Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Folha de S. Paulo


ELEIÇÕES 2006
Folha de S. Paulo


STF confirma bloqueio de bens de Duda


‘O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa mandou bloquear os bens de Duda Mendonça em 6 de junho a pedido do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. Barbosa manteve a informação sob sigilo até ontem, quando a Folha a publicou.


Em 2002, a propaganda eleitoral do então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva foi feita por Duda que, posteriormente, admitiu ter recebido R$ 10,5 milhões no exterior pelo valerioduto.


Barbosa determinou essa medida na condição de relator do inquérito criminal que apura o mensalão. Duda é uma das 40 pessoas denunciadas pelo procurador-geral. Todas elas estão sendo notificadas para se defenderem. Depois disso, o STF decidirá sobre a abertura ou não da ação penal, o que só deverá ocorrer em 2007.


A justificativa para tornar os bens de Duda Mendonça indisponíveis foi garantir que, caso o processo seja aberto e o publicitário seja condenado por evasão de divisas e lavagem de dinheiro, ele devolva R$ 30 milhões de supostas obrigações com o governo.


O escritório do advogado de Duda, Tales Castelo Branco, informou que irá recorrer. O recurso deverá ser julgado pelos 11 ministros, em sessão plenária a partir de agosto, quando eles retornam de recesso.


O bloqueio de bens é uma medida preventiva utilizada para assegurar pagamentos ao final de processo. Essa não foi a primeira vez que ela foi determinada no inquérito sobre o mensalão. Em julho de 2005, o então presidente do STF Nelson Jobim mandou bloquear as contas bancárias de Renilda Santiago, mulher do publicitário Marcos Valério, no momento em que ela tentava sacar R$ 1,89 milhão de uma aplicação financeira no BankBoston Banco Múltiplo, em Belo Horizonte. Depois disso, a investigação passou a ser em sigilo.’




SAÚDE E MÍDIA
Drauzio Varella


Panacéias modernas


‘O vaso sanitário é o destino prosaico das vitaminas que você adquire nas farmácias


AS MÃES podem ser divididas em duas grandes categorias: a das que acham que os filhos devem tomar vitamina B e a das que acham que eles devem tomar vitamina C.


Pertencem ao primeiro grupo as genitoras de crianças enfastiadas, de adolescentes viciados em fast-food, em fase de convalescença, em época de vestibular ou que estejam mais magros do que elas gostariam. O sonho dessas senhoras é ver seus rebentos devorando pratos repletos de alimentos da qualidade que elas julgam ideal, porque acreditam que as vitaminas do complexo B são dotadas do poder de trazer saúde e de abrir o apetite do mais empedernido inapetente.


Já as que defendem com unhas e dentes o uso da vitamina C não são movidas pela intenção de engordar filhos, mas pelo desejo irrefreável de fortalecer-lhes a imunidade. Para elas, o primeiro espirro é indicação sumária de pelo menos 500 miligramas por dia desse santo remédio, capaz de transformar os glóbulos brancos de seus pimpolhos em verdadeiros Homens-Aranhas, destruidores implacáveis de vírus ou bactérias que ousem confrontá-los.


Filhos e netos dessas mulheres transmitirão suas crenças nos poderes mágicos das vitaminas a seus descendentes, perpetuando a crendice. A classe médica, por sua vez, colabora decisivamente para a manutenção desses mitos toda vez que prescreve vitamina C para alguém resfriado ou complexo B para ‘dores nevrálgicas’.


A conseqüência é visível em qualquer farmácia: prateleiras imensas, quando não lojas inteiras, abarrotadas pelas associações mais estapafúrdias que a imaginação humana é capaz de criar: suplementos que contêm o abecedário vitamínico de A a Z, combinados com aminoácidos essenciais ou facultativos, a minerais como zinco, selênio, molibdênio e manganês, além de dezenas de fitoterápicos que atendem por nomes pomposos escritos em latim.


A oferta de preparações que contêm vitamina C, então, atende a todos os gostos: comprimidos que vão de 100 miligramas a um grama, das mais variadas colorações, dos sabores mais exóticos, efervescentes, mastigáveis, deglutíveis e, para atender aos mais radicais, até ampolas para injeção intravenosa.


Ciente dessa demanda do imaginário popular, a indústria investe em publicidade para ligar a imagem das vitaminas ao combate à fraqueza, às infecções, à impotência sexual e à manutenção do bom apetite e do bem-estar.


O caso da vitamina C é clássico: aproveitando-se da popularidade granjeada por Linus Pauling, ganhador dos Prêmios Nobel de Química e da Paz (mas que entendia de medicina tanto quanto eu de nanocircuitos), que apregoava a indicação de doses maciças para prevenir infecções e câncer, os grandes produtores da referida vitamina venderam durante anos em horário nobre o conceito falso de que ela teria eficácia no aumento da resistência a gripes e resfriados.


Nenhum dos estudos já publicados, envolvendo milhares de pacientes, conseguiu demonstrar qualquer atividade da vitamina C na prevenção ou tratamento de qualquer doença infecciosa.


Então vitamina C não tem serventia? Também não é assim, serve para tratar quem sofre de escorbuto. Se existissem comprimidos de vitamina C, os marinheiros de Cabral, Colombo e Vasco da Gama não teriam padecido desse mal.


Salvo o caso de crianças raquíticas e desnutridas, de alcoólatras inveterados e de pessoas idosas debilitadas que não conseguem ingerir frutas, verduras ou legumes, acrescentar vitaminas à dieta é desperdício. Para satisfazer suas exigências metabólicas, o organismo humano necessita de doses ínfimas desses micronutrientes; o excesso é filtrado pelos rins e excretado na urina. O vaso sanitário é o destino prosaico dos suplementos vitamínicos que você adquire nas boas casas do ramo.


Se as quantidades de vitaminas contidas nos comprimidos das farmácias fossem necessárias à sobrevivência de nossa espécie, você não estaria lendo, nem estas linhas existiriam, porque nossos antepassados que disputavam carcaças com hienas e abutres para alimentar a família na caverna teriam sido extintos.


O mercado mundial de suplementos vitamínicos movimenta bilhões de dólares anuais. Os compradores não são apenas as pessoas que os adquirem em lojas de produtos importados, mas principalmente gente humilde arregimentada pela propaganda veiculada nos programas populares de rádio e da TV, sem que nenhum órgão de defesa do consumidor proíba esse abuso imoral.’




TELEVISÃO
Daniel Castro


Silvio Santos intima Ratinho a dar lucro


‘O apresentador Carlos Massa, o Ratinho, outrora polêmico e bom de ibope, só continuará no ar em 2007 se voltar a dar lucro ao SBT. Essa é a última chance que Silvio Santos dá ao apresentador, que perdeu audiência nos últimos anos e deixou de ter programas diários.


Para tentar atingir a meta, acertada na última quarta, Ratinho ganhará um segundo programa a partir de setembro. A nova atração será um formato italiano e, acredita-se no SBT, tem muito apelo comercial. A fórmula desse programa, no entanto, é mantida em sigilo.


O novo programa será semanal e deverá entrar no ar aos sábados _assim como o atual, o ‘Programa do Ratinho’, que continuará no ar.


Se a tentativa não der certo, Silvio Santos terá enfim um bom argumento para convencer Ratinho, cujo contrato só vence em 2008, de que ele sai mais barato à emissora se ficar em casa, sem trabalhar.


O problema de Ratinho não é tanto a audiência (seu programa tem dado sete pontos), mas os custos. Só o apresentador ganha R$ 1,6 milhão por mês. E seu programa não atrai anunciantes, mesmo sem apelar para a baixaria do passado.


Silvio Santos também impôs a Ratinho um novo diretor para seus dois programas. Será Orlando Macrini, que dirige os programas do próprio Silvio Santos e tem fama de ser um ‘olho’ do dono do SBT dentro da emissora.


RAINHA DO DESERTO


Já ganhou o apelido de ‘Priscilão’ o ônibus com o qual Pedro Bial percorrerá o país a partir da semana que vem até as eleições de outubro, na caravana do ‘Jornal Nacional’. O nome é uma referência ao filme ‘Priscila, a Rainha do Deserto’.


TELA MORNA 1


Autor de ‘Páginas da Vida’, Manoel Carlos diz que o tom menos sexual da novela nesta semana (até anteontem, ninguém tinha mostrado a calcinha) nada tem a ver com a polêmica dos primeiros capítulos.


TELA MORNA 2


Manoel Carlos diz que não sofreu censura e que os capítulos desta semana já estavam gravados antes da polêmica. Os depoimentos que fecham a novela, no entanto, agora passam pelo crivo da cúpula da Globo.


BOLA NA REDE


Maior operadora de TV paga do país, a Net fechou o primeiro semestre com 1,662 milhão de assinantes, um crescimento de 14% nos últimos 12 meses. Faturou R$ 466 milhões.


DEBATE COM QUATRO 1


O acordo firmado pela Globo com os candidatos à Presidência, em que alguns trocam participação no debate da emissora por espaço no ‘Jornal Nacional’, pode criar uma anomalia.


DEBATE COM QUATRO 2


O acerto prevê que só participará do debate quem tiver mais de 5% ou for de partido com mais de cinco deputados federais hoje. Assim, José Maria Eymael (PSDC) ficará fora mesmo que esteja à frente de Cristóvam Buarque (PDT), já garantido no evento da Globo. A não ser que atinja os 5%.’


Bruno Segadilha


Cultura se reforça com fundo do mar


‘A premiada grade infantil da TV Cultura ganhou, nesta semana, dois reforços: a reestréia de ‘Glub Glub’, na última terça-feira, e de ‘Teatro Rá-Tim-Bum’, hoje, às 16h. Fora do ar desde outubro de 1999, a dupla de peixinhos de ‘Glub Glub’ volta para mostrar o cotidiano de seu habitat -o fundo do mar- a uma nova geração de crianças. Além dos simpáticos Glub e Glub, o programa traz imagens marítimas captadas pelo mergulhador Lawrence Wabba. Os apresentadores originais, Carlos Mariano e Gisela Arantes, foram mantidos. A primeira temporada terá 26 episódios.


Já ‘Teatro Rá-Tim-Bum’ leva para a TV clássicos infantis em uma espécie de teleteatro.


No primeiro programa, a Cia. Furunfunfum encena o espetáculo ‘Rapunzel’, em montagem que mistura atores e bonecos e utiliza um cenário quase artesanal, uma das marcas dos infantis da TV Cultura e, para muitos, o charme do canal. O texto segue, em linhas gerais, a conhecida versão dos irmãos Grimm, do século 19, mas modifica o perfil de alguns personagens e adapta algumas tramas, que assumem caráter mais pedagógico, outra marca registrada.


GLUB, GLUB


Quando: terças, às 10h e às 14h


TEATRO RÁ-TIM-BUM


Quando: sábados, às 16h


Onde: Cultura’




******************


Clique nos links abaixo para acessar os textos do final de semana selecionados para a seção Entre Aspas.


Folha de S. Paulo – 1


Folha de S. Paulo – 2


O Estado de S. Paulo – 1


O Estado de S. Paulo – 2


O Globo


Revista Imprensa


Comunique-se


Direto da Redação


Último Segundo


Veja