram pagos a título de comissão supostamente indevida à agência.


O destino de parte desse lote de revistas é investigado pelo tribunal por suspeita de pagamentos por serviços não-prestados. De acordo com versão apresentada por Gushiken, as revistas teriam sido encaminhada ao PT para que o partido se encarregasse da distribuição. A tese da defesa não convenceu o TCU.


Fragilidade


De acordo com o relatório que está para ser votado no plenário, a mais grave irregularidade encontrada diz respeito à fragilidade dos mecanismos de controle sobre a veiculação de publicidade da Presidência da República, o que demonstraria, segundo os auditores, falta de zelo com as despesas com dinheiro público.


A auditoria lista casos em que a Secom recebeu orçamentos forjados para legitimar a subcontratação de serviços pelas agências que prestam serviços ao Planalto. As agências são obrigadas a fazer cotação de preços e apresentar, no mínimo, três propostas.


O ministro Ubiratan Aguiar não viu motivos para o TCU punir as agências, mas sugere que a recém-criada Secretaria de Comunicação Social da Presidência apure a responsabilidade das empresas que prestam serviços ao Palácio do Planalto no prazo de 60 dias.


A Secom comandada por Gushiken foi extinta por medida provisória em julho de 2005, mesma época do início da auditoria do TCU. A extinção foi logo após o escândalo do mensalão. Além do ex-ministro, o relatório do tribunal propõe multa de R$ 5.000 a R$ 30 mil a outros quatro funcionários da mesma secretaria.’


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Para advogado, ex-ministro não é o responsável


‘O advogado do ex-ministro Luiz Gushiken, Luiz Justiniano de Arantes Fernandes, disse que vai recorrer da multa caso o plenário do TCU confirme a punição proposta em relatório de auditoria. ‘O tribunal está aplicando uma regra de responsabilidade objetiva que não se aplica’, disse o advogado.


Fernandes mencionou decisões anteriores do TCU em que prefeitos foram liberados de responsabilidade em irregularidades verificadas em licitações nos municípios. ‘Mesmo em órgãos com dimensões menores do que a Secom, como pequenas prefeituras, não houve punição.’


O advogado disse que o Gushiken apresentou mais documentos ao TCU para tentar provar que 930 mil exemplares de revistas de propaganda do governo foram encaminhados ao PT.


O TCU também apura pagamento por serviços não-prestados no caso das revistas de balanço do governo.’


TV PÚBLICA
Melchiades Filho


Acabou o telecurso


‘Televisão e computador não convergem do jeito previsto pela indústria eletroeletrônica e de comunicação. Imaginava-se que a primeira seria a âncora, que serviria de base para operações de internet e ‘quetais’. Mas a sanha dos consumidores e a demência dos softwares inverteram a equação. Aos poucos a TV é engolida pela plataforma mais jovem.


Quem tem micro decente e conexão veloz não precisa mais esperar meses para ver Rodrigo Santoro em ‘Lost’ nem pagar os tubos para vibrar com Ronaldinho. Baixa o seriado (e legendas em português) e assiste ao jogo ao vivo por meio de programas de compartilhamento.


Esse ‘telespectador’ está livre da grade das emissoras. Descarta as propagandas. Antecipa os conteúdos dos canais por assinatura. Ri do pay-per-view. Edita, mixa e repassa o resultado. Torna-se dono da programação, se não do programa.


O governo ignora essa nova realidade quando define como prioridade uma rede pública de TV. Um diagnóstico secular -o de que a cidadania só se confirma pelo acesso pleno à informação- não requer tratamento do século passado.


O descompasso fica claro nas poucas menções ao projeto feitas pelo Executivo até aqui: ‘mostrar o Brasil inteiro e suas riquezas regionais’, ‘botar Telecurso o dia todo’, ‘falar da África no jornalismo’.


Esse modelo National Geographic + TV educativa + BBC pode até render bons frutos. Mas é coisa dos ‘antenados’ dos anos 70, e não de quem encara a revolução digital.


Os colegas de gabinete deviam pedir a Gilberto Gil que narre o que ocorre(u) com a indústria fonográfica -gravadoras, rádios e lojas de disco, todas desconstruídas pela internet. Ou perguntar quanto o ministro da Cultura fatura com temas para celulares -e se ele trocaria o valor pela receita de seus CDs.


O terreno para a inclusão digital ainda não foi loteado. A hora de negociar com a iniciativa privada é já.


Os R$ 900 milhões necessários para pôr de pé a TV pública fariam mais efeito se erguessem infocentros em locais carentes, cabeassem escolas públicas ou, num desvario, comprassem laptops populares com cartão wi-fi para os aprovados em cada ciclo do ensino fundamental e os matriculados no ProUni.


Nos cafés de gabinete, o Planalto se diz intrigado com a reação apática da sociedade à nova rede de TV. Pergunta-se por que não surgiu a fila de câmeras na mão e idéias na cabeça, por que falta entusiasmo até aos responsáveis pelo projeto.


Estranha, também, o desdém das empresas de comunicação. Supõe que estejam armando bote, que o silêncio de hoje é ‘só estratégia’.


Está na hora de perceber que a idéia não mobiliza uns nem incomoda outros porque é datada, um espasmo do que há de mais conservador no governo Lula.


MELCHIADES FILHO é diretor-executivo da Sucursal de Brasília’


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Por um momento


‘Vem a Globo e, na seqüência dos sites, anuncia que ‘o último juiz preso na Operação Furacão foi libertado na madrugada’. Vem o ministro da Justiça e apóia, na manchete da Folha Online à tarde, ‘a decisão que liberou magistrados presos’. Foi ‘do ponto de vista rigorosamente técnico’. Ele que, um dia antes, deu entrevista ao blog de Josias de Souza descrevendo a operação na Justiça como ‘um momento virtuoso do processo democrático e do estado de direito no Brasil’.


Barclays com ABN Amro, na ‘Economist


O MAIOR NEGÓCIO


Foi manchete no ‘Wall Street Journal’ como ‘o maior negócio de bancos da história’ e depois no site WSJ.com, que dedicou mais quatro páginas on-line ao assunto. O mesmo se viu no ‘Financial Times’ com videocast, na Bloomberg, Economist.com etc. O inusitado foi a explicação de que a banca européia, com a ‘saturação’ da região, ‘quer expandir por mercados emergentes como o Brasil e a Índia, onde os consumidores estão levantando hipotecas, cartões de crédito e outros serviços’. Isso, embora a unidade brasileira tenha enfrentado problemas com os ‘muitos clientes que tomaram emprestado mais do que podiam pagar’.


Por conta, o ex-ministro Pratini de Moraes, do conselho externo do ABN Amro, a ser comprado pelo Barclays, embarcou para a Holanda, segundo o blog de Lauro Jardim.


AQUISIÇÕES E…


Outro negócio envolvendo Europa e Brasil, a compra do Atacadão pelo Carrefour, fez despachos intermitentes da Bloomberg ao serviço financeiro da Reuters. O principal executivo do grupo francês explica que o Brasil é ‘o mercado chave de crescimento’ do Carrefour. A Folha Online diz que, com a compra, ele ‘assume a liderança’ do setor de supermercados no país.


MAIS AQUISIÇÕES


Tem mais. Bloomberg, AP e sites dedicados a ‘commodities’ destacaram a entrada da ‘segunda maior empresa mineradora do mundo’, a Anglo American, no capital da MMX Minas-Rio, de Eike Batista.


NOVOS CAMINHOS


O ‘El País’ do correspondente Juan Arias noticiou em título que ‘Lula busca refúgio em Bachelet e Kirchner’. O brasileiro viaja na sexta-feira para Chile e Argentina, ‘um tanto desencantado com seus amigos, os presidentes de Venezuela, Hugo Chávez, e Bolívia, Evo Morales’. Ele agora quer ‘abrir novos caminhos’.


LÁ E CÁ


O argentino ‘Clarín’ noticia a criação do Parlamento do Mercosul em Montevidéu, no Uruguai, daqui a duas semanas, ‘à imagem e semelhança da União Européia’. Foi depois de idas e vindas na disputa por cadeiras do Brasil, entre os ‘aliados de Lula’.


DOS MAIS POPULARES


O papa Bento 16, que está para chegar, não é dos mais midiáticos e pouco fascina, mas São Jorge, ‘um dos santos mais populares do Brasil’, no dizer de Fátima Bernardes e depois de William Bonner, na escalada de manchetes do ‘Jornal Nacional’, tomou telejornais, rádios, portais e sites, ontem em seu dia. O noticiário de procissões e shows, principalmente no Rio, foi dos ‘+ lidos’ da Folha Online. Na explicação da Globo, ele é ‘o padroeiro de países como Portugal e de times como o Corinthians’.


LINK POR LINK


Sob o enunciado ‘Link por link’, o ‘New York Times’ destacou a atuação da Wikipedia na cobertura do massacre de Virginia Tech. Reunindo mais de 2.000 redatores, pesquisadores etc., foi ‘uma fonte de notícias essencial para centenas de milhares’.


E MAIS LINK


A versão on-line desta ‘Toda Mídia’ posta há alguns meses os links, os endereços diretos dos sites citados nas notas. Pode ser acessada a partir da madrugada, pelos assinantes da Folha e do UOL.’


MEMÓRIA/DAVID HALBERSTAM
Folha de S. Paulo


Morre David Halberstam


‘O jornalista norte-americano David Halberstam, vencedor do Pulitzer em 1962, morreu ontem em acidente de carro na Califórnia, aos 73 anos.


Halberstam foi enviado ao Vietnã pelo New York Times em 1962, para cobrir a guerra naquele país. Em 1964, ele venceu o Pulitzer pelas reportagens que fez sobre o Vietnã e em 1967 ele abandonou as redações de jornal e, desde então, escreveu 21 livros, com temáticas variando entre o Vietnã, direitos civis e indústria automobilística.’


INTERNET
Folha de S. Paulo


Google, US$ 66 bi, é a marca mais valiosa do mundo


‘Estimada em US$ 66,43 bilhões, o Google é a marca mais valiosa do mundo, segundo a pesquisa Brandz, feita pela consultoria britânica Millward Brown Optimor. A empresa era a sétima colocada no ranking do ano passado, valendo US$ 37,43 bilhões.


A marca Google foi a que mais valorizou (77%) entre as 50 primeiras da lista. Já a líder do ano passado (o primeiro ano da pesquisa), a Microsoft, desvalorizou-se em 11%, a maior perda entre as 20 primeiras. Agora, a marca da companhia de Bill Gates vale US$ 54,95 bilhões e foi ultrapassada também pela General Electric (US$ 61,88 bilhões).


Outra gigante do setor de informática, a Apple, teve valorização de 55% em sua marca, que agora vale US$ 24,73 bilhões -é a 16ª colocada.


Em quinto lugar, a China Mobile é a primeira empresa não-americana no ranking. A marca da empresa de telefonia celular do país asiático, que perdeu uma posição em relação a 2006, está estimada em US$ 41,21 bilhões (mais 5%).


Nenhuma empresa brasileira foi selecionada na pesquisa Brandz. No início deste ano, a Petrobras apareceu como a 249ª marca mais valiosa do mundo, segundo estudo da consultoria britânica Brand Finance. A marca da estatal foi estimada em US$ 1,676 bilhão.


No estudo de fevereiro, a marca Coca-Cola, avaliada em US$ 43,15 bilhões, aparecia em primeiro lugar. Na pesquisa Brandz, ela está estimada em US$ 44,13 bilhões -quarta colocada. Ela foi seguida por Microsoft, Citi, Wal-Mart e IBM. O Google estava na 15ª posição, valendo US$ 24,69 bilhões.


Para a pesquisa Brandz, as marcas que mais crescem são as que têm maior apelo para os países emergentes, especialmente os Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China). As três últimas aparecem entre as economias que mais crescem no mundo.


Os consumidores desses países, segundo um porta-voz da Millward Brown, ‘têm mais dinheiro disponível do que nunca. Para serem bem-sucedidas nos Brics, as marcas ocidentais têm de oferecer produtos ou serviços que são relevantes para os consumidores locais’.’


TELEVISÃO
Daniel Castro


Em baixa, ‘Paraíso Tropical’ perde anúncio


‘Pior audiência das 21h da Globo nesta década, a novela ‘Paraíso Tropical’ está batendo recorde negativo também de publicidade. Tem apresentado três intervalos comerciais, contra quatro das antecessoras.


A novela das oito costuma ser líder em faturamento. Cada comercial de 30 segundos em rede nacional custa R$ 314,2 mil. Na semana passada, ‘Paraíso’ teve média de 39 pontos (as anteriores davam mais de 45).


Entre o 14º e o 38º capítulos, exibidos de 20 de março a 17 de abril, ‘Paraíso’ apresentou em média 12 minutos e 20 segundos de intervalos por dia, incluindo chamadas da Globo.


Há dois anos, de 29 de março a 26 de abril de 2005, os mesmos capítulos de ‘América’ tiveram 17 minutos de publicidade. Ou seja, houve queda de quase um terço, o que indica fuga de anunciantes ou esforço para elevar a audiência.


A Globo também está exibindo menos comerciais na novela das sete, cujo ibope segue abaixo dos 30 pontos. Entre 20 de março a 17 de abril, ‘Pé na Jaca’ teve dois intervalos e pouco mais de sete minutos de anúncios. Só ‘Bang Bang’ foi pior.


Já a novela das seis, ‘O Profeta’, que está bem no Ibope, segue com três intervalos.


A Globo informa que o mercado ‘vem apresentando uma demanda menor’ no início de 2007 e que, a partir de maio, a novela das sete deverá voltar ‘ao padrão’ de três intervalos e a das oito, ao de quatro.


SOLUÇÃO CAPENGA O ‘Domingo Legal’ (SBT) foi ao ar anteontem com apenas metade de seu cenário, que há oito meses estreou no formato de arena. Era visível o esforço para evitar enquadramentos abertos, que exibissem defeitos. A assessoria de Gugu Liberato afirma que ‘o que ocorreu foi uma mudança’, e não um corte tosco. Diz que o ‘novo’ formato permite melhor mobilidade no palco.


DESTILANDO FRITURA Depois de ver a novela ‘Destilando Amor’ marcar só 1,4 ponto, na quinta-feira, deixando o SBT na vice-lanterna, atrás até da Gazeta e da Cultura, Silvio Santos não titubeou e a tirou do ar na sexta, como sempre, sem aviso prévio, o que deixou fãs de novelas mexicanas irados. A produção foi substituída por desenhos animados.


LOUCURA, LOUCURA O ‘Caldeirão do Huck’ voltará a ser apresentado ao vivo, no próximo dia 26 de maio, repetindo experiência de dois anos atrás. Desse vez, o motivo é a final do concurso ‘Soletrando’.


REENCARNAÇÃO O ator mexicano Gael García Bernal, que interpretou Che Guevara em ‘Diários de Motocicleta’, filme de Walter Salles, voltará a viver o líder revolucionário cubano em ‘Fidel’, minissérie de 206 minutos que o Hallmark Channel exibe dia 3.


TESTEMUNHA Diretor de jornalismo da Record, Douglas Tavolaro foi ver Edir Macedo inaugurar, anteontem, o maior templo da Igreja Universal na África _em Soweto, subúrbio negro, símbolo do apartheid. Tavolaro escreve a biografia de Macedo.’


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O Estado de S. Paulo


Terça-feira, 24 de abril de 2007


FRANKLIN NO RODA VIVA
Gabriel Manzano Filho


Franklin diz que TV pública será generalista


‘A futura rede de TV pública brasileira ‘não vai se guiar pela lógica comercial, pois não precisará de altos índices de audiência’ e para implantá-la o governo trabalha agora na definição de três modelos: de gestão, de financiamento e de rede pública. Assim o ministro da Secretaria da Comunicação Social, Franklin Martins, antecipou ontem, no programa Roda Viva, da TV Cultura, os passos que o governo vem dando desde que o ministro das Comunicações, Hélio Costa, anunciou a idéia. Franklin disse que o governo espera definir esses três modelos gerais em 20 dias. E, em 70 dias, espera ter o projeto pronto.


Num debate entre o ministro e os jornalistas convidados que logo se tornou tenso, ele avisou que a nova rede ‘será generalista’ e terá um pouco de tudo: ‘Vai experimentar, vai mostrar os vários Brasis, fará debates, terá jornalismo e estará aberta à produção independente. Hoje temos a Radiobrás, a TV Educativa do Rio e a do Maranhão. A idéia é fundir, uma parceria que vá aos poucos formando essa rede pública’, explicou.


O importante, insistiu, é o modelo de gestão. ‘Não é o Estado que manda. O governo nomeia, mas a representação é da sociedade. No mundo inteiro é assim, por que aqui não pode ser?’


Quanto a possíveis interferências externas, Franklin argumentou: ‘A TV comercial também tem. Mas a TV pública terá um espectador atento, vigilante, que cobra e pressiona. E dá pra fazer jornalismo baseado em fatos.’ Como exemplo, reclamou da fraca cobertura que a imprensa brasileira dá à África. ‘Que TV brasileira tem programa sobre a África? Alguma tem correspondente na África?’ Para o ministro, a televisão comercial ‘arrisca pouco’.


Ele disse ainda que ‘não era a posição do governo’ a expressa por Hélio Costa, quando disse que Lula pensava na TV pública por não conseguir espaço nas TVs privadas. Sobre a promessa do presidente de que cansaria a imprensa de dar entrevistas coletivas, ainda não cumprida, Franklin prometeu que esse tipo de encontro ocorrerá, mas não precisou datas. O ministro afirmou que jornalistas consideram a possibilidade de fazer tréplicas ao presidente fundamental, mas isso só é verdade ‘em termos’. ‘É uma entrevista, não é um debate’, alegou.


Numa comparação entre seu cargo hoje e seu trabalho na TV privada, o ministro admitiu que desfrutava de mais liberdade. ‘Mas na rede pública eu teria mais de um minuto pra dizer o que queria’, ressalvou. Franklin observou que ‘não tem essa satisfação toda’ com o que faz a mídia privada.’


INTERNET
O Estado de S. Paulo


Google é a marca mais valiosa do mundo


‘O Google se tornou em 2006 a marca mais valiosa do mundo, com uma avaliação de US$ 66,343 bilhões, que supera a de General Electric (US$ 61,88 bilhões), Microsoft (US$ 54,9 bilhões) e Coca-Cola (US$ 44,1 bilhões), segundo o ranking BrandZ, publicado ontem pela empresa de consultoria Millward Brown. O site de buscas mais usado no mundo aumentou em 77% o valor de sua marca em relação a 2005, o que permitiu à empresa superar, além da GE, Microsoft e Coca-Cola (US$ 44,134 bilhões), a China Mobile, a Marlboro e o Wal-Mart.’


TELEVISÃO
Cristina Padiglione


Hábito favorece SBT


‘Uma certa estabilidade de horário e a dose extra de informalidade alcançada por Carlos Nascimento na bancada são apontados como fatores essenciais no progresso de audiência registrado pelo SBT Brasil nas três últimas semanas. O período coincide com performances bem-sucedidas na programação nova, a começar pelo reality show Ídolos, que precede o jornal às quartas e quintas.


O SBT Brasil estreou às 20h15, passou para 21 h, 21h05 e agora está às 21h15. Foram quatro horários em quase dois meses, mas sem mudanças bruscas.


Silvio Santos está orgulhoso do feito. O noticiário comandado por Carlos Nascimento e Cynthia Benini no início de março foi concebido por ele com inspiração no noticiário matutino da Rádio Jovem Pan. Assim, o produto se esmera em noticiar, às 21 h, a hora certa, coisa que o rádio faz de manhã na tentativa de alcançar o ouvinte a caminho do trabalho.


De 3 pontos na primeira semana, o SBT Brasil chegou a 9 na semana passada e não tem ficado abaixo dos 6. E continua a consumir parte de seu tempo com o apresentador atendendo a telefonemas (pré-gravados) do telespectador na bancada.


entre-linhas


Estréia hoje, na Band, o game show A Grande Chance, apresentado por Gilberto Barros. A atração é uma adaptação do Alphabetic Game, que já teve edições na Argentina, Espanha e Itália, entre outros países. O game vai ao ar às terças, às 22 horas.


Por falar em Band, o Terra Nativa, apresentado por Guilherme & Santiago, continua subindo no Ibope. Na última sexta-feira, marcou 5 pontos de média, das 22h15 à 0h16.


A entrada do clássico Qual É a Música? no lugar de Rei Majestade fez com que o SBT empatasse com a Record, durante o programa da Eliana – ambos marcaram 8 pontos no ibope. No entanto, a média de Tudo É Possível foi de 9 pontos, contra 8 do SBT.


O canal Sony estréia hoje, às 21 horas, a sexta temporada da sitcom According to Jim, protagonizada por James Belushi e Courtney Thorne-Smith.


O Discovery Channel lança na segunda-feira, às 22 horas, a série A Fábrica, realizada pela Endemol Argentina. O programa acompanha o passo-a-passo das invenções criadas em países latino-americanos.


A carioca Fani, ex-BBB, fez crescer em 55% o número de acessos ao conteúdo que a revista Playboy disponibiliza para celulares.


A premiada atriz Edie Falco, da série Família Soprano, é a entrevistada de amanhã no programa Late Show with David Letterman, às 21 horas, no GNT.’


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